“Portugal está a ser
assassinado, como muitos países do terceiro mundo já foram”, disse JOHN
PERKINS, antigo consultor na empresa CHAS. T. MAIN e cujo trabalho era
convencer países do terceiro mundo a cair no logro de fazerem “projetos megalómanos
financiados por empréstimos gigantescos de bancos do primeiro mundo”.
Farto de fazer negócios sujos, mudou de vida e resolveu
revelar o jogo nos bastidores financeiros.
Infelizmente, Portugal também já está no patíbulo da pena
de morte.
Ou nos iludiram ou nos queremos continuar a iludir porque,
afundados em dívidas, caminhamos para a imolação.
Para os menos curiosos, fica transcrito um pequeno excerto:
« ...
Levei algum tempo
a compreender tudo isto. Fui um assassino económico durante dez anos e durante
esse período achava que estava a agir bem.
Foi o que me ensinaram e o que ainda
ensinam nas faculdades de Gestão: planear grandes empréstimos para os países em
desenvolvimento para estimular as suas economias.
Mas o que vi, foi que os
projectos que estávamos a desenvolver, centrais hidroeléctricas, parques
industriais, e outras coisas idênticas, estavam apenas a ajudar um grupo muito
restrito de pessoas ricas nesses países, bem como as nossas próprias empresas,
que estavam a ser pagas para os coordenar.
Não estávamos a ajudar a maioria das
pessoas desses países porque não tinham dinheiro para ter acesso à energia
eléctrica, nem podiam trabalhar em parques industriais, porque estes não
contratavam muitas pessoas. Ao mesmo tempo, essas pessoas estavam a tornar-se
escravos, porque o seu país estava cada mais afundado em dívidas.
E a economia,
em vez de investir na educação, na saúde ou noutras áreas sociais, tinha de
pagar a dívida. E a dívida nunca chega a ser paga na totalidade.
No fim, o
assassino económico regressa ao país e diz-lhes “Uma vez que não conseguem
pagar o que nos devem, os vossos recursos, petróleo, ou o que quer que tenham,
vão ser vendidos a um preço muito baixo às nossas empresas, sem quaisquer
restrições sociais ou ambientais”. Ou então, “Vamos construir uma base militar
na vossa terra”.
E à medida que me fui apercebendo disto a minha consciência começou a mudar.
E à medida que me fui apercebendo disto a minha consciência começou a mudar.
Assim que tomei a decisão de que tinha de largar este emprego
tudo foi mais fácil. E para diminuir o meu sentimento de culpa senti que
precisava de me tornar um activista para transformar este mundo num local
melhor, mais justo e sustentável através do conhecimento que adquiri. Nessa
altura a minha mulher e eu tivemos um bebé.
... »
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