E a medida
agradou tanto aos neoliberais da UE, que não tardaram a convidá-lo para chefiar
a Comissão Europeia (deixando ficar atrás o estigma de fuga por causa da crise
económica e da derrota eleitoral...)
Durão Barroso tem
sido, então, desde 2004, o leader da Comissão - instituição definida como
politicamente independente e que representa e defende os interesses
da União Europeia (UE) na sua globalidade.
Qualidades naturais, experiência, conhecimentos adquiridos, empatia, visão estratégica,
intuição para respostas em cenários de crise, capacidade de trabalho,
determinação e vontade foram também, com certeza, algumas das características ponderadas...
Recordando a
célebre frase «tenho a certeza que serei primeiro-ministro, só não sei é quando", torna indiscutíveis pelo menos as três últimas.
Em 1993, o World Economic Forum, talvez por ter sido o principal promotor dos acordos de Bicesse e um divulgador da causa da independência de Timor-Leste no panorama político internacional, destacava-o como um dos "Global leaders for tomorrow" e um "political star."
Em 1993, o World Economic Forum, talvez por ter sido o principal promotor dos acordos de Bicesse e um divulgador da causa da independência de Timor-Leste no panorama político internacional, destacava-o como um dos "Global leaders for tomorrow" e um "political star."
Mas então o que é
que Durão Barroso tem feito desde que assumiu as
funções de Presidente, além de ter deixado cair vários
países às mãos dos especuladores financeiros?
Talvez muitas
outras coisas que eu desconheço porque só de retórica são feitas as
noticias a que tenho acesso.
Porém, sabemos
que a Alemanha avança e não é só por mérito próprio; a demissão dos
que se baixam para que ela galgue, tem sido uma constante.
Ainda que sem
grande repercussão, já tem havido certas vozes que se começaram a ouvir contra a cobardia
que vai deixando a Europa desagregar-se, empobrecer, retroceder.
2013-06-12
Rachida Dati
(ex-ministra da Justiça francesa, deputada europeia do PPE) afirmou em
comunicado :
- «O senhor Barroso deve ir-se embora, e depressa. A sua falta de coragem e a sua ineficácia prejudicaram decididamente muito os europeus».
- «O senhor Barroso deve ir-se embora, e depressa. A sua falta de coragem e a sua ineficácia prejudicaram decididamente muito os europeus».
«Para que serve a
Comissão Europeia se, por medo dos seus parceiros comerciais, ela se recusa a
defender os europeus e tudo o que constitui a nossa especificidade? O senhor
Barroso está a curvar-se perante os Estados Unidos antes mesmo de as
negociações começarem».
- «O senhor Barroso é um homem perigoso para a
cultura europeia».
Desgarrado, também acontece um elogio.
25-09-2013
"Durão Barroso,
presidente da Comissão Europeia, foi hoje (25) galardoado em Espanha com o Prémio
Carlos V 2012, por representar o interesse geral num período de crise e pela sua
destacada contribuição para o desenvolvimento da Europa"
O Prémio, dotado
com 45.000 euros, foi atribuído pela Fundação Academia Europeia de Yuste, em
Mérida.
José António Monago,
presidente do Governo de Estremadura sublinhou ainda a "indubitável e
destacada contribuição no desenvolvimento de Europa desde o ano 2004", bem
como a sua "carreira política e humana aberta à Europa".
Mikhail
Gorbachev, Jacques Delors, Felipe González e Javier Solana, foram algumas das
individualidades anteriormente destacadas.
E a 11 de
setembro de 2013 em Estrasburgo, também acontece o discurso anual do presidente da Comissão
Europeia sobre o estado da EU, perante o Parlamento Europeu, seguido de uma
súbita rajada de comentários muito críticos e muito pouco elogiosos.
COMENTÁRIOS
O DISCURSO (inspirado no modelo americano, - criticado por eurodeputados - o discurso do "estado da União" em Estrasburgo, com a economia em
lugar de destaque)
Resenha
Durão Barroso proclamou o fim da crise económica sem
deixar de frisar que os sinais de recuperação ainda são frágeis.
Focou os mais de 26 milhões de desempregados, que apontam a União Europeia como a ovelha negra em termos económicos, a nível mundial, o
crescimento anémico, o estado social pouco ajustado à necessidade de disciplina orçamental e à redução das dívidas públicas, a falta de coragem para reformas profundas tanto nos Estados-membros como na "monstruosa teia burocrática de Bruxelas"e apelou à criação urgente da união bancária, que "avança a passos de tartaruga, com a Alemanha e os seus aliados a travarem um projecto que só avançará quando a banca europeia limpar todos os seus armários dos muitos esqueletos que resultaram de anos de dinheiro fácil e barato".
A um ano das eleições europeias, Barroso disse não ter dúvidas de que "os governos e os políticos que avançam com reformas penosas para as populações podem ser punidos pelo eleitorado, atraído pelos populistas e pelos que não acreditam no projecto europeu".
Mas que "sem essas reformas, sem o novo normal, a União Europeia tem os dias contados"
Com a Rússia a "roubar" aliados à União Europeia, Barroso atirou-se a David Cameron perdendo pontos para acrescentar aos já perdidos junto de Merkel e Hollande.
Le Soir
«Em Estrasburgo, José Manuel Durão Barroso falhou completamente o seu discurso. Era mais um dos seus discursos habituais - e são muitos... A oito meses das eleições europeias, a rotina não pode representar uma resposta ao desespero de muitos europeus, e à deterioração crescente da perspetiva que têm da Europa. [...] Este é talvez o princípio do fim do projeto europeu. Uma perspetiva arrepiante... Mas assistimos ontem ao princípio do fim de José Manuel Durão Barroso.»
«Em Estrasburgo, José Manuel Durão Barroso falhou completamente o seu discurso. Era mais um dos seus discursos habituais - e são muitos... A oito meses das eleições europeias, a rotina não pode representar uma resposta ao desespero de muitos europeus, e à deterioração crescente da perspetiva que têm da Europa. [...] Este é talvez o princípio do fim do projeto europeu. Uma perspetiva arrepiante... Mas assistimos ontem ao princípio do fim de José Manuel Durão Barroso.»
yiannis
«Barroso, quem é ele? Ele impede os políticos europeus que
tomam decisões estúpidas de execução sobre o euro no sul da Europa?»
Cerstin Gammelin no Süddeutsche Zeitung de Munique
«A Comissão foi fundada para garantir o bom
funcionamento do mercado único. Hoje, após dez anos sob o mandato de Barroso,
está mais enfraquecida do que nunca. Na altura, a Comissão era uma instituição
fiável para os países do Sul. Hoje em dia, os cidadãos confiam mais nas
instituições nacionais. […] Uma situação perigosa, uma vez que o mercado único
é o projeto mais importante da união política, a garantia da confiança que une
os 28 países-membros. A Comissão controla este mercado e está a destabilizá-lo,
a abanar os alicerces da UE. A Europa não pode voltar a ter um segundo
presidente como Barroso»
spanishengineer
«Sob o mandato de Durão Barroso e Van Rompuy, a UE perdeu
a oportunidade de atuar como um contrapeso e equilíbrio de poder entre grandes
e pequenos países e também entre grandes e pequenas empresas. Minha percepção é
que hoje a maioria dos europeus se sentem vulneráveis, porque eles veem ninguém
para defendê-los. Você é deixado com a possibilidade de ir para seus
Parlamentos nacionais ou seus bancos centrais, porque tudo depende do que eles
dizem, em Bruxelas, e o que eles dizem em Bruxelas? Dizem o que diz Merkel.»
Nuno D
«Barroso foi um dos primeiros-ministros mais ridículos que
Portugal já teve. (…). Outro personagem brilhante é o vice-presidente do BCE,
Vítor Constâncio. Ele foi provavelmente o pior governador do Banco de Portugal
desde a sua fundação, miseravelmente incompetente. Mas, como se vê, ele foi
promovido…»
papa21
«Obviamente o homem errado para tempos difíceis.
Precisamos, sim, uma espécie de Churchill para o lugar, e não um administrador».
gachupina
«Barroso foi eleito para o Conselho Europeu para não
incomodar.»
cubase
« Euro e EUs são um desastre e não há nada que possa
salvá-los, bom dia!»
Victorio
«Sim, é hora de votar um novo Presidente da Comissão.
Barroso não foi muito ruim, mas não é realmente impressionante também. Espero
que a eleição para o Parlamento Europeu no próximo ano dê início a um
debate político transeuropeu sobre o futuro da EU».
E
muitos outros...
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