Número total de visualizações de páginas

domingo, 15 de junho de 2014

POR TRÁS DA MÁSCARA


O Diabo a Seu Lado (Investigação Discovery) é o nome do personagem que mergulha nas vidas secretas de homens e mulheres que se escondem por trás das máscaras de cidadãos corretos e respeitadores da lei.
À medida que cada história se vai desenrolando, as pessoas a quem eles amam ou amavam vão contando em primeira mão a história dessas traições inimagináveis que os surpreenderam.

Acho que o mundo é governado, cada vez mais acentuadamente, por este tipo de indivíduos - PSICOPATAS

Estão-se nas tintas sobre o que as outras pessoas pensam deles. 

“Implacabilidade, charme, concentração, resistência mental, ausência de medo, atenção plena e capacidade de agir, são alguns traços dos psicopatas, mas que também nos tornariam heróis na mesa de cirurgia ou numa acção militar de resgate. É só preciso não deixar para trás a empatia.
Os psicopatas nunca adiam. Estão muito virados para a recompensa. Se querem alguma coisa, vão atrás dela.
Muitos de nós têm medo da rejeição, de falhar. Se há um preço a pagar por alguma coisa, os psicopatas não vêm o lado negativo, atiram-se ao positivo"

Quem os define assim, é o psicólogo britânico Kevin Dutton.


Não é isto que está já acontecendo?



O sonho de Pedro Passo Coelho





«Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a
verdade é que não há alternativa. Se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso.
Ministros Mota Soares - Paulo Macedo

O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. Sempre com aquela cara de anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. 
O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo. Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.



Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventadas quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres para espalhar estrume e coisas assim. Agora já não precisamos e há cretinos que ainda não perceberam que, para nós vivermos bem, é preciso podar estes sub-humanos.
Que há um terço que tem de ir à vida não tem dúvida nenhuma. Tem é de ser o terço certo, os que gastam os nossos recursos todos e que não contribuem. Tem de haver equidade. Se gastam e não contribuem, tenho muita pena...os recursos são escassos. Ainda no outro dia os jornais diziam que estamos com um milhão de analfabetos. O que é que os analfabetos podem contribuir para a sociedade do conhecimento? Só vão engrossar a massa dos parasitas, a viver à conta. Portanto, são: os analfabetos, os desempregados de longa duração, os doentes crónicos, os pensionistas pobres (não vamos meter os velhos todos porque nós não somos animais e temos os nossos pais e os nossos avós), os sem-abrigo, os pedintes e os ciganos, claro. E os deficientes. Não são todos. Mas se não tiverem uma família que possa suportar o custo da assistência não se pode atirar esse fardo para cima da sociedade. Não era justo. E temos de promover a justiça social.

Outro terço tem de ficar com dono. É chato precisarmos ainda de alguns operários e assim, mas esta pouca-vergonha de pensarem que mandam no país só porque votam, tem de acabar. Para começar, o país não é competitivo com as pessoas a viverem todas decentemente. Não digo voltar à escravatura - é outro papão de que não se pode falar -, mas a verdade é que as sociedades evoluíram muito graças à escravatura. Libertam-se recursos para fazer investimentos e inovação para garantir o progresso e permite-se o ócio das classes abastadas, que também precisam. A chatice de não podermos eliminar os operários como aos sub-humanos é que precisamos destes gajos para fazerem algumas coisas chatas e, depois (por enquanto), votam - ainda que a maioria deles ou não vote ou vote em nós. O que é preciso é acabar com esses direitos garantidos que fazem com que eles trabalhem o mínimo e vivam à sombra da bananeira. 



Eles têm de ser aquilo que os comunistas dizem que eles são: proletários. Acabar com os direitos laborais, a estabilidade do emprego, reduzir-lhes o nível de vida de maneira que percebam quem manda. Estes têm de andar sempre borrados de medo: medo de ficar sem trabalho e passar a ser sub-humanos, de morrer de fome no meio da rua. E enchê-los de futebol e telenovelas e reality shows para os anestesiar e para pensarem que os filhos deles vão ser estrelas de hip-hop e assim.

O outro terço são profissionais e técnicos, que produzem serviços essenciais, médicos e engenheiros, mas estes estão no papo.





os convencemos de que combater a desigualdade não é sustentável (tenho de mandar uma caixa de charutos ao Lobo Xavier), que para eles poderem viver com conforto não há outra alternativa que não seja liquidar os ciganos e os desempregados e acabar com o RSI e que para pagar a saúde deles não podemos pagar a saúde dos pobres.
Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. A verdade é que a pegada ecológica da sociedade actual não é sustentável. E se não fosse assim não poderíamos garantir o nível de luxo crescente da classe dirigente, onde eu espero estar um dia.


Não vou ficar em Massamá a vida toda. O Ângelo diz que, se continuarmos a portar-nos bem, um dia nós também vamos poder pertencer à elite."

Por José Vítor Malheiros - Colunista no Público 
[‘Sou um liberal de esquerda. A minha marca política é não estar com ninguém. Estou só em todo o lado’]



Imagens 
 

sábado, 14 de junho de 2014

OLHA O BALÃO...






Olha o João
Olha o Joãozinho
Numa ligação
De longo caminho

Olha a Antonieta
Olha a Noetinha
Que não faz gazeta
Da sua vidinha!

"Eu tenho um gaiato aqui dependurado, 
Que é mesmo o retrato do meu namorado
Eu tenho uma gaiata aqui dependurada 
Que tem mesmo a lata, duma namorada"

quarenta e sete
Anos, pois então
Na mesma cassete
Desde a decisão

E pela teimosia
Em juntos sonhar
É com simpatia
 Que os venho saudar



quinta-feira, 12 de junho de 2014

FESTIVIDADES DE SANTO ANTÓNIO DE LISBOA



Como filha adoptiva de Lisboa desde os 17 anos, não quero deixar passar as Festas de Lisboa sem, pelo menos, as referenciar aqui, dando uma ênfase especial às festividades de Santo António, parte essencial.

No dia 13 de Junho, todos os anos se reúnem milhares de pessoas no adro da Igreja de Santo António, para participar na procissão em honra do santo padroeiro da cidade. Durante a tarde, o povo de Lisboa e muitos peregrinos de todo o mundo sobretudo de Itália, Espanha, França, Brasil e África percorrem a pé as freguesias do bairro de Alfama até à Sé de Lisboa


Ao longo do percurso, imagens de outros Santos de capelas do Bairro vão sendo incorporados numa procissão que chega a ter vários quilómetros


Tradições das Festas de Santo António, em Lisboa

Manjericos, versos e quadras, bandeirolas, sardinhas e febras assadas, broa, pimentos, caldo verde, vinho tinto e arraiais populares são os ingredientes mais comuns.



Uma das principais tradições é um evento organizado pela Câmara Municipal de Lisboa que contempla a celebração de 16 casamentos, através do regime religioso ou civil.

Foto de 2014

As festas começam na noite do dia 12 de Junho com as marchas populares, um desfile onde os diferentes bairros de Lisboa disputam a melhor marcha descendo a Avenida da Liberdade e que termina com fogo-de-artifício 




Mas serão algumas particularidades menos populares do Santo que hoje quero destacar.



Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), formado em Santa Cruz de Coimbra pela “escola” de S. Teotónio, foi o primeiro Doutor da Igreja da Ordem dos Frades Menores e simboliza no triângulo bem conhecido – teólogo de cátedra, pregador de púlpito e missionário no mundo – o espírito de abertura e de compreensão, que está presente na identificação da nossa cultura.
Segundo Jaime Cortesão, o franciscanismo construiu a mística dos Descobrimentos “eliminando a contradição inibitória que existia entre as necessidades económicas e os postulados da religião”
Papa Francisco deu uma nova projeção ao «Poverello» (espírito de Assis), influente decisivo na construção dessa mesma cultura - O Papa jesuíta explicou aos cardeais que escolheu o nome de Francisco em honra a São Francisco de Assis, e não São Francisco Xavier.
E se nos gerámos nessa convergência rica e singularíssima entre o Atlântico e o Mediterrâneo, não podemos esquecer a simbiose mística cantada por Frei Agostinho da Cruz:
 “Daqui mais saudoso o sol se parte; Daqui muito mais claro e mais dourado. Pelos montes, nascendo, se reparte”.
Do que se tratava era de ligar o “saber de experiências feito” aos sentimentos, numa lírica “repassada de ternura e piedade”, bem explícito em Antero de Quental, Jaime Magalhães de Lima, Camões, Francisco de Portugal, Jerónimo Baía, Francisco Manuel de Melo, Padre António Vieira, Garrett, Herculano, Eça de Queirós, Afonso Lopes Vieira, Teixeira de Pascoaes (“São Francisco de Assis falava outrora, aos animais, às flores, triste e só…”)
E até Fernando pessoa nos fala do Santo em “Prece”( “Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor livra-me de mim”…)
Franciscanismo está no nosso código genético ao partir da consideração do primado da pessoa humana, da valorização da hospitalidade e da entreajuda comunitária e do espírito de disponibilidade para o que é diferente.
E, como salientou, Agostinho da Silva, o mundo que o português criou corresponde a uma síntese onde tudo se encontra: o sonho, a descoberta, a aventura, a cordialidade, o desafio, a incerteza, a disponibilidade, o diálogo, a diferença, a natureza… obra de franciscanos, para quem “Cristo era irmão dos humildes; e a Virgem, a Mãe misericordiosa dos homens”.
(síntese extraida dum texto do Dr. Guilherme d’Oliveira Martins)


Padroeiro de Portugal e de Lisboa é também considerado padroeiro dos amputados, dos animais, dos estéreis, barqueiros, idosos, grávidas, pescadores, agricultores, viajantes e marinheiros; dos cavalos e burros; dos pobres e dos oprimidos.

Perto da Sé Patriarcal de Lisboa encontram-se os espaços mais importantes de homenagem - o Museu e a Igreja Antoniana.

Museu
Igreja de Santo António - Altar

Sendo um dos vultos que mais olhares artísticos mundiais reúne com destaque para Portugal, onde nasceu e Itália, onde morreu,o  museu monográfico, dedicado à sua vida e veneração exibe, em exposição permanente, objectos litúrgicos, gravuras, pinturas, cerâmicas e objectos de devoção alusivos.



Presentemente e até 30 de Junho, a "A Arte da Terra", expõe "Santo António, de braço dado com...a Arte". 
Dela fazem parte centenas de obras da autoria de artesãos, escultores e designers - Muitos Antónios numa exposição sobre um único, Santo António de Lisboa: Santo António cozinheiro, de bicicleta, lambreta, ferrari ou nos "lisboetas" meios de transporte, eléctrico, segway, ou go go car.



Para ver a exposição, entrar em "A Arte da Terra", na Rua Augusto Rosa, nº 40, ao lado da Catedral, aberta todos os dias das 11 h ás 20 h


Imagens Google

quarta-feira, 11 de junho de 2014

10 DE JUNHO, DIA DA IDENTIDADE PORTUGUESA





O País, a Nação, as Comunidades, Camões ou simplesmente 10 retalhos de um fragmento de identidade - Maria Cavaco Silva












Luís Vaz de Camões, o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade tal como Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare, faz hoje 434 anos que morreu.





- E Maria Cavaco Silva deu uma aula de poesia a alunos da licenciatura em Estudos Portugueses da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, na passada sexta-feira.
Camões - "o pai da poesia portuguesa" (e também Sophia de Mello Breyner - "a poeta da luz, da água e da beleza"), foram os autores escolhidos para colocar os alunos a recitar versos portugueses.
 A ex-professora universitária tentou dizer algumas palavras em chinês, mas acabou por confessar que já não tinha idade para aprender línguas.
E disse a propósito de um poema de Camões lido por um dos alunos: «todos queremos ser livres».
Falar de liberdade na China pode não ser aconselhável. Muito menos se a frase for dita pela mulher de um Presidente da República - neste caso de Portugal - embora não se tratasse de qualquer intervenção sobre direitos humanos.
Estudar Diplomacia, é necessário... já que não é inata.

Vídeo - See more at: http://vmais.rr.sapo.pt/default.aspx?fil=680425&rdt=1#sthash.XP40ZBfy.dpuf


- “Sou de Centro Esquerda”- foi a posição pública assumida por Maria Cavaco Silva, em entrevista à revista Visão.
A frase provocou sucessivas ondas de choque no Partido Social Democrata cujos dirigentes, deputados e militantes do partido chegaram a duvidar que tivesse saído com grande destaque na capa da revista. Mas saiu mesmo. E falou em levar as duas a tribunal…

Viva a liberdade, ou a estratégia ou a inabilidade.



- A primeira-dama portuguesa, Maria Cavaco Silva, lembrou que a "emigração de portugueses sempre aconteceu, mesmo sem crise", sustentando que o mundo atual "encolheu" e que existem oportunidades em todo o lado.


Mas eles dizem que "tiveram de fugir" porque o país onde nasceram já não lhes dava condições para viverem. A crise gerou uma nova vaga de emigração - só em 2012 saíram mais de 120 mil. E, no dia em que se celebra o país, olham para Portugal com a angústia, a revolta e a saudade que não lhes permite pensar num regresso próximo.


- Maria Cavaco Silva, ex-docente na Universidade Católica, argumentou que "a Educação é o fundamento do desenvolvimento do país" e defendeu que é altura de "sacrifícios".

"Temos que passar para um tempo em que é mais importante sabermos o que somos do que o que temos e a Educação, para mim, tem isso como base".
No final, solicitada pelos jornalistas a comentar sobre se Portugal deveria fazer mais pela divulgação da língua e da cultura portuguesas, a primeira-dama recusou comparações e sublinhou que o importante é trabalhar.
«Estamos sempre obrigados a fazer mais do que aquilo que fazemos, mas em vez de nos martirizarmos com o que ter de fazer mais, vamo-nos consolando com o muito que já se faz comparando com o que se fazia no passado».
Na sua intervenção lembrou que, na Católica,os professores dos anos 70 também limpavam mesas e ajudavam fisicamente a garantir as condições para poderem ensinar.


- O Presidente da República quis que a primeira-dama “ provasse que não é sexo fraco" não deixando Braga de Macedo, director do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) e seu antigo ministro das Finanças, pegar na pá para ajudar a tapar com terra as raízes da sua Ceiba insignis, uma árvore autóctone da América do Sul.


- Casaco a evitar
Durante a visita oficial de Cavaco Silva à Alemanha, em Março de 2009, depois de as associações de defesa dos animais terem lançado a polémica sobre o casaco de peles da primeira-dama Maria Cavaco Silva, que alegadamente seria verdadeiro, passou a usar apenas um casaco comprido de tecido. 
Destacaram-se comentários como:
“Quantas pobres MARTAS foram mortas para fazer o casaco de Maria Cavaco Silva! Vergonha!”
“O uso de peles provenientes de animais protegidos é considerado uma ofensa, em países evoluídos!


- De visita à Capadócia, sob um sol intenso, numa paisagem quase lunar, o professor trocou a economia pelo “sonho” que era para a mulher,  conhecer a Capadócia - formações geológicas, vestígios de vulcões com mais de dois mil milhões de anos.
Mas, voltando à economia, disse esperar que o turismo se desenvolva. Em ambos os países. Maria Cavaco Silva gostou do que viu. “Excedeu as minhas expectativas” evitando, também ela, pronunciar-se sobre a questão polémica do uso do véu islâmico pela primeira-dama turca
.




- Em entrevista ao Expresso, deixou escapar o que em tempos terá sido uma piada: "Há pessoas que acham que é óptimo que o meu marido vá tratar dos netos."
A frase de Maria Cavaco Silva vai ao encontro de uma das escutas do processo "Face Oculta", o diálogo entre Rui Pedro Soares, ex-administrador da PT e Paulo Penedos, advogado e antigo assessor jurídico da empresa e que gira à volta de uma compra das rádios da Media Capital por Luís Montez, genro de Cavaco Silva, ao mesmo tempo que a PT comprava parte do capital da TVI.”
É o preço da paz", disse Rui Pedro Soares, acrescentando que Cavaco Silva "cala-se logo, fica a cuidar dos netos".



- Cavaco Silva, em Viana do Castelo, para uma mulher de 77 anos, sem reforma e a viver com a do marido:
"Esta é a minha senhora, trabalhou toda a vida e tem de reforma de professora, imagine, 800 euros. Por isso também tenho de trabalhar para ela mas como ela está sempre ao meu lado, e nunca atrás de mim, merece bem que eu trabalhe para ela."



- A primeira-dama não hesitou um segundo para conseguir ser a primeira a receber a hóstia das mãos do indescritivel padre Vítor Melícias, no final da missa de corpo presente de Eusébio.
Esqueceu certamente que o anti-cavaquista padre disse que não hesitaria em abandonar o país caso o marido fosse eleito…


Maria Cavaco Silva tem, sem dúvida, um conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma identidade feita de muitos e diferentes retalhos


Imagens Google


sábado, 31 de maio de 2014

SEM TÍTULO


Tristeza, obra de Ivan Guayasamin

De alma roubada
Hierarquizada
Entre os que calam
E os que mandam,
Pela doença social
Tornada individual
Com direito a razão
Só vê rejeição
Lobbies pra apoiar
Outros pra afundar
De ombros cansados
Em silêncio apoiados
Sitiada na cobiça
Com falta de justiça
Que não vê o mundo
Ficar moribundo
Procura refúgio
Como subterfúgio
Num imaginário
Mutante cenário




“Tristeza não tem fim
Felicidade sim”
.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

O RETORNO À IDADE MÉDIA ?


-“Can you tell me where my country lies?"
said the unifaun to his true love's eyes.
-"It lies with me!" cried the Queen of Maybe
For her merchandise, he traded in his prize
Genesis, Dancing With The Moonlit Knight, 1973


Unifaun = Junção de Unicorn (unicórnio) com Faun (Fauno, na mitologia romana, o Deus dos campos e dos pastores). Foneticamente, unifaun torna-se um trocadilho com a palavra Uniform (uniforme, farda). O personagem Unifaun representa a velha Inglaterra histórica
É uma canção que crítica a sociedade capitalista inglesa pelo seu modelo económico baseado no consumismo. E adiciona à temática elementos do folclore inglês, referências à história do Rei Arthur e aos Cavaleiros da Távola Redonda.
O unifaun comercializa a mercadoria (leia-se Inglaterra) com ela.
Os membros de uma sociedade capitalista são ironizados ao serem comparados com os atores do Mummers Play.


 
Thomas Woodrow Wilson

Tudo começa em 1919, com o Federal Reserve Act assinado pelo Presidente do Estados Unidos T.W. Wilson- a moeda dos EUA é emitida agora pelos privados.

Richard Milhous Nixon

Continua em 1971, com a revogação da convertibilidade da moeda e ouro pelo Presidente R. Nixon. Com esta medida o dinheiro já não representa a riqueza dum País, o seu ouro, mas torna-se uma riqueza volátil, retirada das mãos dos cidadãos.

A seguir, faz-se a omissão dos bancos centrais nacionais da Europa em favor dum só banco central, o BCE, privado, que emite moeda própria.
Como resultado, os cidadãos perderam definitivamente qualquer contacto com o ouro do Estado e são obrigados a utilizar exclusivamente um meio de pagamento privado, sem valor intrínseco.
Entretanto, os bancos, todos privados ou controlados pelos privados, capturam os Estados no mecanismo da dívida pública e conseguem enriquecer cada vez mais.


Os Estados ficaram apenas com um monte de papel. Os bancos com o ouro.
O dinheiro que utilizamos já não é público, é privado; já não é riqueza, é papel.

Os Estados abdicaram do seu papel traindo os próprios cidadãos. Entregaram o ouro e o poder a uns poucos privados. O ouro e o poder andam sempre juntos.
Um Estado que não pode controlar a própria economia já não é um Estado - é uma ilusão de Estado.
Perdida a posse da própria riqueza, morre. Apenas continua a existir a Nação (por enquanto).

Os Estados morreram porque foram vendidos. Logo, nós cidadãos, que somos os Estados, fomos vendidos, com as nossas riquezas e os nossos direitos.
Os partidos, criados e eleitos para tratar dos interesses de todos, traíram a confiança dos próprios eleitores e venderam as vidas dos cidadãos aos bancos privados.

Hoje, os termos Estado, República, Democracia, deixaram de ter sentido e continuam a organizar rituais vazios como as "livres" eleições para criar uma aparência de legalidade a fim de o cidadão não perceber a realidade, para preservar a Grande Mentira - "fomos vendidos em troca de papel".



Os bancos, os megafundos, as dinastias financeiras, querem ser pagos em moeda forte e, portanto, criam uma propaganda na qual estamos constantemente ameaçados pela inflação, mesmo com a economia em colapso diante dos nossos olhos. Evitam que a moeda ganhe valor e criam a depressão.

Tudo gira em torno da superstição de que é o Estado (ou o BCE na Europa) o único que produz dinheiro e que, se ficar sem notas tem como única solução ir buscá-las aos ordenados, reformas e poupanças dos cidadãos.

O comunismo morreu com a queda do muro de Berlim. A social-democracia morreu com esta crise financeira.



Foi nas décadas 80 e 90, quando houve um gigantesco movimento de privatizações maciças de empresas públicas, de desregulamentação e de liberalização, iniciado nos EUA de Reagan e na Inglaterra de Tatcher  estendendo-se depois a muitos países com o apoio do FMI e do Banco Mundial, que deixou o Estado fragilizado, submetido ao poder económico, incapaz de promover o desenvolvimento e o crescimento sustentado, conduzindo o mundo à primeira grande crise global.
Portugal também não escapou àquele movimento e o actual governo parece não ter aprendido nada com essa experiencia pois tenciona continuar a politica de privatização de empresas públicas.
As privatizações têm representado um fabuloso negócio para os grandes grupos económicos, incluindo estrangeiros, e um mau negócio para o Estado que perdeu assim uma importante fonte de receitas para aliviar as dificuldades orçamentais e reduzir o défice orçamental.


«A UE, "ao completar quase seis décadas de integração, que leitura podemos retirar da construção do idealizado neo-império europeu? Fazendo analogia com o Império Romano, vemos hoje na União Europeia a figura de uma imperador, que detém sozinho o poder centralizador, entre mandos e desmandos, com os demais Estados súbditos a fazerem-lhe a corte e a darem satisfações dos seus actos. Continuando a nossa analogia, vemos com clareza o neo-império dividido em dois grupos: dos cidadãos e dos não cidadãos. O primeiro grupo é composto por classes sociais, segundo a sua riqueza e o seu poder de influência, que lembra o Império Romano com as suas ordens senatorial, equestre e plebeia. O segundo grupo é formado por libertos e por escravos (…)
É oportuno lembrar algumas das razões que enfraqueceram o Império Romano até a sua queda, no Século V d.C.:
 a enorme extensão territorial, que dificultava a administração e a defesa; a falta de mão de obra, que levou a forte crise na produção de alimentos; o aumento de conflitos entre as classes senatorial, equestre e plebeia, gerando instabilidade política; o aumento da corrupção no centro do império e nas regiões conquistadas e a facilidade com que Odoacro se apossou de Roma, mostrando a extrema vulnerabilidade a que havia chegado o Império Romano do Ocidente. Esperemos que a história não se repita, e que os visigodos, os ostrogodos e os vândalos permaneçam nos manuais da antiguidade, para não regredirmos para a Idade Média ou, quiçá, para a Guerra Fria, se permitirem que o Império Russo, que já foi o terceiro império do mundo, ressuscite. O velho continente não merece tal destino!»
Elizabeth Accioly, advogada, é professora da Universidade Lusíada de Lisboa e do Centro de Excelência Jean Monnet, da Faculdade de Direito de Lisboa.


Fontes: Wikipédia e blog Informação incorrecta, entre outras

domingo, 25 de maio de 2014

"BLOWIN IN THE WIND"

Bob Dylan 

"Blowin 'in the Wind" é uma canção escrita por Bob Dylan em 1962 e lançada no seu álbum The Freewheelin' Bob Dylan em 1963. Embora tenha sido descrita como uma canção de protesto, que coloca uma série de perguntas retóricas sobre a paz, a guerra e liberdade, o refrão "A resposta, meu amigo, está soprando no vento" tem sido interpretada [por quem?] como "impenetrável ambíguo: ou a resposta é tão óbvia que está na cara ou é tão intangível como o vento ".

Blowin In The Wind - Peter, Paul & Mary


How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.
How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head
Pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.




Quantas estradas deve um homem percorrer
Antes que lhe chame um homem?
Sim, e quantos mares deve uma pomba branca percorrer
Antes que ela descanse na areia?
Sim, e quantas vezes devem as balas de canhão voar
Antes que elas sejam proibidas para sempre?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento,
A resposta está soprando no vento...
Quantas vezes deve um homem olhar pra cima
Antes que ele consiga ver o céu?
Sim, e quantos ouvidos deve um homem ter
Antes que ele consiga ouvir as pessoas chorar?
Sim, e quantas mortes serão necessárias até que ele entenda
Que já morreram demasiadas pessoas ?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento,
A resposta está soprando no vento...
Quantos anos consegue uma montanha existir
Antes que seja arrastada [pelas águas] para o mar?
Sim, e quantos anos conseguem algumas pessoas existir
Antes que lhes seja permitido serem livres?
Sim, e quantas vezes consegue um homem virar a cabeça
Fingindo simplesmente que ele não vê?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento,
A resposta está soprando no vento...



As almas morrem de fome e estão nuas.

Têm o peso das palavras nunca ditas perante a crise financeira que altera a distribuição das cartas ideológicas e coloca os governos liberais diante das suas contradições.

Acho que o mundo precisava de parar para ser consertado!
Mas quem se importa com o quanto eu me importo?

Como diria Bob Dylan“A resposta, meu amigo, está soprando no vento. “The times are changing…”