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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 5



Elzira Dantas Gonçalves Pereira Machado
3ª Primeira-Dama de Portugal

Nasceu a 15 de Dezembro de 1865 no Rio de Janeiro.
É filha única do primeiro casamento do conselheiro Miguel Dantas Gonçalves Pereira, um alto burguês de Paredes de Coura, e de de Bernardina da Silva, cidadã brasileira que conheceu durante o tempo em que esteve emigrado no Brasil, onde fez fortuna.

Após a morte da mãe, aos seis anos, Elzira Dantas Machado veio para Portugal com o pai.
Foi criada num ambiente abastado e culto. O pai sempre se preocupou com a educação da filha, desde a escolha de preceptoras estrangeiras até à previsão de um possível internato em colégio suíço, caso morresse antes de Elzira completar os 12 anos.



Casou no Porto, em 1882, com Bernardino Luís Machado Guimarães, filho de António Luís Machado Guimarães, primeiro barão de Joane, capitalista estabelecido no Brasil e de sua segunda mulher, Praxedes de Sousa Guimarães. 
Eleito deputado Regenerador pelo círculo de Lamego em 1882, aderiu ao Partido Republicano em1903.

Foi Presidente da República por duas vezes:
- De 6 de Agosto de 1915 a 5 de Dezembro de 1917 ( destituído por Sidónio Pais que, à frente de uma junta militar, dissolve o Congresso e obriga-o a abandonar o país) 
-  No ano de 1925 (afastado novamente ao fim de um ano pela revolução militar de 28 de Maio de 1926 que o fez regressar ao exílio).


Elzira foi, portanto, duas vezes Primeira-Dama

1ª Fila - Miguel, Maria, Joaquina, Rita. António; 2ª fila - Domingos, Manuela, Avó Elzira, Avô Bernardino, Bernardino; 3ª fila - Joana, Jerónima, Bento, Elzira, Inácio; A recém-nascida é Sofia

Teve 18 (ou 19 ?) filhos, três dos quais falecidos quando crianças e uma outra com 29 anos.


        Seis netos no rio Coura - da esquerda para a direita. - Bernardino, Manuel, José. Augusto, Hilda e Maria Dulce

Grande colaboradora na vida profissional e política do marido, acompanha-o nos dois exílios, de 1917 a 1919 e de 1926 a 1940, dois anos antes da sua morte. 

Enquanto lá esteve, Eliza foi escrevendo em La Guardia (1934), o livro "Contos: para os meus netos", Famalicão, 1938



Apesar de ter sido educada apenas para ser esposa e mãe como as jovens da sua época, Elzira, a par da gestão da herança familiar, envolve-se desde muito cedo no movimento pela emancipação da mulher, colaborando em várias organizações.

O casamento com Bernardino Machado aos 17 anos permitiu-lhe conhecer algumas das mais destacadas figuras da política e feministas.

Foi uma das fundadoras da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, uma organização política e feminista (1909-1919).


Dois anos mais tarde dedica-se ao projecto da Associação de Propaganda Feminista - coletividade que nasceu por divergências surgidas na Liga- fundada em 1911 e da qual se torna presidente em 1916.


Elzira e a filha, Rita Dantas Machado que foi, entre 1909 e 1911, uma das principais activistas das Associações Femininas - Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e Associação de Propaganda Feminista 

Com o eclodir da I Guerra Mundial e a participação de Portugal no conflito, presidiu à criação da Cruzada das Mulheres Portuguesas, movimento de beneficência feminino (1916 -1938) por iniciativa de um grupo de mulheres, com o objectivo de prestar assistência moral e material aos que dela necessitassem (soldados e famílias); apoiou activamente o Corpo Expedicionário Português em França assim como as filhas Rita, Maria e Joaquina.

 Sentadas:  Ao centro, Elzira Dantas Machado que presidia à Cruzada. No extemo direito, Joaquina Dantas Machado e no extremo esquerdo, em  pé, Maria Dantas Machado


Elzira e as filhas, Maria e Jerónima Dantas Machado, com uniforme de enfermeiras de campanha

O trabalho que estava a desenvolver foi interrompido em 1917, na sequência do golpe sidonista. 
O casal e os 19 filhos exilaram-se em Paris


Apesar das circunstâncias, em 1919, Sidónio Pais decidiu condecorá-la com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo  conceder à Cruzada das Mulheres Portuguesas a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito 

Com exílio tão prolongado, renunciou ao cargo de presidente da CMP, em 1923. Contudo, foi nomeada presidente honorária em assembleia-geral.





A sua filha Jerónima Dantas Machado casa em Paris (1929), com Aquilino Gomes Ribeiro, filho natural de Joaquim Francisco Ribeiro, um sacerdote, e de Mariana do Rosário Gomes. 
Escritor e diplomata, considerado como um dos grandes portugueses romancistas, da primeira metade do século XX, foi nomeado para o Prémio Nobel da Literatura em 1960.
O segundo filho, Aquilino Ribeiro Machado foi o 60.º Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1977-1979).


- Bernardino Machado no exílio, em Beyris (1930) , com a mulher, os filhos Jerónima Rosa e Bento Luís, e o genro Aquilino Ribeiro

-Aquilino Ribeiro (tela) e Aquilino Ribeiro Machado 




Quando o casal regressou a Portugal,  passou a residir no Palacete de Mantelães em Formariz, residência mandada construir pelo Conselheiro Miguel Dantas, até Março de 1942.


Elzira morre a 21 de Abril desse mesmo ano, no Hospital da Ordem Terceira de S. Francisco, no Porto. E a 29 Abril de 1944 morre Bernardino Machado.

Diz, quem os conheceu, que foram sempre muito amigos. 
Rorigo - Calendário, em Vila Nova de Famalicão, foi outro local que partilharam acompanhados pelos seus filhos.


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

QUEM GOSTA DO INVERNO?


No areal desabitado das praias
Cada onda reflete a nova lua cheia
Ondas curtas, largas, em cadeia
Imitando da Nazaré, as sete saias



Muitas chuvas e ventos fortes
Inundam planícies, casas e prados
Há moradores desalojados
Sem luz, calor ou transportes.





A Serra da Estrela, de neve ornada
Ao esqui se oferece de estância
E Catarina Carvalho, em constância
Sai de novo campeã afirmada



Nas águas cristalinas dos ribeiros
Lutam as trutas pra desovar
Morcegos sonolentos a hibernar
Aliam-se aos ouriços-cacheiros





Entre árvores sem folhas nem flores
Brilha azevinho de bagas vermelhas
Há apicultores alimentando abelhas
E azeite nos lagares a emanar odores



Arde lenha de azinho nas lareiras
Cai geada, granizo, aguaceiros
Tantas sombrinhas nos bengaleiros
E o mar agitado a estremecer traineiras


                                                                         
Sonham-se dias com noites de Verão.
Vestem-se clássicos tecidos de lã
Em looks Dom Colletto cor-de-avelã
Delineando a silhueta-sensação



Chegam tordos, melros, rouxinóis
Acasalam os sapos e os tritões
Na seara germinada há esmerilhões
Atrás do nevoeiro espreitam os faróis



Sonambulando de tristeza/reflexão
Se desloca a Natureza lentamente
Em oferta de cores e ritmo diferente
Com mais poesia, intimidade, solidão



À volta dum chá quente indiano
Em domingo de sol sem mirones
Saborear os afamados scones
Aquece qualquer peito puritano


Mas quem não aprecia neve nem frio
Ou que perdeu já a primavera
Ou que vive só, num canto bera
Não terá um Inverno "vazio"?



Vamos "enchê-lo" um pouco...


Ovos no forno com presunto ( publicado em Receitas q.b.)

Ingredientes:
1 Ovo
1 fatia de presunto
1 fatia de pão de forma, sem côdea
Queijo q.b.
Orégãos q.b.
Preparação:
Usar forminhas de queques.
Forrar cada forminha com metade da fatia de pão de forma, na horizontal e a outra metade na vertical, pressionando muito bem o pão.
Colocar a fatia de presunto e o ovo.
Polvilhar com orégãos.
Cobrir com um pouco de queijo.
Levar a forno médio durante 20 minutos


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sábado, 15 de fevereiro de 2014

CASSANDRA E "BRUTUS"


A notícia é antiga - 10 de Maio de 2012 - mas só agora , por acaso, "tropecei” nela .



Cassandra White da Indiana do Norte fez uma petição junto do governo local a fim de obter permissão para "casar" com o seu cachorro Brutus. 
Cassandra enviou várias cartas a activistas dos direitos gays para a ajudarem a acabar com a estigmatização a que ela está sujeita assim como todos os que desejam "casar com quem muito bem quiserem"
E levou a cabo várias tentativas, sem sucesso, para obter a licença de casamento depois de registar apenas o nome “Brutus” na secção do FULL NAME OF PARTY B, em modelo de certidão de casamento.
Mas o formulário foi rejeitado 3 vezes, quer por ser “Brutus” o primeiro nome quer  por não ter conseguido identificar os pais do cão, adoptado quando estava num abrigo.
Cassandra White tinha acabado de se sentir “muito feliz” após ter ouvido o presidente Obama apoiar o "casamento" homossexual:
-"Este é o tipo de coisa que leva a uma mudança de perspectiva..."

A "Freedom To Marry Our Pets Society" já planeia organizar um protesto em Washington para que seja mudada a definição do casamento de modo a incluir também os animais.
O Inverno da Fé, blog


Posso dizer que o assunto me deixou um pouco perplexa. Primeiro, porque jamais me ocorreria que alguém fizesse uma petição para casar-se legalmente com animais; depois, se a petição foi feita, é porque a ideia, embora sui generis, talvez insólita, tem aspecto de estar já a ser praticada.


Como manifestação de orientação sexual que é, estará incluída em que identidade?
 (Identidade sexual indica a percepção individual sobre o género que uma pessoa percebe para si mesma)

Ora, abordando muito superficialmente o tema (é demasiado freudiano), as diferentes identidades sexuais mais comuns são:

Heterossexual - Aquele ou aquela cuja atracção (afectiva e/ou emocional) é demonstrada por pessoas do sexo oposto
Homossexual - Aquele ou aquela cuja atracção (afectiva e/ou emocional) é demonstrada a pessoas do mesmo sexo
Assexual- Indivíduo que não sente atração sexual por nenhum género.
Bissexual - Aquele/aquela que sente atracção afectiva (seja ela sexual, romântica ou emocional)  por pessoas de ambos os sexos (feminino, masculino), independentemente do género a que correspondem.
Pansexual - Aquele ou aquela que se sente atraído por quaisquer pessoas, de qualquer sexo; não implica atracção automática por todas as pessoas mas inclui adicionalmente atração por pessoas de outros géneros e sexos, como aqueles que se identificam transgénerodrag queen, ou intersexo.

Neste sentido, o termo necessariamente rejeita o conceito de género como um binário, algo que alguns bissexuais podem não rejeitar










Para a psicóloga brasileira Jaqueline Gomes de Jesus a população transgénero, ou simplesmente trans, é toda aquela "composta eminentemente por mulheres transexuais, homens transexuais, travestis e por outros grupos, os denominados crossdressers,drag queens/dragkings
 queens/dragkings ou transformistas, queer / andróginos ou transgénero" os  denominados crossdressers,drag queens/dragkings queens/dragkings ou transformistas, queer / andróginos ou transgénero"
Wikipédia
Dicionário online de Português



No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV), encontramos as parafilias (gosto pelo acessório) caracterizadas por anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que envolvem objectos, actividades ou situações incomuns e causam sofrimento ou prejuízo na vida do indivíduo.

No livro elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e em 1987, o termo perversão desaparece da terminologia psiquiátrica mundial 
sendo substituído pelo termo parafilia, que já não inclui a homossexualidade.
O que Freud ressalta como patológico e aberração incontestável no que se refere à sexualidade, é a utilização de pessoas sexualmente imaturas (crianças) e criaturas indefesas (animais), como objectos sexuais.


Entre as parafilias sem outra especificação, localiza-se a zoofilia (acto sexual com animais)
Logo, quem faz sexo com animais, será um Zoófilo.

Encontram-se aqui duas categorias de orintação sexual - aqueles que ao envolverem-se sexualmente têm também como objectivo o prazer sexual do animal (zoófilo amigo?) e os que apenas têm em conta a sua auto satisfação provocando muitas vezes, maus tratos, ferimentos e até a morte do animal (bestialidade).

Geralmente a zoofilia é apenas uma fantasia sexual; mas há quem a adopte como estilo de vida, podendo até casar-se com o animal... Onde poderá "encaixar-se" (?) o caso Cassandra White..



 JUIZO DE VALOR, CONSIDERADO DO PONTO DE VISTA DA APRECIAÇÃO DA AÇÃO

Olavo de Carvalho, filósofo Católico ,diz que o casamento assenta sobre três pilares:
A. Sexo. (1 homem + 1 mulher)
B. Espécie  (humana)
C. Número  (dois)
«A partir do momento em que um dos pilares é destruído (neste caso, a noção de que o casamento é entre dois seres humanos de sexos distintos), então os outros dois pilares podem ser postos em causa. Se o casamento não é entre um homem e uma mulher, porque é que tem que ser só entre duas pessoas? Porque não entre 3, 4, 5 ou 260,356?
Semelhantemente, se o casamento não é entre um homem e uma mulher, então não é preciso que seja só entre seres humanos. Esta é a consequência matemática da redefinição do que é um casamento (1 homem + 1 mulher).
As pessoas que ignorantemente dizem que "as coisas nunca chegaram ao ponto de se casar pessoas com animais" estão erradas. Os engenheiros da destruição do casamento sabiam que as coisas chegariam a este ponto, e desejaram que as coisas chegassem a este ponto.
Obviamente que quando chegarmos à fase da "Normalização" (quando a elite esquerdista tiver o poder absoluto) o activismo gay será proibido visto ter já cumprido a sua parte na subversão da sociedade.
Por que será que existem pessoas canhotas, hermafroditas, com deficiências… Será que Adão e Eva também eram assim? Em que ponto tais pessoas se encaixam nos planos do criador? 
A matéria é interessante, mas antiga e confunde orientação sexual com identidade de género. Uma coisa é se você gosta de meninos ou de meninas e outra é se você se sente (ou se comporta) como menino ou menina.»

A investigação científica actual procura encontrar explicações biológicas para a manifestação de uma determinada orientação sexual.


PAÍSES “ATEUS” DO NORTE DA EUROPA PACTUAM COM O BESTIALISMO



"Aparentemente os países que os ateus gostam de louvar como exemplo de sociedades “funcionais” apesar da sua alegada irreligiosidade, são, ao mesmo tempo, países que não só normalizaram por completo o autodestrutivo comportamento homossexual, como também não parecem ter problemas com o sexo entre seres humanos e animais".

Na Escandinávia é tão legal o “casamento” homossexual como o bestialismo. 
A única proibição que tanto a Dinamarca como a Noruega têm é que os animais não “sofram.

Através da internet pode constatar-se que os dinamarqueses, donos de animais, publicitam abertamente a sua posse para fruição dos clientes. 
Como é legal, segundo o jornal dinamarquês “24 timer” nem a polícia nem outras instituições terminam com esta prática.
E de acordo com a reportagem do mesmo jornal, alemães, holandeses, suecos e muitos noruegueses visitam os bordéis.
"Estes actos provocam repulsa moral. A questão é se a imoralidade deveria ser ilegalizada", comenta-se.

Um relatório do Instituto de Criminologia da Universidade de Oslo diz que 22% dos veterinários noruegueses suspeitam ou estão seguros de que  já trataram animais vítimas de abuso sexual por parte de humanos.

A “Norwegian Animal Protection Act” tem uma nova regulamentação em estudo e a “Norwegian Animal Welfare Alliance” já fez propostas para que o envolvimento sexual entre humanos e animais seja proibido.

Síntese do blog Darwinismo
26/08/2010 por Mats 

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

NA PRIMEIRA PESSOA


A vaga de emigração parece imparável.



Segundo as estimativas da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, todos os anos saem de Portugal entre 120 e 150 mil portugueses.
É uma média de 333 portugueses por dia, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Há 46 anos que não se registava um valor tão elevado. Especialistas ouvidos pelo JN dizem que "a sustentabilidade do país está posta em causa, dado o inevitável agravamento do saldo já negativo de nascimentos (89. 841 em 2012) face ao número de óbitos (107. 612)

A  maioria dos portugueses que sai do país para procurar emprego e uma vida melhor, leva "ilusões", vai atrás de "promessas de paraíso" e depois "encontra dificuldades".
" São variados os casos em que as pessoas vêm trabalhar para empresas de portugueses, pensam que estão a contribuir para a Segurança Social - em França ou em Portugal - e depois, quando precisam, acabam por descobrir que não têm qualquer proteção social", disseram associações da comunidade portuguesa em França à Lusa.



DEPOIMENTOS (de habitantes ou natuais de Portugal) que deviam inquietar, fazer reflectir e desasossegar os responsáveis:

- Fui emigrante durante mais de 20 anos. Regressei a Portugal há mais de 10, pensando que vinha para ficar.
Hoje, à hora do almoço, decidi que vou partir novamente. Este país já não se suporta. Não é para velhos, nem para novos. É só para a pandilha que vive à volta do "pote".

- Adoro o meu país, mas tenho de emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha independência; quero voar sozinha. 
Peço ao Presidente da República e aos governantes de Portugal para que se preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a trabalhar. Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o país deu de bom, mas o país não me quer mais.

- Eu espero um dia voltar a Portugal, sentar-me à beira-mar e dizer que me orgulho de ser português... Até lá, vamos continuar a viagem.



- Deixei um país onde não há um rumo nem vontade de investir, onde só se fecham portas. Portugal, neste momento, está submerso numa história de enterro. 
Chegar a França e reparar que há uma luta por um investimento nas pessoas, foi o maior contraste.

- Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia.
Peço-lhe (Presidente da República) para não criar “um imposto” sobre as lágrimas e sobre a saudade. 



- Mas não é só o coração dividido que me impede de passar toda a reforma em Portugal. Um país onde a saúde, a justiça e a educação não funcionam não me convém.
A minha casa está numa aldeia; aquilo é calmo, mas se há um problema de saúde, uma urgência, temos que ir a 30 quilómetros da nossa terra. Isso mete-me medo.

- Em Portugal, a seriedade, o esforço e a determinação não contam.O que me revolta nem sequer é a Troika, o FMI ou um partido político em particular. É todo um sistema político habituado a pensar que o povo é ignorante e a fazer leis para o seu próprio umbigo e para os dos seus familiares.
Regressar é, para já, uma “miragem” . Como Portugal não me oferece qualquer possibilidade, resta-me continuar a procurar o meu caminho no estrangeiro.

- Penso em sair. Não me considero suficientemente velho para ser condenado a um país que trata as pessoas desta forma.

Aqui na Suíça também há crise. Também há desemprego. Também há pessoas a passar dificuldades e fome.
Não aconselho ninguém a vir para cá sem ter onde ficar ou condições para voltar para Portugal se as coisas correrem mal. Arranjar emprego cá não está fácil. Se quiserem arriscar, venham ao menos conscientes de quais os verdadeiros riscos.
A mensagem que tenho para todos é: A não ser que tenham um bom nível de francês ou um CV competitivo (leia-se Informática, Engenheiro Civil, Enfermeiros e Médicos), não vale a pena nem tentar. A sério. E mesmo para quem tem um bom nível de francês, é muito complicado.


- Se pudesse voltava. Sem dúvida. Porque Paris foi, para os três, um salto para o sonho, mas não é o sonho inteiro.


- A dificuldade em encontrar emprego em Portugal e os melhores salários oferecidos noutros países são os principais motivos 
O Reino Unido tem vindo a abrir o seu serviço nacional de saúde à medicina dentária. Acresce ainda que na Europa do Norte e Centro há falta de médicos dentistas

- Não faço questão de continuar em França. Estou a tentar ao máximo viver os meus sonhos, sem que o meu país me condicione, sem que o governo de cada país nos condicione. E é o que eu sinto, essa é a minha maior frustração, é sentir que temos muito para dar e que não nos deixam.

- Não me vejo a voltar. Talvez daqui a uma década ou mais, se tiver realmente um bom dinheiro de parte para investir num negócio meu.

- Sou "português" em Nova Iorque
Se só “expulsarmos” os jovens portugueses para o estrangeiro com medidas desumanas e politicas extremadas, vamos ganhá-los enquanto emigrantes, mas perdê-los enquanto embaixadores. 


- Obviamente que uma parte de mim gostaria de voltar, gostaria de estar a trabalhar ao pé da minha família numa cidade que conheço e que adoro, da praia, mas está complicado; o nível de vida em Portugal não é o mesmo que aqui.

- Chesterfield conquistou ambos(casal). É uma cidade que tem a dimensão ideal. Pequena o suficiente para não ter confusões e grande o suficiente para termos todas as comodidades. E rapidamente nos deslocamos a várias cidades importantes. De comboio para Londres são pouco mais de duas horas (...); é uma cidade onde, até hoje, não encontramos nada particularmente desagradável 
De momento não pensamos num possível regresso...


- Filha de emigrantes, sei o que é procurar num país distante uma sorte melhor do que a que se tem no nosso país.
De facto, o problema da nossa economia é não produzir, mas será que não produzimos mesmo? 
Portugal produz e exporta atualmente um dos seus maiores bens: o SEU POVO.
Viver neste país tornou-se demasiado caro e desgraça não será de todo partir… desgraça é viver neste país sem futuro!

- Depois temos que admitir que apesar da crise, Portugal é um bom país para se viver; temos boa comida (para quem?), bom tempo e relativa segurança.

- Estou na mesma situação, mas eu não quero emigrar, não quero deixar toda a minha vida para trás, toda a minha família, amigos e namorado! Simplesmente não consigo e não tenho forças para isso! Mas é triste não ver recompensado tanto esforço que fiz!
Certos, são os "tachos", que nunca acabam! Na minha terra é um "fartote"!

- Quando falo em pátria, falo nas minhas raízes, falo numa cultura com a qual me identifico! Não o faço apenas porque sim, mas por experiência própria! Sinto falta dos sítios, dos cheiros, das pessoas, dos hábitos! Nesse sentido sou uma retrógrada! 
Coisas pontuais e temporárias venham elas. Algo mais permanente, dispenso!


- Eu vivo no estrangeiro e perguntam-me porque não tenho orgulho do meu país… Como posso ter orgulho num país miserável onde não há trabalho, fome e corrupção
Canudo no bolso e trabalhar em call center com salários de miséria?
Ainda bem que abandonei esse país há muitos anos. Portugal nunca mais.


- Sai de Portugal há cinco anos e tenho saudades. Amo o meu país e digo mais, sinto orgulho de fazer parte desse povo com história, mas como posso voltar nestas condições?

- Quando uma amiga me convidou para vir para a Alemanha, nem pensei duas vezes. Fiz as malas e aqui estou já há uns anos.
Nem conta bancária tenho em Portugal.
Saúde? Só mesmo os dentes porque a prima é dentista. Aqui vou a um hospital e sou atendido numa hora ou duas se não for urgência. Ao médico vou no próprio dia ou no dia a seguir...
Não saí de Portugal para ser "adulto"... Saí para poder arranjar trabalho na área que estudei e ser pago também pela experiência que já tenho.
Em Portugal, canudo dá para varrer ruas...


- Quem gostar de ser emigrante que levante a mão! Eu gosto de ser português mas vou trabalhar para onde encontrar trabalho porque falo três línguas sem problemas.

- Ao contrário do que por aí se pensa, muitos de nós emigrantes vivemos com muitas dificuldades e a maioria cai na miséria sem dinheiro nem coragem para pelo menos ir morrer junto dos filhos ou dos pais. Eu sou um deles, apesar de várias qualificações superiores pós-licenciatura. A única riqueza que desejo é ir morrer junto dos meus sem suicídio, sem os incomodar.

- 99% dos portugueses que vem para a Suíça, são trabalhadores temporários. Na Suíça não é bem o que parece - os salários são bastante altos, relacionados com os de Portugal. Mas o custo de vida também é muito elevado, gasta-se muito naquilo que é necessário. Eu costumo dizer: dão com uma mão o que nos tiram com as duas.

- O teu Pais é aquele onde te sentes bem, é verdade, mas nunca esqueço o meu Portugal, que é lindo.

- O desemprego jovem coloca-nos um gigantesco nó na garganta.
Que pessoa podemos ser se nunca encontrarmos um emprego (uma posição social) que nos encaixe na sociedade? 
De que ritmos de trabalho e organização (profissional e familiar) ficamos amputados por esse vazio?
A médio prazo esta perda de pessoas, sobretudo qualificadas, pode varrer Portugal do mapa dos países com mão-de-obra suficiente (e competente) para os negócios das novas eras. O nosso futuro decide-se em boa parte no que acontecer a esta geração entalada pela depressão económica.


E os desabafos, a revolta, a mágoa, o conformismo, a injustiça, o fado, dão para fazer colares de contas de muitos rosários...




Num Estudo efectuado pelo sociólogo João Teixeira Lopes sobre Novos Emigrantes para França, aponta o risco de Portugal perder o rasto dos novos emigrantes.
Os novos emigrantes qualificados não têm amigos franceses nem se cruzam com a velha diáspora portuguesa, na qual não se reveem.
"Mantêm-se num limbo curioso", para denunciar o "potencial de anomia" destes jovens. "Vivem num gueto não desqualificado, mas é, ainda assim, um gueto".
E também porque não precisam das autoridades portuguesas para planear a sua saída, "estes jovens escapam totalmente às malhas das políticas públicas", ou seja, "deixam de existir".
Assim, a única coisa que o país ganha com estas saídas é a redução das taxas de desemprego.
No recomendado restabelecimento dos laços, de pouco valerão as embaixadas e consulados.
Para conseguir identificar os 113 jovens inquiridos, João Teixeira Lopes espalhou apelos por redes como o Facebook e o Linkedin. Queria “jovens, entre os 20 e os 35 anos, com formação superior”. Nas instituições oficiais, não conseguiu nada, o que mostra que eles não contactam as instituições oficiais portuguesas. Como o cartão de cidadão funciona muito bem, eles tratam das questões da Segurança Social, sim, mas em França.


O embaixador de Portugal em França considera que a sua geração e "todas as que obrigaram os portugueses a sair por razões económicas" falharam e devem "criar condições" para que quem nasce em Portugal possa viver no país. É um erro que tem que ser "retificado".
"A menos que as pessoas queiram mudar de vida e fazer uma opção em termos de outras oportunidades, a emigração forçada por razões de natureza económica é uma tragédia nacional e é algo de que nós não nos devemos orgulhar".


Segundo o Tribunal de Contas, num relatório feito a pedido do Parlamento, entre a primária e o ensino secundário, um estudante representa um custo de 46.688,28 euros, a que acrescem, em muitos casos, despesas referentes ao ensino superior e a bolsas.


Já os países que acolhem os estudantes portugueses, apesar de não terem investido na sua educação, beneficiam dos seus conhecimentos e, se os jovens não regressarem, Portugal não ganha a experiência que adquiriram fora.



E qual é a atitude dos responsáveis governamentais?



"O Estado não valoriza o capital humano, apenas se preocupa com o capital financeiro", disse à Lusa Armando Garcia Pires, professor na Norwegian School of Economics, onde vive há seis anos.
Pires considera que a visão "neoliberal" do governo português baseia-se no pensamento "errado" de que se a gente "vai embora, desce o desemprego e a economia cresce".



O primeiro-ministro português, Passos Coelho afirmou em Paris que "ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem", considerando, no entanto, que a emigração não deve ser um "estigma" para quem precisa de um emprego e não consegue encontrá-lo em Portugal.
Porém, em Dezembro de 2011, numa entrevista publicada no Correio da Manhã, Passos Coelho foi questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários" que o país tem a "abandonar a sua zona de conforto e a procurar emprego noutro sítio”. O primeiro-ministro respondeu então que, “em Angola, e não só, o Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário

Como se o Brasil precisasse de professores! Talvez para ensinar Português... (que português?).






O primeiro-ministro raramente dispõe de uma palavra de reconhecimento ou de conforto aos portugueses em sofrimento. E quando anuncia ou discute pedaços de nova austeridade, fá-lo na risota, como se tem verificado em imagens recolhidas nos debates da Assembleia da República (“sorrisinhos matreiro-cínicos com Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque ou algum dos outros seus ajudantes de cortes”).

Indiferença, falta de sensibilidade, frivolidade discursiva disparatada, sorrisos da desgraça alheiaincompetência. 

Porque não temos nós capacidade (ou não queremos) dar um rumo inteligente ao País?

Parece um enígma. Mas não é. 


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