PERSONAGENS:
FAUNA
E FLORA PANTANEIRA
Estado, Banco de Portugal, Banca, Presidente da República
Cavaco Silva, Assembleia da República/Parlamento, BPN, Paulo Campos, Paulo Morais, Fundações, Offshores, “Face
Oculta”, Comissão Parlamentar, César & Cª Lda., João Jardim, líquenes,
pombo trocaz, corre-caminhos,
Mario Soares, Marques Mendes, Maria José Morgado, os Bárbaros.
“KARAS” - no combate ao crime organizado pelo “ENTE”
Os impossíveis, Montereyjack, Batffino, Batman&Robin,
BufFy-a-caça-vampiros,The Justice Friends, Power Rangers, professor do Dale
Rescue Rangers, Tico e Teco-e-os-amigos.
O PÂNTANO PORTUGAL
Cenário:
(Muitas instituições, território disputado, população sem classe média, uma multidão no poder, quase ditadura, parcial na distribuição da riqueza, sem cultura nem diferenças culturais, nação ingovernável, de soberania duvidosa, um pandemónio)
QUINTO (e último) ACTO
A “Moneycracia”, lobo insaciável
CENA I
ESTADO
- Cheguei ao topo da pirâmide na… corrupção, a de «maior
sofisticação» e de «mais difícil detecção»!
E vou ficar com parte do subsídio de férias que o Tribunal
Constitucional mandou pagar aos funcionários públicos e pensionistas. Haverá
quem receba só 40 por cento do subsídio que vai ser pago neste mês de Novembro!
PRESIDENTE da REPÚBLICA Cavaco Silva
- Ser
progenitor é ter preponderância; sou o pai da divida e das PPP, o destruidor do
tecido produtivo português dos anos 80, o padrinho de uma trupe de vigaristas, a
maior e muito bem paga nulidade do Portugal Democrático e o meu Palácio de Belém consegue ser mais caro do que Buckingham!
Condecorar todos os meus amigos é primordial.
ASSEMBLEIA da REPÚBLICA
- Esta casinha só vai custar no
ano de 2013, 140.219.365.00 €
É pena as
indigestões não serem mais agradáveis...
Parlamento
- Originalidade é comigo. Devo ser o único que tem a vantagem de estar
repleto de deputados a fazer parte das empresas que obtêm lucros com
as PPP, pois a previsão para o custo total derrapa 143 milhões num ano e as da saúde vão levar mais 8,5 milhões em 2014; os contratos assinados pelo Governo Sócrates permanecem num enorme
mistério
GOVERNO
- Dizendo
ao povo que os ricos têm que ser protegidos porque são eles que movem a
economia, aceita perfeitamente a despesa do ESTADO de 183.507,9 M€, a transferência extraordnária 345 M€ do OE atribuida à RTP, a redução progressiva das pensões de valor superior a 1350 €, as atribuições de subvenções pela Assembleia da República, os mais de três milhões gastos em combustível, os 26 veículos do primeiro ministro e nem percebe que a arbitragem fiscal é um negócio magnífico em torno da Justiça.!
Comissão parlamentar
- ironicamente, negoceio com a Tróica através de representantes dos bancos, dos escritórios de advogados, dos interesses imobiliários e das grandes empresas…
POVO
- O
que pode fazer o indignado perante uma nação corrompida?
Tem medo, desconfia,
retrai-se perante a política de desprezo pelo sofrimento. Lentamente vai-se
adaptando à ditadura mascarada,à desmobilização controlada pela comunicação
social, à destruição do país como uma fatalidade...
Que armas se podem usar? Petições, abaixo-assinados, cartazes, manifestações, para quê?
É, o governo tem a sorte de continuar a meter a mão nos bolsos de um povo ridiculamente conformado, alienado, adestrado e acomodado.
BANCO de PORTUGAL - Tenho sido conscientemente uma central
de corrupção. Há pessoas da banca privada no meu executivo, estive-me borrifando
para a orgia do que se passou no BPN e no BPP, ignorei que os portugueses não
tivessem sabido colocar um travão nos empréstimos e usufruo de uma longa lista
de privilégios… ofensivos (dizem os invejosos, claro).
Como se a Quinta
da Fonte Santa em Caneças, uma piscina no interior do Complexo do Carregado, um carrinho de golfe, mais de mil euros por dia em telecomunicações móveis, 7 mil euros em agendas do Banco e outras coisas do género, fossem luxo!
BANCA - O meu poder é absoluto sobre o Estado e o Governo.
Sou responsável pela falta de qualidade do investimento e, consequentemente,
pela estagnação do País, pela gravidade da crise e pelo aumento das
desigualdades regionais.
Porém com a futura supervisão bancária única que será assumida
pelo BCE no BPI, BCP, CGD e BES, a ligação entre o sistema bancário e o Estado-membro em
que está implantado deixará de existir…
BPN - Fui a caixinha de surpresas mais assombrosa com, desde
sempre, uma teia de mentiras.
Pelos meus órgãos sociais passaram cinco ministros e um
secretário de Estado dos assuntos fiscais: Dias Loureiro, Daniel Sanches, Rui Machete, Arlindo de
Carvalho, Oliveira e Costa e Miguel Cadilhe. Era um verdadeiro governo
sombra do PSD, com donos como Cavaco Silva e tudo!
O meu peso no poder político
garantiu impunidade.
CENA III
Marques Mendes
- “Há 14.000 entidades, 900 fundações, 100 empresas do estado central e local com duplicação de funções, de despesas e desperdícios absurdos alimentadas por dinheiros públicos e tutelados pelo governo que funcionam em regime de apagão orçamental
Se o ministro das finanças passa a vida a perguntar onde se cortar... aqui há muito por onde cortar”
Somando as parcelas, o total é de «apenas» 5.018,4 mil milhões €.
Paulo Morais
-
Impedi negociatas ilegais na ordem dos 600 a 700 milhões de euros
no sector imobiliário, através de 30 queixas…
Porque não investiga a Justiça os ganhos de ex-goverantes nas PPP?
Maria José Morgado
- «Não vale a pena estudar leis que não são leis e podem sempre ser anuladas por outras leis em interpretações imprevisíveis.
Substituíram as leis por manuais de instruções, o que compromete a livre capacidade de pensar e de decidir dos magistrados
Os códigos de processo e de direito penal têm sofrido alterações de dois em dois anos ditados por interesses sem rosto ou inconsequentes
Vamos substituindo a degradação das contas públicas de um Estado laxista por um Estado fantasma e impotente. O Estado é a raiz do mal, pois matemos o Estado. E com quê? Com mais Estado cobrador, num totalitarismo atípico deslizante.»
A corrupção, em parceria com a fraude fiscal, tende a medrar no túnel das quimioterapias orçamentais.
Despojos de um Estado velho e apodrecido incapaz de se proteger da tempestade e de construir um novo com a ajuda dos seus melhores.Um Estado que morreu.»
CENA IV
Paulo Campos
- Posso dizer que roubei nas PPP mas não roubei sozinho.
Acrescentem aí o Tribunal de Contas, o Ministério das Finanças de Teixeira dos Santos, o crivo do Conselho de Ministros e até o do Presidente da República
OFFSHORES
- Foram detectados, até ao momento, 22
nomes e 12 companhias offshores associados a moradas em Portugal ou com
nacionalidade portuguesa na vasta base de dados de 2,5 milhões de documentos do
Offshore Leaks, a maior fuga de informação sobre paraísos fiscais da história
do jornalismo e que envolve uma rede de investigação com quase 90 jornalistas
de 47 países.
“FACE OCULTA”
- José Sócrates é o meu protagonista e Noronha
Nascimento o meu distinto coveiro.
César & Cª Lda.
- Pretendo
impedir que se crie uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades
sobre o Processo ‘confuso do encalhado Atlântida´
CENA V
Mário Soares
Tenho a moradia do Vau guardada por quatro elementos da PSP em turnos diários de 6 horas e mais quatro em horario igual, no Campo Grande. Na residência de Nafarros é a Guarda Nacional Republicana que se reveza, também com quatro agentes, de 6 horas em 6 horas. Depois, ainda tenho mais dois agentes da PSP que me seguem, alternadamente, por todo o lado.
Feitas as contas, estão ao meu serviço 14 elementos destacados. Dizem que é quase como se existisse uma esquadra ou um posto de polícia às minhas ordens...
Durante os anos que ocupei o Palácio de Belém, visitei 57 países (alguns várias vezes como por exemplo Espanha que visitei 24 vezes e a França 21 vezes) num total de 992.809 KM o que corresponde a 22 vezes a volta ao mundo!
Sou uma pessoa diferenciada. Não é qualquer um que pode pisar a bandeira nacional, mandar atirar os colonos brancos aos tubarões, ganhar 65.000€, ter 2 Fundações (uma minha e outra da minha mulher), e outras coisas.
João Jardim
- Gastar milhões, foi o meu maior prazer.
Construí 2
heliportos para voos zero, estádios sem valor oficial, piscina que
está quase sempre fechada, fóruns sem comércio e sem clientes, marinas sem
barcos, túneis colossais para desviar trânsito de vilas sem trânsito,
escolas básicas com conservatório de música, campo de golfe apenas para
aumentar a dívida da região, praia de areal dourado com pouco mais de 100
metros, uma igreja de milhões para um só credo, Museu da Baleia no Caniçal que
custou sete vezes mais, matadouro municipal da Ribeira Brava para a já era
evidente diminuição da produção de carne regional, rotunda do Estreito da
Calheta…, etc., etc.
Na Câmara Municipal do Funchal, é tudo à grande. Aqui não
há austeridade; vou mesmo gastar 11.500 euros num cocktail/jantar
Líquenes
- Basta!
E se houver um aluvião no Laurissilva, onde estão as infraestruturas
de apoios sociais?
Pombo trocaz
- E porque não há hospitais para os
feridos?
Corre-caminhos
- Sim, e os “esconderijos” da nova vegetação para a
nidificação?
A Madeira não é o Dubai,
onde só se constrói para ricos!
CENA VI
"KARAS"
- Não. Isto é demasiado bárbaro!
O nosso papel na luta contra este crime organizado no grande PÂNTANO PORTUGAL, pelos
homens do suposto misterioso Ente, acabou.
Afinal, esse "Ente" é um conjunto, bem visível, de bandos de parasitas
instalados que lançam mão de todos os expedientes para manterem a actual
situação de total descontrolo.
São ladrões descarados, sem vergonha, cínicos,
insolentes.
A nossa sagacidade não consegue demover a ganância de
tantos lobos insaciáveis com estômagos descomunais que comem ovelhas sem parar.
E engordam, engordam…
O que acontecerá quando não houver mais ovelhas para
comer? Os lobos acabarão por morrer também…
Só assim se extinguirá a corrupção institucionalizada na
classe política, nas câmaras municipais, nas freguesias, no Ministério da
Justiça, no mundo da “Moneycracia”.
Irmanados por um destino comum, só a morte resolverá
todos os conflitos;
a não ser que haja, como no ano 410 da nossa era, uma
outra "queda de Roma", uma implosão civilizacional da
Europa.
Nenhuma sociedade resiste ao egoísmo e individualismo, ao
desvanecimento da virtude, do respeito pela lei, do sentido de grandeza.
Imagens Google