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sexta-feira, 29 de março de 2013

DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE




O Dia Internacional da Felicidade foi assinalado este ano pela primeira vez e 20 de Março será a data de mais um dia mundial - o da Felicidade.


A resolução foi aprovada no ano passado, por consenso, pelo plenário das Nações Unidas para celebrar “a felicidade e o bem-estar, objetivos e aspirações de todo o mundo”, reconhecendo a relevância da felicidade e do bem-estar como objetivos universais na condução das políticas que os países desenvolvem.
Declara também “a necessidade de se dar uma atenção mais equitativa e equilibrada ao crescimento económico de modo a promover o desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza, a felicidade e o bem-estar de todos os povos” e “convida os Estados membros (193), as organizações da ONU e as demais organizações internacionais e regionais, assim como a sociedade civil, a celebrar de maneira apropriada o Dia Internacional da Felicidade com atividades pedagógicas e de consciencialização".


A ideia para a criação deste dia foi lançada pelo Butão, um pequeno reino budista localizado nos Himalaias, que adopta como estatística oficial a “Felicidade Nacional Bruta”(FNB) em vez do Produto Interno Bruto (PIB).
O termo foi criado pelo rei do Butão, Jigme Wangchuck em 1972 como resposta às críticas feitas ao fraco crescimento da economia no seu país, comprometendo-se a desenvolvê-la baseada nos valores espirituais budistas.
Segundo a “Businesses”, a proclamação do novo Dia Internacional da Felicidade foi muito comemorada pelos representantes do Butão, país mais feliz da Ásia e oitavo do mundo, sobretudo porque a ideia, além de ter sido sugerida por eles, também teve a aprovação unânime na ONU.


À pergunta da Rádio ONU no Facebook “O que te faz feliz”, os ideais de felicidade mais citados foram a família, a saúde, bons amigos, esperança e a própria vida.
Até agora, o calendário da ONU integra 120 dias mundiais e internacionais dedicados a temas tão diversos como às mulheres rurais (15 de Outubro), ao jazz (30 de Abril) ou às aves migratórias (14/15 de Maio).


Muitos governos dizem que elementos como a felicidade deviam ser incorporados na forma de medir a prosperidade, dominada apenas por indicadores económicos.


Mas, afinal, o que é a felicidade?



A ONU define-a "como um dos objetivos fundamentais do ser humano".

No Relatório pedido à Universidade da Columbia conclui-se que, na generalidade, a riqueza faz as pessoas mais felizes mas que outros fatores como a liberdade política, fortes ligações sociais e a ausência de corrupção são, no seu conjunto, mais importantes que o salário, o que explica algumas diferenças de bem-estar entre os países que se encontram no topo e no fundo da lista.
Ao nível individual, ter boa saúde mental e física, ter alguém em quem confiar e ter um emprego e família estáveis, são fatores fundamentais para a felicidade.

Os cientistas dizem tratar-se de uma vasta área de investigação, estudada por economistas, políticos, sociólogos e psicólogos.


A presidente da Associação Portuguesa de Estudos em Psicologia Positiva, Helena Marujo, em entrevista à Renascença, considera que “é difícil ser feliz ao lado de pessoas que não o são, o que é cada vez mais frequente. Quanto maior for a injustiça social e a diferença entre ricos e pobres, menor será a felicidade”.

“A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior.” Wikipédia

O homem sempre procurou a felicidade.

“Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável”

Desde a Antiguidade que muitos filósofos consideraram a felicidade como o fim último da vida humana e muitos foram os tratados sobre os caminhos para encontrá-la.


Erasmo de Rotterdam, in Elogio da Loucura, escreve: “A felicidade consiste em ser aquilo que se é”.


Epicuro, na Carta sobre a Felicidade, afirma que "o prazer é o início e o fim de uma vida feliz".


Aristóteles inicia o Livro 1,  Ética Nicomaqueia, discorrendo sobre a finalidade das ações que praticamos: "Se há, então, para as ações que praticamos, alguma finalidade que desejamos por si mesma, sendo tudo mais desejado por causa dela, e se não escolhemos tudo por causa de algo mais, evidentemente tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos bens. Não terá então uma grande influência sobre a vida o conhecimento deste bem?"
Portanto, para Aristóteles, um homem feliz é um homem virtuoso, a felicidade é algo final e autossuficiente, o fim a que visam as ações.


A Minha Felicidade
“Depois de estar cansado de procurar
Aprendi a encontrar. 
Depois de um vento me ter feito frente
Navego com todos os ventos.”

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"


A felicidade é um tema central do budismo, doutrina religiosa criada na Índia por volta do século VI a.C.



Um dos grandes mestres contemporâneos do budismo, o Dalai Lama diz que “a felicidade é uma questão primordialmente mental, no sentido de ser necessário, primeiramente, identificar os fatores que causam a nossa infelicidade e os fatores que causam a nossa felicidade. Uma vez identificados esses fatores, bastaria extinguir os primeiros e estimular os segundos, para se atingir a felicidade.”

Sobre o Butão


Por Paulo Yokota

Fundado por monges tibetanos há 4 séculos, o Butão é o país mais isolado do mundo. A escravidão sobreviveu oficialmente até meados do século 20.

Estevão Cacella, missionário jesuíta português, foi o primeiro europeu a entrar no Butão. Viajou através dos Himalaias em 1626 e no fim de uma estadia de quase oito meses escreveu uma longa carta no Mosteiro Chagri a relatar as suas viagens. É o único relato que resta.

Cheri Monastery Bhutan-070317.JPG -- onde Estévão Cacella escreveu o seu relato BUTÃO


De 1720 a 1970 esteve sob domínio da China ou da índia. Em 1971 tornou-se membro das Nações Unidas.

Em 1972, um jovem rei de 17 anos acabado de ser coroado decretou que o “ Produto Interno Bruto" não era mais importante do que a ‘felicidade interna bruta’.



O Butão passou a ser um reino “construído” dentro de um isolamento total.
A população é gente simples que trabalha a terra. 
O pequeno reino de 38,4 mil quilómetros quadrados tem 72,5% da sua área coberta por florestas e lugares exóticos, 34 rios e uma riquíssima biodiversidade. Abriga cerca de 2000 templos e mosteiros budistas.
Até 1999 não havia internet, TV e telemóvel porque o rei achava que isso poderia prejudicar o interesse do povo pelas tradições, harmonia familiar, excesso de consumo, falta de cuidado com a natureza e religião budista.
Thimphu é a capital e sede administrativa e Paro, a única cidade do país que tem aeroporto.


O FIB é uma medida que avalia a felicidade dos habitantes de dois em dois anos e que pode ser conferido pela internet em site oficial.
Enquanto os modelos tradicionais de desenvolvimento têm como objetivo primordial o crescimento económico, o conceito de FIB baseia-se no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento espiritual e o desenvolvimento material são simultâneos, complementando-se e reforçando-se mutuamente.
Os pilares da FIB são:
Promoção de um desenvolvimento socioeconómico sustentável e igualitário
Preservação e promoção dos valores culturais
Conservação do meio ambiente natural
Estabelecimento de uma boa governança
Wikipédia



Segundo o economista Hirata, é “um exagero dizer que em breve o mundo vai deixar de perseguir a meta do crescimento económico” mas já começa a refletir, também no âmbito da ONU que, além da economia, haverá a considerar o social, o ecológico e o bem-estar nas políticas dos países e das reuniões internacionais.



A Felicidade Interna Bruta não é uma lei escrita, mas um ideal que vem norteando as decisões do governo nos últimos 30 anos
O ambiente faz do Butão um dos países mais bonitos do mundo pelo que poderia ser um dos maiores locais turísticos. Mas não é porque o turismo tem limites para não prejudicar a cultura e o meio ambiente.
A venda de tabaco é considerada crime a fim de “proteger as gerações presentes e futuras do seu efeito devastador”. Mas existe mercado negro sem que ninguém se preocupe com isso porque para a FIB, o “bem-estar vem antes do dinheiro" e quem fuma não é punido.
Como há pouca industrialização no país, não há “necessidade” de uniões de trabalhadores.



Para seguir a diretriz da “preservação da cultura”, a população é obrigada a usar as roupas tradicionais da maioria budista.
E ai de quem queira praticar outra religião.
Qualquer argumento serve para tirar cidadanias - 90% dos emigrantes vive, no Nepal, em campos de refugiados da ONU.

A ONU, o Banco Mundial, o Banco de Desenvolvimento Asiático e, principalmente, a Índia financiaram mais de 90% dos projetos de desenvolvimento do país.

Diz no Bhutan Times: “O rei notou que houve mudanças no pensamento levando a práticas de corrupção tanto no governo como no setor privado”. “Corrupção não é mais uma palavra nova. Temos de aceitar essa dolorosa realidade”.


Por ironia da história, esta nação aparece no 141º lugar (de 187) do Índice de Desenvolvimento Humano 2011 da ONU, em 142º lugar (em 183 países) na lista do Doing Business de 2012 e em 111º lugar (de 179 países) na lista do Índice de Liberdade Económica 2012 da Heritage Foundation.
(Bruno Garschagen, mestre em ciência política e relações internacionais pela Universidade Católica de Portugal, especialista do Instituto Millennium).


“Há uma enorme invasão da liberdade. E felicidade é algo individual. Um governo interferir na busca por ela, é acreditar que o cidadão não tem capacidade de tomar decisões para o seu próprio bem”.
(Patrícia Carlos de Andrade, economista e diretora do Instituto Millennium, centro de pesquisa de economia liberal em São Paulo).


Agora cabe ao futuro dizer se a política da Felicidade Interna Bruta, com tantas contradições, está a ajudar o país a crescer ou se está a torná-lo mais isolado dentro do silêncio do Himalaia.

Pesquisa - Texto de Raquel Cozer, blog super.abril.com.br


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quarta-feira, 27 de março de 2013

O EURO = ABISMO


A Europa, o Euro, Chipre, Grécia, PORTUGAL e o Abismo





O economista norte-americano e Prémio Nobel, Paul Krugman, defendeu hoje a saída imediata de Chipre da Zona Euro, num artigo divulgado na edição do The New York Times. 


«"Chipre deve sair do euro. Agora", escreveu Krugman, no blogue "A Consciência de Um Liberal", que mantém no espaço virtual do diário nova-iorquino.  
Para justificar a proposta, argumentou: "Permanecer no euro significa  uma incrivelmente severa depressão, que vai durar por muitos anos, enquanto  Chipre procura construir um novo sector exportador".  
Ao contrário, "sair do euro, e deixar a nova moeda cair acentuadamente,  iria acelerar em muito esta reconstrução". »




Constança Cunha e Sá: «A restruturação da banca e a participação dos depositantes no resgate da banca tem efeitos devastadores para a economia.
Porque o que temos agora em Chipre é um país sem sistema financeiro, sem capacidade de atrair capital externo. Como consequência, sujeito a um pacote de austeridade (...) e portanto um país economicamente inviável. (...) Isto é empurrar o Chipre para anos e anos e anos de pobreza e de miséria. Se é com isto que se salva o Chipre e se coloca o Chipre na Zona Euro, eu não sei o que é que eles fariam para colocar o Chipre fora da Zona Euro», 

«Portanto, nós todos, agora, estamos em risco porque se abriu um precedente para o qual não há saída. O que os Srs. da Europa fizeram foi acabar com um país e arriscarem-se a que essa destruição tenha efeitos de contágio sobre a banca dos países periféricos».



«"Grécia tem de sair do euro e Portugal deve fazer o mesmo."
Num artigo de opinião publicado hoje no Financial Times, Roubini afirma que "a Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, baixa competitividade e uma depressão cada vez maior. O guru nota ainda que "outros países periféricos têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo da Grécia".
No artigo, o economista diz ainda que o recente acordo de troca de títulos de dívida que a Europa ofereceu à Grécia é um "roubo", fornecendo muito menos alívio à dívida helénica do que o país precisava. Por isso, aconselha Atenas a rejeitar o acordo e a renegociar outro que seja melhor competitividade do estilo da Grécia".

E avisa: "Portugal, por exemplo, pode eventualmente ter que reestruturar a sua dívida e sair do euro"..»
http://economico.sapo.pt/noticias/grecia-tem-de-sair-do-euro-e-portugal-deve-fazer-o-
mesmo_126944.html



«"É inevitável Portugal sair do Euro"
"O euro tem os dias contados" e Portugal devia ser dos primeiros países a terminar com a "tentativa fútil de permanecer na moeda única", afirma Desmond Lachman, antigo director adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI), numa entrevista exclusiva ao Expresso.»


Markus Kerber-  «“Portugal tem de abandonar o euro”
"Portugal tem que aumentar a competitividade e reforçar o crescimento. O que não será possível enquanto estiver entalado no espartilho do euro.
Com o curso actual do euro aliado a um programa de austeridade não há saída possível, pois a austeridade vai conduzir à recessão


«O economista João Ferreira do Amaral surpreendeu ao sugerir numa entrevista que Portugal deveria usar o dinheiro da troika como uma almofada para sair da zona euro.
"Debater internamente a saída do euro serve para já como uma arma de pressão sobre a Europa"»


«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, escreve com candura no livro que lançou: "Em retrospectiva, a decisão de entrar no euro pode não ter sido a mais acertada." A experiência da última década, feita de estagnação económica, parece confirmá-lo. 
Portugal, país com atrasos profundos - nas instituições, na educação, na indústria...  
"Não estava em condições de entrar no euro. O euro, regido por uma política monetária em função das maiores economias e uma ortodoxia cega na inflação, não estava em condições de receber Portugal.



«O Governo e a ‘troika' estão a apontar para um corte de cerca de dois mil milhões de euros no próximo ano, no âmbito da reforma do Estado, através de rescisões na Função Pública e de cortes nas pensões e restantes transferências sociais.


Então, o Banco de Portugal avança com uma segunda projeção para 2014. Apresenta um cenário em que o Governo cortará a despesa pública em 1,5% do PIB - cerca de dois mil milhões de euros - e o crescimento económico esfuma-se. Ou seja, no cenário mais realista, a economia portuguesa continuará estagnada no próximo ano.

A pressão sobre o Chipre é cada vez maior e está aberta a porta para a sua saída do euro. Mesmo que esse passo decisivo seja evitado, há mais um tabu que terminou: a saída do euro é mais fácil do que se julgava.

Perante isto, o processo do fim da moeda única iniciou-se. Só falta saber se é irreversível. Para países como Chipre e Grécia, a continuidade no euro deixou de ser um dogma. Mas a ruptura pode ser mais grave porque o problema é institucional.
Esta crise está a provar que a União Europeia é ingovernável.
A União Europeia continuará um barco com o leme partido, à deriva até embater contra uma rocha. É melhor lançar já o SOS»
http://economico.sapo.pt/noticias/chipre-e-o-principio-do-fim-do-euro_165409.html


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domingo, 24 de março de 2013

PUZZLES VICIADOS


Chipre, Portugal, Tróika, Crise, FMI, UE, Poder, poderes, políticas, políticos, palavras trocadas, cruzadas e sobrepostas, opiniões, ideias e pareceres, verdades e mentiras, convicções e larachas, são os fragmentos que compoem as imagens dos vários puzzles.


Mercados:
«O Preço do ouro pode estar a ser manipulado.
Reguladores norte-americanos começaram a examinar manipulação de preço do ouro e da prata.
Commodity Futures Trading Commission acredita que duas vezes por dia alguns bancos se reúnem, via ‘conference call' e manipulam os preços do metal amarelo.»


A grande crise actual não acontece "por acaso"... É um enorme puzzle de múltiplas incógnitas, nem sempre em diálogo entre si, o que potencia possíveis contradições, comportamentos, injustiças, opiniões, vulnerabilidades … mas que se combinam sempre de modo a obterem o lucro, através da extorsão do dinheiro que emprestam aos países em dificuldade (46, penso, atualmente).


Paulo Yokota: «O Ocidente já não é centro do Mundo, mas o centro do nosso olhar. E é partir dele que observamos o que nos rodeia.

Os EUA e a EU têm seguido o caminho errado continuando reféns do sistema financeiro.
O câmbio não é mais determinado pelo comércio e pelos investimentos, mas pelos absurdos fluxos financeiros, que são instáveis.

O problema mundial só pode ser resolvido pelo aumento da demanda e do emprego. As empresas estão com volumes absurdos de recursos financeiros, mas não os investem
O FMI sempre esteve distorcidamente convencido que podia resolver os problemas contendo as expansões monetárias e os gastos fiscais. Foram os coreanos que provaram que eles estavam errados e que é o aumento da produção que pode resolver os problemas, com o crescimento do emprego e das assistências aos desempregados»

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O FMI está a aproximar-se do que poderíamos chamar de um abismo de credibilidade”.

Público - Nas investigações ao "caso Tapie", Lagarde é suspeita de desvio de fundos públicos.
“ (…) garantir que a economia como um todo sofra, mesmo sofrendo um ataque fatal de austeridade, de modo a que banqueiros sejam salvos na totalidade, significa dar uma fortuna inesperada para os abutres que compraram empréstimos podres baratos.

Será isto também o futuro da Europa?”




«O FMI é uma espécie de saco azul enorme onde praticamente todos os países do mundo colocam dinheiro, um fundo de investimento. Esse dinheiro serve, em teoria, para emprestar a países em dificuldades a um juro X. Esse juro X é, também em teoria, o ganho dos países que lá investiram.»

Rzeczpospolita «Para o líder dos EUA, a Europa é “cada vez menos importante”»


«Os ministros das Finanças da zona euro quiseram mostrar ao mundo que não têm a mais pálida ideia do que andam a fazer
«Todo o processo à volta do plano de austeridade para o Chipre é uma tragédia, que confirma a degradação da União Europeia e a fraqueza dos seus líderes.»


"O eurogrupo aprovou no fim-de-semana um empréstimo ao Chipre no valor de 10 mil milhões de euros e a aplicação de uma taxa sobre os depósitos nos bancos cipriotas para arrecadar outros 5,8 mil milhões de euros.

Segundo o ministro da Defesa cipriota, Fotis Fotiu, o governo da ilha está a tentar encontrar soluções fora da União Europeia porque "foram e continuam a ser exercidas pressões incríveis sobre o governo em relação à taxa relativa aos depósitos privados, clima impróprio de negociações entre parceiros".



Lusa - «A chanceler alemã, Angela Merkel, insistiu com o presidente cipriota, Nikos Anastasiades, que “o plano de resgate deve ser negociado apenas com a troika e que o Governo de Nicósia não deve pôr à prova a paciência da troika", disseram deputados alemães citados pela agência Efe.

«O FMI diz que o Chipre tem de cumprir compromissos do resgate. A forma de aplicação progressiva de impostos aos depósitos bancários deverá ser uma decisão do próprio governo do país assim como a regulamentação dos descontos tributários e que importante era que o Chipre assumisse o compromisso de arrecadar 5,8 bilhões de euros em cumprimento aos termos do acordo com seus credores.»

«O pacote de austeridade para o Chipre demonstra que os líderes europeus estão à beira da loucura ou do suicídio colectivo.
Perante as ondas de choque e a vaga de rejeição do plano para o Chipre, os líderes europeus pareciam baratas tontas. Ninguém assumiu a paternidade da proposta e o recuo aparente foi imediato. Porém, o mal estava feito. Os governantes cipriotas já estavam em Moscovo a negociar alternativas - provavelmente piores.


 Paul Krugman «Os alemães não querem um colapso Chipre / saída do euro, mas também não querem que os contribuintes alemães socorram a lavagem de dinheiro da máfia russa. Então, em vez disso, fizeram chantagem com os depositantes cipriotas, lavando daí as mãos.
«Mas a garantia de depósitos na zona euro parece não estar nos planos [dos líderes europeus] - e de qualquer forma, há muitos outros potenciais Chipres por aí»






Económico - «De facto, a UE ofereceu um “pacote de resgate” concebido para destruir e não para resgatar o que resta da economia cipriota.»

«O Parlamento do Chipre rejeita plano de resgate da troika.
Membros do Congresso não aceitam contrapartidas do resgate porque preveem o confisco de uma parcela dos depósitos dos correntistas do país.»


Grabois, Fundação- Para os observadores, «o Chipre é atualmente palco de uma batalha de influências entre Bruxelas e Moscovo, com os europeus de um lado a quererem poupar os pequenos depositantes e a punir as grandes fortunas que têm vindo a usar o Chipre como paraíso fiscal, e do outro os russos a tentar evitar que os seus cidadãos mais ricos paguem grandes impostos a um governo estrangeiro.»




Ricardo Costa - «É natural que qualquer pessoa que tenha dinheiro no banco fique muito preocupada com o que se está a passar em Chipre. A simples ideia de taxar por igual (embora progressivamente) todos os que têm depósitos é absurda. Apesar dos recuos das últimas horas - com os depósitos até 100 mil euros - a ideia continua a ser absurda e perigosa, pela absoluta quebra de confiança e pelo evidente perigo de contágio.
E o que é que isto tem a ver com Portugal? Pelo lado dos depósitos, nada. Pelo lado da punição, quase tudo. A Alemanha - a seis meses de eleições - mostra que não está disposta a facilitar a vida aos que "prevaricaram".»


"Vivemos um contágio positivo"
O presidente do Banco Central Europeu acha que ainda é cedo para "clamar sucesso", mas considera que a situação atual é de uma conjugação de fatores positivos.


«Atacar a confiança no sistema bancário quando precisamente toda a filosofia das medidas tomadas a nível da União Europeia foi criar condições de fortalecimento do sistema bancário e criação de condições de confiança dos depositantes, esta medida é incrível. Está ao arrepio daquilo que tem sido a filosofia da União Europeia».


«O Parlamento cipriota não aprovou os termos do acordo com a Troika , não tendo um único deputado votado a favor do plano.  
«Apenas existe uma resposta: não à chantagem".
 "A nossa exigência é que este acordo deve ser renegociado. Se este imposto for aprovado, nenhum investidor estrangeiro manterá aqui o seu dinheiro" 

Respondendo a uma pergunta do deputado do PS Fernando Medina, Vitor Gaspar defendeu a medida aplicada a Chipre, tendo em conta a necessidade de viabilizar o sistema bancário cipriota
"Em Portugal, uma medida como uma contribuição sobre os depósitos está totalmente fora de questão, o mesmo se pode afirmar para os países fora do euro”, 
O ministro não respondeu diretamente à pergunta de como é que Portugal votou a aplicação da medida na reunião do eurogrupo, mas defendeu a taxa como forma de manter a estabilidade financeira.


Mário Draghi, presidente do banco central europeu -«Gaspar também disse "sim" à taxa sobre depósitos no Chipre»


Jacinto Nunes- «solução encontrada para os contribuintes cipriotas mais não representa do que “o egoísmo feroz da Sra. Merkel»

«Após conversar por telefone com o presidente cipriota, Nikos Anastasiades, o presidente russoVladimir Putin, anunciou que o Chipre terá que continuar negociando com a União Europeia, mesmo que o Parlamento rejeite novamente o plano de resgate»


Lusa - O parlamento cipriota aprovou uma lei sobre a reestruturação do sistema bancário, no quadro do plano de resgate que Nicósia tem de acordar antes de segunda-feira com os seus parceiros europeus para evitar a bancarrota.
A decisão foi tomada durante uma sessão parlamentar extraordinária. 

Ainda que não tenham sido especificadas as taxas em causa, nem os limites dos depósitos a partir dos quais as taxas serão aplicadas, as possibilidades que circulam entre os meios de comunicação apontam para uma taxa extraordinária entre 15 e 20 por cento dos depósitos acima dos 100 mil euros
Quem diz a 'verdade?

«A Comissão diz que fez "o seu melhor" para encontrar uma solução e que continua "disponível para facilitar soluções", em conjunto com as autoridades de Nicósia. Estas, pela voz do presidente Anastesiades, têm-se queixado da "chantagem" de Bruxelas.
As declarações do presidente de Chipre e o comunicado da Comissão Europeia evidenciam posições diferentes e versões diametralmente opostas dos factos»

Público - Aos 64 anos, o economista António Borges continua polémico. No último ano ganhou grande notoriedade nacional como consultor de Pedro Passos Coelho para as privatizações e renegociação das parcerias público privadas (PPP), onde apareceu como defensor da estratégia do Governo.
Entre outras funções, foi reitor da escola de negócios francesa Insead, professor, banqueiro centralvice administrador da Goldman Sachsdiretor europeu do FMI. Tido como “especialista” liberal, os críticos acusam-no de estar desconectado do mundo real.
Um economista controverso, um professor e gestor de academias, com isenção de IRS enquanto funcionário do FMI e sem responsabilidades nesta crise enquanto homem da Goldman Sachs.


Em 2012

Passos Coelho disse que em termos microeconómicos o ajustamento "está cumprido" e elogiou o que disse ser "o bom desempenho" apresentado à ‘troika' neste exame. Mas deixou claro:
Não temos margem para falhar”





Correio da ManhãCOMENTÁRIO MAIS VOTADO:
"Más notícias, se a moda pega em Portugal vai ser um problema, pelo sim pelo não vou mas é levantar os meus 7 euros que tenho no banco não vá o diabo tecê-las "






«No nosso caso, perdemos tudo para pagar JUROS de uma dívida contraída para alimentar a enorme máquina da corrupção.
Os corruptos continuam ainda assim à solta e mais grave, em lugares de decisão.
Enriquecem e nós, simplesmente, perdemos o direito a uma vida num patamar europeu.»



«...Temos de começar a pensar em julgar a imoralidade”, Marc Roche, autor do livroO Banco – Como o Goldman Sachs dirige o mundo"

Quem sistematicamente se ajoelha diante da Alemanha e dos senhores da troika não o faz pela reduzida dimensão do país. Ou o fazem por falta de coluna vertebral, ou por servirem outros interesses que não os do povo que representam»

O Inimigo Público "O BCE, que já levou com o Vítor Constâncio no final do Governo Sócrates, está disponível a oferecer empregos a Vítor GasparMiguel Relvas e Álvaro Santos Pereira, de forma a que a austeridade seja reduzida, mantendo no entanto o inflexível Pedro Passos Coelho como garante do cumprimento do memorando de entendimento. Mario Draghi acha mesmo que, com jeitinho, consegue encontrar algum lugar no refeitório do BCE para a Assunção Cristas, especialista em sopas biológicas."


Eduardo Luciano:
 A diferença entre nós e o Chipre é que a nossa “troika” interna funciona como uma espécie de cavalo de tróia do chantagista e por isso nem lhe passa pela cabeça colocar-se do lado do país e dos portugueses”.
O Chipre está a demonstrar que não há inevitabilidades, há sempre outros caminhos. 



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