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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A ESCALFETA


Neve na minha Aldeia - foto Panoramio, por Lisdalia


Na região da Beira Alta o clima era rigoroso, com temperaturas negativas no Inverno e muito elevadas no Verão. No distrito da Guarda registavam-se precipitações em forma de neve e geadas (orvalho congelado) com regularidade anual, chegando a provocar a interrupção do trânsito nas estradas.

Porém, a evolução do clima da Terra, especialmente a partir da última década do século XX, tem feito mudanças climáticas com clara tendência de aquecimento, tornando os solos menos brancos e o frio menos intenso.
O Verão de 2003 foi classificado como o mais quente da Europa nos últimos 500 anos originando em Portugal a ocorrência da maior vaga de incêndios florestais. 
Os excessos de neve e de gelo são menos frequentes, mesmo nas áreas de altitudes mais elevadas.
Apesar de a minha Aldeia ter sido sempre uma área com condições atmosféricas diferentes das zonas circundantes por estar rodeada de barreiras geomorfológicas favoráveis - o rio e vários montes cheios de vegetação (antes dos numerosos e frequentes incêndios de agora) - nunca deixou de fazer parte do conjunto das características da Beira Alta…

E então, nos meus anos de há décadas, o Inverno, longe da lareira, era mesmo muito severo.
Não havia aparelhos de aquecimento…
Sim, as braseiras abertas que aqui já recordei e também… a “aprazível” escalfeta!


 A ESCALFETA




Aquecedor de pés

É uma braseira de lata (folha de ferro, delgada e estanhada), portátil, com tampa gradeada e uma pega.
A braseira - reservatório (em forma de caixa) enchia-se de brasas e colocavam-se os pés sobre a tampa para aquecerem. Podia proteger-se com ripas de madeira.
Usava-se nas escolas primárias e nos escritórios.

Na minha escola só havia uma, a da minha amiga e companheira de carteira, Jeta (Georgete).
Como o Pai era Agulheiro num Apeadeiro próximo, ela vinha todos os dias de combóio para a Escola. Também trazia lancheira. Substituía as brasas e aquecia o almoço na casa dos meus Pais. Em troca, alternava a escalfeta comigo.

Aquecedor de cama: 

- Com brasas

(scaldaletto em italiano; beddenpan - File:Beddenpan-bovenzijde.jpg; escalfeta, termo que aparece na época de Dom João V).




É um objecto geralmente feito de cobre, de formato parecido com o de uma panela ou frigideira de tampa sólida perfurada e um cabo longo.
Colocavam-se dentro algumas brasas e depois introduzia-se na cama, entre os lençóis, imediatamente antes do deitar, durante algum tempo, para aquecer.
Foi muito usado nos países nórdicos da Europa.
Existem exemplares na parede do restaurante Cozinha Velha do Palácio de Queluz.

- Com água (Botija)

Recipiente cilíndrico (mais comum, além de outros) de boca estreita e gargalo curto, em grés ou latão e cobre.
Era usado cheio de água quente para aquecimento, especialmente em camas.

Foi depois substituído pelo saco de borracha.



saco em borracha natural e PVC, tampa com vedante em borracha natural e rosca em metal reforçada, mantém o calor durante muito mais tempo, é mais confortável e provoca menos queimaduras. A superfície lamelada permite um contacto gradual com o calor.

Escalfeta de pés, eléctrica

Nas cidades, hoje em dia, com a "crise", são mais usadas do que qualquer outro tipo de aquecimento, especialmente: 

Escalfeta eléctrica popular, em madeira, potência máxima - 70 W


"Com"... e sem cobertor

Escalfeta de potência 220V-50Hz, 100 W
Controle manual
Aquecimento por filme electrotermal de baixa temperatura
Indicador luminoso de funcionamento
Imagens google

3 comentários:

  1. Havia ainda garrafas de grês ,hoje sustituidas por botijas de borracha de agua quente,para aquecer as camas!Recordas?
    Bjs

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  2. Boa lembrança!
    Vou até acrescentar o poste com alguns exemplares que encontrei para quem quiser, também, ficar com a ideia.
    Obrigada
    jinho

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  3. Considerando a informação baseada na essência de teor experimental,será sempre uma informação útil na medida em que é já de 2013. E curiosa, não?
    Vejo que iniciou o seu blog há muito pouco tempo...
    Obrigada pela sua observação

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