“O apartamento está decorado com gosto,
é tudo de boa qualidade mas muito minimalista”, escreveu uma cliente no livro “Comentários”
do AL.
Na altura, há sete anos, achei a observação curiosa porque o minimalismo era ainda, para mim, um termo pouco usual.
Porém, olhando em volta, constatei isso mesmo. Só não fiquei a saber se o tal minimalismo se referia a
serviço deficiente ou ao movimento artístico de ultrapassagem dos conceitos tradicionais.
Apesar de os diversos movimentos artísticos, culturais e científicos terem percorrido o século XX baseados na característica
comum do uso de "poucos elementos fundamentais", nunca me ocorreu a ideia de os associar ao referido vocábulo
e, muito menos, à decoração. Era apenas a minha intuição objectiva para facilitar a limpeza
do apartamento.
Segundo
Ianborges, hoje existem dois conceitos de minimalismo:
- O que está mais voltado para movimentos artísticos como o design, música e literatura que se preocupam em fazer uso de poucos elementos fundamentais como base de expressão e que tem passado por várias fases
- O que é mais voltado para o estilo de vida.
Focando mais o tema no segundo conceito, "estilo de vida", minimalismo é uma filosofia de vida que ajuda a viver com mais simplicidade, de maneira mais intencional ou seja, com
mais liberdade (sobretudo dos bens
materiais)...
Ainda, segundo ele, no minimalismo não há certo ou errado, fórmulas,
regras ou metodologias fechadas. Há, sim, uma série de princípios que podem ser
adoptados com sentido, apenas, para a vida de cada um; envolve um maior autoconhecimento que ajuda a valorizar aquilo que na realidade importa, ou seja, o valor que elas representam para a pessoa.
Interessante, este tema!
Mais umas dicas encontradas na minha busca pela Net, referentes ao mesmo autor.
Benefícios por ele vivenciados:
Intenção – Tudo o que tenho hoje
faz sentido para mim.
Experiências – Passei a valorizar
mais experiências do que posses.
Organização – Tenho clareza de tudo
o que possuo e onde está cada coisa.
Flexibilidade – Hoje tenho uma
facilidade muito maior de viver em qualquer situação com poucas coisas...
Leveza – Meu bem-estar e felicidade
não dependem mais de coisas. Obviamente que preciso do mínimo mas os alicerces
das minhas necessidades para uma vida plena estão no meu interior e não no
exterior.
Simplicidade – Consigo me sentir
verdadeiramente bem em ambientes e contextos extremamente simples, sem nenhum
luxo ou conforto.
Posses temporárias – Posso morar
onde quiser hoje, desde um chalé na montanha na Itália como uma casa de praia
na Austrália. Posso me locomover como bem entender nas cidades onde moro, desde
um carro para o fim de semana, até uma scooter ou bicicleta para o dia-a-dia. Quanto
custaria para adquirir e manter isso tudo…
Graninha a mais – É uma ótima
oportunidade de você ofertar alguns desses objetos em sites e ganhar uma
graninha extra.
Doações – Nesse processo de me
desapegar das coisas, acabei fazendo o bem para outras pessoas doando roupas,
objetos e posses que não tinham mais sentido em minha vida.
Maiores desafios:
Companheira - É muito importante
respeitá-la e não forçar a barra ou tentar convencê-la que se desfazer de
várias coisas é legal. Alguns pares de sapatos a mais podem fazer mais sentido
para ela e está ok!
Peças com valor emocional – Eu fui
me desfazendo do meu guarda-roupa gradualmente, e ainda continuo, mas o mais
difícil foi me desfazer daquelas camisas que traziam recordações incríveis (Campeão
Mundial de Vólei de Praia). Eu acabei doando para familiares e amigos mais
próximos que sei que veriam o valor especial naquelas peças, utilizariam em seu
dia-a-dia e se sentiriam prestigiados.
Por onde começar – No início é
muito fácil se sentir sobrecarregado por onde começar. Por isso que para mim
funcionou fazer de forma gradual.
Arrependimento – Teve um ou outro
O minimalismo, diz-se, é uma corrente de comportamento que vem ganhando força nos últimos anos, devido à
necessidade que as pessoas sentem em
desacelerar. Procura inverter os valores do consumismo, transformando
o impulso em forma consciente de consumo