Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 21 de julho de 2014

AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 6




Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais
4ª Primeira-Dama de Portugal


Nasceu em Amarante a 29 de Dezembro de 1867.
Era a mais nova de quatro filhos do negociante Vitorino Ferreira Bessa, antigo depositário dos tabacos (detinha o exclusivo do Depósito da Companhia dos Tabacos de Portugal), natural de Penafiel e de Bernardina Joaquina Pinto Martins, natural de Valença do Minho.

Em 1893, na sua terra natal, conhece Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, 5 anos mais novo, quando ali foi colocado no 2.º Grupo do Regimento de Artilharia nº 4. O reencontro com Aníbal Martins Bessa, licenciado em direito, condiscípulos em Coimbra, facilitou o contacto.


Sidónio deixou-se ”enlaçar” pela fama de S. Gonçalo ser promotor do casamento de mulheres menos jovens e a “donzela discreta, amável, generosa, recatada, de feições misteriosas”, que tocava piano e conhecia bem os lavores domésticos, acabou por seduzi-lo.



Casaram em 1895,  com regime de separação de bens.
O casal fixou residência em Coimbra,  num edifício de 3 pisos, situado perto da Sé Velha e do “palacete” da Portela, onde vivia o tio materno da noiva, um dos promotores da carreira universitária de Sidónio.

Do casamento nasceram 5 filhos:
1896 - Sidónio Bessa da Silva Pais.
Casou com Isabel Maria da Costa de Sousa de Macedo de Freitas Branco. 
1897 - António Bessa da Silva Pais
1899 - Maria Sidónia Bessa da Silva Pais
Casou com Mário Augusto Gomes Cardoso, médico
1901 - Afonso Bessa da Silva Pais.
1902 - Pedro Bessa da Silva Pais

1907 - Sidónio Pais foi ainda pai de Maria Olga, filha de Ema Manso Preto, cuja paternidade assumiu mas não perfilhou por a mãe ser casada com Álvaro Augusto Pinto Ribeiro, residente na cidade do Funchal. Quando ficou viúva, a filha poderia deixar de permanecer com registo de filiação incógnita mas a relação com Sidónio já tinha terminado por incompatibilidade de feitios.



Pela leitura dos traços grafológicos, Sidónio revelava energia vital, forte impulso sexual, sensualidade, sinceridade, capacidade de decisão, iniciativa, organização, sentido de observação, autoritarismo contraditório, relativa introversão, timidez aparente e um grande elenco de sentimentos tambem contraditórios (alegria, tristeza, ansiedade, orgulho, satisfação, arrependimento, culpabilidade).

Em Fevereiro de 1904 houve um sumptuoso baile promovido pelo Grémio Literário Recreativo que reuniu as pessoas elegantes de Coimbra. Entre elas encontrava-se também Sidónio e Maria dos Prazeres. Mas nunca mais, em todas as outras realizações efectuadas pela Agremiação ao longo do ano, se fez qualquer referência ao casal.

- "Estou separado da minha mulher", que continua a viver em Coimbra, mas nunca me faltam companhias femininas. A condessa de Ficalho é, sem dúvida, a mais frequente.

Maria dos Prazeres, sobretudo a partir de 1905, passou a evitar a presença em festas e eventos sociais devido aos “arrebatamentos públicos" que o marido ostentava com Ema Manso Preto durante a época balnear, quer junto ao rio Mondego quer junto ao mar, na Figueira da Foz ou Buarcos.
Foi nesta altura que, contra tudo e contra todos, assumiu o envolvimento com Ema e saiu de casa para ir viver com ela até 1907, ano em que ficou grávida de Maria Olga.


Quando Sidónio Pais (militar e matemático) assume a Presidência da República, na sequência do golpe militar de Dezembro de 1917, Maria dos Prazeres permanece em Coimbra, cidade onde o casal se fixara pouco depois do casamento.
Não participa em qualquer acto público nesse período.




A 14 de Dezembro de 1918, Sidónio é assassinado em Lisboa.


No dia seguinte ao assassinato de Sidónio Pais, desloca-se pela primeira e última vez ao Palácio de Belém, onde o corpo do marido está em câmara ardente. 
Nenhum presidente da 1 ª República foi tão amado e odiado como Sidónio Pais. 

José Júlio da Costa, natural de Garvão, foi quem matou o Presidente da República, Sidónio Pais.
Nasceu em 1893 no seio de uma família de proprietários considerada abastada para a época. 
Era o segundo filho de sete irmãos. Assentou praça no exército, como voluntário, aos 16 anos em Maio de 1910. Combateu na Rotunda, pela implantação da República, nos dias 4 e 5 de Outubro. Ofereceu-se como voluntário para Timor, Moçambique e Angola, onde recebeu um louvor em 27 de Dezembro de 1914. Deixou o exército a 11 de Abril de 1916 com o posto de Segundo Sargento.
Depois de ter morto Sidónio Pais, foi preso e brutalmente agredido, logo no local. Posteriormente foi levado para a Escola de Guerra onde sofreu novos suplícios. 
Preso, José Júlio da Costa sofreu todo o tipo de agressões, incluindo disparos a meio da noite, para dentro da cela. 
Morreu em Março de 1946, no Hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, em Lisboa, com 52 anos de idade, após 28 anos de prisão e sem nunca ter sido julgado.

É impossível falar-se da cultura musical portuguesa no século XX sem falar da família Freitas Branco, que ao longo de três gerações tem marcado de forma decisiva o panorama musical e cultural do país. 

Do casamento de Sidónio Bessa da Silva Pais com Isabel Maria da Costa de Sousa de Macedo de Freitas Branco, nasceu  Sidónio de Freitas Branco Pais, intelectual e melómano, crítico musical ligado à Ópera de São Carlos.


Isabel Maria da Costa de Sousa de Macedo de Freitas Branco era irmã do célebre maestro e compositor Luís Maria da Costa de Freitas Branco (1890- 1955), professor do Conservatório e do maestro internacional  Pedro   António da Costa de Freitas Branco (1896 - 1963), fundador da Orquestra Sinfónica Nacional.




João de Freitas Branco (1922- 1969) foi  também um dos intelectuais (musicólogo, matemático e compositor) que marcaram o séc. XX em Portugal. Filho de Luís de Freitas Branco e sobrinho de Pedro de Freitas Branco, frequentou e concluiu o curso do Conservatório Nacional de Música, participando em vários recitais. Apesar de ser um bom instrumentista, começou a carreira de crítico e divulgador da música sinfónica, onde desenvolveu uma actividade paradigmática, ainda hoje não superada.


João Maria de Freitas Branco, filho de João de Freitas Branco e neto do compositor Luís de Freitas Branco e do ensaísta e crítico literário Pedro do Nascimento, é filósofo, autor, professor e investigador universitário
Dirige há anos o ciclo “Ópera Vídeo”. É crítico de ópera e autor de vários livros e ensaios.

Bernardo da Costa Sassetti Pais,(1970 - 2012), filho mais novo de Sidónio de Freitas Branco Pais e de Maria de Lourdes da Costa de Sousa de Macedo Sassetti, era bisneto de Sidónio Pais 
Com formação em piano clássico desde os nove anos e experiência em jazz, a sua obra está reproduzida em gravações discográficas como pianista e compositor destacando-se, nomeadamente, em bandas sonoras para cinema
Era também enófilo.
Segundo a família, Bernardo Sassetti estava a fotografar numa falésia, no Guincho, e caiu.

Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais morreu no Porto, em 1945, com 77 anos

Imagens Google

2 comentários:

  1. "Era avô dos meio-irmãos António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa e Ricardo Costa, jornalista, director do Expresso"
    Oh... meus amigos, então vocês atrevem-se a publicar uma banalidade dessas sem consultarem as fontes.
    Como se José Júlio da Costa alguma vês tivesse tido filhos.
    Nem António Costa ou Ricardo Costa, de origem indiana, descendem destes Costas, directamente ou indirectamente. Façam justiça à verdade e retirem tamanha cabala.
    Ao vosso dispor
    José Pereira

    ResponderEliminar
  2. Agradeço o esclarecimento. Gostaria de encontrar a fonte em que me baseei, não só para servir de argumento mas também para, de igual modo, denunciar. Foi, portanto, retirada a pretensa verdade.
    Teresa

    ResponderEliminar