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sexta-feira, 23 de maio de 2014

PAUSA


O termo pausa deriva do latim pausa “parada” e designa paragem ou interrupção momentânea de um acto.

Pausa para reflexões sobre… a pausa, quase sempre relacionada com “intervalo”. 
O intervalo que repousa, revigora, redireciona, reavalia, harmoniza, reabastece, faz a diferença.

- Quando estou na estrada errada e não sei como sair dela para encontrar o rumo certo, faço uma pausa.  
“Nas mais importantes encruzilhadas da vida, não existe sinalização." Ernest Hemingway





- É, na música, o sinal com que se indicam as interrupções. As pausas são usadas para mostrar períodos de silêncio num compasso.
Muitas vezes as notas não tocadas são as que têm mais importância numa peça musical.
Uma boa orquestra é aquela que executa bem as dinâmicas das pausas e das continuidades. Mesmo no silêncio da pausa a canção continua.
“Assim como há a notação das notas musicais temos também a notação das pausas musicais. Quando se vê um símbolo de pausa na pauta musical, tudo o que devemos fazer é reconhecer o valor desse símbolo e não tocar nada durante as batidas que ele representa”. Academia musical


- É especialmente explorada no teatro do silêncio
“Contribui de forma clara para a construção de um determinado carácter, provoca um efeito dramático específico, sublinha relações entre os vários elementos intervenientes ou cria uma determinada atmosfera, normalmente trágica”.
Conta entre os meios utilizados para comunicar uma determinada informação. Acontece, por exemplo, em Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett: " Oh minha filha, minha filha! (silêncio longo) Desgraçada filha, que ficas órfã!...órfã de pai e de mãe... (pausa) (...) " (Acto III, cena 1, Manuel).


- Faz parte da estrutura e unidade rítmicas e melódicas de qualquer composição poética.
Na lírica, corresponde à interrupção que assinala a conclusão de um período rítmico. Pode ser ligeira, mais ou menos longa ou total, conforme se trate do final do verso, da estrofe ou do poema.





- Em termos narrativos é uma questão temporal que se integra no capítulo dedicado à duração (Gérard Genette 1972).
Constitui uma interrupção no tempo da história, favorecendo o tempo do discurso.
De entre as quatro formas fulcrais do movimento narrativo - elipse, sumário, cena e pausa – a última corresponde à extrema lentidão, que ocorre quando o narrador interrompe o fluir do tempo da história para o intercalar com reflexões ou descrições. E o normal curso do tempo cronológico é retomado onde foi interrompido.


- No romance naturalista, assume um carácter descritivo, visto que se torna necessário traçar um fiel quadro da realidade.
Quando o narrador tem uma postura crítica e faz parar o tempo cronológico com as suas intervenções reflexivas (intrusões do narrador e de digressões), a pausa serve esse veicular de ideologias e de opiniões.
"Bem sei, pois, que é defeito; é, será... mas que adorável defeito! [...] / Em geral, as mulheres parecem ter no cabelo a mesma fé que tinha Sansão: o que nele se ia, em lhos cortando, cuidam elas que se lhes vai, em lhos desanelando? Talvez; eu não estou longe de o crer; canudo inflexível, mulher inflexível. [...] / Enfim, suspendamos, sem o terminar, o exame desta profunda e interessante questão. Fica adiada para um capítulo ad hoc, e voltemos à minha Joaninha." Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett
(Dicionário de Termos Literários de Carlos Ceia)


-A FIFA aprovou pausas para hidratação durante os jogos.
Em causa estão, sobretudo, as partidas agendadas para as 13 h brasileiras. Os árbitros terão instruções para interromper os jogos sempre que a temperatura supere os 32 graus e a taxa de humidade atinja os 85%. Mas o número de paragens será decidido caso a caso.
Estes descontos de tempo serão, essencialmente, pausas para hidratação, num país onde as temperaturas, naquela altura do ano, facilmente passam a barreira dos 30 graus. 



- Constitucional garante que não fez "pausa" à espera das europeias
O presidente do Tribunal Constitucional assegura que não há conclusões sobre as medidas do Orçamento contestadas pela oposição e que podem abrir buraco de mais de mil milhões. Decisão é esperada para meados de Junho.




- “Apenas do silêncio poderá brotar a palavra definitiva, perfeita e limpa         
A palavra final que te dirá tudo de uma vez, de uma só vez, de uma só e irremediável vez
Dessa palavra brotarão outras, ecos, reflexos, imparáveis, povoarão os recantos mais profundos, as terras mais longínquas, as montanhas mais altas
E quedar-se-ão mudas uma vez mais, sopros quietos na solidão universal 
Apenas do silêncio poderá brotar mais silêncio”
Em A pausa e o silêncio



- "Faça pausas breves para se alongar!"
Fazer pausa para um cigarro, café, pequenas conversas e ouvir música, favorece o relaxamento muscular, evita a fadiga e ajuda a retomar posteriormente o trabalho de forma mais enérgica.
Esta é uma das conclusões da tese de mestrado de Alexandra Pereira, revelada pelo jornal i, sobre as estratégias mais utilizadas por pessoas para aumentarem a produtividade em actividades que exigem longos períodos de concentração, muitas horas no local de trabalho, metas ambiciosas e ritmos intensos.

Seja qual for o trabalho, os períodos de pausa são uma parte essencial de rejuvenescimento. A vida torna-se muito menos complicada quando se regressa de férias


- Algumas mulheres optam por tomar a pílula anticoncepcional de forma contínua, sem pausa, outras já fazem uma interrupção.
A hipótese de engravidar poucos dias após a menstruação é maior nas adolescentes porque a ovulação em mulheres muito novas não acontece de forma regular.




- A vírgula tem o sentido de pausa na comunicação que se pretende efectuar. Se estivermos perante um texto normativo e pensarmos que o seu sentido pode ser totalmente alterado, de acordo com a pontuação usada, devemos optar por observar algumas regras básicas neste domínio.
Como em qualquer outro texto, na redacção normativa não se deve escrever uma vírgula entre sujeito e predicado; predicado e respectivos complementos; verbos com tempo verbal composto.


- O Presidente russo garantiu, quando falou pela primeira vez sobre a situação na Crimeia que só usará a força "em último recurso", mas uma intervenção armada "será sempre legítima".
Apesar das ameaças que ficaram a pairar, foi como se Putin, na sua primeira intervenção pública após a fuga do Presidente Viktor Ianukovich de Kiev, tivesse carregado no botão de "pausa" - mas ficou com o dedo no botão, pronto a reiniciar o jogo.

- Algumas vezes, o paciente queixa-se de tonturas e o problema pode estar relacionado com um bloqueio cardíaco! O bloqueio ocorre quando o impulso elétrico não consegue chegar onde deveria chegar e provoca pausas na pulsação cardíaca. As bradicardias graves, se não forem tratadas, podem ser fatais, provocando morte súbita.



- Com o recurso da "pausa coreografada", o desenho permite que as crianças assimilem novos conhecimentos em inglês.



- Manoel de Oliveira aos 100 anos, fazendo uma pausa.


- Juli G. Pausas, cientista no Centro de Investigaciones sobre Desertificación  ( CIDE , Valencia, Espanha) do Consejo Superior de Investigaciones Científicas  ( CSIC , o Conselho Nacional de Pesquisa espanhol).
A pesquisa incide na ecologia do fogo, a regeneração ecologia, atributos funcionais de plantas, evolução de traços de fogo, regeneração pós-fogo, vegetação mediterrânica, a dinâmica da vegetação e modelagem, os padrões de diversidade.
"Um mundo sem incêndios é como uma esfera, sem arredondamento, ou seja, não podemos imaginá-lo" (Pausas & Keeley 2009)  


- E depois de tantas pausas/ intervalos (“espaço entre duas estacas numa paliçada”), pode até surgir uma outra pausa “ao sabor das vagas” e fomentar uma história como a que conta A.
A. teve um colega que se apaixonou por uma advogada do escritório e que, embora tentassem evitar o contacto no local de trabalho, acabavam sempre por almoçar juntos e telefonar-se durante o dia.  As pausas ao longo das horas que passavam no escritório contribuíram para o desenvolvimento do romance.




- Bem, o toque do intervalo para o recreio acaba de soar. Podem saiar e vão lá fazer a vossa pausa.

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domingo, 11 de maio de 2014

A ALMA DO "NEGÓCIO"


Bem-aventurados os pobres de espírito (Ou os que têm um espírito de pobre; ou os “humildes de espírito”) - são as sucessivas traduções da primeira bem-aventurança.


“Pobres de espírito” corresponde à tradução mais antiga, tradicional e conhecida.
Espírito - Entre outros significa essência, finura, graça, humor, imaginação, inteligência, memória, mente, raciocínio, razão, sentido (Dicionário de Português Online).
Bem-aventurado - Feliz, muito feliz

Felicidade - Estado de quem é feliz, uma sensação de bem-estar e contentamento, que pode ocorrer por diversos motivos. A felicidade é um momento durável de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento.



Embora não literal, “humildes de espírito” é, talvez, a expressão mais precisa para se referir a uma qualidade moral e não a um comportamento social.
Os que têm um "espírito de pobre" certamente são humildes; eles sabem que a ajuda de que necessitam é espiritual, pois é nesse aspecto que está a sua pobreza. O verdadeiro humilde geralmente não sabe que o é; julga-a uma condição natural e são as pessoas que o rodeiam que acabam por descobrir.

Infelizmente, com o passar do tempo, a frase “pobres de espírito” foi perdendo por completo o seu significado original e acabou por ganhar um outro totalmente oposto ao sentido do Evangelho.
Hoje, estamos querendo dizer que se trata de uma pessoa fraca, tosca, insensível, de entendimento limitado, sem criatividade (pessoa simplória, ingénua, parva, tola - dicionário Aurélio);
Também em “humildes de espírito”, se o adjetivo "humilde" for usado isoladamente, poderá dar a ideia de alguém acanhado e tímido que não é capaz de expor as suas convicções nem fazer valer os seus princípios nas suas atitudes e postura perante a sociedade.


Ser “pobre” é um estado de espírito. (Pobre de espírito, pobre de humor, pobre de sensibilidade, pobre de educação).
Mike Todd


“O preconceito só existe em pessoas de espírito pobre, de pouco conhecimento e de mente pequena”.
Amanda Sanches

Preconceito - Repúdio demonstrado ou efetivado através de discriminação por grupos religiosos, pessoas, ideias; intolerância



São generalidades, “estados”, expressões e termos que me ocorreram como possíveis explicações para determinados comportamentos.


Será que a religião, pela sua própria natureza, torna o homem passivo?
A resignação à vontade de Deus significa aceitação da nossa sorte enquanto se aguardam melhores coisas?
“Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra”, estará a ser mal interpretado?
Serão os governantes todos preconceituosos?

É que não consigo compreender o porquê da passividade dos cidadãos portugueses perante a progressiva usurpação da riqueza nacional; o aumento dos problemas de Saúde, Educação e Segurança Pública; o empobrecimento consciente da população; os políticos, banqueiros e governantes corruptos e incompetentes; o entorpecimento da mente orquestrada pela informação; a “ementa” cada vez mais alargada aos caixotes do lixo; o lema de “todos por mim e eu por ninguém”…

Que povo é este que permite que os seus representantes políticos escolham e nomeiem criminosos para cargos importantes, que defende e condecora os seus gananciosos exploradores e que, quem sabe, não terá já até vergonha de ser honesto?

Teremos consciência de que a Europa está empenhada num processo de destruição da soberania e de diluição das identidades nacionais e no desmembramento de países para constituir pequenas regiões (euro-regiões, estruturas compostas por partes de países diferentes com programas autónomos de desenvolvimento e um nível considerável de autonomia em relação aos governos nacionais)?
Que países se salvarão a tempo e quais os que irão desaparecer do mapa do mundo, incorporados num único Estado europeu?
Não vislumbro nenhum político com coragem e vontade suficientes para se opor à destruição, na prática, da soberania do Estado Português.
Os partidos " tomaram conta do Estado e puseram o Estado ao seu serviço."



Os curdos são o maior povo sem país devido, em parte, às sucessivas mutilações no território curdo em função dos arranjos internacionais. 
Também os Chechenos, Bascos, Ciganos,  Palestinos, Tibetanos estão sem casa. Mas são rebeldes, não passivos...


Um exemplo comum entre muitos milhares, à margem do dia-a-dia da maior parte dos cidadãos, a contribuir para a "destruição":




Publicado em 04/05/2014
Jornalismo de Investigação: "Corrupção - A alma do negócio", é o nome da reportagem de António Cascais para a Televisão Pública Alemã sobre a história completa dos submarinos comprados à Alemanha, na altura em que Paulo Portas era Ministro da Defesa e Durão Barroso Primeiro-Ministro.

Trata-se de uma reportagem de verdadeiro jornalismo de investigação e que trás a público dados muito interessantes sobre o «negócio» efectuado pelo Estado português, envolvendo custos da ordem dos mil milhões de euros.
"São 43 minutos de informação detalhada e bem documentada" 
"No final deixa a informação de uma cláusula contratual que obriga a que a revisão dos submarinos seja anual, pelo preço de 5 milhões de €, pelo período de 30 anos, e feita nos estaleiros que construiu o submarino."


Ver reportagem completa 

Paulo Portas é outra vez ministro e Durão Barroso anda por aí a ver se ganha balanço para Belém".



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quarta-feira, 7 de maio de 2014

DOIS "PALCOS" ALGARVIOS



Nesta “varanda” da Luz, virada pró mar... 
A maresia salgada limpa a alma
Dispensam-se palavras, cheira a algas
Há looks de chapéus com abas grandes nas cabeças
De voz sedutora, as ondas esbarram na praia
Crianças brincam, mergulham, sujam-se e molham-se despreocupadas.
A dança da brisa ligeira inspira compositores de serenatas.
O céu azul, sem nuvens, prolonga-se pelo infinito do mar... azul transparente
Há pessoas que flutuam, outras nadam assim e assado
Os barcos ao longe desenham relevos na linha do horizonte
Os pés deixam sulcos na areia fina da maré vazante
Espetados na areia, guarda-sóis coloridos afastam os raios de sol 
Corpos amorfos, elegantes, usados, deambulam pela areia molhada
Alguns banhistas parecem ter trazido todo o seu mundo com eles
Há petizes que fogem das ondas que se aproximam
E máquinas fotográficas que fixam imagens de pessoas e lugares
"O céu, azul de luz quieta.
As ondas brandas a quebrar
Na praia lúcida e completa
Pontos de dedos a brincar…"
Fernando Pessoa in Cancioneiro

E nesta esplanada no topo da arriba, com uma abrangente vista panorâmica sobre a praia do Camilo, há peixe e marisco óptimos, muitos espanhóis e ingleses.
"Provavelmente, a minha praia preferida de sempre", escreve Guy F, do Canadá, sintetizando-a de uma forma rápida: "Sim, esta praia é pequena, mas o cenário é absolutamente fabuloso".



O acesso à praia faz-se pela estrada da Ponta da Piedade,  descendo uma "longa e renovada escadaria".
Porém, ao elogio, um morador de Lagos junta a crítica não menos importante, de que "não é a praia certa para passar um dia sossegado durante o Verão - fica cheia muito depressa na estação alta, tem muitos degraus para subir e descer, um parque de estacionamento limitado e pedras e rochas no mar. Além de que, para ir à casa de banho é preciso subir todos aqueles degraus!".

já agora, deixo a lista das "dez praias maravilhosamente únicas" assim hierarquizada pela Megaportal de viagens TripAdvisor: 
The Baths (1.ª - Virgin Gorda), Camilo (2.ª - Lagos, Portugal), Pfeiffer (3.ª - Califórnia, EUA), Maho (4.ª - St Maarten, Caraíbas), Glass Beach (5.ª - Califórnia), Los Dedos Playa Brava (6.ª - Punta del Este, Uruguai), Lagoa de Jokulsarlon (7.ª - Islândia), Playa de Gulpiyuri (8.ª - Astúrias, Espanha), Children's Pool (9.ª - Califórnia, EUA), Scala dei Turchi (10.ª - Realmonte, Itália).


terça-feira, 29 de abril de 2014

POEMA


"Ó mar salgado, quanto do teu sal ..."

"Esse país também é nosso" é o nome de um manifesto lançado por jovens emigrantes portugueses qualificados, que pretendem que "a realidade avassaladora da emigração" seja tema de debate nas eleições europeias.

O manifesto é assinado por uma jovem escritora, por arquitectos, economistas, investigadores e designers, entre outros, emigrados em vários países europeus, no Brasil e no Camboja.

Pela singeleza, autenticidade, relevância e expressividade, deixo aqui o poema de nostalgia de um deles:

Da minha pátria estou a partir
e de mágoa no peito vou...
coragem levo ao desconhecido
perante o que o coração cá deixou

Parto de lágrima sentida
apertada minha alma está
abraço forte dou a Portugal
e a tudo o que deixo cá

Despeço-me do mar e do campo
do promontório da minha infância
e dos amigos tão queridos
que não esqueço em nenhuma instância

E minha família tão amada
que tanto orgulho, quanta graça!
Querida avó cuida de mim
pois sem os meus a fé é escassa

E parto agora, adeus ó pátria
choro largando este abraço apertado
olhando para trás, ainda vos vejo...
a todos os que me amam: Obrigado!




Era vosso!
Agora já é quase integralmente da nova classe de assaltantes-políticos-homens-de-negócios, que se apoderou do poder legislativo, regulador, fiscalizador e de decisão para, com toda a liberdade e impunidade, passar a dispor do dinheiro público, do poder público, da economia, do país e dos cidadãos.

A promiscuidade entre os diferentes poderes, deputados e interesses privados, fez sumir a justiça, a esperança, as hipóteses e o futuro dos rejeitados (emigrantes, também) .
Quando voltarem, Portugal já não será o dos saudosos mas talvez aquele que a saudade no tempo fez parar.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

ANTES DA PRIVATIZAÇÃO DO AR...




Reportagem no Programa de TV alemão "ARD MONITOR”
No âmbito do envolvimento da Oikos com a campanha Right to Water, este filme apresenta algumas intenções da Comissão Europeia relacionadas com a privatização da água.Que quer transformar um bem comum, em objeto de especulação das multinacionais…
 Uma operação da União Europeia que começou a ser experimentada em Paços de Ferreira 

Em Abril de 2005, realizou-se em Fribourg, Suíça, um evento ecuménico com representantes da Igreja Católica e de Igrejas Evangélicas da Suíça e do Brasil onde assinaram uma declaração ecuménica sobre a "Água como direito humano e bem público"
"O direito a uma alimentação adequada" é definido pela ONU, tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, como no "Pacto Internacional de direitos económicos, sociais e culturais", em 1966.

A existência do ser humano, por si só, garante-lhe o direito de consumir água ou ar. O direito à vida antecede os outros direitos.

“A água é um bem fundamental para a vida. Sem água não há vida. Ter acesso ou não ter acesso à água, significa decidir sobre a vida e a morte do povo. Por causa da vida, a água é um bem comum, que não pode nem deve ser privatizado”.
Mas agora, sem qualquer explicação, cada vez se fecham mais fontes públicas, consideradas de água imprópria para beber...

Água, um direito humano ou um negócio bilionário? 

Bruxelas já decidiu - no futuro, a água deverá pertencer às empresas e não ao ser humano.

E o capitalismo também.


O atual presidente e ex- CEO da NestléBrabeck,  o maior produtor de alimentos do mundo, diz que “o acesso à água não é um direito público” nem um direito humano e que a resposta para as questões globais da água é a privatização.
Então se a privatização é a resposta, é esta a empresa na qual a sociedade deve confiar?
Pois é... se a comunidade tiver água potável canalizada, a Nestlé deixará de ter o seu lucrativo mercado de água engarrafada da marca Pure Life!

No vídeo em baixo, de há vários anos atrás, Brabeck discute os seus pontos de vista sobre a água, assim como alguns comentários interessantes sobre sua “cruel” visão da natureza e, claro, a declaração obrigatória de que “o alimento orgânico é ruim e o geneticamente modificado é óptimo”.
E se alguém tiver opiniões opostas às dele, é essencialmente um extremista!

Nestlé CEO (Bilderberger) Peter Brabeck - GMO Promotor & ...

Os países em crise, tais como Portugal e Grécia, precisam de dinheiro. Desta forma, a Tróica em Bruxelas, força-os secretamente a venderem o seu abastecimento de água.

No anexo dos contractos da Tróica, lê-se: «Em Portugal, a privatização da companhia de águas públicas "Águas de Portugal" deverá ser promovida»


A estação de tratamento de água do Ferreira insere-se no Complexo do Ferreira, composto por um conjunto de infraestruturas anteriormente exploradas pelo município de Paços de Ferreira. 

«Os contratos de concessão de água a privados em Barcelos, Paços de Ferreira e Marco de Canavezes mostram as consequências terríveis da privatização do sector - os consumidores pagam mais e os privados lucram com a água que é de todos. E até recebem pela água que não sai da torneira - se o consumo baixar, o contribuinte paga a diferença.
Desde a concessão da rede pública de água e saneamento, em 2004, a população de Paços de Ferreira paga a água mais cara do país.
Em 2009, o preço já era17 vezes mais cara que noutros locais - lucro garantido durante 35 anos à empresa privada!


 AGS - Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA
José Seixas de Queiroz Vaz Guedes - Presidente Somague Ambiente

A população, no dia  6 de Novembro saiu à rua para protestar contra o assalto a que estão sujeitos todos os meses. Sofreram 400% de aumento de preço em poucos anos e, a seguir, aumentos anuais de 6%, constata Dr. Humberto Brito
Mas, para além disso, um movimento de protesto denunciou que a AGS/ Somague lançou "milhares de processos de contraordenação contra cidadãos de Paços de Ferreira com a ameaça do pagamento de coimas para que se liguem à rede pública de água e saneamento, obrigando-os a pagar uma taxa de disponibilidade ilegal e a água mais cara de Portugal". Muitos munícipes foram confrontados com processos de execução e penhora em que as custas judiciais são muito superiores ao valor em dívida.
Já mesmo depois de rebentar o escândalo em Barcelos e Paços de Ferreira, autarcas do PSD, PS e CDS da região de Aveiro decidiram entregar a captação das águas da região ao mesmo grupo e com as mesmas condições ruinosas para os munícipes, sem concurso público, por mais dez anos»


Por que decide a UE contra a vontade da população europeia? 

Em 2000, o Banco Mundial forçou a Bolívia a privatizar a água pública depois de ter feito um ensaio em Cochabamba, a terceira maior cidade do país .
O contrato incluiu a expropriação de poços construídos pela comunidade e até proibiu a utilização da água da chuva. Os preços aumentaram entre 50 e 300% da noite para o dia, sem que houvesse sequer melhora nos serviços ou ampliação da área de cobertura para as zonas mais pobres.
As manifestações da população foram reprimidas com muita violência pela polícia e pelos militares e o presidente boliviano impôs mesmo o estado de sítio.
Mas o governo acabou por ceder à pressão popular, desistiu da privatização e anulou o contrato de concessão de serviço público, firmado com a Aguas del Tunari (um consórcio criado por capitais dos EUA, Itália, Espanha e Bolívia) que deveria vigorar por quarenta anos!


Esta vitória demonstrou, que é possível opor-se às privatizações forçadas pelo banco mundial e empresas multinacionais.

Vídeo apavorante sobre a Guerra da Água em Cochabamba

Porque usa o Banco Mundial e o FMI, a mesma estratégia?


"Porque são todos máscaras intercambiais de um só sistema de governo".

Quem o diz é Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, despedido (Larry Sammers ordenou uma excomunhão pública) do Banco Mundial em 1999 por ter expressado um ligeiro desacordo diante da globalização do estilo do Banco, em entrevista exclusiva para o London Observer e Newsnight da BBC de Londres, por Greg Palast.


Joseph Stiglitz                                Greg Palast

Stiglitz ajudou-nos a traduzir um escrito em "burocratês", intitulado "Estratégia de Assistência do País", diz Greg Palast.
Segundo Stiglitz, as "investigações" dos funcionários do Banco Mundial, consiste em inspecções cuidadosas aos hotéis de cinco estrelas da nação. E, num encontro com algum ministro da economia de menos sucesso ou mais necessitado, entregam-lhe um "acordo de reestruturação" preparado de antemão para assinatura "voluntária".




A economia de cada nação é analisada individualmente e, em seguida, o Banco entrega a cada ministro o mesmo programa de 4 PASSOS:

PASSO 1 do PLANO
- A Privatização ( Stiglitz diz poder chamar-se com mais precisão "subornação"). 
Os lideres nacionais, em vez de se oporem à venda das indústrias nacionais, liquidam alegremente as empresas de electicidade e água, usando como desculpa as exigências do FMI.
"Podia ver como se lhes abrem os olhos" ante a possibilidade de uma comissão de 10%, pagas em contas suíças, pelo simples feito de haver baixado "uns quantos milhares de milhões" do preço da venda dos bens nacionais".

PASSO 2 do PLANO
- A Liberação do Mercado de Capitais.
Depois da "subornação" - sempre a mesma receita do FMI/Banco Mundial - é A Liberação do Mercado de Capitais.
Na teoria, a desregulamentação do mercado de capitais permite que a inversão de capital entre e saia. Infelizmente, como aconteceu na Indonésia, no Brasil, na Grécia e em Portugal, o dinheiro apenas saiu e saiu.
As reservas de uma nação podem ser esvaziadas em questão de dias ou horas.


PASSO 3 do PLANO
- Preços regulados pelo Mercado
Na etapa 2, o FMI empurra a exausta nação em direção ao Passo Três - a regulação de preços pelo Mercado, um termo sofisticado para fazer subir os preços da comida, água e gás de cozinha

- Previsivelmente isto dá lugar a um PASSO Três e Meio, a que Stiglitz chama de “Distúrbios do FMI.”
E quando isto acontece, o FMI insiste em que estas nações subam as taxas de juros para 30, 50 e 80% a fim de seduzir os especuladores a regressem com os fundos da nação.
Os distúrbios do FMI são dolorosamente previsíveis. Quando uma nação "cai em desgraça", o FMI aproveita e espreme-a até a última gota.
Quando os bancos necessitam ser resgatados, a intervenção no mercado é "bem-vinda"Há sempre um só ganhador - os bancos ocidentais e o Tesouro dos USA.

PASSO 4 do PLANO
- O Livre Comércio
Ou ao que o FMI e o Banco Mundial chamam a sua "estratégia de redução da pobreza”(de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio e do Banco Mundial, claro...)
É aqui, diz o economista, onde a NOVA ORDEM MUNDIAL tem "condenado a gente à morte" impondo tarifas e impostos impossíveis de pagar
"Para eles não importa que a gente viva ou morra"...
Os Programas de Redução da Pobreza "sabotam a democracia" e não funcionam.


Os governos corruptos (existem outros?) não são mais que simples marionetas nos planos da tentativa da criação de uma nova ordem mundial.


Para quem quiser saber mais sobre o simples/complexo esquema que GOVERNA o mundo, pode ler na íntergra a interessante e esclarecedora entrevista "Renegado do Banco Mundial abre o jogo” em anexodajangadatijuca.blogspot.pt

Greg Palast
Nasceu nos EUA em 1952, vive na Inglaterra e é jornalista da BBC e do jornal britânico The Observer, depois de ter sido, durante duas décadas, investigador de topo de fraude corporativa.
Repórter premiado, é o autor de Billionaires and Ballot Bandits, Vultures' Picnic e do New York Times best-sellers, Armed Madhouse e The Best Democracy Money Can Buy.
Dirigiu o maior caso de fraude do governo dos EUA, conduziu a investigação de acusações de fraude no aterro Exxon Valdez, fez o documentário da BBC sobre a fortuna da família de Bush, etc. Mas, sobretudo, tornou-se "fanático por documentos - especialmente os assinalados com " secreto e confidencial " do FBI, o Banco Mundial, o Departamento de Estado dos EUA e de outras operações “à porta fechada” do governo e da indústria.

Em 2007 começou a publicar uma série de investigações sobre os "Fundos Abutre” - Em busca dos Porcos do Petróleo, Piratas da Energia e Carnívoros da Alta Finança, Bebedores de ouzo, cuspidores de azeitonas- ou como a Goldman saqueou a Grécia, Em busca da verdade por trás do desastre da BP




Uma biografia fascinante! 
Acredito que poderá vir a ser um dos meus "heróis".

E Greg Palast neste contexto porquê?
Exactamente, pelas investigações feitas e descritas nos "Fundos Abutre”
Estes fundos, um património privado, são como abutres que circulam esperando pacientemente que uma empresa entre em dificuldades para, em troca de uma “ajuda” a preços ínfimos, obterem um retorno elevado acrescido de juros, que compram títulos de investimentos ou acções em falência e dívida dos países pobres instaurando-lhes processos em tribunais para recuperar os fundos, muitas vezes em detrimento da ajuda e alívio da dívida.


Palast com o ministro grego Theodoros Pangalos.
Julho 2013
"Chateei o ministro grego que chamo de gordo canalha"

«(…) achava que seria impossível na Grécia: crianças procurando latas de comida no lixo da escola; jovens necessitados pedindo sobras para os colegas; e um garoto de 11 anos, Pantelis Petrakis, se curvando de dor por causa da fome»
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