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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

CASCAIS





A vila de Cascais é, desde finais do século XIX, um dos destinos turísticos portugueses mais apreciados por nacionais e estrangeiros porque o visitante pode desfrutar simultaneamente um clima ameno, a proximidade de praias sucessivas mas diferentes, extensas e diversificadas paisagens, grande oferta de hotelaria, muitas atividades culturais e gastronomia para todos os gostos, “algibeiras” e origens.
Desde muito cedo, quase em simultâneo com Lisboa, que me deixei cativar por Cascais. Poderei dizer mesmo que me seduziu antes de a ter conhecido.
E um dia resolvi apanhar o comboio na estação do Cais do Sodré e ir até ao fim da linha. Deslumbrada com a viagem numa tranquila carruagem de primeira classe, sem mais passageiros, desci umas escadinhas para a praia logo ali à esquerda, a praia da Conceição, que fica entre o antigo edifício do tribunal da comarca de Cascais e a praia da Duquesa, a menos de 5 minutos de distância, a pé. A areia branca, o mar tranquilo, os poucos banhistas e o ficar “mesmo ali”, foram elementos essenciais para a tomar como preferida - ainda não havia paragem de autocarros.


A partir daí passei a explorar todas as outras pequenas praias, as ruas, as lojas, os restaurantes de peixe fresco e marisco, os parques, as boates, o mercado, a lota, os concertos de jazz, as grutas da Boca do Inferno, os passeios à noite depois dum jantar. Só faltava mesmo ter a casa que tenho.
Hoje é menos pitoresca, menos acolhedora, menos piscatória, mais burguesa, menos aristocrata e seletiva. Mantem-se a tradicional procissão em honra de Nossa Senhora dos Navegantes e, frente à praia da Ribeira (ou dos Pescadores por ficar perto da lota), ainda ancoram barcos de pesca durante o dia. 

Ruas de Cascais - Google

Tem mais bares, mais movimento durante o verão, mais horríveis construções, outros restaurantes, outro tipo de lojas, outro ambiente. Há os passeios pedonais, as festas do mar, os concertos frente ao anfiteatro natural da baía, encontro de motos, mais museus, mais eventos culturais, muitos desportos marítimos e a linda marina.
Os jovens queixam-se da falta de locais de diversão à noite e a vila, no inverno, sem turistas, está envelhecida e despovoada. Mas, apesar de mais internacional, continua com charme.

 
Procissão de nossa Senhora da Conceição, protectora dos pescadores de Cascais
Rua de cascais captada em Google

     
Antigo Casino

                                
Quero destacar um dos que foi meu restaurante preferido - o antigo e cheio de classe, João Padeiro- pelo famoso cabrito e linguado ao “João Padeiro”. Aqui encontrei Jorge Amado, Amália, Henrique Mendes e outros. Dizem que D. Juan Carlos, o Rei Humberto, Gina Lollobrigida, Odette de St. Maurice e Roger Moore foram celebridades que o frequentaram.
Também a Catedral do jazz de 1971 a 1980- Pavilhão do Dramático - foi uma verdadeira casa para os maiores: Jimmy Smith, Dave Brubeck, Miles Davis, Duke Ellington, Freddie Hubbard. Por lá andava Fernando Tordo e Luiz Villas-Boas, considerado o pai do jazz em Portugal. Nós, os espectadores, sentados em bancos compridos de madeira, comíamos pão com chouriço oferecido pela organização…


E porque o meu filho Luís é um grande apreciador de motas, vou dedicar-lhe este show de fotos que ele tirou no dia do Encontro Europeu de Harley-Davidson em que mais de 12 mil motos rugiram em Cascais, durante o 21º Harley Owners Group.
O fenómeno, mais do que um negócio, nasceu em 1903 no estado norte-americano de Wisconsin e atravessa fronteiras de todo o mundo. Milhares de curiosos e apaixonados visitaram a baía para tirar fotos.
No festival houve ainda bandas de música, desfiles, demonstrações gratuitas, reparações, baptismos e muita festa.




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