Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 4 de março de 2020

A DOENÇA DO SÉCULO



A doença do século não é a depressão, nem a ansiedade, nem o stress, nem as fobias, nem o pânico, nem qualquer outra doença psicossomática, mas sim, é a ausência de maturidade emocional para lidar com as frustrações, com os medos, com as faltas, com as tragédias, com as incertezas, com as inseguranças e com os dissabores que a existência traz para nós”. Prof. Nédi

Uma pessoa emocionalmente madura é aquela que possui capacidade de lidar com as frustrações inevitáveis da vida, livrando-se rapidamente das tristezas por elas provocadas. Dr. Flávio Gikovate, médico-psiquiatra 



Se os aspectos emocionais, anímicos ou intelectuais estão em conflito não contribuem para a estabilidade na personalidade ou do bem estar da condição humana num constante processo de desenvolvimento e crescimento de modo a proporcionarem uma vivência de plenitude, prazer e felicidade.
Dizer o que se sente, não só alivia o mal-estar como permite uma boa higiene emocional; a habilidade na comunicação emocional facilita a convivência, ajuda a impor limites quando necessário e fortalece a saúde psicológica.


Franz Kafka centrou a sua obra (uma das mais influentes do mundo literário do século XX). no homem solitário moderno, refém de uma vida absurda.
No seu livro "O Processo",  descreve a situação de um cidadão a quem foi instaurado um processo sem ter conhecimento do crime. A estranha forma de justiça levou-o a envolver-se com advogados experientes e influentes, repartições engenhosas, pedidos e requerimentos que "não atam nem desatam" mas que dão origem a desvario/insanidade.

Franz Kafka

Experiências decorrentes de atitudes imaturas, com o tempo e o amadurecimento do Ser, produzem a sensação de ter fracassado nos compromissos assumidos espiritualmente, arrependimento e sensação de culpa. Esta situação é capaz de perturbar a organização energética do aerossoma (invólucro não palpável que, segundo os espíritas, une o espírito ao corpo) podendo gerar uma predisposição orgânica para a depressão.

A depressão é uma doença psiquiátrica crónica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa auto estima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite. 
É uma disfunção da mente e do corpo ; um "estado específico em que não é visível nenhum tipo de sentimentos, nem alegria, nem raiva. É como se se estivesse morto por dentro". Ulrich Hegerl, presidente da direcção da Aliança Europeia Contra a Depressão
Os problemas de concentração e de memória levam as pessoas a pensar que têm Alzheimer.

Tipos de pensamentos das pessoas com depressão

Tem-se destacado nos problemas de saúde pública desde a década de 90, não  porque haja maior incidência mas porque se diminuiu o estigma e o preconceito em relação à saúde mental. A pessoa conversa mais sobre o assunto e  procura tratamento; as prescrições de medicamentos antidepressivos aumentaram assim como os artigos sobre o tema nos meios de comunicação e literatura científica. Estima-se que em 2020 venha a ser a segunda maior causa de incapacidade, depois das doenças cardíacas por isquemia (Wenceslau & Ortega, 2015) e que, em 2030, se torne a doença mais comum no mundo, afectando mais de 350 milhões de pessoas (OMS)

O esforço que tem sido feito para compreender o fenómeno contemporâneo da depressão justifica-se, sobretudo, pelo alto nível de sofrimento que o transtorno tem causado ao ser humano, principalmente na cultura ocidental, marcada pela égide do individualismo (Lipovetsky, 2005; Kehi, 2009; Perrusi, 2015)   
Depois, a depressão é a patologia mais associada ao suicídio (Teng & Pampanelli, 2015).



Robin Williams

Um actor que vivia para a sua arte e a cuja carreira dedicou 35 anos, foi dominado  pelo sentimento de ter chegado ao fim. Depois dos 60 não sabia fazer outra coisa - a  autopsia revelou que Williams sofria uma demência incurável com tendência para se manifestar de forma agressiva no cérebro com risco de suicídio.  Terá dito, em lágrimas,  a pessoas próximas, que se achava incapaz de fazer voltar  o seu público a rir 
“Não posso. Não sei como ser engraçado”. 
Foi-se isolando de tudo. Os convites que recebia afligiam-no e passou a rejeitá-los. 
“É hora de ir embora” 
- “Acabei com tudo” 

"Apesar da felicidade que trouxe àqueles que o conheceram pessoalmente e aos que assistiram às suas comédias, Williams foi um homem torturado. O intérprete de Uma Babá Quase Perfeita sempre tentou esconder uma infância infeliz. Williams foi uma criança criada na opulência, mas com um pai ausente, grande executivo da empresa Ford, e uma mãe ex-modelo a quem em mais de uma ocasião descreveu como viciada na moda"  El Pais

 A depressão é a maior causa de suicídios em todo o mundo

Sem comentários:

Enviar um comentário