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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ENTREVISTA A JOHN PERKINS



 “Portugal está a ser assassinado, como muitos países do terceiro mundo já foram”, disse JOHN PERKINS, antigo consultor na empresa CHAS. T. MAIN e cujo trabalho era convencer países do terceiro mundo a cair no logro de fazerem “projetos megalómanos financiados por empréstimos gigantescos de bancos do primeiro mundo”.

Farto de fazer negócios sujos, mudou de vida e resolveu revelar o jogo nos bastidores financeiros.

Infelizmente, Portugal também já está no patíbulo da pena de morte.
Ou nos iludiram ou nos queremos continuar a iludir porque, afundados em dívidas, caminhamos para a imolação.


Para os menos curiosos, fica transcrito um pequeno excerto:

« ...

Levei algum tempo a compreender tudo isto. Fui um assassino económico durante dez anos e durante esse período achava que estava a agir bem.
Foi o que me ensinaram e o que ainda ensinam nas faculdades de Gestão: planear grandes empréstimos para os países em desenvolvimento para estimular as suas economias.
Mas o que vi, foi que os projectos que estávamos a desenvolver, centrais hidroeléctricas, parques industriais, e outras coisas idênticas, estavam apenas a ajudar um grupo muito restrito de pessoas ricas nesses países, bem como as nossas próprias empresas, que estavam a ser pagas para os coordenar.
Não estávamos a ajudar a maioria das pessoas desses países porque não tinham dinheiro para ter acesso à energia eléctrica, nem podiam trabalhar em parques industriais, porque estes não contratavam muitas pessoas. Ao mesmo tempo, essas pessoas estavam a tornar-se escravos, porque o seu país estava cada mais afundado em dívidas. 
E a economia, em vez de investir na educação, na saúde ou noutras áreas sociais, tinha de pagar a dívida. E a dívida nunca chega a ser paga na totalidade.
No fim, o assassino económico regressa ao país e diz-lhes “Uma vez que não conseguem pagar o que nos devem, os vossos recursos, petróleo, ou o que quer que tenham, vão ser vendidos a um preço muito baixo às nossas empresas, sem quaisquer restrições sociais ou ambientais”. Ou então, “Vamos construir uma base militar na vossa terra”.

E à medida que me fui apercebendo disto a minha consciência começou a mudar.

Assim que tomei a decisão de que tinha de largar este emprego tudo foi mais fácil. E para diminuir o meu sentimento de culpa senti que precisava de me tornar um activista para transformar este mundo num local melhor, mais justo e sustentável através do conhecimento que adquiri. Nessa altura a minha mulher e eu tivemos um bebé.
... »


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