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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A IRONIA DA GUERRA


HIPOCRISIA E BANALIZAÇÃO DAS GUERRAS 
- SÍRIA

2 de Setembro de 2013  

«Antigamente, as guerras eram mais simples, tinham algo de inato: o mais forte atacava o mais fraco e pronto.
Agora as guerras são uma espécie de telenovelas com antevisão dos próximos capítulos: a guerra será no próximo fim-de-semana.
Não, no próximo fim-de-semana não dá jeito porque os inspectores da ONU ainda estão no terreno. Vai então ser na quinta-feira, parece um bom dia. 
Não, afinal não dá jeito porque temos que consultar o Congresso que está de férias e só volta na sexta-feira.
Então será no fim-de-semana a seguir…
 (...)
A Síria é composta por um mosaico religioso e étnico: sunitas, alauitas drusos e curdas. Apesar de minoritários (12% da população) estão no poder. Apesar de muitos sírios não gostarem de Bassar al-Assad, temem a subida ao poder dos radicais islâmicos.
O que se passa na Síria é uma guerra civil - com ajuda externa é verdade…
Mas então, Bassar al-Assad tem o apoio de perto de 40% da população! Com que direito moral o ocidente tem de intervir?
(…)
Já não existem guerras como antigamente. Pelo menos nessas sabíamos quem eram os bons e os maus. Agora temos guerras “limpas”, “cirúrgicas”, “humanitárias”, tudo eufemismos para justificar as guerras, que por muito “limpas” que sejam, implicam mortes».
Carlos Loures, a viagem dos argonautas

Desde o início da revolta contra o regime do Presidente Bashar al-Assad, em Março de 2011, já morreram mais de 130 mil pessoas e mais de um terço dos mortos são civis. 

Este comentário adapta-se de maneira perfeita ao tema da guerra abordado pelo brilhante humorista português RAÚL SOLNADO, em pelo menos três rábulas - "Chamada para Washington", "Guerra de 1908" e "Tá Lá, é do Inimigo?"


A verdade e o humor deram as mãos... muito á frente do seu tempo.
Era bom que as guerras fossem assim... divertidas.

Mas são verdadeiras!


Desde a Antiguidade (Conquista da Suméria, no século MMXX a.C.), passando pela Idade Média e Renascimento europeu, século XVI a século XIX, século XX e século XXI (Operação Odisseia ao Amanhecer - 2011), que se fazem guerras.

As modalidades e as motivações de confronto são várias; no entanto,
raramente têm uma única causaembora “todas sejam de conquista”- in "A Arte da Guerra” de Sun Tzu, que terá vivido entre 722 a.C. – 481 a.C.
Wikipédia - Anexo: Lista de guerras


E PORQUE SE FAZ UMA GUERRA?  

OS PORQUÊS DO ATAQUE AMERICANO AO IRAQUE EM 1991
  
Mapa mostrando o esquema de manobra utilizado pela coalizão para invadir o Iraque em 1991

Fonte:
Curso de “Análise de Modelos e Gestão dos Recursos naturais 1", Politécnico de Milão

Custos da Guerra do Golfo  
40 mil milhões de dólares
Quem pagou?  
À primeira vista, pode parecer que os 40 mil milhões foram pagos pelos EUA. Em parte, isso foi verdade.
Com efeito:
40 mil milhões 
 25% dos custos foram cobertos pelos EUA
(10 mil mlhões)   
75% dos custos foram suportados pelos países árabes, em particular pelo Kuwait e Arábia Saudita (30 mil milhões)

O preço do petróleo antes da guerra rondava os 15 dólares por barril.  
Mas, durante a Guerra do Golfo chegou a atingir os 42 dólares por barril, gerando uma receita EXTRA estimada em 60 mil milhões de dólares.  

Quem beneficiou destes lucros?  
Nos países árabes vigora a lei dos 50%: 50% para o governo e 50% para a multinacional que explora a jazida. 
Logo… 
Mas, aonde foram buscar o dinheiro?





A guerra nada mais é que “a continuação da política por outros meios."
Carl Von Clausewitz (pensador militar prussiano)






Só que os meios são o vale tudo.

É o que JOÃO CRAVINHO reforça num artigo de opinião no jornal PÚBLICO de 30.12.2013:


«Para pessoas decentes e bem formadas, a guerra aos velhos promovida pelo primeiro-ministro a pretexto da justiça e equidade entre gerações é absolutamente infame.
Está em curso a revogação prática do pacto social baseado nos princípios da solidariedade e equidade entre gerações. A estratégia escolhida é a do facto consumado, desprezando a fundamentação e a consensualização através do normal funcionamento do processo político, designadamente no plano da sua conformidade constitucional. O instrumento preparatório dessa subversão é a guerra entre gerações projetada nacionalmente pelo próprio primeiro- ministro, que procura levantar  a seu favor o ressentimento, a animosidade e a agressividade de novos contra velhos.
...»

Apesar de não ser um assunto novo, merece ser lido na íntegra porque é abordado com frontalidade.


GUERRA PSICOLÓGICA

Este é o motor da nossa sociedade contemporânea: medo. Ele foi eleito o mais simples, barato e eficaz método de influenciar decisões.

Faz-se através da desinformação, manipulação da religião, escolha de notícias que interessam mas alteradas, técnica de repetição conforme os diferentes públicos e teoria da regra de que é mais fácil reforçar uma ideia do que mudá-la recorrendo a motivações e formas de actuar que se encontram no substrato mais ou menos inconsciente da população como o racismo, o fascismo e os estereótipos classistas.
Goebbels, o ministro da propaganda da Alemanha Nazista, afirmou que "...uma mentira dita várias vezes acaba por se transformar em verdade, se não tiver apoio legal que a negue..."
Críticos do capitalismo moderno denunciam que a ”escravidão salarial” sem redes de proteção social é inevitável. A escravidão ocorre em Estados fracos ou corruptos. Regimes autoritários podem favorecer ou mesmo estimular a escravidão... Pode ser definido como um comportamento em que uma instituição ou pessoa se excede no exercício da autoridade que lhe foi investida.


E isso pode ser facilmente identificado em países democráticos, nos quais os direitos das minorias são salvaguardados por indivíduos que delas fazem parte, aproveitando-se do argumento do politicamente correcto para neutralizar os adversários.



"A PAZ, TAL COMO A GUERRA, FAZ-SE... E é um erro pensar que a paz se alcança só porque não se faz a guerra, como se a paz fosse uma consequência natural e lógica do fim da guerra."
Miguel Granja, professor da ESMTG




Que jamais percamos a coragem de dizer: 'Senhor, dê a sua paz à Síria e ao mundo inteiro'", disse Francisco. O Pontífice também pediu paz na República Centro-Africana (RCA), Sudão do Sul e Nigéria, países que enfrentam conflitos armados internos e eficaz método de influenciar decisões


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