Ao longo dos anos fui conhecendo muitos países, respectivos povos, costumes, climas, nível de vida. Simultaneamente, terminada qualquer dessas peregrinações, interrogava-me sobre se trocaria o meu país por algum deles.
Não, convictamente não; apenas se necessário (acabava sempre por concluir)
Há uma mistura única de qualidades que, quanto a mim e não só, faz de Portugal o melhor país para viver. É uma amálgama de povos milenares que criaram uma relação muito sui generis entre os portugueses e Portugal.
Tem mais de 200 dias de sol por ano e uma temperatura máxima média de 20 graus (quatro fantásticas estações!). Permite um estilo de vida acessível, com cuidados de saúde profissionais de qualidade (apesar de a maior parte dos trabalhadores não ganhar muito). É um lugar seguro e tranquilo, tanto de dia como de noite. O vinho é excelente, a comida uma das mais gostosas e saudáveis do mundo e as padarias singulares. O sistema de educação é de grande qualidade - inclui um bom ensino em línguas ( fluência em Inglês e , geralmente, alemão ou francês), assim como actividades desportivas. O transporte público está todo interligado. Ser um cidadão integrante da União Europeia pode significar trabalhar e viver em qualquer país que faça parte do bloco.
Duma maneira geral, experimenta-se uma sensação de bem-estar entre o fado, as sardinhas assadas, os azulejos, as navegações, a música, as paisagens, o talento de Camões/ Pessoa/ Eça/ Saramago, castelos medievais, museus, Benfica, acessórios de cortiça, "um cafezinho", baladas, feiras medievais, praias incontáveis de areia fina e branca, belezas naturais de tirar o folego, aldeias perdidas no tempo, o queijo da Serra da Estrela, os enchidos do Minho/ Trás-os-Montes/Alentejo, Guimarães/ Vale do Côa/ Berlengas, o veado vermelho! E mais, muito mais.
É indiscutível que Portugal se tem tornado um país multicultural. Uma boa parte dos cidadãos tem facilidade de comunicação em inglês, francês e castelhano. Ultrapassada a barreira do acanhamento, o português tem riso fácil e convívio agradável. Hospitaleiro e prestável, aceita e ajuda aleatoriamente qualquer estrangeiro. Quase sempre diz o que pensa e sem muitos rodeios. Gosta que a sua língua não seja confundida com o português do Brasil. É bastante generoso, se reconhecido socialmente. Duma maneira geral, sabe o que se está passando dentro e fora do país
Há sempre o individualista com faceta solidária, o vaidoso no excesso de valor dado à sua aparência, o predisposto a não cumprir regras e normas, o desconfiado permanente de possíveis fraudes, o trabalhador apreciado sob orientação estrangeira.
Também é verdade que, ultimamente, os anos têm sido fartos em crises, corrupção,
escândalos e desvios à legalidade, fazendo com que a confiança e a esperança
dos portugueses se transforme em cepticismo total ou quase.
Diz D. Manuel Clemente In Portugal e os portugueses, ed. Assírio & Alvim: «É habitual insistir-se na nossa infinita capacidade de adaptação, seja aonde for. Pergunto-me se não se trata antes do contrário. Se não devíamos falar até da impossibilidade de deixarmos de ser quem somos, tal a densidade interior que acumulámos.»
Ainda, segundo ele, somos uma “pequena geografia onde o
mundo inteiro se pode encontrar, como cais de embarque e cais de chegada, para
partir de novo”.
Porém, continuo a não querer trocar o meu país, Portugal, que tem um património cultural único e as fronteiras mais antigas da Europa harmoniosamente conjugados, por qualquer outro. A não ser que seja necessário
Associado ao Dia de Portugal estão Camões, as Comunidades Portuguesas, o Anjo Custódio de Portugal, a Língua Portuguesa, os cidadãos e as Forças Armadas.
Como país moderno, é Estado-membro da União Europeia, da Zona Euro, da NATO, das Nações Unidas, da OCDE, da CPLP e da União Latina.