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terça-feira, 15 de julho de 2014

A "PAPOULA" E AS OUTRAS


A Linguagem das flores, também chamada floriografia, foi um meio de comunicação da era vitoriana em que se usava o envio de flores e arranjos florais para transmitir mensagens.
A flor, cor e aroma eram considerados factores importantes. As pessoas respondiam "sim" oferecendo uma flor com a mão direita e "não" com a esquerda. 
Presentear com flores e aromas era uma prática realizada tanto por homens como por mulheres.


Quando a Rainha Victoria e o Príncipe Albert se casaram em 1840, a noiva usou um vestido branco considerado invulgar para a época (excepto entre as mulheres ricas) pelo menos até à Primeira Guerra Mundial. 
Apesar da inovação, a jovem Victoria repetiu uma simbologia tradicional ao usar uma tiara de botões de flor-de-laranjeira, costume supostamente oriental e trazido para a Europa pelos Cruzados durante a Idade Média.

E agora poderia divagar sobre esta florigrafia ou muitas outras linguagens de flores mas prefiro distrair-me com uma das minhas formas de expressão.

Para ser linda basta ser flor
Seja simples ou elaborada
Para arranjos ou isolada
Em mensagens codificada
Que jamais perde o fulgor

Flor com listras ou outra flor
Com passarinhos, borboletas
Serão em estilo, vedetas
Pra todos os gostos dilectas
E pousadas do beija-flor


Sentar num banco e respirar
O cheiro das flores do campo
À luz tosca dum pirilampo
Em noites de verão com lampo
É só natureza a exalar

Em apogeu ou declínio
Qualquer flor é marcante
Nas cores, deslumbrante
No perfume, fragrante
Na existência, um desígnio



Gosto do alecrim litorâneo
De gérbera variada
Da camélia avermelhada
Da violeta perfumada
Do rosmaninho espontâneo


As flores não logram enganos
Têm personalidade
Revelam potencialidade
Desafios e sinceridade
Dos sentimentos humanos


                                    A Papoula - The Poppy, 1919, de Van Dongen



No final da I Guerra Mundial, van Dongen foi descoberto pela classe alta. Pintou então muitos retratos, tornando-se um cronista de 1920 a 1930. Os seus retratos expressivos, semelhanças e paisagens receberam muito apreço e alcançaram o sucesso através da sua coloração única. 




E foi só hoje, ao procurar papoilas, flores de que gosto em primeiro lugar, que descobri o autor desta obra que me acompanha (reprodução, claro!) desde os meus 20 anos.
Era frequente perguntarem-me porque não usava mais aquele turbante...(o turbante que nunca tive!)


Imagens Google

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