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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

USANÇAS DO TEMPO - VI




A moda preocupa-se com a sofisticação e o conforto da mulher moderna que valoriza a elegância. O tempo em que ir para a praia significava despojar-se de todos os acessórios acabou. As areias nos meses de sol preparam-se para receber biquínis, triquinis e fatos de banho.

Faz parte da nossa rotina as revistas de moda (de verão, neste caso) falarem da inspiração para a coleção da época.
A Women’screat, por ex., escolheu para 2012:
Timeless - motivos às riscas, tribais ou lisos em cores sóbrias como o castanho e sobretudo o preto.
Sweet & Cute- combina os tons vermelhos, azuis e violeta numa abordagem floral, riscas e quadrados em harmonia e suavidade
Azteca - com as cores terra, verdes, azuis-escuros e dourados, devolve-nos o mistério da terra, da natureza e das figuras de ouro típicas da civilização azteca
Denim Stories - linha mais fresca e descontraída. Os azuis, vermelhos e verdes turquesas dominam. Misturam-se motivos aos quadrados, riscas e flores
Hawai- uma linha tropical onde as flores e os hibiscos são inspiração
Just merrid- as cores principais são três: verdes, castanhos e brilhos,  para criar o look completo de lua-de-mel

OS FATOS DE BANHO ao longo dos anos:

ANTIGUIDADE
As mulheres da Roma Antiga que praticavam desportos são as precursoras do biquíni, de acordo com mostra encontrada em mosaicos romanos numa escavação arqueológica numa antiga Vila Romana, na Sicília. Usavam duas peças em linho ou lã para o desporto e nadavam nuas.



Século IV a. C. -"Bikini girls"

1886
Annete Kellerman, nadadora australiana e defensora das causas das nadadoras profissionais, popularizou os fatos de banho de uma peça, atitude considerada escandalosa para a época. Eram feitos de malha elástica, sem mangas, decote redondo e calções cobertos por uma mini-saia.

Em 1907, quando usava um dos seus fatos de banho numa praia de Massachusetts foi presa por atentado ao pudor.


Annette Kellerman - 1º fato de banho in A breve

Antes, no início de 1900, segundo um jornal australiano, as mulheres usavam combinação e calças para nadar. E apenas ia à praia quem tivesse indicação médica para banhos medicinais. Alem disso, ter a pele bronzeada não era socialmente superior por ser próprio das pessoas que trabalhavam no campo.
Da roupa de banho fazia parte uma túnica comprida em lã ou sarja a cobrir o corpo todo para que os banhistas não apanhassem resfriados a seguir à entrada na água fria e tamancos ou botinas.



Traje de banho - 1900 in"Tricolina"

Apanhando sol- 1904 e
Palm beach - 1905
Traje1905 e
1908
A popularidade resultou na criação de roupa de banho para mulher a partir da sua própria linha “Annette Kellerman’s”. Foi o primeiro passo para as roupas de banho femininas modernas.

1910
Em 1910 a Europa vivia em paz. Os portugueses usavam a moda de Paris e praticavam desportos ingleses. Toda a gente usava chapéu.
Os fatos de banho não deixavam ver grande coisa - os homens de fato inteiro às risquinhas e elas, as mais novas, mostram a perna quase até ao fim da coxa. A água é o ídolo universal. Logo ao amanhecer desfilam nas praias quase vestidas para manter a pele branca. Deixar os braços e as pernas de fora já era ousado
1910

1913
Treze anos depois de ter sido permitido às mulheres participar nas Olimpíadas, o estilista Carl Jantzen desenha o primeiro fato de banho moderno de duas peças a fim de melhorarem os resultados desportivos - calção cobrindo o umbigo para a parte de baixo e um top com mangas na parte de cima.


No entanto, porque eram um pouco mais colados ao corpo, causaram escândalo, ficando de venda limitada até 1968 "Área Mulher" 


Praia da Nazaré - 1913 "MatrizNet"
1914
A revolucionária Madame Channel desfila um simples fato de banho inspirada num pullover masculino. Era o fim das anquinhas e da pele branca



1920

É na década de 20 que os fatos de banho começam a diminuir devido ao manifesto gosto pelo bronzeado que passou a ser símbolo de vida desafogada. O saiote foi muito reduzido, o decote aumentou, as mangas desapareceram e são confecionados em malha elástica, evidenciando as formas femininas. Um pouco mais tarde, surgem os fatos-de-banho com costas a descoberto.

1920 e 1921 - in Superstars

1922 - policia verificando a altura e  rapazes e raparigas na praia -  1923

1924
Jean Patou é o primeiro costureiro a abrir uma loja especializada em fatos de banho num elegante complexo balnear em Deauville. E também dele a primeira loção para bronzear "Huile de Chandée", assim como vários perfumes.


  
in"Prosimetron"
1934
Com a introdução do lastex e do nylon, os fatos de banho ficaram mais justos e com decote até à cintura conseguido através da colocação de alças.
O racionamento de tecido durante a Segunda Guerra Mundial e as atividades desportivas contribuíram para que na Europa as mulheres começassem a usar fatos de banho a mostrar mais a região da cintura.

Os anos 30 elegeram as costas femininas como o centro das atenções. A mulher devia ser magra, bronzeada e desportiva, tipo Greta Garbo.
Os estampados e a art-déco dominaram a década de 30.



1940
Surgiu a banda elástica para disfarçar as gorduras

Um ano depois, este fato de banho seria considerado imoral in "Aterrem em Portugal"

1941- passaram a ser assim em Portugal

1946       
Com o fim da Guerra, dois estilistas franceses criaram trajes semelhantes - o bikini moderno a que deram um nome relacionado com a bomba atómica
Jaques Heim em 1946 introduziu o Atome, a mais reduzida roupa de praia na época. Três semanas depois, Louis Réard, exibiu o bikini vestido por Micheline Bernardini pela primeira vez numa piscina parisiense e entrou com patente para proteger a sua criação.


 

Bikini "atome" e  Bikini de Atoll (Fez 66 anos em 05 /07/2012 que foi apresentado ao público)

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