QUARTO ACTO
História Contemporânea de Portugal
Lobbies vs. Exploráveis
CENA I
(No reinado de Sócrates)
FARMÁCIAS:
- Sócrates tem de enfrentar «lobbies» do sector
A Associação Nacional acusa Governo de não impor reduções
de preços previstas na lei
O «aumento excepcional de preços que se verificou no mês
de Junho é completamente injustificável», classificando de «ridícula» a
argumentação do Governo para justificar essa subida, ou seja, de que poderia
haver problemas de saúde pública se alguns medicamentos «saíssem do mercado».
“Tico" (O maquinador lógico):
- O Estado poupa de imediato com o genérico mas é bastante
penalizador para os utentes; o Governo poderia ter criado um escalão intermédio
para que a descida da comparticipação não fosse tão drástica!
Sócrates e o POLVO DAS FARMÁCIAS
Mas não há limites para a pornografia de que José
Sócrates é capaz, nem mesmo por se ter sabido, entretanto, que o processo Face
Oculta regista as ligações perigosas entre João Cordeiro e o primeiro-ministro.
Delito de Opinião 10.03.11
“Os portugueses deram a maioria a Sócrates porque já se
sentiam a viver num país disfuncional.(…) muitos acreditaram que tinha
finalmente chegado ao poder o homem com a coragem necessária para fazer as
reformas que há décadas nos tolhiam, impedindo mais que o desenvolvimento, a
própria sustentabilidade do país.
Arrogante e ambicioso, com um pouco de sorte talvez
ousasse arriscar o seu futuro político e enfrentar os lobbies para salvar o país - a ingenuidade tem limites - mas para se tornar no special one,
o único em décadas capaz de fazer as reformas difíceis e não resgatar Portugal do
pântano.
Mas como se sabe o nosso putativo jogador de poker na hora da verdade não foi a jogo.
Entre inscrever o nome na História e gozar das mordomias do poder enquanto
durasse, preferiu a segunda hipótese. A que fez dele apenas uma enorme decepção.
Sócrates, PRESIDENTE do
Conselho Consultivo do grupo farmacêutico Octapharma
para a América Latina, diz que “ é uma actividade que exerce a par dos
seus estudos em Paris"
E no seguimento de uma notícia divulgada no 'Correio da
Manhã', a multinacional suíça esclarece que o ex-governante "foi convidado
há cerca de oito meses para exercer funções" na empresa.
"A farmacêutica suíça que contratou José Sócrates facturou, por ajuste direto com o Estado português entre 2005 e 2011, cerca de seis milhões de euros"
"A farmacêutica suíça que contratou José Sócrates facturou, por ajuste direto com o Estado português entre 2005 e 2011, cerca de seis milhões de euros"
“Máfia dos vampiros"24.02.2013
- A Octapharma, empresa onde Sócrates trabalha, é suspeita de inflacionar preços para valores
muito superiores aos do mercado.
Estima-se que cerca de 800 milhões de euros tenham sido desviados dos cofres públicos, no âmbito deste esquema fraudulento, detectado já em 2004.
Estima-se que cerca de 800 milhões de euros tenham sido desviados dos cofres públicos, no âmbito deste esquema fraudulento, detectado já em 2004.
01.03.2013 - O Sistema convidativo
Evidente que"eticamente isto é uma grande vergonha. Para quem a tem, naturalmente"
Jornal Bloomberg
(propriedade de Michael Bloomberg, actual prefeito da cidade de Nova Iorque, aquando
do acesso a um relatório da Comissão Europeia, elaborado depois da segunda
revisão do programa de resgate de Portugal, em “avisos” constantes, sobre propostas
defendidas pela Comissão Europeia):
- “O Governo português
precisa de perseverança e determinação para superar os fortes interesses
instalados que estão no caminho das reformas”
- «Portugal
atingiu as metas do défice deste ano, mas através
de medidas extraordinárias e precisa agora de adoptar políticas de
austeridade, sob forte oposição, para assegurar a redução duradoura da dívida”
DURÃO BARROSO (A única preocupação parece ser com os trabalhadores,
convicto de que a redução do seu rendimento e a instabilização do seu emprego/contrato,
colocando-o em estiva, será a solução).
- “O País tem que avançar
rapidamente com reformas para reduzir os custos do trabalho e aumentar a
flexibilidade laboral".
“Geninha”
(uma ratinha superinteligente):
- Quanto ao único lobby com sucesso e provas dadas em
Portugal, o lobby político-partidário e a captura do Estado pelas concelhias e
distritais, nem uma palavra?
"Cervos"
(levantando a cabeça e mantendo-se imóveis, com as orelhas em pé, prontos
para a fuga, o que nem sempre é possível):
- Não vamos longe com esta
gente!
“Façam uma viagem ao interior
dos partidos e ficam aterrados.
O país dos interesses deve ser mesmo assustador. Se
calhar só um louco o desafiaria. Um louco megalómano, capaz de arriscar o
pescoço político para deixar obra. Um louco de extracção democrática, bem
entendido, que da outra casta já experimentámos e não correu bem. Só que isto
que eu estou para aqui a dizer é sebastianismo puro, não é?”
- Pois é.
Mas Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia, é homem para enfrentar os lobbies mais
poderosos de Portugal!
HENRIQUE GOMES (disposto a defrontar a missão, nada fácil, vem a
público defender a criação de um imposto extraordinário sobre o sector):
- O Estado tem de impor o
interesse público ao poder excessivo da EDP, estabelecendo um plano até
final de Fevereiro.
VÍTOR GASPAR E CARLOS MOEDAS (mandando-o calar, retiraram-lhe o dossier, evitando assim que viesse a ser bem sucedido):
- A privatização está em curso; queremos
vender a empresa e os investidores começam a ficar nervosos.
- E o plano nunca
aconteceu porque o António Mexia já andava de “candeia às avessas” com ele. Os
grupos instalados controlam de facto, a política. A austeridade cai ao lado
deles.
É proibido ser honesto com um povo amorfo e masoquista.
- “O presidente executivo da
EDP, António Mexia, recebeu 1,2 milhões de euros em 2012, a que se soma
o prémio plurianual relativo ao mandato dos três anos anteriores, num total de
3,1 milhões de euros!”
- “É uma utopia achar que o crime organizado vá acabar. É
necessário que nós nos estruturemos para desarticulá-lo. Dizer que vai acabar é
brincar com ingenuidade.”
Os Entes perderam o medo de ser punidos.
CENA III
07.04.2013
- A Comissão Europeia espera que o governo "identifique rapidamente" as medidas que
permitam "adaptar" o orçamento de
2013 por forma a garantir o cumprimento das metas orçamentais negociadas com a troika e que obrigam Portugal a atingir
um défice orçamental de 5,5% do PIB este ano.
Edição europeia on line do Wall Street Journal -
09.04.13:
” O país, um dos mais pobres da zona euro, tem-se afundado em recessão desde que começou a aplicar
cortes na despesa e aumentos fiscais impostos pelos credores, há dois anos”.
Editorial do jornal britânico
FT- Económico:
- Todos os esforços do País podem ser em vão se a Europa
não tiver um plano para o crescimento. "Nenhum país na zona euro é uma
ilha em termos económicos - e muito menos Portugal. Sem um plano para
impulsionar o crescimento na Europa, os sacrifícios em Lisboa correm o risco de ser em vão".
09.04.2013
- “A próxima etapa da crise europeia vai passar por
Portugal, "com o governo, claro, a propor uma
cura com Mais Austeridade".
- Os membros
da troika são "sádicos" a quem foi dada "licença para
continuar a provocar dor".
- Não são as medidas
de austeridade que asseguram os baixos spreads (margem de lucro) nos
empréstimos concedidos a Portugal.
- “Os baixos spreads não têm qualquer relação com a
austeridade". "A redução dos spreads, face à Alemanha, pagos por
cada país, são totalmente explicados pelo seu valor no pico da crise. Não
existe qualquer indício de que as políticas sejam relevantes".
GEORGE SOROS (empresário
e homem de negócios húngaro-americano que ficou famoso pelas suas atividades
enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio):
- “A Alemanha precisa de perceber que a política que está
a impor à Zona Euro – o programa de austeridade – é
contra produtiva. Na verdade, ela não pode ser bem-sucedida.
Os países do Sul estão a ser empurrados para uma longa depressão que pode durar mais do que uma década. Ela pode até tornar-se permanente.
Os países do Sul estão a ser empurrados para uma longa depressão que pode durar mais do que uma década. Ela pode até tornar-se permanente.
Angela Merkel está a levar a Zona Euro na direcção errada.
- São essenciais três passos para resolver a crise do
euro:
A reforma e recapitalização do sistema bancário; um
regime de euro-obrigações; um mecanismo de emergência.
Ler mais em Anexo da Jangada da Tijuca
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