Era um cão grande, branco, paciente
Manso, fiel, forte, inteligente
Que os meus 4 anos passeava, lentamente,Manso, fiel, forte, inteligente
Não fosse sua jóia magoar-se de repente.
Seria um pastor misto, alemão/suíço?
Seguiram-se serra-da-estrela na mansardaDe temperamento dedicado e submisso
Dos haveres companheiros fieis-de-guarda.
PILOTO
Amizade grande em nós irmãos, imersa,
Dos invasores, agressivos, nos defendiam Apaixonados pelo dono e vice-versa
O seu território, dos inimigos, protegiam.
Talvez por isso o ”fiel, belo, feroz” aliado,
Pelos romanos assim classificado,Teve sempre o mesmo destino traçado:
Despedir-se, junto ao dono, envenenado.
Reprimindo a revolta e a mágoa
Marejados os olhos, apertado o coração,Dizia sempre o meu Pai - ainda ecoa!
“Jamais um companheiro levarão”
Mas perante a inteligente e viva expressão,
Sela preta e marcas de fogo, douradas,Não resistiu à oferta do belo “alemão”
E com ele ficou, de vocais apertadas.
LOBITO
Ligados por recíproca afeição
Anos foram, companhia inseparável
Avançando na idade, não na solidão.
Mas o destino repetiu-se implacável
E o Pai, mais frágil e mais velho
De mobilidade reduzida e amargurado
Com memórias esbarrou no espelho
Das vãs esperanças que tinham debandado...
Sem comentários:
Enviar um comentário