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sábado, 18 de agosto de 2012

A OUTRA VILA DE CASCAIS



Nascer do sol em Cascais (Nuno M. Lopes)

Está amanhecendo…
Aqui, abrindo a janela logo bem cedo, a paisagem tem cores diferentes. O sol quando se anuncia no horizonte produz uma cor gradiente entre o azul do dia e o escuro da noite como em todos os corpúsculos; mas mistura o amarelo com o vermelho a fingir que é laranja formando um clarear mais deslumbrante. Acorda os pássaros adormecidos nas árvores que começam a voar em bando. A brisa matinal é mais subtil e o vento fresco faz girar em vão as lâminas de uma velha bomba de água - moinho de vento - que em tempos bem próximos, captava água de poços nos terrenos circundantes.
Sinto a falta das habituais pessoas que, reformadas, amanhavam as terras alternando as sementeiras; foram envelhecendo. Depois...não as vemos mais.

E porque o céu "está" mais próximo, os ritmos do tempo - nuvens, chuva, sol, vento, lua - podem ser melhor apreciados nas cores, texturas, luminosidades, movimentos.

Os aviões passam ao longe deixando um longo traço em forma de recta mas as pequenas aeronaves de Tires, parecem querer fazer-se convidadas a entrar.

A minha rua costuma ter pouco movimento. Há os “lulus” a passear pela trela dos donos, nem sempre acompanhados pelo respectivo receptáculo sanitário, os amantes do sol de praia que se deslocam a pé (ou não) e os (quase todos) estrangeiros rebocando barcos de recreio talvez para o mar de Cascais.

O mercado fica aqui mesmo ao lado mas só nos dias de feira é que os carros se comprimem na pequena rua transformando a habitual pacatez numa comum mas insólita agitação.

Mercado

A Ribeira das Vinhas passa mesmo em frente, transformando as faixas de terreno envolventes, apenas a 200 metros do centro da Vila, numa região completamente rural com hortas, ovelhas, cavalos, cabras, galinhas, cães… pontes de madeira e um percurso tipicamente campestre.

Da minha janela...

Ribeira das Vinhas (Clube de Actividades ao Ar Livre)

A ribeira desagua junto à lota, na praia da Ribeira (ou dos Pescadores), tendo sido responsável por uma das maiores inundações de Cascais em 1983.

Quem diria que da minha janela, poderia experimentar a bucólica beleza dum tão magnífico amanhecer!

Porque, logo ali, para lá dos tais 200 metros está o Cascais das praias, das lojas, dos espectáculos, do trânsito/dor-de-cabeça, dos restaurantes, dos concertos, do teatro, do bodyboard, da vela, das esplanadas.

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