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sábado, 8 de março de 2014

OITO DE MARÇO - DIA DA MULHER





Sempre achei que a existência de um dia para comemorar as mulheres continuaria a ser discriminatório, apesar de recordar a longa luta pelo reconhecimento dos seus direitos.
Porque não um Dia Internacional do Homem? Há-de haver um qualquer motivo que o justifique!
E não é que há mesmo? Descobri agora na Wiquipédia. 
Celebra-se a 19 de Novembro, desde 1999 e tenho quase a certeza de que a maioria dos homens também desconhece. Como por ex., o idiota e presunçoso que fez este comentário:
- "A diferença, cara menina, é que o dia internacional do homem seria imediatamente rejeitado. O homem é a medida de todas as coisas"
Homem


 A ideia foi do Dr. Jerome Teelucksingh em Trinidad e Tobago e as comemorações são apoiadas pela ONU e por vários grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, África e Ásia.
Tem como objectivo combater o sexismo e, simultaneamente, comemorar conquistas e contribuições na comunidade, nas famílias, no casamento e na formação dos filhos.

Pois se o homem e a mulher são iguais enquanto pessoas e complementares enquanto homem e mulher, embora com características anatómicas e comportamentais diferentes (mas não superiores ou inferiores), faz todo o sentido.
Muitos ainda defendem que o homem apareceu primeiro e a mulher depois, duma parte dele (costela). Logo…
Bem, de acordo com o Biologia, se seis semanas após a concepção o cromossoma Y não desencadear uma determinada proteína, será gerado automaticamente um feto feminino (Pinel, 2005) … Ironia?

Certo, é que a mulher vivia uma condição legal limitada e sem direitos políticos devido à supremacia masculina baseada, também, na dita interpretação bíblica.

As primeiras obras de caráter feminista surgiram no século XVIII - Mary Wollstonecraft, autora do livro "Em Defesa dos Direitos das Mulheres" 1792, entre outras.



Com a Revolução Francesa em 1789, as mulheres passaram a actuar na sociedade de forma mais significativa, reivindicando melhoria nas condições de vida e de trabalho, maior participação política, acesso à instrução e à igualdade de direitos entre os sexos.

Em 1897, a educadora britânica Millicent Fawcett, deu início ao movimento sufragista com a fundação da União Nacional pelo Sufrágio Feminino, no contexto da urbanização e industrialização do século XIX. 
E o primeiro país a reconhecer o direito de voto às mulheres foi a Nova Zelândia, em 1893

A Revolução Industrial aumentou significativamente o número de mulheres empregadas nas fábricas, mas com salários muito mais baixos do que os homens. A partir desse momento o feminismo fortificou-se como um aliado do movimento operário, em busca de melhorias trabalhistas

Para a conquista dos direitos das mulheres contribuíram as greves de 1857 e 1911 em New York.
Em 1917 com a entrada da Rússia na 1ª Guerra Mundial, as mulheres russas também fortaleceram os protestos nas ruas contra a fome e os baixos salários.
Segundo a versão mais conhecida, a data do Dia Internacional da Mulher é uma homenagem às 129 operárias que teriam sido queimadas vivas em 1857 num incêndio ocorrido numa fábrica têxtil de New York, Estados Unidos.

                          EUA -1910                          Março de 1911 - morreram 147 trabalhadores

Operárias russas, 1917

Porém, em 1982 as pesquisadoras francesas Liliane Kandel e Françoise Picq assim como a canadiana Renée Côté, demonstraram que a famosa greve feminina de 1857 nunca existiu. É um mito que terá surgido na confusão das greves de 1910, de 1911 nos EUA (morreram 146 pessoas -mais de 100 mulheres - num incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company) e de 1917 na Rússia, por motivos históricos políticos, ideológicos e psicológicos.

Existe um boletim de 1966 que apareceu em Berlim, na ainda República Democrática Alemã onde se fixou a data do 8 de março, devido a esta greve.


O dia 8 de Março foi proposto pela activista alemã Clara Zetkin durante a II Conferência Internacional das Mulheres, realizada na Dinamarca em 1910. 

De então para cá o movimento, oficializado em 1977 pela ONU como “Dia Internacional da Mulher, tem tomado forma tanto em Portugal como no resto do mundo e é um marco na história contemporânea que reafirma todas as metas alcançadas pelas mulheres ao longo dos anos.

Destaco apenas mais algumas das muitas mulheres que lutaram pelo reconhecimento dos seus direitos:


- Marie Gouze (1748-1793), filha de um açougueiro do Sul da França, que adoptou o nome de Olympe de Gouges para assinar panfletos e petições em várias frentes de luta, inclusive pelo fim da escravidão.
Marie Gouze opou-se abertamente a Robespierre. Denunciada como uma mulher “desnaturada”, foi guilhotinada em 1793

- Zoya Kosmodemyanskaya (“Tanya”), voluntária numa unidade partizan (guerrilheira) de inteligência da Frente Ocidental, no advento da II Guerra Mundial. Tinha como serviço actuar atrás das linhas inimigas, os alemães, e era-lhe exigido saber saltar de para-quedas, actividade de muito risco naquela época.



"Tanya", frente à forca, vestida em trapos e com uma placa pendurada ao pescoço, fez um discurso apelando aos soldados alemães que se entregassem porque a “União Soviética é invencível e não será vencida”, ” Atrás de mim, camaradas virão”
Depois o corpo foi colocado na neve, esquartejado, fotografado e abandonado durante semanas para exposição.

(As mulheres que não existem)

- Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda em Abril de 1878, onde frequentou Liceu. Em 1902 formou-se em medicina, em Lisboa e tornou-se a primeira médica portuguesa a operar no Hospital de São José. Casou com o primo e activista republicano, Januário Barreto e destacou-se como militante da Liga Republicana das Mulheres, foi fundadora e presidente da Associação de Propaganda Feminista e distinguiu-se como militante da Liga Republicana das Mulheres.
O seu voto para as eleições da Assembleia Constituinte, em 28 de Maio de 1911, resultou do facto de ter invocando em tribunal o direito de ser considerada a “chefe de família”, tornando-se a assim primeira mulher a votar no país.
Porém, para evitar que o exemplo pudesse ser repetido, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar…

- Em quem votaria hoje, Carolina?`

Da esquerda à direita, todos os partidos são corruptos e ninguém prescinde de regalias.
De acordo com a lei do Financiamento dos Partidos Políticos e das Campanhas Eleitorais - Lei n.º 19/2003, as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 287/2003, a Declaração de Rectificação nº 4/2004, mais a Lei nº 64-A/2008 e a Lei nº 55/2010, cada voto expresso vale para os partidos políticos 1/135 do salário mínimo nacional por cada ano de legislatura (4). Mesmo no caso dos votos em branco ou nulos. Depois, esse valor é distribuído por todos os partidos concorrentes às eleições.
Portanto só a abstenção é que não lhes dá qualquer quantia.

Será que valeu a pena?



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quinta-feira, 6 de março de 2014

NOVELA INTRIGANTE DE UM FADÁRIO


Actualmente, são tantos os portugueses em lugares de topo na Europa e no mundo, premiados por instituições políticas e financeiras internacionais, que suscitam a curiosidade do porquê.

E passo a arrolar:


- Portugueses no European Ideas Network

João de Deus PinheiroJosé Silva Peneda, actuais Deputados europeus do
PSD e Arlindo Cunha ex-Eurodeputado integraram o painel de oradores das jornadas de reflexão do”European Ideas Network”, o Think Tank oficial do Partido Popular Europeu, a maior família política do Parlamento Europeu (PE).

Deputados europeus e nacionais, Primeiros-Ministros e outros membros de Governos do PPE, estiveram reunidos em Fiuggi, Itália, para debater o futuro do Mundo e da Europa sob o tema “The World in 2025: The Place for Values in an Uncertain World”.


- Vitor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e José Luís Arnaut são três ex-governantes com cargos em organismos internacionais


Vítor Gaspar foi nomeado diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a área dos assuntos orçamentais, informa a instituição de Washington, com o apoio de Portugal e da Alemanha. O ex-ministro das Finanças começa a trabalhar nestas funções no início de Junho.
Vítor Gaspar substitui Carlo Cottarelli (saiu do Fundo para integrar o Governo italiano) à frente do poderoso departamento dos assuntos orçamentais e é amplamente elogiado por Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, em comunicado de imprensa:
- "Gaspar traz consigo credenciais de gestão impressionantes e um currículo formidável em termos de experiência em políticas públicas a nível Europeu e nacional".
No mesmo documento afirma também que, tanto ela como a equipa estão "desejosos" de trabalhar com Vítor Gaspar, sobretudo, nas áreas de finanças públicas e aconselhamento sobre assuntos fiscais aos países-membros do FMI.

 Álvaro Santos Pereira irá integrar o Countries Council da OCDE.
O ex-ministro da Economia respondeu a um anúncio online de um alto cargo na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, tendo sido já escolhido para a direção do departamento de Countries Studies. 
Segundo o semanário Sol, Santos Pereira será, a partir de Abril, o economista número dois da OCDE, passando a assumir o cargo de interlocutor dos ministros das Finanças e Economia dos países-membros.
O próprio assegura que a escolha foi feita “por mérito” e não por nomeação. Submeteu a sua candidatura no passado mês de Agosto, sujeitando-se, depois, a provas de avaliação cujos resultados lhe foram comunicados no fim Dezembro.

José Luís Arnaut foi nomeado para o conselho consultivo internacional da Goldman Sachs.
Vai integrar um grupo de 18 membros presidido por Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial.
Em comunicado, Zoellick refere que José Luís Arnaut “traz elevados conhecimentos e experiência” sobre Portugal, bem como a Europa, Médio Oriente e África. “É excelente” para o conselho consultivo internacional do Goldman Sachs. 
O “Expresso” adianta que Arnaut é o primeiro português a assumir este cargo substituindo Mario Monti, ex-primeiro-ministro italiano; que sob a sua “alçada” ficará o mercado do sul da Europa, países do Médio-Oriente, a África francófona e ainda Angola e Moçambique; que já teve um papel no Goldman, na oferta pública de venda dos CTT, com o banco a ficar com 4,998% do capital; que a firma CMS Rui Pena & Arnaut (RPA), representou os interesses de bancos como o Goldman Sachs e o JPMorgan nas negociações dos swaps com o Estado.

- Antigo governador do Banco de Portugal poderá vir a ser o presidente do organismo que vai fazer a supervisão dos bancos na Zona Euro.
O economista Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo governador do Banco de Portugal, é apontado para a presidência da União Bancária, de acordo com o diário económico alemão Hadelsblatt.

- O Presidente da Comissão Europeia tem o cargo com mais poder na União. Como chefe da Comissão Europeia, é responsável pela atribuição de pelouros aos seus membros, podendo alterá-los ou demiti-los, se necessário. Ele determina a agenda política da Comissão e todas as propostas legislativas que produz.
Português, José Manuel Durão Barroso, tomou posse em 23 de novembro de 2004, recandidatou-se ao cargo em 2009 e foi novamente eleito. Tem um mandato até o final de 2014.

Com estes (e muitos outros) portugueses em lugares de influência na Europa e no Mundo e tantos fundos comunitários ao longo das últimas três décadas, não poderia, Portugal, ser um País diferente e desenvolvido?

Talvez. Mas não é! 

E digo talvez porque é evidente a constante prática de desonestidade intelectual na maioria dos diversos eleitos. Porque existe a ideologia cega de alguns psicopatas sociais, que não conhecem sentimentos e repetem erros.
Será que as tão apreciadas capacidades só resultam quando em proveito do que não faz parte do País?
Quase parece haver um cada vez maior número de estrangeiros-do-interior” e de Miguéis de Vasconcelos do séc. XXI, apostados num  programa de empobrecimento de Portugal e que preferem vendê-lo a troco de recompensa em instituições de âmbito internacional.
… A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. 
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)
Continuando a "desenrolar" cargos, atitudes e medidas efectuadas por algumas das personagens acima referenciadas...

O que acontece a quem tenta defender os interesses do País?

Álvaro Santos Pereira foi despedido... do Governo mas não regressou à Universidade Simon Fraser, em Vancouver, Canadá. Optou por ficar de licença sabática, acompanhar de perto o trabalho do seu sucessor e continuar a investigação de alguns projectos que tinha em curso.


Frases do ex-ministro:
"Na Europa está toda a gente preocupada com a Tesouraria, com o curto prazo e ninguém com o longo prazo".
"Neste momento só importam os ministros das Finanças, as reuniões do Eurogrupo e do Ecofin".
“Quando só há ministros das finanças é o primeiro passo para tudo correr mal"
"A austeridade cega ano após ano pode levar a ditaduras na Europa"
"É fundamental que nenhum país renegoceie a sua dívida isoladamente, porque teria consequências draconianas",
E não foi só na América Latina que houve um reescalonamento da dívida, também nos anos 50 do século passado isso aconteceu na República Federal Alemã, que saiu da II Guerra Mundial muito endividada. 
Na altura, "a Europa e os Estados Unidos não viraram as costas à Alemanha. É importante que agora a Alemanha também não vire as costas aos países europeus mais endividados". 
"A Europa não vai ter crescimento sustentado e duradouro sem resolver o problema da dívida".
Apelidando a dívida de "elefante na sala na Europa, de que ninguém fala",  frisa que é preciso uma solução europeia para este problema, que "não se vai resolver só com austeridade".

Tentando compreender a lógica de Vitor Gaspar, como destruiu o país em apenas dois anos e o que mais nos espera a partir de agora, como responsável pela implementação da reforma do Estado...

Está garantido que o FMI e os restantes membros da troika farão, em Portugal, uma monitorização muito apertada do desenvolvimento das políticas públicas - e outras - até que o empréstimo fique saldado em 2042, ou mais tarde.
Mas neste ano e no próximo, será Gaspar que se encarregará de “comandar” o Governo português para que, após o programa de intervenção no ano pós-troika, possa continuar a ser totalmente guiado e aconselhado pelo FMI, pelo BCE e pela Comissão Europeia.
A questão de me encarar como o quarto elemento da troika é simplesmente insultuosa - Vítor Gaspar, em entrevista ao Público.
Na óptica do economista Pedro Lains, o passado de Gaspar no Banco Central Europeu e no Banco de Portugal, dificulta o êxito político.
- “Há toda uma filosofia contra a política, que é boa quando estão nos bancos centrais, para vigiar e fiscalizar os erros dos governantes. Mas não é boa para governar. Não deviam ir para a política."




Sandro Mendonça, professor do ISCTE, sublinha que “as cabeças formatadas como a de Vitor Gaspar e as das elites dos bancos centrais europeus pensam como Friedman, Nobel da Economia: “não é por não teres razão, que não podes fazer a previsão”
O que estas pessoas querem saber é como, acertando o passo a certas variáveis, se vão comportar as restantes. Chamam a isto calibrar o modelo. Se não bater certo, volta-se a calibrar.


Samuelson, economista, refere-se a eles como " pessoas que aprenderam a usar um martelo e estão a utilizá-lo até para lavar vidros."







Louçã transporta as políticas do Governo para outro patamar:
"Ideologia é o Milton Friedman, que publicou livros. Quando se vai para o poder, já não é ideologia, é luta de classes, nua e crua, é gangsterismo financeiro. 
No caso da TSU, não é mais do que roubar aos pobres para dar aos ricos, é uma medida socialmente orientada para proteger o capital."

Talvez seja por isso que a receita da troika é igual na Irlanda, na Grécia e em Portugal, sem qualquer adaptação às realidades locais


António Ribeiro, no livro O Diário Secreto de Vítor Gaspar, diz encontrar tudo o que sempre quis saber sobre o famoso Excel do ministro das Finanças  
- «Um programa onde os números são todos alemães! Números frios e secos e que, ao contrário dos números portugueses, não esticam… só apertam!
- Um homem com uma profunda admiração por tudo o que é alemão, dos números aos robots de cozinha, dos ministros à chanceler Merkel. E para que não restem dúvidas sobre essa sua paixão pela grande Alemanha, garante, "eu não me ajoelho aos interesses alemães… rastejo"»
- O homem que transformou dez milhões de portugueses em pobres mas honestos pagadores de impostos, taxas, coimas e sobretaxas.
São páginas inéditas e reveladoras onde se mostra o que Vítor Gaspar sente pelos portugueses (nada) e o que pensa sobre o futuro de Portugal (nada).
- Vítor Gaspar não pensa. Age. O verdadeiro primeiro-ministro de Portugal não tem tempo a perder, na sua corrida pelo regresso aos mercados. 
- O mais alemão de todos os latinos é também uma espécie de ministro-robot de cozinha. Com uma rapidez espantosa, tritura a Oposição, amassa a Coligação PSD-CDS/PP, põe em banho-maria o Senhor Presidente da República e reduz a picadinho o Estado Social.»

Arnaut, Constâncio e Barroso serão os protagonistas da próximo enredo desta novela real...

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A QUIMERA



Querer bem - benevolência - e fazer bem - beneficência -, pertencem com maior ou menor intensidade, dentro do possível, a todo o ser humano.
Mas se lhe adicionarmos confidência poderá completar as três condições essenciais para a AMIZADE - uma entrega recíproca do que se é, sem traição nem mesquinhez.

Supostamente. Porque não sei se ainda existe amizade. A verdadeira.

Um tema cada vez mais utópico neste mundo imerso na globalização dos interesses opressores. Onde a base de princípios deu lugar ao egoísmo e esqueceu a razão.

“A maior prova de confiança é não desconfiar”- Bruce Killer

Onde há inveja, não há amizade; nem a pode haver em desigual conversação”- Camões, in "Cartas"

Confio em quem conheço mas não conheço ninguém.

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 5



Elzira Dantas Gonçalves Pereira Machado
3ª Primeira-Dama de Portugal

Nasceu a 15 de Dezembro de 1865 no Rio de Janeiro.
É filha única do primeiro casamento do conselheiro Miguel Dantas Gonçalves Pereira, um alto burguês de Paredes de Coura, e de de Bernardina da Silva, cidadã brasileira que conheceu durante o tempo em que esteve emigrado no Brasil, onde fez fortuna.

Após a morte da mãe, aos seis anos, Elzira Dantas Machado veio para Portugal com o pai.
Foi criada num ambiente abastado e culto. O pai sempre se preocupou com a educação da filha, desde a escolha de preceptoras estrangeiras até à previsão de um possível internato em colégio suíço, caso morresse antes de Elzira completar os 12 anos.



Casou no Porto, em 1882, com Bernardino Luís Machado Guimarães, filho de António Luís Machado Guimarães, primeiro barão de Joane, capitalista estabelecido no Brasil e de sua segunda mulher, Praxedes de Sousa Guimarães. 
Eleito deputado Regenerador pelo círculo de Lamego em 1882, aderiu ao Partido Republicano em1903.

Foi Presidente da República por duas vezes:
- De 6 de Agosto de 1915 a 5 de Dezembro de 1917 ( destituído por Sidónio Pais que, à frente de uma junta militar, dissolve o Congresso e obriga-o a abandonar o país) 
-  No ano de 1925 (afastado novamente ao fim de um ano pela revolução militar de 28 de Maio de 1926 que o fez regressar ao exílio).


Elzira foi, portanto, duas vezes Primeira-Dama

1ª Fila - Miguel, Maria, Joaquina, Rita. António; 2ª fila - Domingos, Manuela, Avó Elzira, Avô Bernardino, Bernardino; 3ª fila - Joana, Jerónima, Bento, Elzira, Inácio; A recém-nascida é Sofia

Teve 18 (ou 19 ?) filhos, três dos quais falecidos quando crianças e uma outra com 29 anos.


        Seis netos no rio Coura - da esquerda para a direita. - Bernardino, Manuel, José. Augusto, Hilda e Maria Dulce

Grande colaboradora na vida profissional e política do marido, acompanha-o nos dois exílios, de 1917 a 1919 e de 1926 a 1940, dois anos antes da sua morte. 

Enquanto lá esteve, Eliza foi escrevendo em La Guardia (1934), o livro "Contos: para os meus netos", Famalicão, 1938



Apesar de ter sido educada apenas para ser esposa e mãe como as jovens da sua época, Elzira, a par da gestão da herança familiar, envolve-se desde muito cedo no movimento pela emancipação da mulher, colaborando em várias organizações.

O casamento com Bernardino Machado aos 17 anos permitiu-lhe conhecer algumas das mais destacadas figuras da política e feministas.

Foi uma das fundadoras da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, uma organização política e feminista (1909-1919).


Dois anos mais tarde dedica-se ao projecto da Associação de Propaganda Feminista - coletividade que nasceu por divergências surgidas na Liga- fundada em 1911 e da qual se torna presidente em 1916.


Elzira e a filha, Rita Dantas Machado que foi, entre 1909 e 1911, uma das principais activistas das Associações Femininas - Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e Associação de Propaganda Feminista 

Com o eclodir da I Guerra Mundial e a participação de Portugal no conflito, presidiu à criação da Cruzada das Mulheres Portuguesas, movimento de beneficência feminino (1916 -1938) por iniciativa de um grupo de mulheres, com o objectivo de prestar assistência moral e material aos que dela necessitassem (soldados e famílias); apoiou activamente o Corpo Expedicionário Português em França assim como as filhas Rita, Maria e Joaquina.

 Sentadas:  Ao centro, Elzira Dantas Machado que presidia à Cruzada. No extemo direito, Joaquina Dantas Machado e no extremo esquerdo, em  pé, Maria Dantas Machado


Elzira e as filhas, Maria e Jerónima Dantas Machado, com uniforme de enfermeiras de campanha

O trabalho que estava a desenvolver foi interrompido em 1917, na sequência do golpe sidonista. 
O casal e os 19 filhos exilaram-se em Paris


Apesar das circunstâncias, em 1919, Sidónio Pais decidiu condecorá-la com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo  conceder à Cruzada das Mulheres Portuguesas a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito 

Com exílio tão prolongado, renunciou ao cargo de presidente da CMP, em 1923. Contudo, foi nomeada presidente honorária em assembleia-geral.





A sua filha Jerónima Dantas Machado casa em Paris (1929), com Aquilino Gomes Ribeiro, filho natural de Joaquim Francisco Ribeiro, um sacerdote, e de Mariana do Rosário Gomes. 
Escritor e diplomata, considerado como um dos grandes portugueses romancistas, da primeira metade do século XX, foi nomeado para o Prémio Nobel da Literatura em 1960.
O segundo filho, Aquilino Ribeiro Machado foi o 60.º Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1977-1979).


- Bernardino Machado no exílio, em Beyris (1930) , com a mulher, os filhos Jerónima Rosa e Bento Luís, e o genro Aquilino Ribeiro

-Aquilino Ribeiro (tela) e Aquilino Ribeiro Machado 




Quando o casal regressou a Portugal,  passou a residir no Palacete de Mantelães em Formariz, residência mandada construir pelo Conselheiro Miguel Dantas, até Março de 1942.


Elzira morre a 21 de Abril desse mesmo ano, no Hospital da Ordem Terceira de S. Francisco, no Porto. E a 29 Abril de 1944 morre Bernardino Machado.

Diz, quem os conheceu, que foram sempre muito amigos. 
Rorigo - Calendário, em Vila Nova de Famalicão, foi outro local que partilharam acompanhados pelos seus filhos.


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

QUEM GOSTA DO INVERNO?


No areal desabitado das praias
Cada onda reflete a nova lua cheia
Ondas curtas, largas, em cadeia
Imitando da Nazaré, as sete saias



Muitas chuvas e ventos fortes
Inundam planícies, casas e prados
Há moradores desalojados
Sem luz, calor ou transportes.





A Serra da Estrela, de neve ornada
Ao esqui se oferece de estância
E Catarina Carvalho, em constância
Sai de novo campeã afirmada



Nas águas cristalinas dos ribeiros
Lutam as trutas pra desovar
Morcegos sonolentos a hibernar
Aliam-se aos ouriços-cacheiros





Entre árvores sem folhas nem flores
Brilha azevinho de bagas vermelhas
Há apicultores alimentando abelhas
E azeite nos lagares a emanar odores



Arde lenha de azinho nas lareiras
Cai geada, granizo, aguaceiros
Tantas sombrinhas nos bengaleiros
E o mar agitado a estremecer traineiras


                                                                         
Sonham-se dias com noites de Verão.
Vestem-se clássicos tecidos de lã
Em looks Dom Colletto cor-de-avelã
Delineando a silhueta-sensação



Chegam tordos, melros, rouxinóis
Acasalam os sapos e os tritões
Na seara germinada há esmerilhões
Atrás do nevoeiro espreitam os faróis



Sonambulando de tristeza/reflexão
Se desloca a Natureza lentamente
Em oferta de cores e ritmo diferente
Com mais poesia, intimidade, solidão



À volta dum chá quente indiano
Em domingo de sol sem mirones
Saborear os afamados scones
Aquece qualquer peito puritano


Mas quem não aprecia neve nem frio
Ou que perdeu já a primavera
Ou que vive só, num canto bera
Não terá um Inverno "vazio"?



Vamos "enchê-lo" um pouco...


Ovos no forno com presunto ( publicado em Receitas q.b.)

Ingredientes:
1 Ovo
1 fatia de presunto
1 fatia de pão de forma, sem côdea
Queijo q.b.
Orégãos q.b.
Preparação:
Usar forminhas de queques.
Forrar cada forminha com metade da fatia de pão de forma, na horizontal e a outra metade na vertical, pressionando muito bem o pão.
Colocar a fatia de presunto e o ovo.
Polvilhar com orégãos.
Cobrir com um pouco de queijo.
Levar a forno médio durante 20 minutos


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