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sábado, 20 de abril de 2013

FRAGRÂNCIAS DO ALGARVE



A 2 km do centro histórico de Lagos e a 1 km da Praia de Porto de Mós “convivi” durante alguns momentos matinais com o sol a espreitar através das grades brancas da varanda do quarto dum pequeno hotel.
Sentada numa das duas cadeiras ali disponíveis e com os cotovelos apoiados na mesa redonda dava, como hóspede/anfitriã, as boas vindas à gradual mas rápida progressão da claridade.
A roda do tempo, repartindo sombras e luz, fazia despedir a noite num instante desvelando as vaidosas chaminés algarvias e as folhas das palmeiras de pequeno porte e bonita copa larga do jardim circundante - a luz do Algarve é tão intensamente invulgar que impede o crescimento normal de algumas espécies de palmeiras importadas.



Como em todas as áreas urbanas (talvez agora mais nas rurais), a alegria dos pardais saltitantes em permanentes chilreios desafinados, ajudava a despertador os mais dorminhocos.
E o pequeno-almoço, servido em bufete, tinha como primeiros apreciadores os ainda poucos turistas em família que, disciplinados, aguardavam que a porta do restaurante abrisse enquanto a piscina, ali mesmo ou as praias mais próximas torciam pela comparência.


Segundo alguns etnógrafos e historiadores, a chaminé algarvia é uma reminiscência do minarete árabe.
Cilíndrica ou prismática, quadrada ou rectangular, simples ou elaborada, é um símbolo da região. Tradicionalmente branca mas também ocre ou azul, possui um rendilhado arquitetónico personificado ou representa miniaturas de torres de relógios e casas. O afunilamento do fumeiro, designado por “capelo”, remata no “chapéu” decorado com pequenas peças cerâmicas de motivos geométricos e aberturas circundantes para a saída do fumo.
Na prática, além de elemento ornamental, servia para marcar a presença de pessoas, o estado do tempo e assinalar a data da construção da casa.
Algumas são seculares, prova de perícia do pedreiro e motivo de orgulho do proprietário.
No campo existem duas chaminés - uma sobre a "casa do forno" onde se costumava comer e outra na cozinha, a rendilhada, que era utilizada para festas e visitas.




As casas algarvias, além de ostentarem as famosas chaminés, são quase todas pintadas de branco. Nos telhados de telha mourisca ou de meia cana ligeiramente cónica, existem açoteias (terraços) protegidas por platibandas decorativas que servem para apanhar o ar fresco nas noites de verão, secar figos e amêndoas.


Os pardais do Algave, como todos os pardais-comuns do globo, não são aves excepcionalmente bonitas nem têm um canto muito melodioso. 
Constroem os  ninhos em fendas de edifícios, semáforos, beirais, buracos de árvores; são grandes, cuidados por dentro mas de aspecto desleixado por fora. Porem, como gostam pouco de trabalhar, não se inibem de parasitar os ninhos de outros pássaros onde, frequetemente, colocam os seus 4 ou 5 ovos.




Entre outras características, o macho tem uma coroa escura e um bibe preto alargado no peito; a fêmea, além de mais clara, tem uma lista supraciliar.
São considerados inteligentes, desconfiados e sensíveis aos temporais. Como aves também granívoras, destroem plantações de cereais e pomares, sobretudo quando se juntam, ao entardecer,  em grandes bandos barulhentos.

"Os leões não se entretêm a caçar pardais"...

Na minha aldeia faziam-se uns palhaços de trapos semelhantes a estes para os afugentar dos campos.



Descrição do pardal com "ELEVADO NÍVEL LITERÁRIO" neste site BRASILEIRO :

(...)
Ele não é nem nunca foi natural das matas brasileiras, como  amagestade  os  sabiás ou  canários mas sim, foi introduzido sem lubrificante pelos portugas, que com sua inteligência que lhes é característica, não acharam que pudesse causar algum desequilíbrio, mas o fato é que eles causam desequilíbrio, ainda que não seja dos mais graves.
(… )
Sim, eles até poderiam não causar problemas em sua terra natalícia, mas assim que aqui chegaram vêm prejudicando a fauna dos passarinhos brazucas, e isso ajuda a diminuir o número de pássaros nativos, já que há menos lugares para os ninhos deles, melhor dizendo, há lugar de sobra, mas assim que um pardal nota, já parte pra porrada e chispa com ele da, num processo malacabado de usucapião, mas sem qualquer sombra de justiça.
(… )

Eles são encardidos por natureza mas acabam por ficar mais encardidos ainda uma vez que não ligam em nada para os problemas da urbe como poluição e tal, que os demais passarinhos costumam não gostar, e os pardais também convivem bem com os humanos, que ainda os protegem sem saber da desgraça que estão ajudando a aumentar...bem nós brasileiros somos decendentes de portugas...eles são pequenos mas bem maiores do que os beija-flores, tem um olhar de que quer matar quem os olha...mas, nem sei porque estou descrevendo tanto, você já deve ter visto dúzias e dúzias deles, muito mais do que os pássaros brasileiros... pra tu ver como eles são fia da mãe.
(…)
Essa junção de ares pretenciosamente copiados dos gaviões, mais a territorialidade dos pavões mais o encardido dos ratos de esgoto, mais essa coisa de viver bem na poluição, tipo mariposas é a soma que dá em pardal: o invasor imprestável.


Um pardal exterminado pela população para que não acordasse o povo cedo e não entrasse nas suas varandas. (blog de Telma Lobão)

sábado, 13 de abril de 2013

O IMPLACÁVEL "ENTE" PORTUGUÊS - 5


História de Portugal Contemporânea


CENA IV

O PRIMEIRO-MINISTRO anunciou que não vai aumentar os impostos para compensar os 1300 milhões de euros das medidas que o Tribunal Constitucional chumbou esta semana. 
A alternativa será a contenção da despesa pública na saúde, segurança social, educação e empresas públicas, cujo estudo será feito “nas próximas semanas”.


Objectante

- Que soluções tem, então, o governo para compensar o chumbo do tribunal Constitucional?
Aumentar impostos? Cortar despesa? Emitir dívida?
- Porque insistem, Passos e Gaspar, em não enfrentar os lobbies instalados?
- Porquê a obsessão das campas
- Não será mais fácil fazer correr a lingueta da fechadura de certas portas, abri-las e começar a resolver os problemas a sério? Os "direitos adquiridos"  têm excepções? 


Henrique Raposo 08.04.2013

Passos Coelho tem coragem, mas é pouco inteligente.
O PM mais penteadinho da história não foge dos problemas do país. Ele olha mesmo para os elefantes que estão na sala. Mas, para mal dos seus pecados, Passos Coelho não é um domador de elefantes.

Passos disse qualquer coisa como "os reformados estão a receber mais do que aquilo que descontaram". Esta é a forma errada de encarar o problema, porque dá a ideia de que os reformados estão a enganar o sistema. Sim, é verdade que os mais novos são os grandes prejudicados, mas os actuais reformados também foram enganados.

A insustentabilidade do sistema não resulta da malandrice de quem está reformado, mas da própria falência demográfica do país.

Ora, as pessoas que invocaram o princípio da "equidade" para bloquear os cortes são as mesmas que se podem reformar após 10 anos de serviço. Sim, um juiz do TC pode pedir a pensão após uns míseros 10 anos de serviço. Aliás, a segunda figura do Estado, Assunção Esteves, reformou-se aos 42 anos (cerca de 7000 euros). Não podia haver melhor símbolo da situação que vivemos. Assunção Esteves é uma metáfora com pernas, cabelo loiro e quota no ginásio.” 
A verdade é simples: Pedro Passos Coelho precisava de um bode expiatório para os seus próprios erros, de um pretexto para avançar sem oposição para o programa de "refundação" do Estado Social e de criar o fantasma necessário para instalar o medo: o segundo resgate que, se vier, virá por causa dos resultados das políticas de austeridade e não devido a esta decisão do TC.

Este é o único talento do nosso primeiro-ministro: construir um enredo onde se escondem as suas responsabilidades e as suas intenções.

“Mas há 5% dos pensionistas, que são mais de metade do regime público, que recebem em média muito mais do que o dobro e na sua maioria não descontaram na proporção do que recebem hoje”, criticou o primeiro-ministro perguntando:É isto justo? Querem encontrar na Constituição uma desculpa para perpetuar esta injustiça?”

Anta" (último sobrevivente da família megafauna)

- O Pântano permite assim as situações mais absurdas, as chamadas  decisões politicas contra a lógica, contra a técnica, contra a natureza e sustentabilidade, contra o bom senso...
- Ainda temos Constituição?
Se sim, defende que direitos adquiridos?
Como poderei continuar a subsistir neste habitat de predadores?


CENA V


TARO ASO (72 anos, ministro das finanças do Japão):
- Num modelo "universal, geral e gratuito", ‹‹o problema (sustentabilidade) só será resolvido se se deixarem os idosos morrer rapidamente›› 
- Talvez seja por isso que os maiores defensores do SNS são também os maiores defensores da eutanásia.
- Numa visão colectivista, estatizante e laica da sociedade, porque é que se devem financiar os tratamentos dos cidadãos que já atingiram a esperança média de vida e não contribuem para a economia?”

Batman e Robin (desafiam):

Venha a eutanásia, que é vitalícia e até se arranja uma lista para os primeiros beneficiários…
Anula-se a Lei que prevê aumento de 100% no valor da subvenção vitalícia, quando o político beneficiado chegar aos 60 anos". Deixarão de ser abrangidos os mais de 400 ex-políticos que há desde que foi revogada em 2005 pelo PS. E a possibilidade evidente de se acumularem subvenções (auxílio!) vitalícias com vencimentos elevados no sector privado também acabará.
Contribuem para que espécie de economia?


Armando Vara, Ângelo Correia, Dias Loureiro e Jorge Coelho, ficam já assinalados, seguidos de: 


-Silva Lopes (que afirmou ser necessário o congelamento de salários e o não aumento do salário mínimo nacional, por causa da competitividade da economia portuguesa).
Ex-Administrador do Montepio Geral, donde saiu com uma indemnização de mais de 400.000 euros acrescidos de várias reformas como a de ex-governador do Banco de Portugal,foi nomeado Administrador da EDP RENOVÁVEIS já com 77 ANOS!



- Fernando Gomes, 67 anos, comissário político do PS com um PPR de 90.000 euros anuais e mais de 4 milhões de euros de remunerações como administrador da GALP em 2008 mas que há um ano disse na RTP 1 que os ordenados portugueses estavam 20% acima do que deveriam estar!


- Julgam-se todos os envolvidos no buraco do BPN que, dizem as “más-línguas bem informadas”, já supera os 12 mil milhões de euros, a pagar pelo contribuinte.
O governo reflectiu no Orçamento do Estado (OE) para 2013 responsabilidades com as sociedades herdeiras do BPN (Parvalorem e Parups) que se elevam a um total de 3,9 mil milhões de euros. Quase 4 mil milhões de euros!

(Oliveira e Costa, Miguel Cadilhe, Faria de Oliveira, Norberto Rosa, Daniel Sanches, Rui Machete, Amílcar Theias, Arlindo Carvalho, Duarte Lima, Mira Amaral, Américo  Amorim, Luís CaprichosoFranquelim Alves, José Sócrates, Cavaco Silva, Fernando Fantasia, António Costa e todos os que aqui faltam)




"Teco" - Mas que grande caldeirão de fabrico de "elites" degeneradas, esse BPN! Já que foram tão solidários na malabarista engrenagem, não  poderão ceder os exíguos 4 mil milhões aos amigos do Governo para ficarem "aliviados", em vez de andarem a fazer de bobos com as “calças na mão”?



"Mancha Negra"
-E o sector empresarial do Estado, crónico em prejuízos?
- E a redução ou extinção de Institutos da administração pública, como fundações e observatórios?
- Erevisão dos contratos das PPP, corrigindo rentabilidades excessivas para os diversos operadores?
Pois, ninguém ousa mexer nesses monstros sustentados por vilões clássicos. Até já deixam a marca do crime porque sabem que não serão punidos! Os poderes protegem-se mutuamente e do outro lado ficam os pobres que, sendo cada vez mais pobres, se vão transformando em escravosos escravos contemporâneos.

Madoff está a cumprir 150 anos de prisão... nos EUA!


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O IMPLACÁVEL "ENTE" PORTUGUÊS - 4



QUARTO ACTO

História Contemporânea de Portugal

Lobbies vs. Exploráveis


CENA I

(No reinado de Sócrates) 

Tvi 24 28.10.2008

FARMÁCIAS:
- Sócrates tem de enfrentar «lobbies» do sector
A Associação Nacional acusa Governo de não impor reduções de preços previstas na lei
O «aumento excepcional de preços que se verificou no mês de Junho é completamente injustificável», classificando de «ridícula» a argumentação do Governo para justificar essa subida, ou seja, de que poderia haver problemas de saúde pública se alguns medicamentos «saíssem do mercado».


Tico" (O maquinador lógico):
- O Estado poupa de imediato com o genérico mas é bastante penalizador para os utentes; o Governo poderia ter criado um escalão intermédio para que a descida da comparticipação não fosse tão drástica!








Aventar 05.03.2010
Sócrates e o POLVO DAS FARMÁCIAS
Mas não há limites para a pornografia de que José Sócrates é capaz, nem mesmo por se ter sabido, entretanto, que o processo Face Oculta regista as ligações perigosas entre João Cordeiro e o primeiro-ministro.


Delito de Opinião 10.03.11 
“Os portugueses deram a maioria a Sócrates porque já se sentiam a viver num país disfuncional.(…) muitos acreditaram que tinha finalmente chegado ao poder o homem com a coragem necessária para fazer as reformas que há décadas nos tolhiam, impedindo mais que o desenvolvimento, a própria sustentabilidade do país.
Arrogante e ambicioso, com um pouco de sorte talvez ousasse arriscar o seu futuro político e enfrentar os lobbies para salvar o país - a ingenuidade tem limites - mas para se tornar no special one, o único em décadas capaz de fazer as reformas difíceis e não resgatar Portugal do pântano.
Mas como se sabe o nosso putativo jogador de poker na hora da verdade não foi a jogo. Entre inscrever o nome na História e gozar das mordomias do poder enquanto durasse, preferiu a segunda hipótese. A que fez dele apenas uma enorme decepção.




DN Política 21.02.2013
Sócrates, PRESIDENTE do Conselho Consultivo do grupo farmacêutico Octapharma para a América Latina, diz que “ é uma actividade que exerce a par dos seus estudos em Paris"
E no seguimento de uma notícia divulgada no 'Correio da Manhã', a multinacional suíça esclarece que o ex-governante "foi convidado há cerca de oito meses para exercer funções" na empresa.
"A farmacêutica suíça que contratou José Sócrates facturou, por ajuste direto com o Estado português entre 2005 e 2011, cerca de seis milhões de euros"

Máfia dos vampiros"24.02.2013
Octapharma, empresa onde Sócrates trabalha, é suspeita de inflacionar preços para valores muito superiores aos do mercado.
Estima-se que cerca de 800 milhões de euros tenham sido desviados dos cofres públicos, no âmbito deste esquema fraudulento, detectado já em 2004.


01.03.2013 - O Sistema convidativo
Evidente que"eticamente isto é uma grande vergonha. Para quem a tem, naturalmente"



CENA II


2-12-2011 

Jornal Bloomberg (propriedade de Michael Bloomberg, actual prefeito da cidade de Nova Iorque, aquando do acesso a um relatório da Comissão Europeia, elaborado depois da segunda revisão do programa de resgate de Portugal, em “avisos” constantes, sobre propostas defendidas pela Comissão Europeia):

- “O Governo português precisa de perseverança e determinação para superar os fortes interesses instalados que estão no caminho das reformas”
 - «Portugal atingiu as metas do défice deste ano, mas através de medidas extraordinárias e precisa agora de adoptar políticas de austeridade, sob forte oposição, para assegurar a redução duradoura da dívida”


DURÃO BARROSO (A única preocupação parece ser com os trabalhadores, convicto de que a redução do seu rendimento e a instabilização do seu emprego/contrato, colocando-o em estiva, será a solução).
- “O País tem que avançar rapidamente com reformas para reduzir os custos do trabalho e aumentar a flexibilidade laboral".




“Geninha (uma ratinha superinteligente):
- Quanto ao único lobby com sucesso e provas dadas em Portugal, o lobby político-partidário e a captura do Estado pelas concelhias e distritais, nem uma palavra?





"Cervos" (levantando a cabeça e mantendo-se imóveis, com as orelhas em pé, prontos para a fuga, o que nem sempre é possível):
- Não vamos longe com esta gente!





ANTÓNIO BARRETO

“Façam uma viagem ao interior dos partidos e ficam aterrados.
O país dos interesses deve ser mesmo assustador. Se calhar só um louco o desafiaria. Um louco megalómano, capaz de arriscar o pescoço político para deixar obra. Um louco de extracção democrática, bem entendido, que da outra casta já experimentámos e não correu bem. Só que isto que eu estou para aqui a dizer é sebastianismo puro, não é?”


"Professor Norton Nimnul” (o cientista louco do costume, cujas invenções falham constantemente):
- Pois é.
Mas Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia, é homem para enfrentar os lobbies mais poderosos de Portugal!



13.03.2012

HENRIQUE GOMES (disposto a defrontar a missão, nada fácil, vem a público defender a criação de um imposto extraordinário sobre o sector):
- O Estado tem de impor o interesse público ao poder excessivo da EDP, estabelecendo um plano até final de Fevereiro.



VÍTOR GASPAR E CARLOS MOEDAS (mandando-o calar, retiraram-lhe o dossier, evitando assim que viesse a ser bem sucedido):
 - A privatização está em curso; queremos vender a empresa e os investidores começam a ficar nervosos.




- E o plano nunca aconteceu porque o António Mexia já andava de “candeia às avessas” com ele. Os grupos instalados controlam de facto, a política. A austeridade cai ao lado deles.
Neste País só há ordem para ser corrupto! 
É proibido ser honesto com um povo amorfo e masoquista.



Lusa - 06.04.2013

- “O presidente executivo da EDP, António Mexia, recebeu 1,2 milhões de euros em 2012, a que se soma o prémio plurianual relativo ao mandato dos três anos anteriores, num total de 3,1 milhões de euros!”





EDER PONTES (Procurador-geral de Justiça brasileiro):

- “É uma utopia achar que o crime organizado vá acabar. É necessário que nós nos estruturemos para desarticulá-lo. Dizer que vai acabar é brincar com ingenuidade.”



Os Entes perderam o medo de ser punidos.


CENA III

07.04.2013
Daniel do Rosário (correspondente em Bruxelas):
- A Comissão Europeia espera que o governo "identifique rapidamente" as medidas que permitam "adaptar" o orçamento de 2013 por forma a garantir o cumprimento das metas orçamentais negociadas com a troika e que obrigam Portugal a atingir um défice orçamental de 5,5% do PIB este ano.


Edição europeia on line do Wall Street Journal - 09.04.13:
” O país, um dos mais pobres da zona euro, tem-se afundado em recessão desde que começou a aplicar cortes na despesa e aumentos fiscais impostos pelos credores, há dois anos”.

Editorial do jornal britânico FT- Económico:
- Todos os esforços do País podem ser em vão se a Europa não tiver um plano para o crescimento. "Nenhum país na zona euro é uma ilha em termos económicos - e muito menos Portugal. Sem um plano para impulsionar o crescimento na Europa, os sacrifícios em Lisboa correm o risco de ser em vão".

09.04.2013

PAUL KRUGMAN (Nobel da Economia - blogue no The New York Times):
- “A próxima etapa da crise europeia vai passar por Portugal, "com o governo, claro, a propor uma cura com Mais Austeridade".
- Os membros da troika são "sádicos" a quem foi dada "licença para continuar a provocar dor".
- Não são as medidas de austeridade que asseguram os baixos spreads  (margem de lucro) nos empréstimos concedidos a Portugal.
- “Os baixos spreads não têm qualquer relação com a austeridade". "A redução dos spreads, face à Alemanha, pagos por cada país, são totalmente explicados pelo seu valor no pico da crise. Não existe qualquer indício de que as políticas sejam relevantes".
- É preciso dizer ‘NÃO’ a mais austeridade.


GEORGE SOROS (empresário e homem de negócios húngaro-americano que ficou famoso pelas suas atividades enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio):
- “A Alemanha precisa de perceber que a política que está a impor à Zona Euro – o programa de austeridade – é contra produtiva. Na verdade, ela não pode ser bem-sucedida. 
Os países do Sul estão a ser empurrados para uma longa depressão que pode durar mais do que uma década. Ela pode até tornar-se permanente.
Angela Merkel está a levar a Zona Euro na direcção errada.

- São essenciais três passos para resolver a crise do euro:
A reforma e recapitalização do sistema bancário; um regime de euro-obrigações; um mecanismo de emergência.



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sábado, 6 de abril de 2013

O CACTO "REDENTOR"



O cacto, para mim, era apenas uma das muitas variedades de “cardo espinhoso”, vegetal selvagem verde e perene, de caule suculento e folhas em forma de espinhos, com ou sem floração e brotos laterais, encontrado em ambientes áridos como bermas de estradas ou escarpas rochosas, em vasos e jardins como plantas ornamentais ou em cercas e muros artificiais.


Mas há, afinal, espécies de cactos que produzem frutos comestíveis e onde quase tudo se aproveita, como a figueira-da-índia, em transição avançada para uso agrícola e comercial.


A figueira-da-índia (ou piteira, tabaibeira, palma e mais) é um cacto de grandes dimensões (1,5-5 m de altura) lenhoso, vivaz, originário da América Central mas naturalizado em muitas regiões semitropicais como Portugal.

A planta é suculenta, ramificada, com ramos (30-50 cm) achatados de cor verde-acinzentada e espinhos variáveis em densidade e tamanho ou nulos. As folhas muito pequenas e finas são caducas precoces e as flores (7-8 cm de diâmetro) são brilhantes, de cor viva amarela ou laranja.


Os frutos (cerca de 8 cm de comprimento) semelhantes a figos, de tonalidade verde, laranja, púrpura ou matizados, são doces e sumarentos e podem ser comidos frescos.
Por ser suculenta, ramificar frequentemente e enraizar os segmentos que se desprendem, é considerada invasora em solos favoráveis.


Se na Europa não é ainda cultura sistemática, no México, por exemplo, até conservam a planta e o respectivo fruto em salmoura ou escabeche para exportarem para o Japão e Estados Unidos.  
O consumo remonta há pelo menos 9.000 anos; em Israel e na Palestina é comum e habitual.


Segundo o engenheiro agrónomo José Martino em entrevista à agência Lusa, os frutos já existem em Portugal há 20 anos mas, como são uma atividade que precisa de muita mão-de-obra, antes da crise não era muito apetecível porque não havia pessoas desempregadas com necessidade de trabalhar na colheita.

Agora está na moda!


José Alves, vice-presidente da APROFIP (Associação Profissionais de Figo da India Portugueses) com sede em Alcoutim e consultor agrónomo para o cultivo da planta, diz que, com o apoio do programa PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural) cuja aplicação foi "negligenciada durante muitos anos", 15 associados já optaram pelo cultivo profissional, com uma média de 5 a 10 hectares por exploração.
Cada euro do PRODER mobiliza cinco do setor privado, o que significa que põe a economia a funcionar".

A plantação de 1 Hectare pode começar a produzir fruto a partir do 2º ano de vida e ao 7º / 8º ano produz entre 30 a 40 toneladas de figos; custa cerca de 1.000 euros e a sua manutenção é muito pouca - uma lavoura anual e uma aplicação de matéria orgânica junto ao caule. Não necessita de rega ou produtos químicos o que a torna um produto biológico.
Plantada ordenadamente e explorada a nível agroindustrial, pode ser um importante e sustentável rendimento socioeconómico.


Devido às propriedades da planta e dos figos - fibra alimentar, cálcio, magnésio, potássio, sódio, fósforo, ácido tânico, sacarose, vitaminas C, A e B 3 - são de utilidade quase ilimitada: doces, compotas, geleias, sumos, gelados, iogurtes, bolos, xaropes, vinagre, saladas, tortilhas, licores, bolachas, aguardente, óleos cosméticos, chás medicinais, dietas de emagrecimento, indústria farmacêutica e fabrico de rações biológicas para animais, fertilizante do solo.


Em 2011, num concurso de Aromas e Sabores com Figo da índia, ficou demonstrado que "é possível fazer-se todo o tipo de receitas quer como ingrediente principal quer como aroma, espessante ou corante."

Nalguns países também já se produz bio combustível e como hospedeiras de cochonilhas (pulgões) usam-se na indústria tintureira, na pintura de quadros, decoração de paredes, artesanato.

É ideal para reflorestar zonas em processo de desertificação e para fixar de terras ameaçadas de erosão.

Apesar da redução do orçamento comunitário para a Política Agrícola Comum (PAC) que pode significar "perdas importantes" para Portugal, porque não apostar nos mercados europeus e não comunitários?

É uma dica sinérgica que pode contribuir para aumentar o emprego, a exportação e a percentagem de riqueza nacional...


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