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terça-feira, 15 de maio de 2012

SOLILÓQUIO I

                                                                                                                                                    
              Paleolítico Português - 5.000 anos

Os Portugueses, população sul europeia maioritariamente resultante de processos de povoamento paleolíticos, assim chamados desde 1095 quando a parte sul do Reino da Galiza se tornou independente (Condado Portucalense - Dom Henrique/Dona Teresa) e continuando a sê-lo no Reino de Portugal (1143, Dom Afonso Henriques), hoje o País mais antigo da Europa, quem são (somos?)

É uma pergunta que me faço às vezes e a que, também às vezes, não sei responder.
Sendo Portuguesa de Portugal que gosta do seu País como repetidamente tenho sublinhado - da Língua materna, dos vínculos afetivos, das raízes, do espaço geográfico, da gastronomia, dos costumes, do clima/sol/praias/paisagens, dos lugares para férias sem rival, da liberdade intelectual e física, do trato afável/ nobre/ hospitaleiro e franco do povo, de memórias/ comunidade de gerações, (exceptuando um acentuado individualismo), porquê conjecturar?

Acho que é na Memória da História que o pêndulo oscila.

Pois como simples cidadã curiosa não compreendo porque somos um povo sempre "adiado" na definição determinada do RUMO.
Ou será que segundo este pequeno número de apanhados (opiniões), alguns mais atuais do que outros, se vislumbra já um prelúdio?


1 António Barreto
"Ter um Constitição Socialista é um problema"..."é não só um entrave ao desenvolvimento e a reformas liberalizadoras..."
Porém, o responsável salienta que a população está “pelo menos a reagir, a reorganizar a sua vida para sobreviver e não se deixar abater”.



2- Profa. dra. Céu Neves 15 Dezembro 2008

Há 600 portugueses mais velhos que Manoel de Oliveira
“Portugal tem 589 pessoas com 100 ou mais anos registadas nos Censos de 2001: um homem para cinco mulheres. E, como a tendência é para o aumento da longevidade, é natural que em 2008 existam muitos mais. Nem todas continuam a trabalhar como Manoel de Oliveira, mas muitos são independentes e Portugal não está preparado para esta realidade, dizem os técnicos. O segredo está em "ser ativo e estimular o intelecto", não ser atirado para uma cadeira ou um sofá de um lar, verdadeiras antecâmaras da morte.”


3 - José Ribeiro Gonçalves, um dos administradores de insolvência em Portugal, na profissão desde 1994, nota que há três grandes perfis de pessoas que são arrastadas pelas dívidas para os tribunais. “Há os gerentes de empresas, que prestam avais pelos créditos dessas sociedades e que depois são executados. Há muitos casos associados a situações de desemprego, que causam um desequilíbrio entre as obrigações e os rendimentos. E também pessoas sem disciplina de consumo, que são seduzidas pelo crédito fácil”, disse, comentando o título “Tribunais portugueses declaram a falência de 30 pessoas por dia”

4- Raquel Almeida Correia
“Perderam o emprego. Investiram num negócio que correu mal. Entraram numa espiral desenfreada de consumo, acumulando créditos sobre créditos. Ou simplesmente adoeceram. Seja qual for o motivo, há cada vez mais famílias cercadas por dívidas em Portugal.”





5- Francisco Febrero
Com 15 anos celebrados em 2011, a ROFF é uma empresa portuguesa que dá cartas no exterior. Com uma faturação de 42 milhões no ano que agora encerrou e com perspetivas para continuar a crescer apesar da crise, é o maior fornecedor de software SAP em Portugal.
Vamos fechar o ano com perto de 42 milhões de euros em vendas. Em 2010, fechámos com 35.5 milhões de euros. Temos um crescimento bastante interessante. Este crescimento está a ser no mercado internacional, que é maior, mas também no mercado nacional. Atualmente, a faturação fora de Portugal ronda os 53 por cento e prevemos que os próximos anos sejam parecidos com este ano. A internacionalização é o caminho a seguir”

6- José Carlos Vasconcelos:
“ O Brasil é a grande obra dos portugueses
Na literatura, o Miguel Real acaba de publicar um livro sobre a nova ficção portuguesa… Mas, para mim, ao nível da ficção, os anos oitenta foram muito bons, com grandes escritores em que destacaria o José Cardoso Pires e o José Saramago

7- Professora universitária estuda a emigração portuguesa para o Luxemburgo
Fala-se muito dos problemas de aprendizagem na escola, é verdade. Mas também há pessoas que conseguiram fazer o seu caminho e estão bem e não se fala nisso. É preciso parar com os estereótipos, com a imagem de insucesso na escola, não ajuda nada. Fiz um trabalho sobre Fiolhoso, uma pequena aldeia no concelho de Murça, que é considerada a aldeia mais «luxemburguesa» de Portugal, onde as pessoas estão entre as primeiras a ir para o Luxemburgo e onde ainda há muita gente entre lá e cá.


8
- Profa.Dra.
Dulce Pimentel
TERRA DE MIGRAÇÕES - atlas de Portugal - A emigração
Os últimos trinta anos da sociedade portuguesa registaram, do ponto de vista dos movimentos migratórios, três acontecimentos marcantes. 
O primeiro foi a chegada, em poucos meses, de um intenso fluxo de mais de meio milhão de portugueses e de população de origem portuguesa, residente nas ex-colónias africanas (
retornados), em consequência do 25 de abril de 1974 e do subsequente processo de descolonização que lhe esteve diretamente associado.

O segundo acontecimento foi o regresso parcial de emigrantes; o terceiro foi a intensificação dos fluxos imigratórios, num país tradicionalmente de emigração


Imagens Google

domingo, 13 de maio de 2012

O FORNO COMUNITÁRIO NO PRETÉRITO




Na minha Aldeia, como em quase todas as freguesias da Beira Alta, ainda existe o Forno Público onde toda a comunidade cozia o pão.
É de construção sóbria, planta térrea, cobertura de duas águas ; a junção das pedras de granito com argamassa à base de cal e gesso, foi substituida, parece, por argamassa de cimento, tirando-lhe as caraterísticas de antiguidade e também a telha de cerâmica tem um aspeto diferente.
Fica num Largo no meio da povoação, sítio do Povo, com desnível do solo e escadas de acesso, chão interior térreo e a inscrição “Forno Comunitário” numa placa destacada do solo por um suporte. A porta, de tábuas largas e compridas envelhecidas pelo tempo, deu lugar a outra, metálica e de cor verde (!!!).
O forno em granito, embutido numa estrutura maciça tem uma só boca por onde entrava a lenha, se retiravam as cinzas e a seguir se introduzia o pão; nos lados ficam os tendais, em granito onde se colocava a masseira com a massa tendida. Junto à fachada exterior lateral esquerda, está o tanque do Forno onde também bebiam água (e devem beber ainda) os animais de grande porte. Muito perto dali, existe um fontanário público.

A sua utilização estava sujeita a regras estabelecidas que toda a comunidade devia respeitar para que ninguém se visse privado de comer um bem essencial.


A marcação da vez de cozer era feita “em roda”, pelas casas do aglomerado alternando-se entre si. Cada vizinho tinha obrigação de desamuar o forno, isto é, de o aquecer quando chegava o seu tempo, costume com razão de ser pelo trabalho e dispêndio de lenha se ficasse alguns dias sem cozer.
Apesar de não estar regulado por escrito o uso da adua, todos o respeitavam utilizando como sinal a colocação de um molho de lenha para indicar que o forno estava tomado.
Havia varredouros ou vasculhos de trapo, pá de ferro ou de madeira e arranhadouros, material necessário para espalhar as brasas, limpar o chão interior do forno, meter, virar e tirar o pão.



Era preciso, portanto, saber preparar e aquecer o forno, amassar, tender e  arrumar, ao colocar, virar e tirar o pão depois de cozido, mantendo sempre a temperatura elevada.
Giestas, lenha de freixo, amieiro e carvalho, serviam de combustível.

Quando se cozia o pão, aproveitava-se para assar batatas, cabrito ou borrego, fazer biscoitos de azeite e outros bolos, sobretudo na Páscoa.

Havia também o costume de pedir pão emprestado quando alguém precisava, a pagar logo que a fornada entrasse em casa. 
A amizade na aldeia era grande - convinha a quem faltava e agradava a quem emprestava porque o recebia quente.

No Inverno, o forno aquecido transformava a casa num lugar de permanência para conversar e conviver, além de servir de refúgio a alguns desagasalhados durante a noite.
Tal como  em tantas outras aldeias, o serviço comunitário foi caindo em desuso até que deixou de ser utilizado, quer porque as pessoas envelheciam e não conseguiam manter as regras, quer porque passou a poder comprar-se pão fresco, mais “macio” e branco, diariamente, na bem equipada padaria da Sra. Mariana “Espanhola”.

Conserva-se a casa, bem cuidada  mas diferente - descaracterizada  Eu não a reconheceria através das simples fotos.
Será sempre, no entanto, o reflexo histórico-cultural de uma época muito longa mas não distante.

Não sei de qualquer referência à data da construção do Forno mas como está numa povoação muito antiga, com foral dado por Dom Afonso III em 1253, quando este rei se “achava em Murça”, e o primeiro registo escrito que a ela se refere é de 1102, deduzo que será muito antigo também.

Porém, com os turistas a procurar os produtos típicos de cada região e de que o pão faz parte, só o de centeio amassado à mão e cozido em forno de lenha, poderá ser mandatário desse requisito se algum dia por lá passarem alguns curiosos…


Alguns exemplares de fornos da Beira Alta com paredes feitas de pedra sobre pedra sem liga de massa a uni-las e telhado de telha portuguesa em canudo.

sábado, 5 de maio de 2012

A FORTUNA DE PODER SER JARDINISTA


Pode dizer-se que a minha irmã M. P. é uma jardinista porque gosta de jardinagem. E, ao contrário de mim que também gosto, tem espaço para jardinar. Melhor, tem um pequeno terreno murado com casa de habitação onde cultiva um jardim a que eu chamo “selvagem” porque as plantas de adorno crescem, não para serem “modelo” mas para embelezar, expandindo-se em quase liberdade. Guarnecem os passeios, o gazão, a casota dos cães, a capoeira, o alpendre e até os vários gatos que, no verão, se deitam junto delas para se protegerem do sol. Quando chega a primavera, o jardim fica mais colorido e então, além de deleitar os olhos, aromatiza o olfato.
Sendo uma quintinha, vive nela como se fosse nas ”suas sete quintas”
É ali que, aliado o espaço exterior á enorme casa, se junta muitas vezes em épocas festivas e não só, a já numerosa família direta e outros que se queiram agregar.
Fazem ainda parte do ambiente os baloiços, o forno e os lugares cobertos para automóveis, quase tapados com gavinhas.
Mas a este acolhedor recanto acresce a vantagem de ficar situado na encosta, bem pertinho do aqueduto maneirista de Usseira (ou de Óbidos) com arcaria repartida em 3 troços numa extensão de (3? 6?) km, mandado construir por Catarina de Áustria, mulher de Dom João III.
E logo a escassas centenas de metros, num alto, fica a pequena vila de Óbidos, eleita "uma das 7 maravilhas portuguesas".  Medieval/árabe/renascentista/itálico-moderna que fez parte do dote de muitas Rainhas de Portugal, cuja área muralhada se mantém desde 1527.
A tradição do"presente Óbidos" teve início com Isabel de Aragão que de tão encantada ter ficado ao passar pelas muralhas medievais, disse a D. Dinis I (1261-1325) preferir a cidade em vez de uma coroa cravejada de jóias.
Ali há eventos permanentemente - Feira Internacional do chocolate, Festivais da Semana Santa, Mercado Medieval durante 2 semanas em julho recreando o espírito da Europa Medieval, exposições várias, música, etc., etc.). Oferce também bons produtos hortícolas, vinhos (a famosa ginjinha), turismo e uma adensada História - História que tem contribuido para que nas muitas e lindas igrejas, se realize  uma considerável quantidade de casamentos.


Ir tomar café em Óbidos e recrear-se:



quinta-feira, 3 de maio de 2012

TER COMO PROVENIÊNCIA


 Sou portuguesa. Vivo em Lisboa. Nasci entre vários pequenos montes.
Comecei a tentar descobrir algum mundo desde a minha autonomia regional e económica.
Porem, á medida que ia conhecendo cada nova Região/Pátria/Clima/País acabava sempre por gostar  mais deste meu espaço, excerto de uma obra literária, parte de uma obra musical, o País dos oceanos, com tesouros espalhados pela paisagem , Portugal
E Lisboa é mítica, fascinante. 
E a minha Aldeia era genuína, inocente, única.

A Rússia é  um Neptuno (?) ao lado do Portugal/ Sol.
Também já lá estive num cantinho, em São Petersburgo, quando passeei pelo Mar Báltico. É uma cidade linda, grande e muito “ocidental”; tem um Centro Histórico próprio de soberano e O Hermitage!


Mas porque estarei eu falando de Portugal e da Rússia? - Perguntará quem encontrar estas linhas.

Porque hoje escrevo particularmente para as pessoas que, algures na Grande Rússia, procuram palavras portuguesas e, entre elas, as minhas. Será que também são lusas e se sentem assim mais perto?
Acho que são dois países mais distantes no intervalo entre os dois pontos do que nos pontos comuns.
Já os Celtas o provaram, passando por cá e por lá. E segundo José Milhazes, jornalista e historiador português que vive na Rússia há 34 anos, António Manuel Vieira, foi o primeiro chefe do Departamento Geral de Polícia de S. Petersburgo na Corte de D. Pedro I; o médico e pensador António Ribeiro Sanches, salvou a vida da Czarina Catarina II; o poeta russo Alexandre Puskin, apaixonou-se por uma das filhas do 1º Cônsul-geral de Portugal, na Rússia, José Castelo Velho.
E diz ainda que “se pegarmos na romança russa (canção tradicional russa de caráter sentimental) La ehala dormoi (de regresso a casa) e for acompanhada por uma guitarra portuguesa em vez do piano, teremos o fado perfeito

Que mais poderei dizer para justificar este encontro de peças do tear?
Digo  Bog Dast em russo, porque é só isto que eu sei dizer e junto corpúsculos dos meus sítios mais vivenciados.







sábado, 28 de abril de 2012

APENAS


     
 SOL - estrela - centro do sistema solar - também constituído por outros planetas - objectos astronómicos - de Astronomia - ciência que estuda os corpos celestes - associados às três Leis de Newton - formulador da Lei da gravitação universal - abrange tudo - a totalidade do que existe - ser - exprime a realidade - diferente de fantasia - paráfrase de uma obra musical - também relativo a pentagrama - figura simbólica formada por cinco letras ou sinais - traços ou conjunto de traços que têm um sentido convencional - diferente de espontâneo - que se realiza por si - apenas.
                                                                                                                    
Apenas procurei
Baralhar as palavras
Que não sendo cruzadas
Passatempo virei
                    

Imagens Google

terça-feira, 17 de abril de 2012

"TIJUCA"

- Bom dia, Tijuca!

- Olá, Tijuca!

- Hoje não vou deixá-la ir a pé pra casa, Tijuca.

- Tijuca, quer ir lanchar à Pastelaria Versalhes?



- Sei que gosta de fado “ao vivo”. Quer ir comigo ao Faia, Tijuca?





- Tijuca, hoje está um dia lindo. A Tijuca acha que gostaria de ir até à praia da Areia Branca no fim do trabalho?

- “As Árvores Morrem De Pé” está quase no fim da exibição. A Tijuca quer ver?



-Tijuca, o filme “ Lawrence da Arábia” tem uma óptima crítica. Eu gostava de ver mas também gostaria que fosse.



-Gosta dos Beatles, Tijuca? Trouxe-lhe um disco...





-Ouvi dizer que vai ouvir o Duo Ouro Negro às vezes. Não lhe apetece ir um dia destes, Tijuca?


E foi assim, durante 2 anos, todos os dias, mal chegava ao trabalho, que uns olhos da cor do sol e uma voz de mel, me cumprimentava.
Tijuca/Teresa?


Eu, naquela altura, apenas sabia que era um local algures no Brasil. Mas hoje sei que, além de ser no Brasil, é um bairro do norte cujo nome tem origem na língua tupi, entre a lagoa Tijuca e o maciço Tijuca/3ª maior floresta do mundo e local da mundialmente famosa escola de samba Tijuca.

- Tijuca, gostava que a minha Mãe a conhecesse…

- Eu….

- Mas quem é você, Tijuca?
- “É segredo
Não conto a ninguém.
Sou Tijuca.
Vou além"


Imagens Google