Este é Mondo Cane
Ao ter-me sido enviado o e-mail sobre o Banquete de Natal do FMI, a indignação desafiou-me a partilhar mais esta perversão - barbárie -, acrescentando-lhe algumas observações/comentários.
16/11/2012
«Os países pobres podem enfrentar dificuldades
de financiamento "insustentáveis", devido ao impacto da crise
económica e à redução da ajuda internacional», alertou o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Christine Lagarde
«O FMI autoproclama-se como uma organização de 187 países, trabalhando por uma
cooperação monetária global, assegurar estabilidade financeira, facilitar o
comércio internacional, promover altos níveis de emprego e desenvolvimento
econômico sustentável, além de reduzir a pobreza»
Wikipédia
Wikipédia
Resultados da política de
austeridade do FMI
Argentina - Queda da actividade económica, recessão generalizada,
queda das receitas fiscais, aumento do défice do Estado e da dívida pública.
Com a subida ao poder do populista de esquerda Nestor Kitchener, durante quase um ano, a Argentina viveu momentos
dramáticos com fome, sem dinheiro nos bancos e um desespero generalizado.
E na Grécia, em
Portugal, e também em Espanha, Irlanda ou Itália? Esmagados entre uma brutal
austeridade e a impossibilidade de desvalorização cambial, vão-se afundando numa espiral depressiva - "a armadilha da dívida e da deflação" (em linguagem de economia).
O FMI é conhecido por impor programas de cortes de gastos
que podem incluir redução no número de funcionários públicos e/ou respectivos
salários, subida de impostos e alterações nos regimes de pensões e por assegurar o poder da sua burocracia.
Em Portugal, digo eu, devia preocupar-se com os milhões que não lhe interessa ver porque, impor por impor, pelo menos " ... além de reduzir a pobreza".
Para que serve, na realidade, o FMI?
Banquete de Natal do
FMI
Ofereceu de tudo, menos
austeridade
24/12/2012 10:54
Por Redação, com agências internacionais - de Washington
Por Redação, com agências internacionais - de Washington
"Poul Thomsen, executivo do FMI, sugere a demissão em massa de
funcionários públicos gregos, entre uma mordida e outra no coquetel de caviar
O recente banquete oferecido para 7 mil funcionários e convidados na sede
do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington durou das 20h até à
1h da madrugada e custou 380 mil euros aos cofres da instituição que
cobra dos países pobres cada vez mais cortes nos benefícios às populações carentes
e trabalhadores de baixos salários. O menu, de quatro páginas,
anunciava entradas de caviar, salmão e ostras, cozinha de cinco países, bebidas
à vontade.
No jantar do FMI para o Natal, houve de tudo, menos austeridade. Já
sabemos que a entidade lucra tanto mais quanto melhor esmaga os países que caem
na rede dos seus empréstimos (só com a Grécia, este ano, espera obter de juros
US$ 899 milhões, lembra o diário norte-americano Washington Post), mas começa a
ser marca registada do Fundo deixar bem marcado que aqueles que forçam os
outros a ser austeros distinguem-se por fazer exatamente o oposto.
O menu indicava que as entradas foram servidas entre as 20h e as 21h30 no
1º andar da sede e incluía uma lista de seis acepipes onde não faltaram os
tradicionais Caviar Crème Fraiche, as ostras e o salmão defumado. Os
comensais podiam depois escolher entre as “estações” indiana,
tailandesa/vietnamita, mediterrânica e do Médio Oriente, espanhola, mexicana e
até “norte-americana”, espalhadas pelos diversos andares e salões de dois
edifícios.
Os cocktails especiais tinham nomes como Cumprimentos do Paraíso,
ou Mr. Grinch (?). E as sobremesas foram as mais variadas, de fina
pastelaria francesa, bolos e frutas. O jantar, em dólares, chegou aos US$ 500
mil.
Não é novidade que o Fundo se oriente por regras opostas àquelas que
prescreve para os que supostamente ajuda. Veja-se o caso do alto funcionário
Poul Thomsen, dinamarquês que já chefiou a missão do FMI para Portugal e agora
está à frente da missão para a Grécia. O homem que mais defendeu a proposta de
aumentar o horário de trabalho em meia hora e insistiu em cortes de benefícios
para Portugal, que foi mais longe na defesa das demissões de funcionários
públicos, ganha mais de US$ 309 mil por ano, de acordo com o nível B05 do FMI.
Segundo o jornal grego Eleftheros Typos, como funcionário do FMI
não-norte-americano residente nos Estados Unidos, grande parte dos seus
rendimentos são livres de impostos – uma das benesses garantida pelo FMI aos
seus empregados. Thomsen terá tido um aumento no seu vencimento, em 2011, de
4,9% – garantido pelo FMI."