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sábado, 19 de outubro de 2013

OUTONOS


OUTONO - Uma das estações resultantes da inclinação do eixo de rotação da Terra e do movimento de translação, que sucede ao Verão e antecede o Inverno.

Relações entre o Sol e a Terra

                                                                      
Geralmente o clima começa a arrefecer. Porém, este outono tem sido o prolongamento do Verão considerado um dos mais quentes dos últimos 80 anos. Seria expectável uma descida das temperaturas e alguma precipitação, fenómenos que não se têm verificado.
Sente-se a falta do cheiro a terra molhada depois das chuvas


OUTONO - Fim das férias e a Escola/conjunto de regras/relação professores -alunos.

A substituição do lazer, do descanso e do recreio, pela responsabilidade e pelo trabalho.
A adaptação escolar de pais e filhos a um ambiente desconhecido e diferente; a insegurança e ansiedade numa mudança de escola; o ingresso no ensino superior
Se todo o ano fosse de férias alegres, divertirmo-nos tornar-se-ia mais aborrecido do que trabalhar” - William Shakespeare


OUTONO - Preparar a hibernação




   Arganaz e morcegos                                                                                  

Alguns animais vivem em zonas onde o Inverno é rigoroso e as condições de sobrevivência são muito difíceis.
No Outono consomem muitos alimentos que ficam armazenados no corpo sob a forma de gordura.
Para sobreviverem, entram num estado de adormecimento e de sono profundo, limitando ao mínimo as actividades do organismo - respiração reduzida, temperatura corporal baixa e constante, frequência cardíaca diminuída, funções metabólicas no mínimo - para poupar energia.
Acontece com marmotas, cobras, esquilos, lagartos, tartarugas, ouriços, morcegos, ratos silvestres e hamsters, além de outros.
Só deixam a hibernação quando chega a Primavera e a temperatura do ar sobe.
As abelhas metem-se nas colmeias e os zangãos, alimentados pelas operárias, são expulsos quando há falta de alimento, morrendo de fome. 



OUTONO - Época de caça



                                                                 Caça associativa- peças abatidas em 2 largadas

A caça é hoje mais encarada como um Desporto do que uma como actividade para garantia da sobrevivência humana.
São considerados animais de caça a raposa, o coelho bravo, a lebre, a perdiz vermelha, o tordo, a codorniz, o veado, a rola, o javali, o porco preto e outros.
Existem várias zonas de caça associativas, municipais e turísticas, estando toda a sua área praticamente ordenada em termos cinegéticos.
Onde não há agri­cul­tura não há caça. Não há nen­hum bicho que se ali­mente do eucalipto. As perdizes precisam das sementeiras, os tordos das boas azeitonas…, diz Francisco Sousa Tavares


OUTONO Migração

As aves seguem sua viagem em revoadas e bandos por milhares de quilômetros
- A migração de pássaros na Coreia do Sul e Ganso selvagem em migração

Milhares de aves percorrem, voando, longas distâncias entre diversas partes do mundo. 
As aves que surgem no inverno passam a primavera e o verão nas áreas de reprodução, mais a norte e, no outono, descem até à nossa latitude - lugre, felosinha, tordo e outras.
As que só aparecem em Portugal na primavera e no verão e estão ausentes no Inverno, fazem migração no Outono, e vão passar o Inverno a África - andorinhas, cucos, papa-figos, etc.
As que apenas passam por Portugal porque faz parte da sua rota migratória - felosa-das-figueiras, felosa-musical, papa-moscas-cinzento
A migração das aves é um fenômeno complexo e fascinante que acaba por tornar-se numa medida de sobrevivência das espécies mais frágeis (a maioria migra para procurar alimentos -insectos, frutos, sementes) apesar de algumas morrerem durante o voo.


OUTONO - Vindimas
Vindimas no Douro e em Biscoitos, Terceira, Açores 

As vindimas representam uma época do ano singular em Portugal. Abrange todas as atividades que decorrem entre a apanha da uva e a produção do vinho.
Em tempos passados, o trabalho da colheita das uvas era visto como uma autêntica celebração. Familiares e amigos reuniam-se e ajudavam-se nas vindimas uns dos outros. As uvas eram transportadas em carros de bois para os lagares onde eram pisadas pelos homens, de calças arregaçadas, formando uma roda e dando os braços, ao ritmo de cânticos cadenciados acompanhando os movimentos de vai-vem.
 Atualmente procura-se manter esta tradição embora os carros de bois tenham dado lugar aos tractores e as uvas, outrora levadas para os lagares, sigam para as adegas onde, com recurso a equipamentos mecânicos, são transformadas em vinho. 
Até ao lavar dos cestos (ou dos baldes de plástico ...), é festa!
Um pouco por todo o Portugal vinhateiro celebram-se as vindimas e o vinho. E para muitos visitantes, podem ser mesmo um momento de lazer e uma experiência única.


OUTONO S. Martinho e Magustos



Por toda a Europa os festejos em honra de S. Martinho estão relacionados com o cultivo da terra, o vinho novo e a água-pé, sobretudo nos países do sul.
Pensa-se que a origem do magusto está num antigo sacrifício em honra dos mortos.
Para os adeptos das tradições, no dia 11 de novembro fazem- se magustos mais ou menos alargados com as primeiras castanhas do ano, assadas em fogueiras ao ar livre ou no forno, acompanhadas de vinho novo, jeropiga, vinho do Porto ou água-pé.
É uma festa de amizade e confraternização, de cheirinho a castanha assada e dos saltos sobre a fogueira 


OUTONO - Época propícia para a colheita de frutos


Além das uvas e das castanhas, destaque ainda para dióspiros, marmelos, gamboas, algumas variedades de figos mais tardias, romãs, tângeras, maçãs, pêssegos, nozes, avelãs, quivis, laranjas e peras.
Nascem as amoras no silvado…

“Uma maçã por dia dá uma vida sadia”
 Reinventá-la nesta estação, quer como aperitivo quer como sobremesa.


OUTONO Novos pobres comem com os sem-abrigo


A população dos sem-abrigo passou a integrar, neste Outono, ex-operários da construção e um ou outro idoso, dizem os técnicos no terreno. 
Nas filas para as ceias sociais, assiste-se hoje a uma invasão de famílias famintas.
Podem ter tecto precário, um quarto partilhado, mas enfrentam dificuldades tais que vêm pedir refeições quentes. Chegam famílias inteiras", diz o responsável, na véspera do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
"Com o agravar da crise, a curto e médio prazo, estas famílias podem tornar-se sem-abrigo", referiu também Paula França, coordenadora do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA), do Porto


OUTONO - A suavidade das cores

As folhas das árvores abandonam o verde e brindam-nos com uma bela paleta de amarelos e castanhos, a que se juntam tons laranja, vermelho e roxo.
Nas plantas de folha caduca a produção de clorofila pára e o tom verde desvanece, permitindo assim que se vejam outros pigmentos também presentes nas folhas. Os pigmentos de caroteno dão-lhes a coloração amarela dourada. A síntese de antocianinas no final do verão cria os tons avermelhados.
A mistura de cores do Outono depende muito do estado do tempo. As mais brilhantes são obtidas com dias secos e ensolarados seguidos de noites frias.


O verde-esmeralda foi eleito a cor do ano.
Além dos tradicionais preto, cinza e marrom usados no inverno, algumas outras cores destacam-se no outono/inverno de 2013 - Açai, verde tília, azul-cobalto, azul índigo, azul mykonos, laranja, bordô, púrpura, samba-vermelho, vermelho, tangerina, pardos, verde tropa, carafe, turbulence, koi, vivacious, neutros e branco.

As cores dos frutos amadurecidos…



Amarelos e alaranjados - abóboras...
Castanhos - as castanhas...
Vermelhos e azulados - amoras, groselhas, mirtilos, diospiros, romãs...
Roxos - uvas, figos...
Verdes - espinafres, acelgas, nabiças


OUTONO - Melancolia, nostalgia

"Dia de Outono", 1879, óleo de Isaac Levitan
e "Dia de Outono" de Kaminagai

Sendo tempo de colheita, abundância, regozijo, infinidade de cores e incontáveis matizes nos pinheiros e carvalhos, o Outono não deixa de ser tratado como símbolo de um triste ocaso. Os dias passam a ser mais pequenos, o céu vai ficando cinzento, os ventos começam a soprar e o frio vai-se fazendo sentir!...
Poeticamente marca as etapas de transformação da vida, a reciclagem dos elementos da Natureza e também das emoções humanas. É o símbolo de uma fase de transição pelas suas características principais - queda das folhas das árvores, nuances amarelas e vermelhas, tom cinza do céu, frutos amadurecidos caindo na terra, dos galhos pendentes.

É nesta estação que as árvores, pródigas em beleza, servem de inspiração para pintores, fotógrafos, escritores, cantores ...





” Les Feuilles Mortes
"Passe l'automne vienne l'hiver"
Jacques Prévert 



Ir, vir
Ir. Manhã, ar fresco, paisagem nova.
Vir. Tarde. Hora dos poetas, dos que não cantam e passam pelas coisas apenas gozando, surpreendidos e ternos.
Se em cada lugar da terra eu perdesse a minha humana essência, aquilo que me iguala ao que é e ao que foi!
Nesta hora divina, nesta formosa tarde como ser?
Que me tentava?
Não sei.
Terra, luz, ar, amenidade indizível!

João Falco (Irene Lisboa)
In Outono havias de vir, Seara Nova, 1937


Imagens Google 

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