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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

VINHO /RELIGIÃO /S. MARTINHO


O termo Vinho passou por várias traduções diferentes (hebraico para grego, grego para latim e, após outras traduções, para o português) mantendo sempre a forma inicial, ou seja, representando bebida com ou sem teor etílico. Contudo, devido aos vícios e costumes linguísticos, o termo que se tornou padrão é vinho com teor etílico.

A história da produção de vinho tem acompanhado o desenvolvimento das civilizações
Acredita-se que já era produzido na Mesopotâmia cerca de 6000 a.C.

Ningizida, o deus sumério do vinho

Os sumérios usavam o desenho de uma folha de parreira para simbolizar a “vida“ e os primeiros registos remontam há mais de 3000 anos a. C. 
Graças aos seus conhecimentos científicos avançados, produziram vinho em grande escala.
O vinho no Egipto - pintura mural

Os Egípcios foram o primeiro povo a registar em pinturas e documentos (datados de 1000 a 3000 a.C.) o processo da vinificação e o uso da bebida em celebrações. Foram também os primeiros enólogos.
Os faraós ofereciam vinhos e queimavam vinhedos aos deuses e os sacerdotes usavam-nos em rituais. Era obrigatório colocar vinho no túmulo para que o faraó se pudesse servir durante a sua viagem rumo ao além.


Dionísio Bassareu, deus da arte vinhateira!  -  Ânforas

Os Gregos utilizavam ânforas no processo de envelhecimento do vinho enquanto os romanos aprimoravam o sabor guardando-o em barris de madeira
Na Grécia, foi Dionísio quem plantou e cultivou as primeiras parreiras, motivo pelo qual passou a ser venerado como deus do vinho.

                        Deus Baco, equivalente ao Grego

A colonização pelos romanos espalhou a fabricação pelo Mediterrâneo, fazendo com que fosse consumido em toda a Europa, já em 1000 a.C.

Na Idade Média a produção de vinho foi muito incentivada pelas ordens religiosas, principalmente a Cisterciense.

Por volta do século XII chegaram ao Vale do Douro os monges brancos de Cister (Rota de Cister). Criaram mosteiros (São João de Tarouca, Santa Maria de Salzedas, S. Pedro das Águias) e ensinaram as gentes durienses a aperfeiçoar o cultivo da vinha e a fabricar diferentes vinhos.
Da Idade Média, permanece ainda no território uma rede de castelos edificados ou reconstruídos, em grande parte no reinado de D. Dinis (XII-XIV), para a defesa do reino contra os inimigos leonês e castelhano (Lamego, Carrazeda de Ansiães, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Bemposta, Miranda do Douro, Numão).

                      Ponte fortificada de Salzedas

No reinado de D. Manuel o transporte e o comércio dos vinhos do Douro até à cidade do Porto foram facilitados através dos barcos Rabelos

E qual poderá ser a origem da tradição de relacionar o vinho com a religião?
Talvez seja uma espécie de paradigma comum a toda humanidade, definitivamente associado à vida eterna, à religiosidade e à fertilidade, elementos de crucial importância para o bem-estar dos seres humanos.
Talvez pelo facto de a videira ser uma planta que dá frutos com os quais se faz uma bebida que alegra quando regressa à vida e aquece enquanto parece estar morta, no Inverno. 
Este processo cíclico dá ideia de um eterno renascer, símbolo da imortalidade e da fertilidade.


Em Portugal, o dia de S. Martinho também é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto com uma componente de exuberância e espírito de solidariedade que tende a prevalecer. Coincide, exactamente, com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e o calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas - vinho, frutos, animais - sem esquecer o episódio da partilha de parte da sua capa com um pobre encontrado na estrada

Na tradição popular, São Martinho é considerado como o santo dos bons bebedores, já que é nesta altura do ano que se faz a prova do VINHO NOVO e os magustos cuja origem parece estar num antigo sacrifício em honra dos mortos.







-"Pelo São Martinho, deixa a água pró moinho"
-"Um ópimo verão de S. Martinho"





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