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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 3




Lucrécia Augusta de Brito de Berredo Furtado de Melo Arriaga
A Primeira-Dama de Portugal

Nasceu a 13 de novembro de 1844 na Figueira da Foz.
Era filha de Roque Francisco Furtado de Melo e de Maria Máxima de Brito Leite de Berredo, descendentes de aristocratas açorianos.

Como consequência do seu estatuto social, teve uma uma educação privilegiada; falava Francês e Inglês e aprendeu a tocar piano.
Na sua terra natal conheceu Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue, de famílias relacionadas da Ilha do Pico, Açores, com quem casou em 1870.

O casamento foi celebrado numa capelinha perto de Valença do Minho onde o pai era general e governador da Praça (de Valença).
Viveu em Coimbra durante alguns anos - Manuel de Arriaga licenciou-se em Direito, foi advogado e  Reitor da Universidade de Coimbra.
Foi também escritor, poeta e um grande orador.

O casal adorava o mar, as crianças e as flores; a família passava regularmente as férias em Buarcos e, pelo mesmo motivo, a última casa em que Manuel de Arriaga viveu seria em Lisboa, perto da Rua das Janelas Verdes, para poder ver os barcos no Tejo.

Retrato pintado por Malhoa, pertença da família Arriaga

Teve seis filhos:


Maria Máxima de Melo Arriaga Brum da Silveira * 20.02.1875  João Carlos de Tavares Morais da Cunha Cabral
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira * 24.03.1879  Maria Valentina Chagas Riet
Maria Amélia de Melo Arriaga Brum da Silveira * 08.02.1880  Luis Xavier Barbosa da Costa
Maria Cristina de Arriaga * 10.04.1882  Henrique Raimundo de Barros
Roque Manuel de Arriaga * 18.03.1885  Maria Isabel de Almeida Pinheiro 
Maria Adelaide de Melo de Arriaga * 11.04.1887  Daniel da Silva Ferreira Júnior

Fonte: GEPB - vol. 03-pg. 358


A 24 de agosto de 1911, o marido é eleito primeiro Presidente da República Portuguesa.

José de Arriaga - eleito aos 71 anos

Lucrécia torna-se a Primeira-dama do país aos sessenta e seis anos de idade (1911 a 1915 aquando da demissão do marido).

Apesar de pró-monárquica convicta, apoia o marido e muda-se com a família para o Palácio de Belém (mais concretamente, para um pequeno palacete na Horta Seca, cuja renda tinham que pagar do seu bolso, assim como a própria mobília).
O Presidente recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo, nem Conselho de Estado porque, disse na tomada de posse:
- “Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele…

Lucrécia evitou a exposição pública em eventos.
Algumas excepções:
- A comemoração do segundo aniversário da Implantação da República, em 1912
- Um chá da tarde para os filhos dos funcionários da Imprensa Nacional a que presidiu, e onde foi recebida como esposa do Chefe de Estado, em 4 de outubro de 1913. 
 - O terceiro aniversário da instauração do regime republicano, assistindo a uma peça no Teatro Nacional de São Carlos, sem lugar oferecido na tribuna presidencial, no dia seguinte. 
- A "festa no jardim" promovida por Manuel de Arriaga aos marinheiros brasileiros que visitaram Lisboa por ocasião do 23 º aniversário da República brasileira, em Novembro do mesmo ano.
O Presidente e a Primeira-dama plantaram duas palmeiras no Jardim Botânico Tropical em Lisboa, contíguo aos jardins do Palácio de Belém.
As árvores, passados cem anos, ainda existem. 

Abertura da Escola Superior de Guerra, o presidente da República, Manuel de Arriaga, com o Ministro
Av. República 1911 Cortejo integrado num concurso de cavalos de carroça

Depois de Manuel de Arriaga ter deixado a Presidência em 1915, colaborou ainda com a Cruzada das Mulheres Portuguesas, em 1916.

Faleceu em 15 de outubro de 1927, na Parede 

Imagens Google

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