Mar Mediterrâneo
Satisfeita com as viagens de cruzeiro efectuadas (Fred
Olsen Cruise Lines aos Fiordes da Noruega e Costa Atlântica às capitais do Mar
Báltico), talvez fosse uma boa ideia, pensou-se, ponderar a decisão de redescobrir
confortavelmente também por este meio, as diferentes culturas dos países e
povos do Mediterrâneo, maior mar interior do mundo, com cerca de 2,5 milhões
de km².
Optou-se então por fazer um primeiro à parte do
Mediterrâneo oriental e um outro mais tarde, ao Mediterrâneo ocidental.
As viagens em cruzeiros são as que melhor se enquadram em pessoas mais velhas ou nas que já experimentaram a aventura de ter conhecido mundo através de outros meios de transporte.
São para quem quer relaxar, arrumar e desfazer as malas apenas uma vez, visitar cidades e países em poucos dias ao ritmo que lhe apetecer (saindo ou não do navio), incluir num único preço a viagem, roteiro, destinos, diversões, atrações e atividades a bordo para todos os gostos, personalidades e estilos. Ninguém critica um antissocial ou outro que prefira espreguiçar-se ao sol o tempo todo, etc.
Os grandes navios parecem “fortalezas” mas, talvez por isso, também são mais confortáveis. E os jovens não gostam muito de certas decorações menos leves, de programas orientados, de espaços de "clausura".
Todavia, presentemente, já se encontram muitos passageiros na faixa etária dos 20 aos 40 anos devido a uma maior diversidade de produtos oferecidos pelas companhias - varandas maiores nas cabines (algumas com banheiras de hidromassagem), restaurantes e dancings ao ar livre, parque aquático, etc.
Assim, de acordo com o exposto, em Março de 2006,
decidiu-se que seria o navio Costa
Fortuna com o itinerário - Lisboa - Milão (de avião), Milão - Savona, porto do início do cruzeiro -1 dia em navegação - Katakolon - Heraklion - 2 dias em navegação - Trípoli - 1 dia em navegação - Savona (Milão - Lisboa).
25 de Março à tarde - Savona
Savona fica na chamada “Riviera italiana”, a 20 minutos de Génova e a 2 horas de Milão.
Tem um porto moderno com facilidades e equipamentos de última
geração, praia, uma linda marina e uma história rica, essencialmente
relacionada com o próprio porto e com a fortaleza de Priamar, sobre o promontório.
Já dentro do navio,
o Capitão Giacomo Longo e toda a
tripulação, saudaram os passageiros com um” Benvindos a bordo”.
Logo depois ouviu-se da ponte de comando: “O Costa
Fortuna parte para Katakolon”.
E a Navegação Turística rumo sudeste passou pelo
canal entre a Ilha de Elba à esquerda
e a Ilha de Pianosa à direita.
27 de Março manhã - Chegada a Katakolon
Katakolon é
um pequeno porto situado numa península da Grécia, construído em meados do
século passado. Fica a cerca de 40 Km de Olympia,
cidade onde há mais de 2.000 anos os Gregos celebravam os jogos consagrados
a Zeus.
As ruínas da antiga Olympia, integradas numa paisagem de
colinas aos pés do Monte Kronos, foi
uma das visitas seleccionadas assim como o Museu Arqueológico onde se encontra a
estátua de “ O Hermes” de Praxíteles.
Ruinas de Olympia- O Philippeion
Templo de Zeus e Templo de Hera
Toda a vida de Olympia se desenvolvia à volta das muralhas
sagradas do Santuário de Olympia, dentro das quais se encontra um imponente
conjunto de monumentos - Templo de Zeus,
de Hera, de Apollo e outros, a Escola de equitação, os restos do famoso Estádio
para mais de 40.000 espectadores das corridas, o Ginásio para treino dos atletas
ao som de flauta e uma pousada para os convidados ilustres.
Foi o centro desportivo/religioso por excelência de toda
a Grécia.
O lugar era como uma ponte entre a realidade e o mundo
místico e durante mais de mil anos, milhares de gregos deslocavam-se ali, de 4
em 4 anos. Ainda hoje, no início dos jogos olímpicos modernos, a tocha é acesa
lá.
A visita às escavações
arqueológicas demorou cerca de 1 hora e 30 minutos a pé. Antes de regressar ao
barco percorremos também as ruas pitorescas da típica aldeia de Katakolon.
27 de Março à tarde - Partida para Heraklion
Navegação para leste sul, seguindo a costa do Peleponeso com passagem pelo canal entre
as Ilhas de Antikithera à esquerda e Cuata à direita. Aproximação do porto de
Heraklion, deixando o farol de Ak. Stavros à direita.
Ilha de Creta e porto de Heraklion
Heraklion é a principal porta de entrada para
a Ilha de Creta, a capital, a maior cidade e também o maior centro económico.
Creta é mítica por tradição devido às lendas da Antiga
Grécia e também porque a situação geográfica - Mar Egeu e Mar da Líbia - lhe
conferem uma autêntica mistura de Europa, Ásia e África.
As condições climáticas, a paisagem cheia de contrastes e
a riqueza singular do subsolo em pedras de quartzo, cristais, estalactites e
outras, favorecem o turismo durante todo o ano.
A História remonta a mais de 5.000 anos. Foi o berço da
cultura mitológica mediterrânica e conserva os vestígios do domínio veneziano,
árabe e turco mas é sobretudo a ilha
de Minos, o lendário Rei que construiu o palácio fortificado de Knossos e do Minotauro.
Foi, para o tempo, a civilização mais rica a nível
artístico e cultural da bacia mediterrânica.
Escolher uma visita - Knossos
e Museu, Kritsa, Agios Nikolaos, Mosteiro de S. Jorge Selinanis, compras…tornou-se difícil.
Ruinas
Optou-se por Kritsa, Agios Nikolaos e as escavações de Knossos,
local mais importante da visita - palácio, vestíbulos do Rei e da Rainha, sala
do trono - que remontam ao ano 3.000 a. C, época em que governou o Rei Minos.
De passagem pelo centro da
cidade de Heraklion, há que destacar as praças da Liberdade e da Fonte, o velho porto,
a Igreja de Santa Catarina e o Museu de Arqueologia.
28 de Março - Navegação a caminho de Trípoli,
Líbia
Tema do dia: Milha
Náutica
Um jantar diferente e Elevadores do navio
29 de Março - Navegação/rumo oeste-sudoeste
Da Ponte de Comando:
Informação sobre as posições - latitude e longitude -
previstas para observação dum eclipse total do Sol e horário:
12.25 hs. aprox, 1.ª fase do fenómeno - Inicio do
escurecimento do Sol.
13.43 hs. aprox, 2.ª fase - começo da totalidade
13.47 hs. - ponto
máximo
15.05 hs. aprox, - fim do eclipse total
Avisos e recomendações
Para melhor visibilidade do eclipse, haverá redução de
luzes nas pontes exteriores. Ter cuidado a circular.
As espreguiçadeiras serão retiradas para facultar o
espaço aos aparelhos de observação.
Proteger os olhos com óculos escuros para evitar graves
danificações. A totalidade é o único momento em que se pode olhar para o Sol a
olho nu.
A oferta limitada a €1,79 nas tendas de bordo rapidamente ficou esgotada.
E o eclipse total do Sol aconteceu apenas por alguns instantes, tendo
sido visto desde o Brasil até à Mongólia, durante pouco mais de 3 horas.
O dia fez-se noite e a temperatura arrefeceu significativamente. A coroa solar deu
um contorno à Lua escura e quando o Sol começou a reaparecer, parecia um anel
de brilhantes.
Eclipse total do Sol
O cruzeiro proporcionou um grande momento aos passageiros
curiosos e aos muitos astrónomos profissionais e amadores que nele “amarinharam”
exclusivamente por este motivo, pois além de os eclipses sob aquela sombra projectada pela Lua só poderem ser vistos numa estreita faixa, o espectáculo é inesquecível!
A azáfama e a lufa-lufa para o melhor posicionamento começaram
logo que o navio zarpou de Heraklion.
Ver video em "Costa Fortuna" - 2, neste blogue
O eclipse total do Sol é um fenómeno astronómico relativamente
raro para se observar, diziam. Só ocorrem na Lua Nova e em média 2 vezes por
ano mas geralmente em desertos, oceanos e pólos, não em localidades.
A Lua, assim como a Terra, bloqueia completamente a luz
solar mas como a sombra da Lua é menor, apenas uma parte da Terra vê o eclipse
total.
Foram registados pelos chineses e povos da Mesopotâmia há 4.000 anos pela primeira vez embora já tenham sido observados antes. Pensa-se
que Tales de Mileto, fundador da
Escola Jónica, foi o primeiro “cientista” a prever grosseiramente um eclipse
baseado nas tabelas de eclipses
anotadas pelos Mesopotâmicos.
30 de Março de manhã - Navegação turística continuando
o rumo oeste-sudoeste até ao Golfo de
Sirte, ao largo da costa da Líbia
(CONTINUA no post de 10.12.2012), esperando que, no fim da descrição desta minha fantástica viagem, tenha dado (para os que nunca experimentaram) uma ideia bastante aproximada de como é viajar de Cruzeiro.
Hoje já há outros navios mais espaçosos, divertidos e confortáveis.
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