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terça-feira, 21 de maio de 2013

PESSOAS



Psicopatas
Excluídas
Surpreendentes
Sensatas
Optimistas
Ambiciosas
Stressasdas


PSICOPATAS
- Geralmente são perfeccionistas
-Têm baixíssima tolerância à frustração, com acessos de irritabilidade ou de fúria quando contrariados
- Preocupam-se excessivamente com os seus próprios interesses
-Têm tendência a culpar os outros por erros cometidos por si mesmos
- Nunca sentem culpa ou remorso
- É-lhes difícil manter amizades
- A sua frieza emocional é ofensiva
- Sob uma aparência inocente normal e lúcida, escondem uma conduta deformada
- Quando apanhados em mentira flagrante, demonstram falta de constrangimento ou de vergonha
- Vêm sempre as pessoas como objectos porque não conseguem entender o que elas sentem
- Não sabem traçar metas realistas no longo prazo
- Inteligentes, ciumentas, envolventes e possessivas, fazem com que os seus colaboradores se sintam valorizados mas, se descontentes por outros motivos, eles não conseguem desprender-se por "virarem" sempre culpadas dos insucessos.  
- São inflexíveis em castigos e punições.


Gaspar é “um psicopata social e não um ministro das Finanças.
Carlos Vargas, ex-assessor do ministério da Economia.

EXCLUÍDAS
- Por definição, são pessoas com pouca voz política
- Constam na lista das mais vulneráveis, ameaçadas de eliminação enquanto seres humanos depauperados no ritmo da produção capitalista
- São as economicamente desnecessárias, enfraquecidas pelo trabalho precário e instável, pelo desemprego, pela solidão e isolamento, pela dificuldade na organização de espaços de resistência a esse mesmo processo de exploração.
- São as segregadas/descartadas pela troika e pelo Governo para o mundo do trabalho
- São os milhões discriminados, rejeitados, excluídos ou ignorados porque possuem características físicas, sociais ou cognitivas que os tornam mais frágeis e indefesos.


SURPREENDENTES 

- Algumas das que não conhecemos bem
- As que não cometem o mesmo erro duas vezes
- As que apenas são interessantes na nossa imaginação
- As que dizem nunca ter dúvidas
- Os ladrões
- As que induzem em erro
- As que fazem discursos claros de temas obscuros
- As que fazem visitas-surpresa
- As que apanham em flagrante  
- Os ilusionistas
- Os hipócritas
- Os feiticeiros
SENSATAS
São pessoas ponderadas.
Quando necessitam de tomar uma decisão em relação a determinada questão, têm habilidade para segmentar e avaliar cada parte da questão em análise.
Têm consciência de que qualquer decisão de bom senso não agradará a todos mas saberão respeitar e entender as diferenças individuais
São capazes de, uma vez tomada determinada decisão, “trabalhar” os descontentes, a fim de eles não influenciarem negativamente o resultado da acção a ser executado.
Supõe-se terem a capacidade média de organização e independência de quem analisa a experiência de vida quotidiana, de adequar regras e costumes a determinadas realidades.
Muitas pessoas são dotadas de razão, muito poucas de bom senso”.
Gustave Le Bon
O bom senso é tão raro quanto o génio”.
Ralph Emerson




OPTIMISTAS
- São geralmente pessoas bem-sucedidas
- Procuram soluções quando encontram um problema pela frente, enquanto o resto se queixa…
- Não criam expectativas desnecessárias, prometendo a mais e entregando a menos.
- Gostam de aprender coisas novas durante toda a vida porque têm curiosidade intelectual e analisam os próprios erros.
- Têm facilidade em estabelecer contactos e em liderar outros, são amigáveis e gostam de pessoas.
- São perseverantes, trabalhadoras e honestas
- Têm pensamento positivo, uma das armas para prevenir e lutar contra a depressão, aliado da longevidade e de uma vida mais saudável
-Têm capacidade de dar a volta sempre por cima, contrariando a cultura do desânimo, do desalento e da crítica destrutiva;
- Recusam a ideia de um destino marcado
- Reconhecem e compreendem que há sempre razões para cada um se comportar como se comporta.
- Gostam de si e vivem com entusiasmo;
- Lidam de forma controlada com as suas emoções, sabem ouvir e respeitar opiniões





"(...)
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo”
Fernando Pessoa



AMBICIOSAS
- Usam as pessoas e as oportunidades como "escada"
- Cobiçam e procuram fazer tudo o que puderem até alcançarem as metas e os objectivos concretos que desejam
- Usam artimanhas para descobrirem as fraquezas da sua vítima
- Vivem planeando manipulações e argumentos bem moldados
- São egoístas ao extremo de não quererem reconhecer quem possa tê-las ajudado
- Observam quem está muito bem na vida e anotam isso como uma boa causa para se tornarem ambiciosas compulsivas
- Pensam em 1.º, 2.º, 3.º lugar e por aí adiante… apenas nos seus próprios interesses
- São portadoras de um potencial corruptor que, ao agir sobre outros indivíduos também susceptíveis de corrupção, produzem um efeito corruptível.


Carlos Moedas e José Sócrates

STRESSADAS
- São todas as pessoas que se encontram em estado de stress como reacção a determinadas situações (guerras, divórcio, desemprego, mortes, doenças, injúrias).
- A situação aparece sobretudo nas que são muito organizadas e meticulosas.
 Porque têm medo de errar perante os outros, procuram controlar tudo e todos à sua volta para se sentirem em segurança, evitando os imprevistos ou o inesperado, factores com que não sabem lidar
Como são inseguras, estão em alerta permanente a uma possível crítica
Aceitam mal qualquer tipo de censura
Gostam de ser elogiadas
- Quando experimentam grandes emoções, reagem desencadeando situações de stress que se manifestam por sintomas próprios dum transtorno depressivo (revolta, negação, culpa, ira, lapsos de memória, baixa auto-estima, ansiedade, insónias, perda de interesses vários)
- A gravidade do stress varia de pessoa para pessoa e do estado físico em que se encontra




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sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Ó QUE LINDO CHAPÉU PRETO"


Ó que lindo chapéu preto, cantarolava esta tarde um avô (talvez bisavô) para a neta (bisneta?), enquanto passeavam de mão na mão pelo jardim. Muito atenta, a criança  inclinava ligeiramente a cabeça e, de vez em quando, aproximava-se um pouco mais como se estivesse a memorizar o refrão “É mentira, é mentira…


Voltando atrás no tempo, fez-me recordar uma outra pessoa também já idosa mas que nunca chegou a ser avô, o Dr. Alberto Dinis da Fonseca.


Era na casa dele, na Guarda, que ficavam as alunas do meu Colégio (dirigido pela irmã, Sra Dona Cândida), quando tinham que se deslocar à cidade para exames.
Como pessoa interessante, divertida, bem-disposta e extrovertida, quando regressava depois das suas variadíssimas actividades, jantava connosco e, entre as muitas histórias que contava, também gostava de entoar diversas cantigas populares com destaque para “Ó que lindo chapéu preto”, a fim de ser acompanhado.
Melhor terapia para ajudar a vencer o pavor dos exames, não encontraríamos com certeza.

Nasceu na freguesia do Rochoso, muito próxima da minha aldeia, em 1884 e faleceu em 1962.
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi deputado na primeira república, jornalista, poeta, notário, pedagogo e Presidente de Câmara da Guarda.



Fundou o ainda Jornal Amigo da Verdade e a Escola Regional Dr. José Dinis da Fonseca (em homenagem a um tio, desembargador e professor universitário em Coimbra), na Cerdeira, onde também ensinava.




Quando comprou a Quinta da Pombeira a que deu o nome de Outeiro de S. Miguel, a Escola (de rapazes) e Oficinas, passaram a funcionar lá.


No passado (em cima) e hoje (em baixo) 



Em meados do século XX dinamizou as Termas do Cró através da Irmandade das Almas do Rochoso e da Liga dos Servos de Jesus onde, com o bispo e amigo Dom João de Oliveira Matos, promovia retiros e encontros com as pessoas responsáveis na Obra.




Personagem de muitas facetas, um pouco espectacular, amante da Guarda e da sua terra natal foi, sobretudo, um benfeitor, incluindo a minha região.



 A Guarda dedicou-lhe um monumento de arte contemporânea com dois medalhões em bronze de inspiração realista que retratam o casal Dinis da Fonseca em baixo-relevo e uma estrutura imitando os templos romanos, onde estão integrados, além de outras referências a obras da sua autoria e personalidades da sua convivência.

Para os que quiserem recordar, ficam as quadras (também favoritas do meu Pai).

Ó que lindo chapéu preto
Naquela cabeça vai
Ó que lindo rapazinho
Para genro de meu pai

É mentira, é mentira
É mentira sim senhor
Eu nunca pedi um beijo
Quem mo deu foi meu amor

Tanta parra, tanta uva
Tanta silva, tanta amora
Tanta menina bonita
E meu pai sem uma nora

Ó que lindos olhos tem
A filha da moleirinha
Tão mal empregada é ela
Andar ao pó da farinha

A azeitona já está preta
É tempo de armar aos tordos
É tempo minha menina
De formarmos amores novos



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segunda-feira, 13 de maio de 2013

REFORMADA v/s POLÍTICA DE AVESTRUZ





A vida é mais doce se não se pensar em nada, cultivando o torpor e a indiferença, recusando o envolvimento neste Fado da natural ordem corrupta das coisas (“… a vida/passa e não fica, nada deixa e nunca regressa”).

Mas, como diz Friedrich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e “partidário”. Indiferença é abulia, parasitismo, cobardia.

Quando se tem consciência do que está acontecendo e nada se faz para o impedir, acaba-se por favorecer o corruptor e o corrompido mesmo sem ganhar nada com isso.
A acção do conivente pode ser explicada pelo facto de pensar que um dia, quando achar oportuno envolver-se em qualquer acto semelhante, também ele poderá vir a precisar da conivência de outras pessoas.

Há ainda os que não querem ouvir a verdade porque temem que as suas ilusões sejam destruídas

Como cidadã reformada de um estado livre (?) partilho as ideias de Leandro do Nascimento - “Estamos combatendo a corrupção de forma errada, precisamos combater a pobreza de espírito das pessoas que alimentam os corruptos!” e das de Martin Luther King - "O que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.

É que os reformados já não se podem defender, não enchem as escadarias da Assembleia, agredindo polícias e espalhando a violência e o medo. 
Por isso são descartados como inúteis, com uma certa complacência da maioria dos sindicatos e forças políticas.


De acordo com o “Jornal de Negócios”, o Governo pretende cortar nas actuais pensões do Estado, aplicando um corte de 10% na parcela da pensão que foi calculada só com base no último salário.
Para quem se reformou até 2005, ”implica cortar em toda a pensão; para quem se reformou desde então, a parte da pensão até 2005
O secretário de Estado explica que “o objectivo do Governo é acelerar a convergência entre as regras da Caixa Geral de Aposentações e da Segurança Social”.



Jorge Miranda, professor de Direito, afirma que "a retroactividade no corte das pensões da função pública é manifestamente inconstitucional. É uma violação de um princípio básico do Estado de Direito, que é o princípio da protecção da confiança… “ e é também uma “violação do direito de propriedade, porque as pessoas contribuíram para essas pensões, dando o seu dinheiro”.
O constitucionalista diz ainda que, nesta fase, por exemplo, considera “escandaloso que, os ex-titulares de cargos políticos a quem foram dadas pensões, não renunciem por uma manifestação de solidariedade”.

José Alfredo de Sousa, provedor de Justiça, sublinha que“ O cidadão não pode estar sujeito a que o Estado modifique a legislação para cortar direitos. Desconta-se na perspectiva de se ter um certo rendimento de aposentação. É uma espécie de contrato: eu, de boa-fé, prescindo de uma percentagem do meu salário, na expectativa de que a outra parte cumpra. É uma confiança jurídica estabelecida entre o cidadão e o Estado, que foi abrupta e desproporcionalmente quebrada com estes cortes."



E EU acrescento que é uma extorsão/escravidão/Futura Mercadoria de preço variável com as condições do escravo, para continuar a assegurar a insaciável avidez da nova elite psicopática e corrupta.

Dou também relevo (porque é de assinalar quem defende o que é de justiça para o reformado) ao discurso do Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, na abertura do Ano Judicial em 30 de Janeiro de 2013:

“ (…)
E, sobretudo, para advertir solenemente o governo de que não tente convencer-nos de que temos de escolher entre apoiar os idosos ou os jovens; de que temos de escolher entre apoiar aqueles que, durante décadas, com o seu trabalho, com os seus impostos, taxas e contribuições, sustentaram este país ou os cidadãos mais jovens a quem entregaremos o futuro de Portugal.
Todos temos direito aos benefícios do progresso e do desenvolvimento.
Nós, a população activa, temos uma dívida de gratidão para com os idosos deste país.

Foram eles, os que hoje estão reformados e aposentados, que pagaram as escolas onde estudámos gratuitamente, os hospitais onde nos tratámos sem taxas moderadoras; foram eles que pagaram as maternidades onde nasceram sem qualquer custo para as famílias alguns dos que agora os consideram apenas como um custo económico que é preciso reduzir ou eliminar.
O governo português tem de respeitar os pactos que os reformados e os aposentados celebraram com o estado e com a segurança social quando eram trabalhadores activos e garantir-lhes um fim de vida com dignidade.
Isso é não só uma exigência do princípio da protecção da confiança, mas também um critério de aferição de seriedade que ninguém tem o direito de violar - é também uma questão de honradez.
(…)”


NOTAS DE RODAPÉ

21 de Janeiro de 2013
Há 4,5 milhões de pobres em Portugal


12 Maio 2013
Depois de três horas de reunião do Conselho de Ministros, o encontro terminou há pouco com um acordo. “O CDS aceitou que excepcionalmente pudesse vir a ser considerada a introdução de uma contribuição de sustentabilidade sobre as pensões”, disse fonte oficial do governo.


Segundo os últimos números da Caixa Geral de Aposentações e da Segurança Social, os pensionistas mais ricos de Portugal acumulam prestações de todos os regimes contributivos, público e privado.




13 Maio 2013
O BCE empresta a 0,5% aos bancos, os bancos emprestam a 5,6 e 7% aos Estado português, que por sua vez empresta aos bancos com juros mais baixos do que os que está a pagar pela sua dívida. Toda a gente fica a ganhar. Menos o milhão e meio de portugueses no desemprego. Ou os 
empregados a perderem rendimento. Ou os pensionistas a serem espoliados


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sábado, 11 de maio de 2013

A PARÓQUIA CATÓLICA EM PORTUGAL


Quando o reino de Portugal foi fundado, o Papa, chefe supremo da Igreja Católica, congregava muitos poderes (desde o século V, como autoridade religiosa/política) e os réis cristãos deviam-lhe total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser respeitada pelos outros reinos cristãos tinha de ser declarada legal por ele.
Apesar de o rei Afonso VII ter legitimado Dom Afonso Henriques como rei de Portugal em 1143, o mesmo não aconteceu com o Papa.

Papa Alexandre III e Dom Afonso Henriques

Para o conseguir, Dom Afonso Henriques edificou diversos conventos, mandou construir sés, igrejas e deu privilégios e regalias aos mosteiros.
E em 1179, através de uma bula (decreto pontifício), o papa Alexandre III reconhece Portugal como País independente e soberano protegido pela Igreja Católica
O monarca português considerou-se vassalo da Santa Sé, obrigando-se por si e pelos seus descendentes, ao pagamento anual de uma determinada quantia de ouro, o censo.

O tratado de Zamora em 1143                  A bula papal 

O reino manteve, ao longo dos séculos, estreitas relações com a Igreja Católica Apostólica Romana.
Também a Constituição de 1822, estabelece, no artigo 126, que “O Rei antes de ser aclamado prestará perante as Cortes nas mãos do Presidente delas o seguinte juramento: Juro manter a Religião Católica Apostólica Romana; (…) “ ou ainda no artigo 135, que “ (…) Em completando catorze anos de idade, prestará em Cortes nas mãos do Presidente juramento de manter a Religião Católica Apostólica Romana(…).


Até ao Liberalismo, “freguesia” e “paróquia” são sinónimos.

Caricatura representando Dom Pedro IV e Dom Miguel, a disputar a coroa portuguesa

Com a reforma administrativa de 18 de Julho de 1835, surge a estrutura civil da Junta de Paróquia, embora os seus limites territoriais coincidissem, geralmente, com os das paróquias eclesiásticas que vinham desde a Idade Média. Em 1916 é estabelecida a diferença entre a estrutura civil (freguesia) e a estrutura eclesiástica (paróquia).

A Constituição actual consagra a liberdade de consciência, de religião e de culto (art.º 41); o enquadramento legal dessa liberdade encontra-se definido em dois documentos -  a Concordata assinada pelo Estado Português e a Santa Sé (em 2004) e a Lei da Liberdade Religiosa (de 2001). Por se tratar de um tratado internacional, o conteúdo da Concordata tem valor legal superior à Lei da Liberdade Religiosa, que é apenas uma lei da República.

O primeiro-ministro português, Durão Barroso e o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, assinaram a nova Concordata que passa a regular as relações do Estado português com a Igreja Católica


Mas a população portuguesa, devido à tradição e às circunstâncias históricas que o País teve e viveu no passado, é maioritariamente católica.

A Igreja Católica, talvez como nenhuma outra instituição em Portugal, tem séculos de história ininterrupta na formação e evolução da sociedade e da cultura portuguesas.
Por esse motivo, a maioria das localidades foi construída em volta de uma igreja tal como a grande parte dos feriados era dedicada a santos.


A história da igreja de S. Tiago dos Velhos está intimamente ligada à história da própria povoação. Segundo a tradição oral o pequeno templo terá sido mandado construir neste local, a pedido de Dona Teresa, mãe de Dom Afonso Henriques, como ponto de encontro e oração para os cavaleiros da Ordem dos Templários.


E, embora hoje uma freguesia seja uma instituição de carácter político e administrativo, exclusivamente subordinada aos poderes civis, a sua origem é, na maior parte dos casos, a paróquia católica. 


Paróquia, dentro da Igreja Católica Romana, significa a menor subdivisão geográfica da organização territorial da Igreja, onde território e população estão subordinados, do ponto de vista eclesiástico, a um pároco (ministro religioso).

Retábulo da Paróquia de S. Francisco de Assis, em Alfornelos 

Na minha Aldeia, que é freguesia, existem cinco construções de culto religioso.


A Igreja Matriz, situada no Largo da Igreja, dedicada a Nossa Senhora da Visitação, onde se celebra a missa dominical.
No interior, destacam-se os altares com retábulos de talha nacional e um arco triunfal de volta perfeito.



Capela do Senhor dos Aflitos (muito pequena), junto à entrada norte da ponte sobre o rio Noémi. Desconheço se tem dia ou dias para abrir.


Capela da Senhora do Desterro, na povoação anexa da Redondinha



Capela de Santo Amaro, no lugar abandonado de Santo Amaro do Cortêlho, muito visitada nos séculos XVII, XVIII e XIX.
A festa do padroeiro das doenças dos ossos celebra-se a 15 de Janeiro  com missa e procissão. 
Junto à capela encontram-se muitos ex-votos em madeira ou cera, deixados pelos veneradores para pagar promessas, agradecer uma graça alcançada ou milagres do quotidiano.



Capela (Ermida) da Senhora do Monte, a 2 km da Aldeia, no topo do monte mais alto, local de grande devoção para as populações circundantes.
Todos os anos no dia 15 de Agosto se festeja a mais importante Festa da Freguesia em honra de Nossa Senhora do Monte.

Inserindo a paróquia neste contexto, pela “idade” da povoação e de acordo com as circunstâncias históricas, sempre achei que a construção da igreja principal ou de alguma das capelas deveria evidenciar características próprias da época em que o foral foi dado aos seus habitantes. 
Todavia, a Ermida da Nossa Senhora do Monte, comparada, por ex.,  com a Igreja românica de S. Miguel do Castelo, mandada construir pelo Conde Dom Henrique, onde foi baptizado Dom Afonso Henriques em 1111, parece semelhante.

Igreja de S. Miguel

O primeiro povoamento da aldeia é muito remoto. Quando fizeram escavações no lugar das Termas do Cró, foram encontradas algumas moedas romanas da época de 200 d. C., que confirmam a antiguidade.

A mais antiga referência escrita ao topónimo Cerdeira (Cerzeira) na região é de 1229, data do primeiro foral de Castelo Mendo concedido por D. Sancho II. Na descrição dos limites do novo concelho, em terras conquistadas aos árabes em meados do século anterior, aparece designado o Cabeço da Cerdeira, entre Porto Mourisco e o Cabeço do Homem. 
As igrejas do novo concelho dependiam da diocese de Viseu.


Antigo claustro do Convento(séc. XII, estilo gótico primitivo)  
Vista geral da Igreja e do Convento restaurados

Em 1253, após o ordenamento e repovoamento da margem esquerda do rio Coa, na primeira metade do século XIII, Dom Afonso III concedeu foral à Cerdeira. 
Em 1264, o mesmo rei ordenou ao concelho de Castelo Mendo o respeito pela propriedade e pelas prerrogativas que o mosteiro de Santa Maria de Aguiar detinha na Cerdeira. Em 1279, ao contrário das restantes paróquias do concelho de Castelo Mendo, dependia desse mosteiro, em terras leonesas de Ribacôa até ao Tratado de Alcanices, e da diocese de Ciudad Rodrigo até 1403.
Seria portanto provável que, na segunda metade do século XIII, tal como a ponte românica de seis arcos redondos a atravessar o rio Noémi e o desaparecido reduto com atalaia ou torre de vigia que se situava na pequena colina sobranceira à aldeia e ao rio, na margem norte, tivesse havido também qualquer templo (a supra citada Ermida da Nossa Senhora do Monte ?).


 A ponte era, então, o único ponto permanente e seguro de passagem norte-sul, entre a Guarda e a fronteira e serviria também o caminho medieval que ligava Pinhel a Castelo Branco. 
A fortificação foi destruída durante as invasões francesas, no início do século XIX e as pedras, segundo a tradição oral local, foram utilizadas na construção das casas do outeiro, da torre do relógio, da antiga (minha) Escola Primária e da actual Igreja Matriz.


As atrocidades da 4.a invasão francesa em 1812 (sortida de Marmont)

Em 1770, a Cerdeira integrou a nova diocese de Pinhel que viria a fundir-se com a da Guarda, em 1882.

No âmbito e conteúdo do Arquivo (Arquivo Nacional da Torre do Tombo e outros) a documentação menciona bens situados nos lugares e termos de Castelo Mendo, de Castelo Rodrigo, da vila da Cerdeira e mais. Refere ainda a invasão francesa de 1814, o vigário geral de Viseu, a devastação da comunidade e do edifício do Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, etc. e a igreja da Cerdeira, donde se conclui que houve mesmo outra igreja anterior à actual.

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