Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 6 de março de 2014

NOVELA INTRIGANTE DE UM FADÁRIO


Actualmente, são tantos os portugueses em lugares de topo na Europa e no mundo, premiados por instituições políticas e financeiras internacionais, que suscitam a curiosidade do porquê.

E passo a arrolar:


- Portugueses no European Ideas Network

João de Deus PinheiroJosé Silva Peneda, actuais Deputados europeus do
PSD e Arlindo Cunha ex-Eurodeputado integraram o painel de oradores das jornadas de reflexão do”European Ideas Network”, o Think Tank oficial do Partido Popular Europeu, a maior família política do Parlamento Europeu (PE).

Deputados europeus e nacionais, Primeiros-Ministros e outros membros de Governos do PPE, estiveram reunidos em Fiuggi, Itália, para debater o futuro do Mundo e da Europa sob o tema “The World in 2025: The Place for Values in an Uncertain World”.


- Vitor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e José Luís Arnaut são três ex-governantes com cargos em organismos internacionais


Vítor Gaspar foi nomeado diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a área dos assuntos orçamentais, informa a instituição de Washington, com o apoio de Portugal e da Alemanha. O ex-ministro das Finanças começa a trabalhar nestas funções no início de Junho.
Vítor Gaspar substitui Carlo Cottarelli (saiu do Fundo para integrar o Governo italiano) à frente do poderoso departamento dos assuntos orçamentais e é amplamente elogiado por Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, em comunicado de imprensa:
- "Gaspar traz consigo credenciais de gestão impressionantes e um currículo formidável em termos de experiência em políticas públicas a nível Europeu e nacional".
No mesmo documento afirma também que, tanto ela como a equipa estão "desejosos" de trabalhar com Vítor Gaspar, sobretudo, nas áreas de finanças públicas e aconselhamento sobre assuntos fiscais aos países-membros do FMI.

 Álvaro Santos Pereira irá integrar o Countries Council da OCDE.
O ex-ministro da Economia respondeu a um anúncio online de um alto cargo na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, tendo sido já escolhido para a direção do departamento de Countries Studies. 
Segundo o semanário Sol, Santos Pereira será, a partir de Abril, o economista número dois da OCDE, passando a assumir o cargo de interlocutor dos ministros das Finanças e Economia dos países-membros.
O próprio assegura que a escolha foi feita “por mérito” e não por nomeação. Submeteu a sua candidatura no passado mês de Agosto, sujeitando-se, depois, a provas de avaliação cujos resultados lhe foram comunicados no fim Dezembro.

José Luís Arnaut foi nomeado para o conselho consultivo internacional da Goldman Sachs.
Vai integrar um grupo de 18 membros presidido por Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial.
Em comunicado, Zoellick refere que José Luís Arnaut “traz elevados conhecimentos e experiência” sobre Portugal, bem como a Europa, Médio Oriente e África. “É excelente” para o conselho consultivo internacional do Goldman Sachs. 
O “Expresso” adianta que Arnaut é o primeiro português a assumir este cargo substituindo Mario Monti, ex-primeiro-ministro italiano; que sob a sua “alçada” ficará o mercado do sul da Europa, países do Médio-Oriente, a África francófona e ainda Angola e Moçambique; que já teve um papel no Goldman, na oferta pública de venda dos CTT, com o banco a ficar com 4,998% do capital; que a firma CMS Rui Pena & Arnaut (RPA), representou os interesses de bancos como o Goldman Sachs e o JPMorgan nas negociações dos swaps com o Estado.

- Antigo governador do Banco de Portugal poderá vir a ser o presidente do organismo que vai fazer a supervisão dos bancos na Zona Euro.
O economista Vítor Constâncio, vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e antigo governador do Banco de Portugal, é apontado para a presidência da União Bancária, de acordo com o diário económico alemão Hadelsblatt.

- O Presidente da Comissão Europeia tem o cargo com mais poder na União. Como chefe da Comissão Europeia, é responsável pela atribuição de pelouros aos seus membros, podendo alterá-los ou demiti-los, se necessário. Ele determina a agenda política da Comissão e todas as propostas legislativas que produz.
Português, José Manuel Durão Barroso, tomou posse em 23 de novembro de 2004, recandidatou-se ao cargo em 2009 e foi novamente eleito. Tem um mandato até o final de 2014.

Com estes (e muitos outros) portugueses em lugares de influência na Europa e no Mundo e tantos fundos comunitários ao longo das últimas três décadas, não poderia, Portugal, ser um País diferente e desenvolvido?

Talvez. Mas não é! 

E digo talvez porque é evidente a constante prática de desonestidade intelectual na maioria dos diversos eleitos. Porque existe a ideologia cega de alguns psicopatas sociais, que não conhecem sentimentos e repetem erros.
Será que as tão apreciadas capacidades só resultam quando em proveito do que não faz parte do País?
Quase parece haver um cada vez maior número de estrangeiros-do-interior” e de Miguéis de Vasconcelos do séc. XXI, apostados num  programa de empobrecimento de Portugal e que preferem vendê-lo a troco de recompensa em instituições de âmbito internacional.
… A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. 
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora (1867)
Continuando a "desenrolar" cargos, atitudes e medidas efectuadas por algumas das personagens acima referenciadas...

O que acontece a quem tenta defender os interesses do País?

Álvaro Santos Pereira foi despedido... do Governo mas não regressou à Universidade Simon Fraser, em Vancouver, Canadá. Optou por ficar de licença sabática, acompanhar de perto o trabalho do seu sucessor e continuar a investigação de alguns projectos que tinha em curso.


Frases do ex-ministro:
"Na Europa está toda a gente preocupada com a Tesouraria, com o curto prazo e ninguém com o longo prazo".
"Neste momento só importam os ministros das Finanças, as reuniões do Eurogrupo e do Ecofin".
“Quando só há ministros das finanças é o primeiro passo para tudo correr mal"
"A austeridade cega ano após ano pode levar a ditaduras na Europa"
"É fundamental que nenhum país renegoceie a sua dívida isoladamente, porque teria consequências draconianas",
E não foi só na América Latina que houve um reescalonamento da dívida, também nos anos 50 do século passado isso aconteceu na República Federal Alemã, que saiu da II Guerra Mundial muito endividada. 
Na altura, "a Europa e os Estados Unidos não viraram as costas à Alemanha. É importante que agora a Alemanha também não vire as costas aos países europeus mais endividados". 
"A Europa não vai ter crescimento sustentado e duradouro sem resolver o problema da dívida".
Apelidando a dívida de "elefante na sala na Europa, de que ninguém fala",  frisa que é preciso uma solução europeia para este problema, que "não se vai resolver só com austeridade".

Tentando compreender a lógica de Vitor Gaspar, como destruiu o país em apenas dois anos e o que mais nos espera a partir de agora, como responsável pela implementação da reforma do Estado...

Está garantido que o FMI e os restantes membros da troika farão, em Portugal, uma monitorização muito apertada do desenvolvimento das políticas públicas - e outras - até que o empréstimo fique saldado em 2042, ou mais tarde.
Mas neste ano e no próximo, será Gaspar que se encarregará de “comandar” o Governo português para que, após o programa de intervenção no ano pós-troika, possa continuar a ser totalmente guiado e aconselhado pelo FMI, pelo BCE e pela Comissão Europeia.
A questão de me encarar como o quarto elemento da troika é simplesmente insultuosa - Vítor Gaspar, em entrevista ao Público.
Na óptica do economista Pedro Lains, o passado de Gaspar no Banco Central Europeu e no Banco de Portugal, dificulta o êxito político.
- “Há toda uma filosofia contra a política, que é boa quando estão nos bancos centrais, para vigiar e fiscalizar os erros dos governantes. Mas não é boa para governar. Não deviam ir para a política."




Sandro Mendonça, professor do ISCTE, sublinha que “as cabeças formatadas como a de Vitor Gaspar e as das elites dos bancos centrais europeus pensam como Friedman, Nobel da Economia: “não é por não teres razão, que não podes fazer a previsão”
O que estas pessoas querem saber é como, acertando o passo a certas variáveis, se vão comportar as restantes. Chamam a isto calibrar o modelo. Se não bater certo, volta-se a calibrar.


Samuelson, economista, refere-se a eles como " pessoas que aprenderam a usar um martelo e estão a utilizá-lo até para lavar vidros."







Louçã transporta as políticas do Governo para outro patamar:
"Ideologia é o Milton Friedman, que publicou livros. Quando se vai para o poder, já não é ideologia, é luta de classes, nua e crua, é gangsterismo financeiro. 
No caso da TSU, não é mais do que roubar aos pobres para dar aos ricos, é uma medida socialmente orientada para proteger o capital."

Talvez seja por isso que a receita da troika é igual na Irlanda, na Grécia e em Portugal, sem qualquer adaptação às realidades locais


António Ribeiro, no livro O Diário Secreto de Vítor Gaspar, diz encontrar tudo o que sempre quis saber sobre o famoso Excel do ministro das Finanças  
- «Um programa onde os números são todos alemães! Números frios e secos e que, ao contrário dos números portugueses, não esticam… só apertam!
- Um homem com uma profunda admiração por tudo o que é alemão, dos números aos robots de cozinha, dos ministros à chanceler Merkel. E para que não restem dúvidas sobre essa sua paixão pela grande Alemanha, garante, "eu não me ajoelho aos interesses alemães… rastejo"»
- O homem que transformou dez milhões de portugueses em pobres mas honestos pagadores de impostos, taxas, coimas e sobretaxas.
São páginas inéditas e reveladoras onde se mostra o que Vítor Gaspar sente pelos portugueses (nada) e o que pensa sobre o futuro de Portugal (nada).
- Vítor Gaspar não pensa. Age. O verdadeiro primeiro-ministro de Portugal não tem tempo a perder, na sua corrida pelo regresso aos mercados. 
- O mais alemão de todos os latinos é também uma espécie de ministro-robot de cozinha. Com uma rapidez espantosa, tritura a Oposição, amassa a Coligação PSD-CDS/PP, põe em banho-maria o Senhor Presidente da República e reduz a picadinho o Estado Social.»

Arnaut, Constâncio e Barroso serão os protagonistas da próximo enredo desta novela real...

Imagens Google

Sem comentários:

Enviar um comentário