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quinta-feira, 10 de junho de 2021

O DIA DO MEU PAÍS

 

Ao longo dos anos fui conhecendo muitos países, respectivos povos, costumes, climas, nível de vida. Simultaneamente, terminada qualquer dessas peregrinações, interrogava-me sobre se trocaria o meu país por algum deles.

Não, convictamente não; apenas se necessário (acabava sempre por concluir)

Há uma mistura única de qualidades que, quanto a mim e não só, faz de Portugal o melhor país para viver. É uma amálgama de povos milenares que criaram uma relação muito sui generis entre os portugueses e Portugal. 

Tem mais de 200 dias de sol por ano e uma temperatura máxima média de 20 graus (quatro fantásticas estações!). Permite um estilo de vida acessível, com cuidados de saúde profissionais de qualidade (apesar de a maior parte dos trabalhadores não ganhar muito). É um lugar seguro e tranquilo, tanto de dia como de noite.  O vinho é excelente, a comida uma das mais gostosas e saudáveis do mundo e as padarias singulares. O sistema de educação é de grande qualidade - inclui um bom ensino em línguas ( fluência em Inglês e , geralmente, alemão ou francês), assim como  actividades desportivas. O transporte público está todo interligado. Ser um cidadão integrante da União Europeia pode significar trabalhar e viver em qualquer país que faça parte do bloco.

Duma maneira geral, experimenta-se uma sensação de bem-estar  entre o  fado, as  sardinhas assadas, os azulejos, as navegações, a música, as paisagens, o talento de Camões/ Pessoa/ Eça/ Saramago, castelos medievais, museus, Benfica, acessórios de cortiça, "um cafezinho", baladas, feiras medievais, praias incontáveis de areia fina e branca, belezas naturais de tirar o folego, aldeias perdidas no tempo, o queijo da Serra da Estrela, os enchidos do Minho/ Trás-os-Montes/Alentejo, Guimarães/ Vale do Côa/ Berlengas, o veado vermelho! E mais, muito mais. 

É indiscutível que Portugal se tem tornado um país multicultural. Uma boa parte dos cidadãos tem facilidade de comunicação em inglês, francês e castelhano. Ultrapassada a barreira do acanhamento, o português tem riso fácil e convívio agradável. Hospitaleiro e prestável, aceita e ajuda aleatoriamente qualquer estrangeiro. Quase sempre diz o que pensa e sem muitos rodeios. Gosta que a sua língua não seja confundida com o português do Brasil. É bastante generoso, se reconhecido socialmente. Duma maneira geral, sabe o que se está passando dentro e fora do país

Há sempre o individualista com faceta solidária, o vaidoso no excesso de valor dado à sua aparência, o predisposto a não cumprir regras e normas, o desconfiado permanente de possíveis fraudes, o trabalhador apreciado sob orientação estrangeira.

Também é verdade que, ultimamente, os  anos têm sido fartos em crises, corrupção, escândalos e desvios à legalidade, fazendo com que a confiança e a esperança dos portugueses se transforme em cepticismo total ou quase.

Diz D. Manuel Clemente In Portugal e os portugueses, ed. Assírio & Alvim: «É habitual insistir-se na nossa infinita capacidade de adaptação, seja aonde for. Pergunto-me se não se trata antes do contrário. Se não devíamos falar até da impossibilidade de deixarmos de ser quem somos, tal a densidade interior que acumulámos.»

Ainda, segundo ele, somos uma “pequena geografia onde o mundo inteiro se pode encontrar, como cais de embarque e cais de chegada, para partir de novo”.

Porém, continuo a não querer trocar o meu país, Portugal, que tem um património cultural único e as fronteiras mais antigas da Europa harmoniosamente conjugados, por qualquer outro.  A não ser que seja necessário

Igreja da Freguesia de Válega
Cidade de Guimarães
Castelo de Almourol
O Douro Superior
Quinta das Aveleiras - miradouro
Apúlia, moinhos de vento - pôr do sol
Esquilo vermelho
Cidade de Aveiro
Gimonde, Bragança
Arquipélago das Berlengas
Parque das Nações
Vilarinho de Negrões

Associado ao Dia de Portugal estão Camões, as Comunidades Portuguesas, o Anjo Custódio de Portugal, a Língua Portuguesa, os cidadãos e as Forças Armadas.

Como país moderno, é Estado-membro da União Europeia, da Zona Euro, da NATO, das Nações Unidas, da OCDE, da CPLP e da União Latina.


Imagens Google

sábado, 5 de junho de 2021

TATUAGENS DA ALMA

 

Perder tempo

Perder tempo é perder algo que nunca mais voltará. É perder a oportunidade de aproveitar a vida caminhando para sul em vez de seguir para norte ou vice-versa.  Todavia, não é perder a oportunidade de recuperá-lo. Temos todos esse direito.

Muitas vezes, na realidade, aprendendo a aproveitar as pequenas chances ou deixar que os erros sejam a motivação em vez da desculpa, perder tempo, pode contribuir para ganhar tempo.

A vida é como um espelho e a esperança é poderosa.

Albert Einstein defendeu a ideia de que o tempo é relativo, mas, actualmente, com o acesso à Internet, a noção do tempo é bem diferente. 

Vale a pena uma reflexão…

E hoje, dia 5 de Junho, é o Dia Mundial do Ambiente. Era também o dia de aniversário do meu Pai, um grande sábio sobre o modo de tratar a terra, as plantas e o meio envolvente.

Além das dicas habituais e sabidas para preservar o ambiente, como a separação dos resíduos orgânicos / recicláveis, o reaproveitamento de materiais, o não desperdício  de energia eléctrica e de água, a não utilização de sacos de plástico, etc., aumentar o conhecimento sobre os problemas que estamos a enfrentar e respectivas descobertas, ajuda na preservação do planeta Terra

Cuidar da Terra, é tarefa de todos!

Também vale a pena uma reflexão…

 

terça-feira, 1 de junho de 2021

BIRDS can DANCE!

Que maravilha!

Achei que  não devia limitar a beleza desta excelente interpretação /actuação, apresentada por ShakeUp Music, encaminhando o email que me foi enviado só para as pessoas que habitualmente constam do meu correio electrónico.

Beleza, harmonia, majestade, charme - uma sequência intrigante, perfeita, de ritmo natureza/música!


"Pássaros dançando ao som da música" 

«Fenomenais pássaros coloridos  realizando uma valsa maravilhosa de Johann Strauss, no jamais visto desempenho de pássaros dançantes! Canção: "By the Beautiful Blue Danube", de Johann Strauss (1866)»

 


sexta-feira, 28 de maio de 2021

NASCEU NA GUARDA!

 

Ao verificar que o doodle do motor de pesquisa do Google estava ilustrado com a figura de Carolina Beatriz Ângelo (1879-1911), quis associar-me à  iniciativa desta homenagem a uma mulher valorosa, diferente, pioneira porque:

Profissionalmente, além de, em 1902,  se ter licenciado em medicina, foi primeira na  prática cirúrgica em Portugal e especialista em Ginecologia (única mulher no curso), uma área ainda tabu naquela época.

Como destacada feminista e republicana, em 1906,  aderiu ao Comité Português da Associação Feminina Francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes, cuja finalidade era a resolução dos conflitos internacionais através de uma arbitragem exclusivamente feminina

Em Maio de 1911 conseguiu ser, também, a primeira mulher portuguesa a votar nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, com simultânea cobertura de jornais de toda a Europa.

E, entre muitas, muitas outras coisas, é guardense; nasceu na cidade da Guarda, berço da Língua Portuguesa , distrito da minha Beira Alta.


Houve um tempo em que também eu quis experimentar a sensação de votar pela primeira vez, em 1969, após a substituição de Salazar por Marcelo Caetano , donde saiu a “Ala Liberal”, constituída por Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Magalhães Mota, Miller Guerra (foi meu distinto professor) e outros.

Houve um tempo, após o 25 de Abril, em que a minha Escola me elegeu (sem nunca ter sido sindicalizada) para a representar em grupos de "discussão de ideias" no caso de ter que tomar um rumo político.

Houve um tempo em que fui nomeada como membro de mesas de voto na minha Freguesia.

Houve um tempo em que acreditei na Democracia e o dia em que ir votar era uma festa


Magalhães Mota, Sá Carneiro, Miller Guerra

Há um tempo que deixei de votar. Não quero sentir-me responsável por qualquer um dos que lá costumam ficar. Não me vejo representada por nenhum deles

 

Imagens NET

sábado, 22 de maio de 2021

A "SINFONIA" DOS RONCOS


Sabe-se que  dormir é uma necessidade fisiológica de todos os animais, sobretudo dos mais “evoluídos” e que os padrões de sono são diferentes em cada espécie. Assim, as baleias e os golfinhos dormem com “metade do cérebro”, um olho aberto e o outro fechado; os peixes “dormem de olhos abertos” porque não têm pálpebras; os ursos dormem como os outros mamíferos nos meses mais quentes do ano e “hibernam” durante longos períodos nos meses mais frios; o morcego e a cobra piton dormem 18 a 20 horas por dia; o gato e o rato cerca de 12 horas e outros, como eu e a girafa, pouco mais de 2 horas.

Não dormir o suficiente, tem consequências pouco saudáveis. De acordo com alguns estudos científicos, afecta várias capacidades cognitivas, duplicando a probabilidade de cometer erros de organização e triplicando o número de lapsos de atenção, o que, como se depreende, é muito grave. Journal of Experimental Psychology, General.  

Dia / noite

Ao dia podemos associar mais os ruídos de impacto, tipo sons de equipamento de construção, ruídos aéreos da residência do vizinho ( TV, conversas) transmitidos pelo ar em movimento , ruíidos da rua (carros, motos, construções…), ruídos contínuos (máquinas de fábricas em operação), ruídos intermitentes (trânsito de cidades ), ruídos de baixa frequência ( como trovões, tráfico aéreo), ruido ocupacional / quantidade de energia acústica que um trabalhador recebe no local onde labora.

Porem, a esta hora da noite (00.3 h),  "a composição musical" mais competitiva é a do roncar/ressonar,  resultante da vibração das diversas estruturas que compõem a via aérea superior (palato, paredes da faringe, base de língua, epiglote) enquanto as pessoas  dormem, devido à dificuldade na passagem do ar durante o sono.


Estima-se que mais de 60% das pessoas acima dos 55 anos sofrem com este ruído nocturno, ou seja, há muitas pessoas  que fazem barulho a respirar, nos mais diversos tons  e, quantas  vezes, apenas para uma plateia muto selecta - o companheiro/a de cama.



Acontece que a dita orquestra em forma de "sonata", quando se torna crónica, pode transformar gente pacífica em psicopatas e provocar divórcios  com alguma  frequência, devido ao mau estar que se estabelece entre o casal, quer pela irritabilidade e mau humor do ressonante, quer pela saturação das noites mal dormidas do cônjuge. 

Aqui em redor, no meu prédio, uns roncam agudo, outros grave, outros alto, outros médio. Ainda outros, roncam profundo e outros curto. Esta orquestra da noite é muito incomodativa. Quem é que consegue dormir sossegado com tantos roncos? Não há borrachinhas que os isolem…
Nem se pode evitar que a "orquestra" ganhe em amplitude e intensidade com o aumento de peso, o consumo de álcool, o tabaco e medicamentos para dormir, a idade.


E como nem sempre, apagando a luz, há estrelas para admirar e escutar o tão desejado som do silêncio até o sono chegar…tapam-se os ouvidos com o travesseiro.
Talvez amenize o problema…


Imagens Internet 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

JUNTARAM-SE OS DOIS NA ESQUINA


- O C do grupo do almoço de cozido telefonou a dizer que já tinha saudades desses encontros…

- O ? Qual C? Não, não vou.

- E o F,  lembra-se dele? Era dos que nunca faltavam. Agora, que é Avô, foi para perto da filha, em Oeiras

- Mas ele tem filhos? (sempre soubera que tinha… ). Estou a lembrar-me é do V. Quantos filhos tem?

- Qual V?

- O da T, da Curia

- Então não se lembra da J e do M?

- Sim… sim

- E o R, o que faz? Ele que idade tem?  

- Quer ver umas fotos? 

- São tantos! Vejo muito mal.  Pois, pois , dizia à medida que ia olhando para as imagens com alguma superficialidade.  

- Como já lhe disse, ando aqui a fazer o meu calendário. Hoje é que é 2ª feira, não é?

- É 5ª feira, dia 29.

- É Domingo? (depois de perguntar várias vezes, escreve o dia da semana e do mês, numa pequena agenda que mantém escondida numa gaveta)

Amanhã precisamos de ir à Cerdeira

- Ainda bem, gosto de lá ir ver a M. (noutros tempos, dizia que preferia ficar…)

Costuma levantar-se cedo e tomar banho com água quase fria (não espera que aqueça). O P.A. e a terapêutica, obrigatoriamente preparados no dia anterior, fazem parte da sequência.  (Antes de se deitar, rectifica a quantidade de comprimidos uma boa  dezena de vezes). 

Haja frio ou não, dá, também, o habitual passeio de 15 minutos pelo Bairro, alheio aos vizinhos ou às pessoas “conhecidas” com que se cruza. Anda sempre em frente, devagar, de braços caídos e olhos no chão, até uma determinada meta, onde faz “inversão de marcha” para voltar a casa.

- O que é o meu almoço? Agora vou ali sentar-me no meu cantinho ver as noticias (é difícil saber se as vê porque ou não as transmite ou as modifica). 

- Está um lindo dia, diz sempre, quando o silêncio se prolonga.

E assim, entre o permanecer ali sentado e o ficar em pé com as mãos atrás das costas, junto à cozinha, vai esperando pelo almoço…

Geralmente não fala durante toda a refeição. (Quando estou a comer, não posso falar, diz, se interrogado). Aliás, com o aumento progressivo da surdez e da dificuldade no desenvolvimento de sucessões de ideias, o diálogo é muito difícil. E o convívio, sem troca de ideias, difícil se torna também.  

- Não percebo /não percebi, é a resposta a qualquer tentativa de comunicação. No entanto, apercebendo-se dessa dificuldade, desenvolve estratégias para a ocultar como: não faz mal, não tem importância, etc.

Representação de neurónios: A. de indivíduo saudável B. de paciente com Alzheimer. 
Fonte: Extraída de de Falco et al., 2016

Não é uma palavra muito comum nem tampouco o deveria ser na cirurgia que, mesmo sendo feita correctamente, com as placas e parafusos bem posicionados,  pode  dar origem a uma sobrecarga mecânica nos implantes com aparecimento de cifose e desequilíbrio juncional devido ao aumento de pressão ou trauma nas vértebras vizinhas causados pela fixação do segmento. E a situação de risco aumenta em casos de infecção no local da cirurgia.

Refiro-me à artrodese, um  procedimento cirúrgico realizado com a intenção de estabilizar o movimento entre duas ou mais vértebras através da formação de pontes ósseas que as unem, impedindo a movimentação e formando um bloco  ósseo no segmento operado. Porem, ao gerar-se a doença do nível adjacente, acima e abaixo dos segmentos fundidos, desenvolve dor crónica com resposta difícil ao tratamento. Scoliosis Research Society


E assim é:
Lá em cima está o tiro-liro-liro
Cá em baixo tá o tiro-liro-ló

Juntaram-se os dois na esquina
Tocar a concertina, dançar o solidó

«O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até ao ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, preservá-lo e abrir espaço» Ítalo Calvino


sexta-feira, 30 de abril de 2021

HIPOXIA SILENCIOSA...

 

Conheceram-se no primeiro ano do Liceu e enamoraram-se. O amor foi à primeira vista, o casamento só 10 anos depois. Ela com 17 e ele com 19 anos.

Sem as características do enredo dos famosos romances Romeu e Julieta, de Shakespeare ou  Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, (obstáculos, rivalidades familiares ou  amor impossível de se concretizar), diria que parecia bastante semelhante nas emoções.

A filha, linda, formou-se em Economia , curso de que  depende para viver, mas é pela História duma maneira geral e pela mais arrebatadora história de amor portuguesa,  entre D. Pedro e Inês de Castro, em particular, que se deixa inebriar. O profundo conhecimento deste Capítulo, tem-lhe proporcionado convites para fazer várias palestras sobre o assunto em Escolas de Itália e outros lugares.


Mosteiro de Alcobaça

Mas hoje parece ter-se desmontado toda esta harmoniosa "pirâmide".

O marido/pai, de 60 anos, adormeceu com covid-19, (pensa-se agora) sem sintomas (apenas uma ligeira anemia), pelas 5 horas da manhã, junto da companheira de uma vida e não acordou mais. Adorava viver rodeado de amigos, de contar anedotas, da horta alentejana aos fins de semana

Hipoxia silenciosa?

Não estou documentada sobre o que se diz ser também uma das características do vírus - bloqueamento dos sinais de alerta dos sintomas… Mas pode ler-se um pouco sobre o tema em:

Covid-19: o que é “passaporte imunológico” e o que dizem os cientistas

Cientistas descobrem anticorpo que bloqueia infecção por Sars-CoV-2


Imagens Net

domingo, 25 de abril de 2021

DIA 25 DE ABRIL 2021



« Não Estou
Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o Verão quente do dia.
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida…
Não estou pensando em nada.
É como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas.
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada…»

 Poemas de Álvaro de Campos/ Fernando Pessoa

Hoje, dia 25 de Abril, é o Dia da Liberdade em Portugal / dia da Revolução dos Cravos.


in blog. a minha escola



segunda-feira, 19 de abril de 2021

JOGANDO ÀS RIMAS

 

Hoje faz anos a Antonieta

Oitenta e nove faz a Noetinha!

Senhora da casa, Henriqueta

É quem lhe oferece  a festinha

 

De origem francesa, Marieta

Amiga de valor “sem preço”

Juntamente com a Greta

Oferecem uma Expresso

 

Por ser criativa, Simoneta

Dá show de canto ou dança

Como tem quinta, Georgeta

Com uma caldeirada avança

 

E a magnética  Indaleta

Pouco conhecida - sabiam…

Mais a dinâmica Nicoleta

De Primavera extasiam

 

A  romântica Juju, Julieta

Tem presente um  amigão

A Margarida ou Margareta

Que traz ela na mão?

 

A pequena, doce Violeta

Nunca esquece ninguém

Nem a "volúvel" Borboleta

Que é muito  amiga também


Obras de Romero Britto - Garden Butterfly





sexta-feira, 16 de abril de 2021

A MINHA VIZINHANÇA

Tenho reparado que, num curto espaço de tempo, muitas das pessoas com que me vou cruzando no hall de  entrada/ saída do prédio onde moro há umas boas dezenas de anos, vão deixando de ter aspecto “familiar”

E como não chovia nem estava frio, sentei-me num dos bancos do jardim ali em frente para retroceder no tempo dos primeiros moradores / vizinhos, distribuídos por 12 andares, 2 condóminos por piso ( direito e esquerdo). Eram maioritariamente recém-casados ou com  filhos bastante novos mais 2 ou 3 solteiros.

Todos em idade de trabalho intenso, saindo de manhã e voltando ao fim da tarde, além do bom dia/ boa tarde/ boa noite em encontros na garagem, no elevador, nos colégios/ escolas dos filhos ou reuniões de condomínio,  não sobrava tempo para um melhor conhecimento.

No entanto, este tipo hábitos quotidianos foram suficientes para criar sorrisos de empatia, praticar regras de convivência, resolver problemas de forma amigável, evitar intrigas e  construir uma relação saudável, com características de “família” alargada.


A necessidade de conviver e de relacionamento não se modifica com o envelhecimento; pode até aumentar ( faz parte da natureza do ser humano). 

Com a reforma permanece-se mais tempo em casa, há mais deslocações a pé, tempo para “tomar um café" ou prolongar o simples “bom-dia” com um pouco mais de conversa nos, agora, muitos encontros ocasionais ou seja, existe uma maior  possibilidade de usufruir o espaço de partilha em que se está integrado - o prédio. Logo, a questão da vizinhança na cidade é importante pelo que convém que seja bem alicerçada. 



Porém, como disse, os agora esperados bate-papos mais frequentes e agradáveis, parecem ser cada vez menos abrangentes no número de  participantes "gente boa" , conhecida. 

Ao olhar, aqui do banco do jardim para as janelas da fachada principal, que vejo eu?

Apenas 8 condóminos de origem, 3 de filhos de pais já falecidos , 2 de filhos de pais que foram morar para outras casas e 11 novos proprietários, o que faz toda a diferença. 

E a evasão parece continuar a ameaçar 

Há mais de um mês que deixei de ouvir a minha vizinha de baixo. Viúva, com acentuada e progressiva lordose da coluna cervical, tinha como companhia uma gata amarela (já por mim descrita neste blog) e também, ultimamente,  uma prestadora interna de cuidados. Porem, o relacionamento entre as duas parecia deteriorar-se de dia para dia e agora, as janelas que estavam sempre cheias de claridade, revestiram-se de aconchegadas tabuinhas horizontais…Onde estará a ML?

O vizinho de cima, também viúvo há mais de uma dezena de anos, cansado de viver sozinho, tomou a iniciativa de se transferir para uma Casa de Repouso. Soube disso porque o encontrei, por acaso, no dia em que saía de casa com uma almofada debaixo do braço. Surpreendida, perguntei se nos ia deixar. Sim, disse ele, não me tenho sentido muito bem. Gosto de não causar problemas … mas não dispenso a minha almofada.

E assim vai a minha vizinhança

“Não tente viver para sempre, você não terá êxito” George Bernard Shaw, dramaturgo, Nobel da Literatura, 1925.


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sexta-feira, 26 de março de 2021

A PÁSCOA VEM AÍ



A Páscoa está à porta e o primeiro-ministro vai alertando: o governo vai “apertar um bocadinho” e clarificar as regras de circulação, sobretudo neste período, até porque Abril vai ser um mês “perigosíssimo” em termos de propagação da Covid-19.

Na próxima semana, não haverá viagens turísticas para Portugal; só serão admitidos os que para aqui se deslocam em deslocações essenciais porque são essas as formas de garantir a nossa segurança sanitária, tal como o reforço acrescido de manutenção nas fronteiras terrestres" Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita


Páscoa ou Domingo da Ressurreição - Festividade religiosa (e feriado) que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida ao terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento. É a principal celebração do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa cristã. Surgiu sob influência de uma celebração judaica, chamada Pessach, que acontece, aproximadamente, no mesmo período. Wikipédia

 

A Última Ceia

Pessach - "Páscoa judaica", também conhecida como "Festa da Libertação", e celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egipto em 14 de Nissan do ano de 1446 a.C. Wikipédia


Pela primeira vez, as celebrações da Páscoa no Santuário de Fátima vão ser transmitidas em formato online devido à pandemia. Serão transmitidas a partir da Basílica da Santíssima Trindade. Observador

 

 Símbolos da Páscoa


https://www.soescola.com/


Imagens Google

sábado, 20 de março de 2021

HÁ SINAIS DE PRIMAVERA...


«A Primavera, estação mulher, rainha das cores, chega aos pouquinhos, ainda em botão e, timidamente, vai desabrochando, conquistando, encantando e seduzindo, colorida com lírios, dálias, margaridas, rosas, girassóis, violetas, orquídeas, tulipas...uma verdadeira explosão de cheiros e cores. Ela traz equilíbrio, claridade, renovação, beleza.

Atraem abelhas, enfeitiçam beija-flores e borboletas. Enfeitam jardins, alegram corações. As flores da Primavera estão presentes em todos os eventos, sejam eles alegres ou tristes. Porque simbolizam o amor, o florescer, o renascer.»

Elenice Bastos , Revista Hierphant

A Primavera em poesia, segundo António Vivaldi (Veneza, 1678 - Viena, 1741),

TOC, TOC/


"E Tudo O Vento Levou" é um filme romântico e histórico, com  imaginação e sensibilidade acima da razão e uma elaborada narrativa cronológica de factos. Mais do que uma história de amor, conta a história de toda uma civilização em queda e declínio, de uma humanidade em guerra e transformação, que se foi com o vento.

E Scarlett O’Hara, por todas as dificuldades que foi capaz de ultrapassar, tornou-se o meu ídolo preferido.  

O vento… A vida…

O vento leva e trás muitas coisas. E a vida é como o vento; nunca se sabe onde vai parar.

Florbela Espanca, quando em 1903 (tinha 8 anos) escreveu o seu primeiro poema, já  as coisas da vida, segundo ela, lhe davam vontade de chorar e lhe tiravam o sono. "Quem me dera voltar à inocência / Das coisas brutas, sãs, inanimadas, /…"


Vão-se desvanecendo privilégios e preconceitos, memórias do passado, morte dos pais e avós, ambições, culturas, orgulho de sermos nós, mágoas, conflitos, a dor de ser o que é, recordações, Primaveras, saúde, entretinimento. 
Quantas vezes o vento não leva também o último neurónio de que dispomos!

Com pequenos motivos florais e leves folhos, o vestido de Verão recorda  momentos inesquecíveis. 

Por onde andarão ou andam tantas de nós? O importante, é que as boas lembranças ficam.

Tantos lugares onde estivemos, tantas memórias que fizemos… 

Uma família. Qual o conceito, nos dias de hoje, sobre a família ideal ou normal?

Poderia definir a minha vida como um grande imprevisto… embora quase sempre estivesse convencida de que era eu a orientar as normas. Às vezes sinto até que  ela se está rindo de mim - tudo acontece fora do conteúdo de base, o que nos traz uma esmagadora desesperança.

Toc, toc / Quem é? /A decepção / Entre, já é de casa.

"Acho muito perigoso um homem levar-se demasiadamente a sério. Desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo". Érico Veríssimo





Algumas imagens WEB