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domingo, 27 de janeiro de 2013

CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO


Lourdes Castro, Sombras Projetadas, 1964

Houve um tempo, durante dois dos meus anos de curso, que tive como companheiras de Lar/Escola três estudantes das ex-colónias portuguesas - uma de Cabo Verde, uma da Guiné-Bissau e outra de Angola.
Todas elas diziam passar a maior parte dos tempos livres na Casa dos Estudantes do Império, num prédio do Bairro do Arco do Cego, local que nunca cheguei a conhecer, embora se dissesse estar aberto a todos os estudantes, do Minho a Timor. 
Sabia que era uma associação de jovens estudantes ultramarinos que tinham várias actividades culturais e desportivas, refeitório e assistência médica. Eram muito seletivas nas conversas relacionadas com a Casa e um pouco distantes no convívio.
No Lar havia também uma outra classe de colegas, não solidárias com grupos específicos, reservadas, pouco simpáticas e rotuladas de “informadoras da Pide”.
Depois, no meio destas duas contrastantes filosofias existiam todas as outras, a maioria, sem características diferenciadas e com conhecimentos muito modestos em política, da qual eu fazia parte.
Porém, entre mim e a I. W. de Angola, chegou a haver uma considerável afeição recíproca, suficiente para termos passado juntas uns dias de férias no Algarve. 

Deixei de a ver definitivamente durante o período de confrontos entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das antigas províncias ultramarinas.

Soube, mais tarde, que as três tinham casado com figuras relevantes dos governos dos novos Países.

A Casa dos Estudantes do Império e os Informadores, místicas em que eu apenas divagava, passaram então a ser incluídos na minha agenda de curiosidades.


Casa dos Estudantes do Império - Lisboa

Sucedeu à Casa dos Estudantes de Angola que reunia apenas estudantes angolanos a estudar na Metrópole. 
Foi criada pelo regime do Estado Novo e era financiada pelo Estado português com o objetivo de apoiar social e logisticamente os estudantes oriundos de todas as colónias e do Brasil.
Anteriormente, a existência da Casa de Angola acabou por arrastar jovens de outros territórios coloniais a seguir-lhe o exemplo para não se sentirem tão  isolados na adaptação ao meio, longe do ambiente familiar. Era o cantinho da saudade, o ponto de encontro com a terra distante, “o sítio onde se podia tomar banho todos os dias”, como dizia Fernando Mourão.
Porém, ao regime não agradava que houvesse uma associação por cada colónia de origem, quer porque contrariava a ideia de unidade do império colonial português, quer porque dificultava o controlo das atividades dos sócios.

Dr. Francisco Vieira Machado

E em 1944, o ministro das Colónias, Vieira Machado, numa visita à CEA, com o aval do comissário nacional da Mocidade Portuguesa (Marcello Caetano? Luís Pinto Coelho?) formalizou a proposta de fusão de todas as Casas na Casa dos Estudantes do Império com sede em Lisboa e duas Delegações em Coimbra.
Havia uma direção-geral comum para todos os agrupamentos (um por cada território ultramarino). A associação era subsidiada pelos governos coloniais, por organismos do Governo das Colónias e por empresas localizadas nas Províncias. Destacavam-se como atribuições principais a assistência social e material aos estudantes ultramarinos, a promoção da sua cultura e a integração no meio estudantil metropolitano. Dava-se relevo à vantagem de uma “colaboração cada vez mais profunda entre a Mocidade Portuguesa e a Casa dos Estudantes do Império”, para um ”triunfo do espírito português”.



Os estudantes, apesar de não terem ideias concretas, como não eram da Mocidade nem da UN, não quiseram colaborar.
Assim, com todos concentrados, tornaram-se mais evidentes as diferenças entre colonizadores e colonizados, acabando por resultar numa inversão dos objetivos através de intervenções culturais e debates sucessivos.
Pouco a pouco a orientação ideológica mudou de uma posição a favor do Estado Novo, para a luta contra o governo de Salazar.

O grande embate tinha-se desencadeado.

Apesar de a Casa continuar a ser financiada pelo Estado Português e a ter objetivos sociais, a sede e a delegação de Coimbra começaram a afirmar-se como um espaço de socialização anti-salazarista, de cultura de identidades próprias e de emergência de uma consciência anticolonial.
Segundo Inocência Mata, professora universitária e estudiosa das literaturas africanas de língua portuguesa, havia grupos bastante subversivos e era frequentada não só por africanos mas também por alguns brancos.
Existia ainda (legalmente?) o "Centro de Estudos Africanos”, estrutura muito fechada que nasceu dos contactos dentro da Casa dos Estudantes do Império, mas que funcionava na habitação de uma das tias, a tia Andreza, onde só alguns podiam entrar por causa da PIDE (será que as minhas companheiras faziam parte?)

Tanto em Lisboa como em Coimbra, a Casa transformou-se no berço do nacionalismo das ex-colónias em Portugal, pois por lá passaram muitas pessoas da resistência e os líderes dos movimentos de libertação africanos como Amílcar Cabral, defensor da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Joaquim Chissano, Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, Lúcio Lara, ex-secretário geral do MPLA, José Craveirinha, Marcelino dos Santos, membro fundador da FRELIMO e muitos outros.
As atividades políticas contribuíram para desenvolver as perseguições pela Pide. E o início da luta armada em Angola entusiasmou muitos estudantes a procurar o exílio para se integrarem nos movimentos de libertação.

                                   Amilcar Cabral
José Craveirinha e Pedro Pires


A Casa foi fechada pela polícia politica em 1965.

Em 1992, a Câmara Municipal de Lisboa mandou encastrar uma placa evocativa em pedra de lioz, no pavimento frente ao edifício, em homenagem à Casa dos Estudantes do Império para não se perder a memória do lugar histórico.

Placa evocativa


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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A ESCALFETA


Neve na minha Aldeia - foto Panoramio, por Lisdalia


Na região da Beira Alta o clima era rigoroso, com temperaturas negativas no Inverno e muito elevadas no Verão. No distrito da Guarda registavam-se precipitações em forma de neve e geadas (orvalho congelado) com regularidade anual, chegando a provocar a interrupção do trânsito nas estradas.

Porém, a evolução do clima da Terra, especialmente a partir da última década do século XX, tem feito mudanças climáticas com clara tendência de aquecimento, tornando os solos menos brancos e o frio menos intenso.
O Verão de 2003 foi classificado como o mais quente da Europa nos últimos 500 anos originando em Portugal a ocorrência da maior vaga de incêndios florestais. 
Os excessos de neve e de gelo são menos frequentes, mesmo nas áreas de altitudes mais elevadas.
Apesar de a minha Aldeia ter sido sempre uma área com condições atmosféricas diferentes das zonas circundantes por estar rodeada de barreiras geomorfológicas favoráveis - o rio e vários montes cheios de vegetação (antes dos numerosos e frequentes incêndios de agora) - nunca deixou de fazer parte do conjunto das características da Beira Alta…

E então, nos meus anos de há décadas, o Inverno, longe da lareira, era mesmo muito severo.
Não havia aparelhos de aquecimento…
Sim, as braseiras abertas que aqui já recordei e também… a “aprazível” escalfeta!


 A ESCALFETA




Aquecedor de pés

É uma braseira de lata (folha de ferro, delgada e estanhada), portátil, com tampa gradeada e uma pega.
A braseira - reservatório (em forma de caixa) enchia-se de brasas e colocavam-se os pés sobre a tampa para aquecerem. Podia proteger-se com ripas de madeira.
Usava-se nas escolas primárias e nos escritórios.

Na minha escola só havia uma, a da minha amiga e companheira de carteira, Jeta (Georgete).
Como o Pai era Agulheiro num Apeadeiro próximo, ela vinha todos os dias de combóio para a Escola. Também trazia lancheira. Substituía as brasas e aquecia o almoço na casa dos meus Pais. Em troca, alternava a escalfeta comigo.

Aquecedor de cama: 

- Com brasas

(scaldaletto em italiano; beddenpan - File:Beddenpan-bovenzijde.jpg; escalfeta, termo que aparece na época de Dom João V).




É um objecto geralmente feito de cobre, de formato parecido com o de uma panela ou frigideira de tampa sólida perfurada e um cabo longo.
Colocavam-se dentro algumas brasas e depois introduzia-se na cama, entre os lençóis, imediatamente antes do deitar, durante algum tempo, para aquecer.
Foi muito usado nos países nórdicos da Europa.
Existem exemplares na parede do restaurante Cozinha Velha do Palácio de Queluz.

- Com água (Botija)

Recipiente cilíndrico (mais comum, além de outros) de boca estreita e gargalo curto, em grés ou latão e cobre.
Era usado cheio de água quente para aquecimento, especialmente em camas.

Foi depois substituído pelo saco de borracha.



saco em borracha natural e PVC, tampa com vedante em borracha natural e rosca em metal reforçada, mantém o calor durante muito mais tempo, é mais confortável e provoca menos queimaduras. A superfície lamelada permite um contacto gradual com o calor.

Escalfeta de pés, eléctrica

Nas cidades, hoje em dia, com a "crise", são mais usadas do que qualquer outro tipo de aquecimento, especialmente: 

Escalfeta eléctrica popular, em madeira, potência máxima - 70 W


"Com"... e sem cobertor

Escalfeta de potência 220V-50Hz, 100 W
Controle manual
Aquecimento por filme electrotermal de baixa temperatura
Indicador luminoso de funcionamento
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sábado, 19 de janeiro de 2013

EXAME DE ADMISSÃO AO LICEU



Para o acesso ao ensino Liceal e que penso ter sido até à aprovação de uma nova Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei 46/86), além do exame da 4ª classe era também preciso fazer (com alguma ansiedade) um exame de admissão ao liceu.
Não me recordo se todos os alunos podiam fazê-lo independentemente de, depois dele, optarem ou não por seguir os estudos.
Sei que a professora aconselhou algumas colegas a não se candidatarem por falta de aproveitamento (problemas estatísticos?) e que outras gostariam de prosseguir mas, quer por dificuldades económicas quer porque os pais pensavam “ser mais para rapazes”, só três  passámos a ter o fim da tarde “cimentando” conhecimentos, numa turma de quase trinta.

E, para um melhor aproveitamento, o grupinho reunia-se nas 2 casas da professora (uma com escadas, dentro da Aldeia e outra numa quinta, um pouco mais afastada).

A Dona Virgínia era casada com E. M., comerciante e Responsável pelo Posto do Registo Civil.

- Bem, agora vou deixar-vos sós porque tenho muitas coisas para fazer. Espero que penseis na responsabilidade que tendes; se tiverdes dúvidas, eu ando por aqui.
- Sim, Senhora Professora! - Dizíamos em coro.

Estudar, depois de ter passado um dia inteiro na Escola?

Mal virava costas, as escadas/bancos eram usadas para jogos de sobe-e-desce com variadíssimas finalidades e a quinta, para colher ameixas, figos, cerejas ou qualquer outro fruto de mastigação rápida. Os livros esperavam pelos intervalos, bem abertos, de modo a facilitar o  virar das páginas ou a invenção de qualquer  pergunta sobre a variada e vasta matéria.

Geografia - linhas férreas, serras, rios, cidades, províncias, produções agrícolas de Portugal continental, Ilhas e Colónias…

História Pátria - as dinastias, os reis e tudo o que a elas/eles se referia

Língua Portuguesa - Gramática, interpretação, redações…

Aritmética e Geometria - números primos, frações, regra-de-três simples…

Ditados - dar mais do que três erros era passaporte para reprovação.

Ciências Geográfico-Naturais - raiz, flor, reprodução, meio ambiente... com muitas imagens para ajudar a memorizar.

Alguns exemplares:




Do exame da quarta classe faziam parte provas práticas, escritas e orais. 
As provas orais só começavam quando todos os examinandos inscritos na pauta tivessem terminado as provas escritas e práticas.
No final do dia da realização das provas orais, o júri procedia à classificação e tornava público o resultado final do exame.
Era excluído da prova oral o examinando que não obtivesse a nota de suficiente nas provas de Ditado e Aritmética-Geometria.
Um examinando que tivesse no conjunto das provas escritas e orais a classificação de bom, era Aprovado com distinção.

Para os que quiserem divertir-se a responder, ver exemplares de algumas provas semelhantes, aqui.

Os examinandos que faziam exame de admissão ao liceu prestavam provas primeiro.
Havia a opção entre fazer ou não fazer o exame da 4.ª classe; mas,  reprovando no de admissão, era obrigatório repetir mais um ano de escolaridade… 

A hora tinha chegado!

Provenientes de várias escolas primárias, os alunos faziam um exame centralizado e único, por Distrito, numa escola também primária (nº 35?) da Guarda, com professores ”por mares nunca dantes navegados”.
Das três, “em perigos e guerras esforçados, mais do que prometia a força humana”, só duas conseguimos passar a Taprobana. Não pôde, assim, a A.N. “seguir sua longa rota”.

Excluindo a tormenta-exame, adorei aqueles grandes momentosTive vestido, sapatos novos e tudo.


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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O IMPLACÁVEL "ENTE" PORTUGUÊS - 1


PERSONAGENS:

FAUNA PANTANEIRA

Jacarés, Linos, Durões, piranhas, Moedas, Cavacos, mangustos do pântano, Passos, Gaspares, pequena flor pálida, Lellos, Soares, cobras coral Diana, Dias, Frasquillhos, Constâncios, iguanas, Varas, Amarais, Murteiras, anacondas, Cardonas, Penas, Mexias, sanguessugas, Vitorinos, Almerindos, Relvas, garças azuis, Coutos, Daniéis, galinhas-de-Água comuns, Gomes, Godinhos, patos coloridos, Penedos, Leitões, Pinas, libélulas, Pinheiros, Machetes, rãs do pântano, Oliveiras, Duques, lontras do rio, Ribeiros, Melicias, jaguares, Cristinas, Jardins, crocodilos, Teixeiras, Coelhos, Sousas, ratos do pântano, Zorrinhos, garças-reais
Arara azul grande, ADSE, ariranhas, “ milhões de pobres", cervo-do-pantanal, velhos, cegonha-preta, contribuintes, jabutis, classe média, rinoceronte de Java, cobra-d‘água, lontras, ocelotes - ameaçados de extinção.
E as mais de milhentas Espécies…


Borges, a face arrogante e cruel da burguesia:"As crises são momentos de limpeza"


“KARAS” - no combate ao crime organizado pelos “ENTES


VÁRIOS INTERVENIENTES PONTUAIS


LUGAR do DRAMA - O PÂNTANO (PORTUGAL)


=



PRIMEIRO ACTO

Pensão vs. reforma

CENA I



DURÃO (alinhando com os conselhos da troika, sobre Portugal):

- «Não há outro caminho que não o de seguir a ““solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” - descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego». 

-'Financial Times Deutschland'( citando fonte comunitária)

"Estima-se que o salário anual de Durão Barroso equivalha ao de Barack Obama, cerca de 400 mil dólares. Os ex-comissários europeus recebem uma prestação anual de pelo menos 96 mil euros nos três anos seguintes a deixarem o cargo. Esta indemnização equivale a entre 40 a 65% da remuneração anual que usufruíam enquanto comissários e é-lhes atribuída para que tenham "tempo para encontrar um outro trabalho que não entre em conflito com as suas anteriores funções".

Garça-real
- Mas que grande jaguar!

CENA II



Expresso. Sapo-16.12.2012
- O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje a necessidade de os reformados com pensões mais elevadas darem ao Estado um "contributo maior", o que na sua opinião não viola a Constituição da República.

PASSOS (Em Penela)

- "Queixam-se de lhes estarmos a pedir um esforço muito grande; esses reformados e pensionistas descontaram para ter reformas, mas não para terem aquelas reformas".
"Tais pensões elevadas, não correspondem ao valor dos descontos que essas pessoas fizeram ao longo da sua carreira contributiva".

Correio da  Manhã - 17.12.2012

PASSOS (Em Penela)

- “Alguns reformados e pensionistas descontaram para ter reformas, mas não para terem aquelas reformas"; "tais pensões elevadas não correspondem ao valor dos descontos que essas pessoas fizeram ao longo da sua carreira contributiva"

PASSOS (Em Fátima, no congresso da JSD)

-  “Um dos pontos que pode vir a merecer a análise do Tribunal Constitucional é o da contribuição extraordinária solidária que se aplicará a pensões a partir dos 1350 euros/mensais, mais penalizadora para os funcionários públicos”


Cobra-de-água-viperina
- Seremos primos?
É que eu não mordo, só ameaço...


APRE (Em e-mail que está circulando)

«As afirmações do Sr. Primeiro-Ministro, segundo as quais os reformados auferem pensões generosas demais, que não correspondem às contribuições por eles subscritas para a Segurança Social, pelo que considera justa a taxa de solidariedade que lhes vai ser aplicada, demonstram a sua desumanidade e o seu desconhecimento das realidades que envolvem a vida desses reformados.
Será que o Sr. Primeiro- Ministro se está a referir a alguns colegas do seu Partido, nomeadamente à Presidente da Assembleia da República, Sr.ª Dr.ª Assunção Esteves, que aufere uma subvenção vitalícia de mais de € 5.000/ mês aos 42 anos ou ao Sr. Duarte Lima, que se reformou aos 39 anos, ao Sr. Mira Amaral ou ainda ao Sr. Catroga que se "reformou" ao abrigo da lei aplicável aos  políticos, através da qual eles recebem € 9.000/ mês; ou também, eventualmente, aos políticos de vários quadrantes que ao fim de 8 anos ou dois mandatos têm direito a reformar-se; ou ainda aos Srs. Governadores do Banco de Portugal, que ao fim de 5 anos têm gordas reformas? (...)"

Carlos frade (APREe!- 10.1.13)

(...) Agora compete-nos aguardar serenamente pela decisão, mas isso não deve significar baixar a guarda. 
Veja-se o ataque que de imediato surgiu com o Relatório (“bem feito”) do Fundo Monetário Internacional, para o corte dos quatro mil milhões de euros, com forte incidência na área das pensões, especialmente da Caixa Geral de Aposentações. (...)



CENA III



RTP Noticias (11.1.2013) 

SCHULZ, presidente do Parlamento Europeu, na 1ª visita a Portugal 

"Na Europa, os países mais ricos têm de pagar mais do que os países mais pobres para ultrapassar essas diferenças (...). Para resolvermos a crise, os ricos têm de pagar mais do que os pobres e os fortes têm de fazer mais do que os fracos"


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domingo, 13 de janeiro de 2013

ALFREDO ROQUE GAMEIRO - 2



Como admiradora e apreciadora de Roque Gameiro - Homem e Obra - resolvi ir difundindo com alguma regularidade neste meu bloguezinho a AGUARELA de “pergaminhos de nobreza” do mais importante aguarelista português.
Quase no início, quando aqui comecei a juntar letras, ao dedicar-lhe um dos meus postes, constatei o interesse de muitos curiosos (?) / conhecedores (?) deste tipo de Arte.
E agora, a ideia ocorreu-me após a recepção ocasional de um e-mail de MALEMA sobre o Artista - aguarelas de Lisboa Antiga.

Para destacar a grandeza do aluno de Bordalo Pinheiro, plagio Fernando Pamplona em Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses - Livraria Civilização Editora:

“Desde que obteve, em 1891, na 1ª Exposição do Grémio Artístico, uma 3ª medalha, o grande mestre aguarelista não cessou de coleccionar triunfos: 1ª medalha em aguarela e em desenho no Grémio Artístico (1897-1898); medalha de honra na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1910); medalha de ouro do Salon de Paris (1900);grand prix, na Exposição Internacional do Rio de Janeiro (1908); medalha de honra de 1ª classe na Exposição Internacional de Barcelona (1924); grande prémio na Exposição Internacional Comemorativa da Independência do Brasil. Em 1923, foi eleito membro da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando, de Madrid – distinção raras vezes concedida a artistas portugueses”.


O artista distinguiu-se essencialmente como desenhador litográfico, ilustrador de publicações e pintor aguarelista.

Desenhador litográfico

Foi ainda como aprendiz de litógrafo que Gameiro iniciou e desenvolveu os seus conhecimentos neste assunto.
Começou por desenhar e litografar rótulos para caixas de fósforos, de vinhos, de conservas, de bolachas, de graxa, mas executou também estampas, retratos, cromos e cartazes.

                                 RAFAEL BORDALO PINHEIRO -Caricatura
                                    Aguarela colada sobre outra,1885
                              

Torneio realizado no Hipódromo de Belém no dia 24 de Abril de 1892, Cortejo de Entrada 

Feira Franca, na Av. da Liberdade, antes da atual Praça Marquês de Pombal, 1898


«Álbum de Costumes Portuguezes», lançado após a sua estadia em Leipzig, tinha então 24 anos.

Costumes portugueses
Estudo para o vira 2 e Merciaria

Em 1888, na «Exposição Industrial Portugueza», Lisboa:


Praia da Caparica e Cenas de caça

O carroção e Procissão

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