Há oito anos que estava leccionando numa Escola onde as alunas (não havia alunos), tinham por tradição fazer um passeio de fim de Curso pelo País ou ao estrangeiro de acordo com as preferências e possibilidades da maioria.
Nessas viagens também iam sempre duas professoras, com prioridade para as mais antigas e mais velhas. O local determinado ditava assim a “sorte” de se poder usufruir de mais ou menos novidade.
Finalmente tinha chegado o meu timing. E entre as várias hipóteses, o curso em questão optou por Londres.
Nessas viagens também iam sempre duas professoras, com prioridade para as mais antigas e mais velhas. O local determinado ditava assim a “sorte” de se poder usufruir de mais ou menos novidade.
Finalmente tinha chegado o meu timing. E entre as várias hipóteses, o curso em questão optou por Londres.
Que bom! - Sussurrei pra mim.
Ir a Inglaterra pela 1ª vez!
Robin Gibb dos Bee Gees tinha lançado o seu 1º single
“Saved by the Bell”; Alan Moore era o mais espantoso autor de
histórias psicadélicas aos quadradinhos e os Beatles iriam posar dentro de dias para a capa do seu último disco
a ser gravado, ali numa rua bem perto do Regent’s
Park…
Fotos do google
Andava tudo num grande alvoroço contando os dias que faltavam, planeando pequenas coisas como comprar nos grandes armazéns, onde ver algum filme, etc., uma vez que dormidas, visitas, bilhetes, viagem, mapas, seria tudo organizado em grupo.
Assim, num lindo dia de
verão levantámos voo do ainda pequeno aeroporto da Portela até Heathrow que tinha 2 estações e, penso,
5 terminais! Logo ali estava o comboio Heathrow
Express para transportar os passageiros até Paddington, no centro de Londres; 15 minutos, sem escala!
Ficámos hospedadas num Hostel para alojamento de estudantes perto do
centro durante uma semana, com pequeno-almoço à portuguesa porque o English Breakfast era mais caro.
O resto do 1º dia foi para integração na atmosfera do “quartel”, estudar
o mapa da rede das linhas do London
Underground e memorizar o programa do plano pré estabelecido.
Bem cedo, no dia seguinte, bastou por o pé fora da Residência para
perceber que Londres era uma cidade vibrante e multicultural. Prevenidas de capa
impermeável na bolsa para prováveis e frequentes chuvas passageiras (em minutos
desabavam do sol curtos aguaceiros) iniciámos o nosso percurso por entre a estimulante
conjugação de antigo e de novo, o bulício do centro e a tranquilidade dos
muitos espaços abertos, um lugar onde a tradição e a modernidade caminham
juntas.
Londres é, na realidade, uma terra de contrastes, um centro cultural de todas as partes do mundo. O trânsito é caótico e o movimento nas ruas é intenso. Uma simples caminhada é uma reveladora experiência; lembro-me de ter sentido uma “estranha liberdade” de total relaxamento psíquico no meio dum simultaneamente frenético e descontraído andar.
Que diferença entre a pacata Lisboa e a agitada Londres daquela época!
Londres é, na realidade, uma terra de contrastes, um centro cultural de todas as partes do mundo. O trânsito é caótico e o movimento nas ruas é intenso. Uma simples caminhada é uma reveladora experiência; lembro-me de ter sentido uma “estranha liberdade” de total relaxamento psíquico no meio dum simultaneamente frenético e descontraído andar.
Que diferença entre a pacata Lisboa e a agitada Londres daquela época!
Oxford
Casa de Shakespeare
Um outro dia foi dedicado a Cambridge, uma das mais antigas cidades universitárias do mundo, relativamente pequena, de aspeto medieval e muito verde, com passeios por algumas das Faculdades da famosa University of Cambridge.
Sempre a lutar contra o tempo e de ”olho” no grupo de cansadas mas
entusiasmadas alunas, os restantes dias foram devorados em visitas a Buckingham Palace (incluindo a troca de
guarda), Big Ben, Westminster Abbey, Tower Bridge (e as joias da Coroa), Saint Paul’s Cathedral (com a linda
vista da cidade), o Teatro Shakespeare,
o Zoo de Londres (o mais antigo Zoo científico do mundo) e um lanche na “praia”
do Regent's Park.
Também não deixámos de entrar no museu de cera Madame Tussaud onde ainda me recordo de ter visto Marilyn Monroe, Leonardo DiCaprio e Winston Churchill,
entre outros.
Todas as horas eram poucas para distração na Picadilly Circus, Trafalgar Square ou na elegante Regent’s Street.
Mas para mim, entrar na Harrod’s,
a maior e mais famosa loja de departamentos do mundo, era uma obsessão; comprei
então um tailleur de saia midi, moda
que ainda não tinha chegado a Lisboa e com o qual fiz um enorme sucesso entre as
pessoas da minha convivência.
Harrod's
Estou convencida de que o ter passado uma semana em Londres naquela altura contribuiu muito para adquirir a agilidade de que precisava - ainda se respirava um pouco o surgimento anticristo na Londres do final dos anos 60.
Hoje não gostaria de viver em Londres. O clima deprime, o cidadão inglês
é pouco comunicativo, “superior” e segregador, a vida também não é barata, o
trânsito continua caótico, não há comida tradicional além do ótimo pequeno-almoço (e “chá
das cinco”?) e um fish and chips; ao stress de sempre juntou-se
o medo do terrorismo, etc.
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