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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

UM PRODIGIO NATO

 Diogo Ribeiro | Natação | Talento | Benfica


Diogo Ribeiro … 
Quem é? Talvez, para a maior parte dos portugueses seja ainda pouco ou mesmo nada conhecido. No entanto, merece ser obrigatório não o ignorar. Porque, além de talentoso, é um exemplo de superação.
Tem apenas 19 anos e é, neste momento,  o melhor da história da natação portuguesa e do mundo. Um prodígio natoNas duas últimas épocas Diogo Ribeiro obteve 16 recordes nacionais absolutos: os 50 de mariposa, seis vezes; os 100 de mariposa, quatro; os 100 livres, cinco e os 50 livres, uma.     

Nasceu em Coimbra (*) e ficou sem pai aos 4 anos. Para o manter ocupado, a mãe inscreveu-o na piscina, aonde, levado pela irmã quase diariamente, já era, diz-se, alvo de inveja. 
Com 8 anos iniciou-se no Circuito Regional de Cadetes, em representação da Fundação Beatriz Santos - Clube e aos 12, transferiu-se para o Clube Náutico Académico, onde conquistou o primeiro pódio regional. Depois, no União de Coimbra começou a ganhar as primeiras medalhas.
Mas, em 2021 sofreu um acidente de mota. Cheio de hematomas, queimaduras nas pernas, deslocação do ombro, fratura do pé, uma lesão no peito e a perda de parte do indicador direito, tudo parecia fazer crer que  a carreira, acabada de ser iniciada, não chegaria ao fim. 
"Milagrosamente", o "acidente foi uma lição", "deu-me força mental para enfrentar uma segunda vida" - disse, em entrevista, ao site  Maisfutebol                         E, em mais ou menos um ano, aos 17 anos, estava não só reabilitado, como a despertar o interesse do Benfica

Lima 2022 - Campeonatos Mundiais de Juniores, medalha de ouro nos 50 metros mariposa (recorde do mundo de juniores)
Lima 2022 - Campeonatos Mundiais de Juniores, medalha de ouro nos 100 metros mariposa
Lima 2022 - Campeonatos Mundiais de Juniores, medalha de ouro nos 50 metros livres
Roma 2022 - Campeonatos Europeus de Natação, medalha de bronze nos 50 metros mariposa
Jogos do Mediterrâneo, medalha de prata nos 100 metros livres
Jogos do Mediterrâneo 2022, medalha de ouro nos 50 metros mariposa (recorde do campeonato)
Mundiais de Natação 2024, medalha de ouro nos 50 metros mariposa
 Mundiais de natação 2024 medalha de ouro nos 100 metros mariposa (recorde nacional)

Mas porque é ele tão fora do comum?
Segundo Tiago Barbosa, eleito o melhor investigador do mundo em desportos náuticos, pela terceira vez consecutiva  (Expertcase), pode ser interpretado através dos parâmetros de avaliação antropométrica.
Diogo tem uma envergadura (1,90 metros) superior à estatura (1,83 m), um índice de massa corporal (divisão do peso pela estatura, em metros quadrados) de 22,1 e um rácio envergadura - estatura de 1.04. A amplitude do movimento do pé (ainda não conhecida) é mais importante que o tamanho e, proporcionalmente, também tem as pernas mais pequenas do que o corpo, proporcionando-lhe uma maior  vantagem aerodinâmica. 
Mas, ainda de acordo com o investigador,  ele tem, além de um enorme potencial físico, uma maturidade que, aliada a uma grande serenidade e motivação, é característica dos grandes nadadores. 

* Com raízes e familiares em Figueira de Castelo Rodrigo, Beira Alta (Mata de Lobos, terra do avô e Algodres, terra da avó).

Mata de Lobos
Algodres



Pesquisa Google e Facebook

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

MARAVILHAS DA METEOROLOGIA

 

Os fenómenos atmosféricos relacionados com as dinâmicas de temperatura do ar e da pressão atmosférica, ao envolverem o vento, a humidade, a formação de nuvens e precipitações, fazem com que a Meteorologia proporcione estranhas e misteriosas maravilhas artísticas.  

E as imagens são tanto mais espetaculares, quanto mais extremos são os fenómenos, aqueles que, quase sempre, infelizmente, afetam o nosso quotidiano físico e social


Era Carnaval e chovia.
Ao ler as noticias, dei com esta lindíssima foto e resolvi procurar outras, relacionadas, algumas das quais aqui ficam para regalo de quem aprecia


Fotos do tempo meteorológico

Tempestade elétrica com raios cortando o céu de Pequim na China, durante celebrações políticas locais | Noel Celis/AFP/MetSul Meteorologia
Pôr do sol brilhante atrás de vidro gotejando depois da chuva.
Foto plano de fundo desfocado da rua de nova York com gotas de água, luzes e carros na noite de chuva 
Conforme a temperatura do planeta sobe, o nível de derretimento do gelo marinho nas regiões polares também aumenta
Frente fria. Previsão de chuvas
Chuva forte e persistente - Expresso
Marvão, no Natal, com chuva
Desfile cancelado - Sic Noticias
Com o aumento da temperatura no planeta Terra, as calotas polares estão derretendo cada vez mais rápido 
 Foto: iStock/Divulgação/its Teens
Massa de ar polar, além de contribuir para o frio também favorece a formação de nebulosidade no leste do país. Bahia.
“Perdido na cena das fadas. A colina Long Coc, em Hanoi, Vietnam, tem características misteriosas e estranhas quando o sol nasce. Escondida na névoa da manhã, a cor verde das folhas de chá se destaca. Nada é igual!
Tea Hills’, de Vu Trung Huan, 2º lugar
Globo
Imagem do satélite GOES-16 do final da manhã mostra as nuvens muito carregadas que trazem chuva e raios no Rio Grande do Sul | NOAA
Raios. Tempestade - Pinterest
Chuva forte
Chuva á noite



Pesquisa Google

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

POR DETRÁS DA MÁSCARA

 

Máscara: Artefato de papelão, pano, madeira, couro etc., com que se cobre o rosto para disfarce 
Disfarce: Aquilo que esconde a verdadeira aparência 
Dicionário Online de Português

“O uso de máscaras é velho como o Mundo mas não perdeu o seu papel.” -  Jean-Martin Rabot,  sociólogo francês, docente na Universidade do Minho



Há máscaras de múltiplas tipologias , desde as que tapam todo o rosto, só os olhos ou a boca.
O fascínio pelas máscaras tem origem, segundo M. Rabot e o psiquiatra Carl Gustav Jung, na pluralidade de aparências do homem, que "não tem uma identidade fixa”.
Definem a persona como "alguém que não é em realidade, mas que é o que ele próprio pensa que é, o que os outros pensam que ele é”. A persona é a mascara. 

E assim, nas sociedades primitivas eram usadas nas cerimónias rituais para, através delas, se relacionarem com o mundo dos mortos. Na Grécia antiga, século V a.C., começaram a ser utilizadas em peças teatrais, tornando-se, desde então e até hoje, o símbolo do teatro: duas máscaras gregas bem expressivas, como reforço das emoções do actor - uma alegre e outra triste. 


Ao lado das perucas, contribuíram, também, para viabilizar personagens femininas no drama grego.
No Egito, a máscara fazia parte dos adornos colocados nos sarcófagos, junto ao corpo dos faraós, a fim de os proteger e preparar para o mundo divino.

Ao longo da humanidade, as máscaras passaram por várias culturas com significados diversos. 
Desde a Antiguidade que se usavam para proteger a pele dos raios solares. A tez clara estava associada a uma classe alta e a pele curtida pelo sol,  aos trabalhos físicos das classes sociais mais baixas. Quando as mulheres nobres se deslocavam a pé ou a cavalo ou na rua, protegiam-se tapando a cara com uma máscara de veludo com buracos para os olhos. Anatomie of Abuses (1583).



Mulheres com máscara numa peregrinação ao santuário de Laeken, perto de Bruxelas, em 1601. Óleo anónimo. Mosteiro das Descalças Reais, Madrid. 
National Geographic

Mas foi em Veneza, no ano de 1200, com a chegada de mulheres de Constantinopla a passear na rua , de rosto tapado, que os venezianos se vieram a interessar pelo artesanato de máscaras e técnicas de fabrico. A partir daí, a máscara era tão festejada quanto proibida na medida em que, garantindo o anonimato, disfarçava as classes sociais e permitia troçar das autoridades e da aristocracia.

 Vídeo - Carnaval de Veneza 2024
Veneza - As máscaras mais bonitas, entre 2013 e 2024

Porem, ao ocultar a identidade, também favorecia roubos, assédios e delitos, o que levou a Sereníssima a limitar o seu uso. E, em 1797, após a queda da República, Napoleão proibiu mesmo os disfarces de Carnaval, excepto nas festas privadas dos palácios venezianos e no Ballo della Cavalchina, em Fenice.

Ballo della Cavalchina, em Fenice. 
Classic Voice

E é, ainda em Veneza que a máscara passa a ser considerada um adereço para o carnaval propriamente dito assim como, de novo, para o teatro. Foi lá que surgiram os três famosos personagens de um triângulo amoroso baseado na comédia italiana do século XVI, (Commedia dell’Arte) Pierrot, Colombina e Arlequim. 

 Pierrot, Colombina e Arlequim.  
Facebook

No teatro, a máscara servia para representar inúmeras personagens diferentes. Nos carnavais “permite quebrar a barreira social, acaba com a identidade de género, de status, de classe e permite inverter os papéis sociais, aniquilando as hierarquias”.

Segundo Telmo Baptista, psicólogo e psicoterapeuta, "as pessoas escolhem as máscaras em função da maneira como veem o mundo e de como projetam os seus anseios, medos, desejos. “Com a máscara sou eu e não sou eu. Posso fazer aquelas coisas todas como se fosse, embora saiba que não sou. Estou protegido porque estou por detrás da máscara”.
A escolha do disfarce pode dizer muito sobre a “personalidade, problemas, medos" mesmo que de forma “inconsciente. Dependendo da fantasia, podem exprimir coisas que não exprimiriam. Depende da personalidade, do seu mundo interno.” Mariagrazia Luwisch, psicóloga e psicoterapeuta


A festa foi-se transformando ao longo dos anos mas os bailes de máscaras permanecem vivos para que, pelo menos no carnaval, o ego possa continuar a  esconder-se das amarras sociais -  não se sabe quem é rico, pobre, homem ou mulher.

E como eu ainda tenho uma ideia dos Carnavais do Estoril nos anos 60, não quero deixar de falar do “ apogeu” dos desfiles de rua no concelho, durante todo o século XX, feitos não só de máscaras mas, também, de convidados como o ator Fernandel e a Girafa de Dali a participar no corso.
Os carnavais eram organizados pelo empresário Teodoro dos Santos, da Sociedade Estoril Sol, e a festa decorria, sobretudo, à volta dos jardins do Casino. "Mas , habitualmente, o transito na Avenida Marginal era tanto, que "havia quem ficasse retido em Carcavelos e perdesse o desfile". Lima de Carvalho


link com o desfile de Carnaval, constituído por carros alegóricos, cabeçudos,  mascarados e a participação de Fernandel.


link com a chegada de artistas estrangeiros para participarem no Carnaval do Estoril - Aeroporto da Portela, Lisboa

li

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

… COMO UMA PARTIDA DE XADREZ



A ME deixou o carro tomar conta dela aos 64 anos
A morte do marido da I, roubou-lhe a vontade de continuar a sorrir.
O Alzheimer da MM, não lhe permitiu libertar os pulmões das bactérias
Com 75 anos, a MI foi duramente assaltada pela proliferação patológica e silenciosa das células dum tumor maligno cerebral
Hoje, a R pede-me ao telefone:
- Teresa, enquanto estou aqui na consulta, podes investigar aí no PC o que é o mesotelioma da pleura? (falta de ar, dor no peito, tosse, rouquidão …). Parece que terei de fazer quimioterapia!

O mesotelioma pleural maligno, doença rara, pode ser difícil de tratar porque a maioria dos pacientes já se apresenta com a doença avançada…

E assim se vão despedindo as minhas afetuosas amigas de tantos anos! A vida, quando ela quiser, acaba sempre por fazer essa partida. Como escreveu Albert Einstein, "A coisa mais incompreensível sobre o mundo é que ele é compreensível."



quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

ARQUITETURA RURAL AUTÊNTICA DA BEIRA ALTA



Como os -2º C apenas permitiam espreitar o "Natal dos outros" por detrás dos vidros da janela, sentei-me junto à lareira e, através do Google Maps, fui “percorrendo” as ruas da aldeia.


Para meu espanto, à medida que ia seguindo a seta, aquele esperado reencontro com alguns vestígios do passado ia-se esfumando  em miragem. 

De onde vieram estas casas? Quem são os moradores? Porque há tantas ruas chamadas "... Dinis da Fonseca "? A continuar assim, qualquer dia, o nome Cerdeira (A primeira referência escrita ao topónimo na região data de 1229 e  refere-se ao primeiro foral de Castelo Mendo, concedido por D. Sancho II), ainda  passa a ser outro! 
Curiosamente, não existe nenhuma outra personalidade ligada à toponímia das  ruas, embora tenham contribuído, também, para o desenvolvimento da terra …

Cada vez mais incrédula, lá ia continuando a "abrir" caminhos  na esperança de "esbarrar" com uma autêntica arquitetura rural da Beira Alta, muito semelhante a uma das casas dos avós: 
Casa em granito, com telha solta de canudo, escadas exteriores de pedras longas  e encimadas por uma varanda semifechada, com janela. Por baixo, o  poleiro/coelheira, com três aberturas na parede para entrada e saída das galinhas e criação de coelhos. 
Do interior  da casa, fazia parte uma saleta com mesa central e uma arca enorme para a roupa, dois pequenos quartos e uma cozinha com lareira junto à parede, rodeada por várias banquetas e um banco corrido, com encosto, que servia para guardar a lenha. Havia, ainda, o vasal para os cântaros da água e para a loiça. O fumo saia pelas frestas das telhas porque não  tinha chaminé. Ali preparavam as refeições, se aqueciam, conviviam ao serão e fumavam a carne. (já não imagino como podiam juntar-se tantas pessoas no dia da matança do porco!). 
Desta casa fazia parte, ainda, um anexo de dois pisos (espaço aberto, em cima e loja, em baixo).

Geralmente, o piso térreo recolhia os animais para aquecerem o piso superior durante o rigor do Inverno e as casas tinham um logradouro murado, com alpendre, em frente, onde se guardava a lenha e o carro das vacas. Porem, os avós possuíam um imóvel separado para os animais, com curral, muito, muito antigo (recentemente, foram ali encontradas grandes pedras, lajes, do Paleolítico Médio e Superior, pensa-se).

À esquerda, já falta a casa fechada onde estavam os animais. A parede exterior do curral também não é a original - foi reerguida quando uma parte passou a ser explorada pela anterior JAE.

Como calculava, cheguei ao fim do "percurso" sem encontrar nenhuma das várias casas conhecidas deste tipo de habitação beirã.  Havia a do S., a do A., a da M.L. e muitas outras




E encontrei, ainda, em vias de rápida extinção, a dos Avós, exatamente. A janela donde o Avô, doente, espreitava a rua e os vizinhos, já não consta



Adeus arquitetura rural autêntica, da Beira Alta, na minha Aldeia

- Crime, disse ela.
Será que o intelecto, charme e persistência de Jessica Fletcher, escritora profissional e detective amadora,  saberia  desvendar todos os segredos desta generalizada  destruição cultural?

O significado de património traz a ideia de herança cultural. Tanto no âmbito pessoal, profissional, quanto no social existe a herança perpetuada de geração em geração. A partir dessa conceção do termo património, ele pode ser associado com a preservação, para prorrogação e contextualização daquilo que já tende a permanecer. O património é visto como parte de um todo, selecionado naturalmente através dos valores patrimoniais, para deixar um legado às gerações futuras e contribuir na construção social da história Peralta & Anico, 2006



Mas um misto de satisfação/saudade/emoção, foi o que senti quando "descobri" um cantinho de ruinas silenciosas, esquecidas, violadas apenas pelo tempo. Ali viveram  com pouca coisa, de pobreza envergonhada, duas irmãs solteiras, T'is muito queridas, afáveis e discretas. Quando entrava naquelas casas tão pequenas, ficava à janela, sem tempo, sentada num banco minúsculo, a ouvir histórias de que não me lembro




Site do Mapa Google
 https://www.google.com/maps/@40.5136609,-7.0463229,3a,75y,318.06h,92.25t/data=!3m6!1e1!3m4!1s6Ea7uPwcIup3MOx4DA10TA!2e0!7i16384!8i8192?entry=ttu

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

AFIFE, COMO SEMPRE


- Tá na altura de ir uns dias prá Afife, diz ele
- Chove tanto! E está lá muito mais frio do que aqui. Antes de teres feito aquelas modernices, ainda havia as lareiras feitas pelos ingleses. Eles é que sabiam, diz ela.
Mas o J. nunca foi homem de hesitações. E, com mais 2 ou 3 gatos irrequietos,  entram no carro dispostos a percorrer 410 Km durante 4 horas, como sempre.

Afife é uma antiga freguesia localizada à beira mar, a cerca de dez quilómetros de Viana do Castelo. Os vários castros dispersos pelo seu interior, são testemunho da presença do Homem desde as mais remotas épocas. O repovoamento ter-se-á feito depois de 868 e antes de 890.



"Para quem passa, Afife não parece mais que uma estância de veraneio. Um reduto de beleza pura onde alguns ricaços construíram casas de férias, certos artistas bem-sucedidos e velhas famílias inglesas do vinho do Porto procuram refúgio e recato.(…) Entre o século XIX e primeira metade do século XX, praticamente só as mulheres ficavam em Afife, para trabalhar na agricultura. A maioria dos homens dedicava-se ao estuque ou artes afins e vivia fora da sua terra. Por todo o lado, eram prestigiados e respeitados, vistos não como artífices, mas como intelectuais. Apresentavam-se nas obras de sobrecasaca e chapéu alto, ou de fraque, colete branco, calça de fantasia e chapéu de coco, segundo a monografia de Avelino Meira, ele próprio filho e neto de estucadores (…). É um lugar avesso à ostentação, de carácter altivo e elitista, como, talvez por determinismo da paisagem, aliás sempre foi." Paulo Moura, Público




- Tá? É o M.?
- …
- Tivemos um acidente. Bati noutro carro ou o outro bateu no meu. Nós estamos mal, mas vivos. Eu vou prá Urgência e o carro vai prá sucata
- …
- Tou mais preocupado porque perdi os dentes. E não digas que não vejo, porque não é verdade.

Ao sair do Hospital, insiste no aluguer de um carro. Vira e revira todos os bolsos para procurar a carta de condução. Porem, como não a encontra ( o irmão tinha-la escondido), descontente mas não rendido, pergunta pela A., pelos gatos e chama um taxi. 
- Quando tiver mais tempo, vou ver se compro outro carrinho.

Personagens:

J., 88 anos, quase cego, com significativos sintomas de Alzheimer
A., 92 anos, com demência senil preocupante
Vivem sozinhos, numa casa sem elevador, cheia de móveis, de eletrodomésticos,  vários outros aparelhos eléctricos e livros. 
Não têm filhos.



sábado, 6 de janeiro de 2024

ADIVINHA


Nasceu no concelho mais pequeno do País
Um avô era camionista e o outro era sapateiro
Então, o pai andava envolvido com a esquerda radical. Depois enriqueceu e hoje é empresário da Tecmacal e dirigente da APICCAPS
Disfarça bem a narrativa sobre as origens de “esquerda caviar”
Detém, tal como a irmã, uma quota “simbólica” de 0,5% da empresa do pai.
Nunca trabalhou no privado e teve sempre uma vida privilegiada.
Desde 2008, a dita Tecmacal assinou 22 contratos com o Estado (1,1 milhões de euros), 16 dos quais por ajuste direto.
É um político profissional, sempre muito próximo da extrema-esquerda.
Cresceu envolvido em histórias sobre o percurso, as convicções e os negócios do clã.
Negociou a “geringonça” com os futuros dirigentes do BE que terá conhecido quando frequentou o ISEG
Tem ligações à Maçonaria através The Klub, “que garante acesso a decisores políticos e cuja obediência maçónica se encontra a ser investigada pelo MP por suspeita de tráfico de influencias” Wikipédia
Conheceu a mulher no Facebook e defende a sua nomeação para chefe de Gabinete do secretário de Estado de …
Não declarou como pagou a casa de 740 mil euros …
Anda de Maserati (emprestado pelo pai?) avaliado em €100 000 e de Porsche 997S (que se arrependeu de comprar …) à venda por  €68 900, dois meses depois de o ter adquirido. 
Tem 47 anos
Etc., etc., etc.. etc., etc., etc., etc.

 
As viaturas



Fontes: SÁBADO, Visão, Público, Wikipédia, Google

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

NATAL MORNO


Natal… uma tradição que se vai mantendo em pleno século XXI.
Sinónimo de festa, de família, de convívio, de partilha, é reunir à volta da mesa e vivenciar o imaginário da nossa infância com os rituais que marcaram o nosso crescimento.
É manter um sorriso nos lábios, buscar paz e tranquilidade. 
É recordar os bons tempos em que não havia cadeiras vazias.
É o desfrutar das pessoas nas cadeiras ocupadas que, cheias de presença, nos agradam.
É o Natal morno de hoje, com o forno a não querer funcionar logo que se tenta acertar o relógio. As horas vão passando, o bacalhau com natas continua esperando, a paciência vai faltando e a Ceia de Natal parece ameaçada


Entretanto, pessoas amigas e ou/familiares, fazem chegar fotos dos Mercados de Natal, Feiras e Presépios. bancas repletas de produtos únicos e presentes artesanais, presépios que são verdadeiras obras de arte e labirintos de ruas iluminadas.


Cidade da Guarda - Na Praça Luís de Camões, ponto de encontro de centenas de guardenses, prepara-se a fogueira de Natal para brindar às Boas-festas com amigos e família. 




Torre do Relógio da minha Aldeia


É Natal

sábado, 16 de dezembro de 2023

O PODER DAS FLORES






É bom, logo pela manhã, receber flores
Com sabor a Outono vestido de cores.

Trazem o cheiro doce, as flores de mel
E as bagas vermelhas, a granel

Elas favorecem a saúde mental
E transcendem palavras, sem rival

Como são alegres as margaridas!
E as gérberas, tão coloridas!

Pelo charme e sensibilidade
Nobreza, renovação, simplicidade

Agradeço com carinho e gratidão
A oferta destes dois ramos que são


sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

TALENTO | HABILIDADES





Impressionante! Espantoso! Emocionante! Comovente! Deslumbrante!  E muitos outros adjetivos semelhantes!
Descobri-o, por acaso, ao navegar na Net em busca de nada. O nada que se  transformou em arte. Como ignorar este talento de 2 anos, tão brilhante, tranquilo e seguro, fruto, também, de uns pais excepcionais? 
Descoberto o talento, eles não irão deixar que essa fabulosa habilidade   não vá  contribuir para o sucesso profissional, através de treino e trabalho constantes.

A arte estimula a mente, cria diferentes maneiras de pensar e de aprender, 
melhora o pensamento crítico e as habilidades emocionais.
Há crianças que se destacam, inacreditavelmente, em certas áreas - não só desenvolvem facilmente uma habilidade, como  a desempenham com invulgar desembaraço (jogar futebol, pintar, desenhar, etc., etc.) 
E isso deve ser aproveitado, claro, mas sem criar expectativas demasiado exageradas pois,  muitas vezes, acabam por se obter resultados contrários como  "traumas psicológicos, aversão à atividade, dificuldade em lidar com frustrações".
Por outro lado, se ignorarmos essa habilidade, a criança acaba por se afastar, desvalorizando-se, simultaneamente, a ela própria.

O desenho
“A linguagem do desenho é um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de um poderoso meio de integração social”.
Quero destacar o desenho, mais propriamente, o desenho como uma forma de manifestação da arte em que o artista transfere para o papel imagens e criações da sua imaginação. 

O desenho de memorização
Este tipo de desenho diz respeito à representação gráfica de imagens observadas anteriormente, tendo a memória como ponto de partida e em que os detalhes dependem, não só do nível de observação mas também da bagagem cultural.
 
Muito concretamente, o meu filho L., ainda muito pequeno, (5-6 anos) desenhava, em traços rápidos e firmes, todos os meios de transporte desde barcos, navios, canoas, jet ski, lanchas, aviões, helicópteros, dirigíveis, carros, motos, autocarros, bicicletas, comboios, carroças e outros. Para desenhar, usava qualquer instrumento que encontrasse por perto (geralmente as mais coloridas canetas de feltro) e folhas brancas soltas.
Simultaneamente, com a lâmina de uma serrinha, cortava umas pequenas placas de madeira e construía os respectivos aviões, carroças, etc., unindo as peças com adesivo. 
Como eu jamais seria capaz de representar tais objetos ausentes com tanta rapidez e precisão, achava que era uma manifestação de arte.
E fui pendurando nas paredes do quarto, emoldurados,  alguns dos desenhos mais expressivos (hoje desbotados pelo tempo).
Esta minha iniciativa fazia-o sentir-se feliz, na medida em que dava importância à sua capacidade criadora, cada vez mais genuína e fluente.
Porem, na escola, soube pela própria professora, só davam importância ao desenho temático. 

Depois… depois, deixou de fazer tudo isso. 
Perguntei porquê.
Porque, disse ele, quando fui para a praia com a escola, houve um concurso de desenho lá numa sala e não acreditaram que tinha sido eu a fazer os meus desenhos sozinho. Nem os classificaram. Não quero fazer mais. Mas se precisar de fazer algum, vou pintá-lo de roxo ou de preto. (sentimento de derrota)