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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

DIA DO CORPO DE DEUS




Na minha aldeia era dia de festa
Com missa solene abrilhantada.
E como alegria ninguém detesta
Talvez seja ainda celebrizada

Mas alegria só era notada
Com o início da Procissão
Ruidosamente anunciada
Pelo pequeno carrilhão.

Sob o dourado pálio abrigando,
O Santíssimo, erguia o prior.
Opas vermelhas os pendões pegando
E o povo atrás, a rezar com fervor.

Nós, as crianças, vestidas a rigor
D´anjinhos e santos, desde o amanhecer
Enfatuadas íamos, à frente do andor
As flores calcando, prás desfazer.




Das janelas pendiam lindas mantas
Rendadas, estampadas, com lavores
Envolvendo-se na música das bandas
A tocar, ritmadas, hinos de louvores.



Cansadas de tanto andar 
De Santa Teresinha, eu
E as irmãs, d’anjinho
Já dizíamos baixinho:
Onde está o fariseu
Que nos tire este fatinho
E pró ano continuar?


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