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quarta-feira, 9 de março de 2016

PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 9




Belmira das Neves
7 ª Primeira-Dama de Portugal


Nasceu em Portimão a 5 de Agosto de 1886.  

Era filha de João de Deus, pescador e de Quitéria das Dores, governanta.

Conheceu o conterrâneo Manuel Teixeira Gomes com quem passou a viver em comum a partir de 1899 por oposição da família do que viria a ser futuro Presidente da República, ao casamento, devido à discrepância de idades e diferentes meios sociais.

Assunto: Fotografia retratando uma senhora com três crianças
Autor: A. Marques Júnior
Data: c. 1915
Fundo: DTE - Documentos Manuel Teixeira Gomes
Tipo Documental: Fotografia
(Fundação Mário Soares) 

Pais de Manuel Teixeira Gomes

Manuel Teixeira Gomes era o 3 º filho de Maria da Glória Teixeira de Seixas Braga e de José Libânio Gomes Xavier, cônsul da Bélgica no Algarve e proprietário exportador de frutos secos. 



Mais velho 26 anos do que Belmira, nasceu em a 27 de Maio de 1860 em Vila Nova de Portimão.
Fez a Primária no Colégio de São Luís Gonzaga, o ensino secundário no Seminário Maior de Coimbra e aos 15 anos matriculou-se no curso medicina que não seguiu por se ter mudado para Lisboa, onde veio a conviver com Fialho de Almeida e João de Deus, Marcelino Mesquita, Gomes Leal e António Nobre.
Em 1881, depois de ter cumprido o serviço militar fixou-se no Porto, próximo de Soares dos Reis, Marques de Oliveira e Basílio Teles.
Nos anos de 1885 e 1886 visitou Argel e a Itália, respectivamente.


Retrato de Manuel Teixeira Gomes aos 21 anos, por João Marques de Oliveira.


Muito ligado às artes e à literatura Manuel Teixeira Gomes levou uma vida boémia antes de se dedicar aos negócios da família e assumir cargos na diplomacia portuguesa.


Em 1890,
regressou a Portugal e dedicou-se ao negócio da exportação de frutos secos produzidos pela sociedade agrícola familiar, durante o qual aproveitou para visitar monumentos, museus e galerias de arte. 

Em 1910 foi nomeado Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário de Portugal em Londres, durante o 1 º Governo Provisório, em substituição do Marquês de Soveral.

Da união com Belmira das Neves (05.08.1886) nasceram duas filhas:


- Maria Manuela Teixeira Gomes ( 07.09.1910)
Casou com José Pearce de Azevedo (II) 
- Ana Rosa Teixeira Gomes (1906?)
Casou com José Gualdino Duarte Calapez

Durante a permanência de Teixeira Gomes em Londres como representante de Portugal, Belmira continuou no Algarve, com as filhas.

Na Fundação Mário Soares existem documentos (correspondência) relativos à troca de notícias entre a família e Manuel Teixeira Gomes:




Assunto: Reclama da pouca atenção dada por Teixeira Gomes às suas cartas. Notícias das filhas
Remetente: Belmira das Neves
Destinatário: Manuel Teixeira Gomes
Data: Domingo, 16 de Novembro de 1913
Fundo: DTE - Documentos Manuel Teixeira Gomes




Remetente: Ana Rosa Teixeira Gomes
Destinatário: Manuel Teixeira Gomes
Termos de referência: Estudos de canto coral no Colégio.
Data: 20. Fevereiro. 1916
Fundo: DTE - Documentos Manuel Teixeira Gomes
Tipo de Documento: 
Correspondência






Assunto: Estado de saúde de Belmira das Neves. Notícias das filhas. Mensagem de Ana Rosa.
Remetente: Belmira das Neves e Ana Rosa Teixeira Gomes
Destinatário: Manuel Teixeira Gomes
Data: Terça, 18 de Novembro de 1913
Fundo: DTE - Documentos Manuel Teixeira Gomes



Em Outubro de 1923, Manuel Teixeira Gomes tomou posse como 7. º Presidente da I República, altura em que se mudou para o Palácio de Belém.



Belmira das Neves passa a ser a 7.ª Primeira-Dama de Portugal mas nunca visitou o Presidente, embora as filhas fossem presença assídua na residência oficial do chefe de Estado.

O mandato presidencial, num contexto de enorme perturbação política e social, foi marcado por uma crescente fragmentação partidária e instabilidade governativa. Afonso Costa, chamado várias vezes para a liderança do Ministério não aceita.
A 12 de Dezembro de 1925, Teixeira Gomes abandona Belém e refugia-se na sua casa em Gibalta, Cruz Quebrada. Dias depois embarca no cargueiro holandês Zeus, com rumo a Bougie, Argélia,"uma Sintra à beira-mar”, em auto-exílio voluntário. Antes, porem, durante 6 anos percorre França, Itália, Holanda, Tunísia e Argélia. Dedica-se à escrita, tornando-se um ponto de referência no panorama literário português                                   
Nunca mais regressou a Portugal. 

Belmira das Neves não voltou a vê-lo; recebia apenas uma carta de vez em quando. 

Teixeira Gomes morreu em 1941. 
A pedido da família, os seus restos mortais são transladados para Portimão a 18 de Dezembro de 1950. 
O funeral constituiu uma grande manifestação de fé na República, com a urna envolta na bandeira nacional, guardas de honra, agraciamentos a título póstumo mas apenas com "um único representante do Estado - o ministro do Interior Trigo de Negreiros" in Notícias Magazine (Revista sobre Manuel Teixeira Gomes: Um rumor insistente)

 «A veneranda figura que se refugiou em Bougie (e não, por exemplo, em Nice) tinha razões de um peso particular» - Pulido Valente em 2006 no blogue O Espectro. «O Norte de África, como Gide amorosamente descreveu, era o paraíso dos pedófilos», e lugar de refúgio para os homossexuais europeus.
"As biografias falam de um homem brilhante, cosmopolita e de pensamento avançado. E falam, normalmente em letras mais pequenas, da sua alegada homossexualidade. A hipótese chegou a circular por Lisboa nos anos 1920, sob a forma de boato, e há hoje quem diga que se trata apenas de uma lenda".

As filhas, Ana Rosa Teixeira Gomes Calapez e Maria Manuela Teixeira Gomes Pearce de Azevedo estiveram presentes na cerimónia de "regresso".

Outros descendentes:


- “1861 é o prelúdio de uma longa era de actividade diplomática que confere a esta família de comerciantes um carisma social que se prolongou até aos nossos dias na pessoa do Dr. José Manuel Gomes Pearce de Azevedo (20.03.1930), casado com Maria Josefa Mexia de Matos”.

Foi 1.º Presidente da Comissão Regional de Turismo do Algarve (1970), cônsuhonorário Britânico no Algarve por mais de três décadas - armado cavaleiro pela Rainha Isabel II com a condecoração Order of the British Empire (OBE), pela forma como exercia o cargo desde 1965 - primeiro presidente da Comissão Regional de Turismo do Algarve (1970-1974) e presidente da Junta Autónoma dos Portos do Barlavento (1963-1998).


Vasco Nuno Teixeira Gomes Pearce de Azevedo, casado com N de Mendonça
- Vasco Miguel de Mendonça Pearce de Azevedo  ( 1961), maestro

Torre dos Azevedos
- Nuno Campos Inácio com a neta de Manuel Teixeira Gomes, D. Manuela Callapez

- O neto de Manuel Teixeira Gomes, Dr. Pearce de Azevedo, com a filha
- Descendentes procuram nomes na inauguração da escultura "Árvore Genealógica de Manuel Teixeira "
Desconheço qual a colaboração de Belmira das Neves para constar em:
Feminae - Dicionário Contemporâneo
Letra B
0158. Belmira das Neves

“O Dicionário Feminae constituirá certamente um valioso instrumento para que seja esse olhar integrado e integrador da diversidade humana, presente em homens e mulheres, que configure a actuação política e a intervenção de organismos públicos e privados, da sociedade civil e dos movimentos sociais, numa época de profundas alterações da vida de homens e de mulheres.”A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
Feminae – Dicionário Contemporâneo, na sequência do Dicionário do Feminino (séculos XIX-XX), pretende manter vivas muitas mulheres que marcaram com o selo da sua presença e acção o seu tempo. 

Belmira das Neves faleceu em Portimão em 1967

sábado, 27 de fevereiro de 2016

COVILHÃ - A "PAUSA"


Covilhã cidade neve
Fiandeira alegre e contente
És o gesto que descreve
O passado heroico e valente

Covilhã és linda terra
És qual roca bailando ao vento
Em ti aura quando neva
Covilhã tu és novo tempo

És das beiras a rainha
O teu nome é nome de povo
És um beiral de andorinha
Covilhã tu és sangue novo

Canta: Amália Rodrigues
Autores: Joaquim Pedro Gonçalves & Nóbrega e Sousa

Inicialmente conhecida como o Covil da Lã ou Cova Juliana/Covaliana (segundo a lenda), a Covilhã é o meu lugar preferido para a pausa entre Lisboa e Cerdeira porque, entre outras afinidades, era natural dali e das aldeias/vilas/cidades próximas, a maior parte das minhas colegas de Colégio. 

Situada na encosta da Serra da Estrela, a cerca de 700 metros de altitude, distingue-se desde os tempos da romanização da Península Ibérica como castro proto-histórico, abrigo de pastores lusitanos e fortaleza romana. Dom Sancho I concedeu-lhe o foral em 1186 e Dom Diniz mandou erguer as muralhas do bairro medieval das Portas do Sol, de ruas estreitas e janelas manuelinas.
Por ser "uma das villas mais importantes do reino pela sua população e riqueza"Dom Luís I atribuiu-lhe o título de Cidade a 20 de Outubro de 1870 .

A indústria de lanifícios, uma das suas principais referências, foi iniciada por Dom Sancho I, desenvolvida pela comunidade judaica e impulsionada por Marquês de Pombal em 1763 com a fundação da Real Fábrica de Panos que, edificada sobre as pedras da demolida muralha medieval, se tornou o maior centro de produção de todo o país. 

A Covilhã é uma “cidade de montanha” com a expressão de uma vasta tradição industrial, baseada nos tempos modernos e contemporâneos.



Filme realizado por Artur Costa de Macedo em 1921- Um documento histórico
A ficha do filme diz que ele não tem som. Porem, nos chamados filmes mudos, nas melhores salas, havia sempre uma banda com mais ou menos músicos que executavam uma partitura acompanhando a projecção do filme. 
Pode ver-se uma ficha deste filme em:http://www.cinept.ubi.pt/pt/filme/4529

Presentemente, com modernas unidades industriais, é um dos principais centros de lanifícios da Europa. Produz por ano cerca de 40 000 km de tecido e, através de várias empresas, fornece as grandes marcas têxteis mundiais como a Hugo Boss, Armani, Zegna, Marks & Spencer, Yves St. Laurent, Calvin Klein e Christian Dior.
Foi terra de grandes figuras determinantes na época dos descobrimentos dos séculos XV e XVI, quer pelo potencial humano - Pêro da Covilhã, Mestre José Vizinho, Rui e Francisco Faleiro, Francisco Álvares, Francisco Cabral, Gaspar Pais, António Alçada Baptista, outros - quer pela contribuição com impostos nas necessárias avultadas verbas.

Depois há o queijo da Serra, os enchidos caseiros, o cabrito assado, o ensopado de borrego e o mel da Serra da Estrela; a Universidade; feiras e mercados; muito comércio; solares, museus e monumentos classificados; a neve…


E o Serra Shopping com cerca de 75 lojas, do grupo Sonae, resultante da ampliação da galeria Modelo, onde gosto de almoçar.

Porque fazia 10 anos de actividade num dos dias em que por lá passei, tive a oportunidade de observar, no piso 1, uma Exposição de Cestaria da autoria do artesão Fernando Pereira. A mostra integrava um conjunto diversificado de várias peças, com recurso à vertente utilitária da cestaria e de outras consideradas invulgares obras de arte, como instrumentos musicais e veículos de duas rodas.




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

“BRANCA COMO NEVE”


No passado fim-de-semana dei um salto de cerca de 400 Km desde Lisboa até à minha aldeia, na Beira Alta.
O mau tempo acompanhou todo o percurso com o céu muito nublado, aguaceiros fortes e algumas rajadas de vento mas sem acidentes.


A Freguesia, incrustada num vale, é muito menos agreste no acolhimento aos visitantes do que as aldeias vizinhas. Porém, a água que saía das torneiras no exterior deixava as mãos entorpecidas, doridas e avermelhadas como se de uma queimadura superficial se tratasse, “exigindo” massagens em movimentos circulares.

A TSF anunciava a circulação ferroviária interrompida em certas regiões do Norte e do Centro devido ao mau tempo e à queda de neve acima de 1200 metros com descida gradual da cota para 600 metros, sobretudo nos distritos da Guarda.
Todavia, além da baixa temperatura e de alguma chuva persistente, nada mais faria prever alterações na sequência dos últimos Invernos cerdeirenses.

Um pouco cansada das muitas tarefas que costumo elaborar quando por ali permaneço, resolvi fazer um intervalo espreitando a rua através dos vidros da janela. (A casa, aquecida pelo termo acumulador, até fazia esquecer o mau tempo lá fora).


- Uau… Está a nevar! Não, não é chuva, são flocos de neve com o aspecto de uma pequena estrela. Tira uma foto, L.
- Pois é… nunca tinha visto cair neve aqui.
- E eu também já não me lembro da última vez que vi. Esta nem chega para saber que espessura tem; desfaz-se mal toca o solo ainda molhado. 
Quando era criança, lembro-me de marcar pegadas em neve fresca, bem assentada, com pelo menos 0,5 metro de altura e de brincar fazendo bonecos de neve com duas grandes bolas sobrepostas encimadas pelo chapéu de palha do Verão.

- Oh! Está a desaparecer. 
- Bem, sempre dá para amostra… e para sublinhar a credibilidade das expressões:
“Fundir como neve ao sol
“Branca como neve”
“Branca de Neve”
“Neve carbónica”
”Ovos em neve” 

Já sem a luz do dia, a neve bateu de novo “levemente” e durante muito mais tempo. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

NOITE FECHADA


Cá dentro a mesa está pronta pró jantar. Um ligeiro take away. Sabe, quem me conhece, que a cozinha não me seduz…
Lá fora é noite fechada.
Noite calada, sem grilos - apenas um ar em movimento a falar de vento.
Noite escura - “Que seria das estrelas, se não fosse a noite escura?"
Mas hoje não há estrelas! Nem lua!
Hoje, a noite é esta - STOP.

Do meu terraço


“A noite é escura porquê?” – Foi a pergunta que o astrónomo Heinrich Olbers nascido na pequena cidade de Arbergen, Alemanha, em 1758, fez a si próprio e para a qual nunca obteve uma resposta aceitável.


Olbers era um defensor do pluralismo e da ideia cada vez mais controversa de que a Lua seria habitada por seres inteligentes. Defendeu “ altamente provável todo o espaço infinito estar cheio de sóis e dos seu séquito de planetas e cometas"
Naquele tempo o Universo era considerado infinito, estático, homogéneo, isotrópico, imutável, euclidiano e físico.



O chamado “paradoxo de Olbers” é resumido por Cesar G. desta forma simples:
Se o Universo é infinito e eterno, porque é que a noite é escura? 
Se o Universo fosse realmente infinito e eterno, onde quer que se estivesse e se apontasse o telescópio para qualquer ponto da esfera celeste, encontrar-se-ia sempre uma estrela. Assim como numa floresta, ao olhar para qualquer lado se encontra um tronco de árvore, também a noite deveria ser clara e iluminada como o dia. Logo, a solução do paradoxo de Olbers é evidente: o Universo não é infinito, nem eterno e a noite é escura devido a isso…"

Soluções que foram sendo encontradas ao longo do tempo:
- A poeira interestelar absorve a luz das estrelas - proposta por Olbers.
 Mas com o passar do tempo, à medida que fosse absorvendo radiação, a poeira entraria em equilíbrio térmico com as estrelas, passando a brilhar tanto como elas...
- A expansão do Universo degrada a energia; logo, a luz de objectos muito distantes chega muito desviada para o vermelho e portanto muito fraca.
O desvio para o vermelho ajuda na solução, porque é proporcional ao raio do Universo, mas os cálculos (…) mostram que a degradação da energia pela expansão do universo não é suficiente para resolver o paradoxo.
- O Universo não existiu por todo o sempre.
Esta é a solução reconhecida actualmente para o paradoxo. Como o Universo tem uma idade finita e a luz tem uma velocidade finita, a luz das estrelas mais distantes ainda não teve tempo de chegar até nós. Portanto, o universo que avistamos é limitado no espaço, por ser finito no tempo. A escuridão da noite é uma prova de que o Universo teve um início.

Debruçada agora na minha varanda, vejo que a noite continua calada e escura, apesar dos focos de luz para a iluminação.
Há campos em frente e caminhos sem trânsito.



Depois da longa noite escura, surgirá um dia de sol. Porque é Verão e o tempo tem estado bom.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

GERAÇÃO MILLENNIALS



A geração Millennials, um tema em cuja recolha de dados participei para um caso de estudo curricular, relacionado com a tendência “Turismo Lazer - Geração Millennials, faz parte dum tempo de outra dimensão.

Quer por curiosidade quer por ter deslindado os meandros desconhecidos duma conjuntura conhecida, valeu a busca. 


Quem são? 

Segundo os americanos William Strauss e Neil Howe, a geração Millennials / Geração Y / geração do milénio / geração da Internet, pertence à faixa etária entre os anos de 1982 e 2002. São filhos da Geração X (1961 e 1981), netos dos Baby Boomer (1943-60) e da Geração Silenciosa (1925-1942), descendentes da Geração Grandiosa (entre o final da Belle Époque - 1901/ 1914 - e o início do período entre guerras - 1914/ 1924), da Geração Perdida (1883-1900) e outros, em cadeia, de gerações definíveis que remontam há séculos. Têm continuidade na Geração Z (por volta da década de 2000) e na recém - chegada Geração Alfha (depois de 2010). 

Desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade económica. Os pais, por não quererem repetir a falta de protecção das gerações anteriores, encheram-nos de ofertas, atenções e actividades, fomentando-lhes a auto-estima. 
Habituados a conseguir o que querem, não se sujeitam a tarefas subalternas de início de carreira e lutam por salários ambiciosos desde muito cedo. É comum trocarem de emprego com frequência em busca de oportunidades que ofereçam mais desafios e crescimento profissional. Há pesquisas que indicam os jovens a trocar 8 vezes de emprego e 4 vezes de área de actuação em 25 anos de carreira - não criam relacionamentos sustentáveis com pessoas e empresas nem sabem ouvir. 

São Jovens aventureiros e procuram Novas Experiências. É uma geração que acredita num equilíbrio entre trabalho e lazer, organizando a vida nesse sentido. Querem aventura, destinos remotos, novas actividades. Encaram as viagens como um estilo de vida e não como um acontecimento anual de férias.





Porque a tecnologia ainda não era muito avançada na época em que nasceram, usam-na como consumistas compulsivos e os smartphones (telefones inteligentes), servem para montes de  finalidades.

De instinto ambicioso, muitas vezes tornam-se individualistas. Preocupam-se com o meio ambiente e as causas sociais.

Enquanto grupo crescente, te-se tornado o público-alvo das ofertas de novos serviços e na difusão de novas tecnologias.Os Millennials vão empurrar as empresas para a inovação. É que 1/5 destas pessoas já são chefes de equipe, o que demonstra uma grande capacidade e espírito de liderança.

Tendo por base o resultado de algumas entrevistas, 59% têm transporte particular e 63% usam transporte público pelo menos uma vez por mês; 69%, têm formação do ensino médio ou superior e 67% trabalham, fazem estágio ou são freelancer. Cerca de 75% não confia nos parlamentares do país e 59% não confia na Justiça. À volta de 78% são solteiros e 54% não tiveram filhos.
"Os jovens têm um milhão de ideias, mas tropeçam ao colocá-las em prática, por isso, mais do que criatividade, é preciso ter atitude. Não deixar que problemas pessoais façam com que o jovem perca a produtividade" Bruno Perin


Para um enquadramento, a sequência das várias etapas e mais algumas linhas acerca das gerações seguintes, embora esta classificação não seja a única: 
Geração Perdida (1883-1900)
Geração Grandiosa (1900 a 1924)
Geração Silenciosa (1925-1942)
Geração Baby Boomer  (1943-60)
Geração X (1961 e 1981)
Geração Y (1982 a 2002)
Geração Z  (por volta de 2000 a 2010)
Geração Alpha  (2010 a...)


A geração Z já nasceu numa era completamente digitalizada. Já não fazem nenhuma distinção entre o que é o mundo online e o que é o mundo offline.

Na opinião de Dado Schneider,” os jovens não se submetem à condições de trabalho que não os satisfaçam. Mas não são arrogantes; eles apenas sabem o que querem. Diferentemente da Geração X que aceita as normas de trabalho e da Geração Y que finge que aceita, eles são bons argumentadores. E, como bastante maduros e assertivos, vão ser os chefes da geração Y em poucos anos".
Com as mães no mercado de trabalho, falta-lhes quem determine as regras.
Confundem os limites morais. Os sucessivos escândalos não punidos é que estão a tornar-se uma regra. Roubar, por ex., faz parte do "normal"...
Mais da metade dos jovens entrevistados já fez sexo e apenas usam protecção para evitar a gravidez; o vírus VIH não é tão preocupante. Em todas as classes sociais, trabalho e profissão deixaram de ser prioridades



A Geração Alpha acabou de chegar...


Geração tecnológica/crianças alpha/nascidos a partir de 2010


A maioria dos políticos, chefias e professores ainda é da Geração X...

"Num futuro breve todos serão nativos digitais; estaremos na Era do Homo Sapiens digital. Por outro lado, todos os desafios para as próximas gerações serão à escala global e cada vez mais competitivos. A literacia digital avançada será vantagem diferenciadora. 
Como se deve adaptar a escola e a sociedade a estas mudanças? 
Como resolver os conflitos - que sempre existiram - entre gerações, na sociedade, empresas e escola?" 



domingo, 3 de janeiro de 2016

2016, 12 MESES /12 ARCO-ÍRIS



- Olá, sou o 2016!



- Olá!
Até mais nunca ano velho…
Tu que já foste amanhã, cheio de dias longos violentos ou mansos, doze meses de encontros e desencontros, angústias e esperanças, para os que te recordam com saudade e para os que te querem distante, é tempo de despedida.
Deixa o ano novo trazer novidades boas - aquelas que nem se esperam...
- Vês o arco-íris?
- Onde?
e novo: não existem brancos, não existem amarelos, não existem negros, somos todos arco-íris. (Ulisses Tavares)
Lá em cima! Sempre na frente. 
Não se encontra olhando para baixo…
Surge depois de uma tempestade ou forte chuvada, quando o Sol irrompe por entre as nuvens
E olhando ainda mais para cima pode descortinar-se um segundo arco-íris!


Quando vemos um arco-íris, o que realmente estamos a observar é o resultado da refracção e reflexão da luz solar em diferentes gotas de água que se encontram a alturas diferentes, o que permite que os diferentes raios que saem em ângulos diferentes possam ser visualizados simultaneamente pelo mesmo observador.
Em certas condições podem observar-se dois arco-íris ao mesmo tempo. Descrevemos o trajecto do raio de luz solar através de uma gota de água. Mas nem toda a energia do raio sai da gota, após este ter sido reflectido. Uma “parte” do raio pode sofrer uma segunda reflexão no ponto C e atravessar de novo a gota emergindo dela num outro ângulo.
O arco-íris que normalmente se observa é designado por primário e é o resultado de uma única reflexão do feixe de luz solar no interior da gota. O outro arco-íris é designado por secundário e surge devido à ocorrência de duas reflexões internas, o que faz com que os “raios vermelhos”, por exemplo, saiam da gota com um ângulo de 50º em vez de 42º.
Isto ocasiona um segundo arco-íris, no qual as cores estão invertidas relativamente ao primeiro como se de uma imagem espelhada do primeiro se tratasse.
Devido ao maior percurso do raio de luz dentro da gota, a intensidade deste é comparativamente menor, o que justifica que seja de difícil visualização e passe muitas vezes desapercebido.
Fonte: Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva 


Magia de cores



No condado de Wiltshire, em Inglaterra, um raro fenómeno atmosférico de um arco-íris invertido «em forma de sorriso».




Os surfistas aproveitam o vento e as ondas do mar para praticar um dos desportos mais espectaculares do mundo, mais ainda quando há um arco-íris no meio
Arco-Íris nas nuvens - em vez de se formarem nas gotas de chuva, formam-se nas gotículas de nuvens e ar húmido. São muito maiores que os normais


Arco-íris em forma de sorriso ou invertido


Um arco-íris Lunar (ou arco-íris branco) ocorre devido à refracção da luz lunar sobre una nuvem ou neblina nocturna. São relativamente ténues, devido à escassa quantidade de luz que vem da Lua  


Faixa Escura de Alexander - Tecnicamente não é um arco-íris, mas está associado com o arco-íris primário e secundário. A luz reflectida no arco-íris primário clareia o céu dentro do arco e a luz duplamente reflectida do arco-íris secundário clareia o céu fora dele. Parece que o céu está mais escuro entre os dois arco-íris

Arco-Íris Supranumerário, também conhecidos como arco-íris empilhados, ocorrem raramente e consistem em vários arco-íris mais fracos dentro do arco-íris primário e às vezes também fora do arco secundário.


Os arco-íris vermelhos, também chamados de monocromáticos, formam-se após uma chuva, durante o pôr-do-sol ou o nascer-do-sol, quando as cores de ondas mais compridas (vermelho e amarelo) se tornam mais densas do que as cores de ondas curtas.

Arco-Íris Gémeo - Muito mais raro do que os arcos-íris duplos, é formado por dois arcos que parecem sair da mesma base.


Arco-íris reflectido e de reflexão -Só se formam sobre a água. Um arco-íris reflectido é o mais comum e surge quando a luz é reflectida pelas gotas de chuva e é novamente reflectida pela água antes de chegar aos nossos olhos. Um arco-íris de reflexão é o que surge quando a luz e reflecte na água antes de ser deflectida pelas gotículas de água. 


O arco-íris roda-com-raios, forma-se quando nuvens mais escuras impedem que a luz chegue aos nossos olhos. As gotas que estão na sombra não permitem que se vejam as cores do arco-íris. Se as nuvens se estão movendo rapidamente, o arco-íris parece que gira.


Arco-íris completo captado sobre Cottesloe Beach (Austrália), por um helicóptero entre um Sol poente e um aguaceiro. Vê-se também um segundo arco-íris, mais ténue e de co res invertidas.

Um ano, doze meses e um arco-íris para cada mês. 
Se no final do arco-íris não houver pote de ouro, ainda há o arco-íris...
E “ (…) Não há momento tempestivo que não se abale ao sorriso das cores."
Aline Lopes


Imagens Google




segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

CHOVE...




Palavras...

Há as bizarras, excêntricas, grotescas, esquisitas, refinadas
Que implicam perspectivas em múltiplos estados de consciência
Num quadro de referência habitual, não integradas.

Há as engasgadas, mudas, solitárias, espartilhadas
Que, enroladas em conflitos, constrangimentos, resistência
Não são nem artigos, nem pela sociedade checadas.

Há as factuais, objectivas, assertivas, corajosas, ousadas
Que primeiros encontros não selam, com frequência
Porque sendo antónimas, apenas interessam dispensadas.

Há as das quatro da manhã, pela chuva embriagadas.

Palavras...



“Mas o que quer dizer este poema? - Perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - Respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...”

Mário Quintana