A Europa, o Euro, Chipre, Grécia, PORTUGAL e o Abismo
O economista
norte-americano e Prémio Nobel, Paul Krugman, defendeu
hoje a saída imediata de Chipre da Zona Euro, num artigo divulgado na
edição do The New York Times.
«"Chipre deve
sair do euro. Agora", escreveu Krugman, no blogue "A
Consciência de Um Liberal", que mantém no espaço virtual do diário
nova-iorquino.
Para justificar a
proposta, argumentou: "Permanecer no euro significa uma
incrivelmente severa depressão, que vai durar por muitos anos, enquanto
Chipre procura construir um novo sector exportador".
Ao contrário,
"sair do euro, e deixar a nova moeda cair acentuadamente, iria
acelerar em muito esta reconstrução". »
Constança Cunha e Sá: «A restruturação da banca e a
participação dos depositantes no resgate da banca tem efeitos devastadores para
a economia.
Porque o que temos agora em Chipre é um país sem sistema
financeiro, sem capacidade de atrair capital externo. Como consequência, sujeito
a um pacote de austeridade (...) e portanto um país economicamente inviável.
(...) Isto é empurrar o Chipre para anos e anos e anos de pobreza e de miséria.
Se é com isto que se salva o Chipre e se coloca o Chipre na Zona Euro, eu não
sei o que é que eles fariam para colocar o Chipre fora da Zona Euro»,
«Portanto, nós todos, agora, estamos em risco porque se
abriu um precedente para o qual não há saída. O que os Srs. da Europa fizeram
foi acabar com um país e arriscarem-se a que essa destruição tenha efeitos de
contágio sobre a banca dos países periféricos».
«"Grécia tem de sair do euro e Portugal deve fazer o mesmo."
Num artigo de opinião publicado hoje no Financial Times, Roubini afirma que "a Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, baixa competitividade e uma depressão cada vez maior. O guru nota ainda que "outros países periféricos têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo da Grécia".
No artigo, o economista diz ainda que o recente acordo de troca de títulos
de dívida que a Europa ofereceu à Grécia é um "roubo", fornecendo
muito menos alívio à dívida helénica do que o país precisava. Por isso,
aconselha Atenas a rejeitar o acordo e a renegociar outro que seja melhor competitividade
do estilo da Grécia".
E avisa: "Portugal, por exemplo, pode eventualmente
ter que reestruturar a sua dívida e sair do euro"..»
http://economico.sapo.pt/noticias/grecia-tem-de-sair-do-euro-e-portugal-deve-fazer-o-
http://economico.sapo.pt/noticias/grecia-tem-de-sair-do-euro-e-portugal-deve-fazer-o-
mesmo_126944.html
«"É inevitável Portugal sair do Euro"
"O euro tem os dias contados" e Portugal devia
ser dos primeiros países a terminar com a "tentativa fútil de permanecer
na moeda única", afirma Desmond Lachman, antigo director adjunto
do Fundo Monetário Internacional (FMI), numa entrevista exclusiva ao Expresso.»
"Portugal tem que aumentar a competitividade e reforçar o
crescimento. O que não será possível enquanto estiver entalado no espartilho do
euro.
Com o curso actual do euro aliado a um programa
de austeridade não há saída possível, pois a austeridade vai conduzir à
recessão"»
«O economista João Ferreira do Amaral surpreendeu ao
sugerir numa entrevista que Portugal deveria usar o dinheiro da troika como uma
almofada para sair da zona euro.
"Debater internamente a saída do euro serve para já como
uma arma de pressão sobre a Europa"»
«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, escreve
com candura no livro que lançou: "Em retrospectiva, a decisão de entrar no
euro pode não ter sido a mais acertada." A experiência da última década,
feita de estagnação económica, parece confirmá-lo.
Portugal, país com atrasos
profundos - nas instituições, na educação, na indústria...
"Não estava em
condições de entrar no euro. O euro, regido por uma política monetária em
função das maiores economias e uma ortodoxia cega na inflação, não estava em
condições de receber Portugal."»
«O Governo e a ‘troika' estão a apontar para um corte de
cerca de dois mil milhões de euros no próximo ano, no âmbito da reforma do
Estado, através de rescisões na Função Pública e de cortes nas pensões e
restantes transferências sociais.
Então, o Banco de Portugal avança com uma segunda projeção
para 2014. Apresenta um cenário em que o Governo cortará a despesa pública em
1,5% do PIB - cerca de dois mil milhões de euros - e o crescimento económico
esfuma-se. Ou seja, no cenário mais realista, a economia portuguesa continuará
estagnada no próximo ano.
A pressão sobre o Chipre é cada vez maior e está aberta a
porta para a sua saída do euro. Mesmo que esse passo decisivo seja evitado, há
mais um tabu que terminou: a saída do euro é mais fácil do que se julgava.
Perante isto, o processo do fim da moeda única iniciou-se. Só falta saber se é irreversível. Para países como Chipre e Grécia, a continuidade no euro deixou de ser um dogma. Mas a ruptura pode ser mais grave porque o problema é institucional.
Esta crise está a provar que a União Europeia é ingovernável.
A União Europeia continuará um barco com o leme
partido, à deriva até embater contra uma rocha. É melhor lançar já o SOS»http://economico.sapo.pt/noticias/chipre-e-o-principio-do-fim-do-euro_165409.html
Imagens google
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